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Direito Penal I - Resumo para AD1 da Faculdade Mário Schenberg

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Direito Penal é o ramo do Direito que abrange a tutela estrutural dos principais bens jurídicos, elegendo como sanção a quem infringir suas normas, a pena estabelecida. Trata-se da única opção legítima de coerção à liberdade individual, devendo ser utilizada como última opção.
Preceito Primário: o tipo penal, o crime;
Preceito Secundário: a pena;
Política Criminal: trata do modo de ser e atuar do Estado;
Criminologia: é a ciência que estuda o crime como fenômeno social, e o criminoso;
Objetividade Jurídica Tutelada: aquilo que o Legislador quis proteger com determinada lei, sendo eleito pelo Direito para ser tutelado.
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA LEI
Interpretação é o processo de conhecimento do conteúdo da norma. 
Literal: atribuição do exato termo da lei;
Lógica ou Teleológica: objetiva o sentido da lei;
Sistemática: busca analisar a lei confrontando-a com as outras;
Histórica: confronta a lei com elementos passados, leis antigas, projetos de lei, etc.;
Extensiva: amplia o conteúdo da lei, procurando dar-lhe sentido lógico com a finalidade de proteger a objetividade jurídica tutelada. A interpretação ampliará sua aplicação, pois fora concluído que o texto da lei ficou aquém da intenção do legislador;
Analógica: conhece o sentido da norma por comparação interna entre seus próprios termos. Só será utilizada em sendo favorável ao réu (in bonam partem), logo é pouco aplicada em Direito Penal. Não será admitida em sendo prejudicial ao réu (in malam partem);
LEGALIDADE
Assegura que não há crime, ou contravenção penal, sem prévia definição legal. Igualmente inexiste pena sem a prévia cominação legal (sem a pena estabelecida para o tipo). Nullum crimen nulla poena sine praevia lege
ANTERIORIDADE
Denota a obrigação de se haver prévia estipulação de lei definidora do crime, assim como a pena para esse crime deve estar estabelecida (Art. 1º, CP).
PERSONALIDADE OU RESPONSABILIDADE PESSOAL OU INTRANSCENDÊNCIA
Exprime que a pena permanecerá com a pessoa até que a mesma seja extinta (a pena), ou a pessoa termine sua execução, ou ainda, venha a falecer, frisando que ninguém poderá ser punido por fato alheio.
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Garante que as penas dos infratores não sejam igualadas, mesmo que tenham praticado crimes idênticos. Isto porque, independente da prática de mesma conduta, cada indivíduo possui um histórico pessoal, devendo cada qual receber apenas a punição que lhe é devida.
INTERVENÇÃO MÍNIMA
O Direito Penal somente deverá ser aplicado em havendo extrema necessidade, mantendo-se como subsidiário e fragmentário. Evita que os autores dos denominados “crimes de bagatela” sejam enviados aos presídios tão somente porque sua conduta estava descrita em um tipo penal.
CULPABILIDADE
O princípio da culpabilidade rege que não há crime sem dolo, e que não há crime sem culpabilidade. Deve-se considerar o nexo causal entre a conduta e o resultado.
TAXATIVIDADE
A conduta deve estar prevista em lei. A norma incriminadora legal deve ser clara, compreensível, permitindo ao cidadão a real consciência acerca da conduta punível pelo Estado.
PROPORCIONALIDADE
A gravidade do delito deve corresponder à severidade da sanção.
CRIME
Aspecto Material: é toda conduta que, propositada ou descuidadamente, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos imprescindíveis para a existência, conservação e desenvolvimento da sociedade;
Aspecto Formal: são as condutas, ações ou omissões proibidas pela lei, sob ameaça de sanção de direitos na forma de pena. É aquilo que a lei penal descreve como sendo crime;
Aspecto Analítico: é um fato típico, antijurídico, culpável e punível.
TEMPO DO CRIME
O ordenamento penal brasileiro adotou a teoria da atividade para tempo do crime.
TERRITORIALIDADE
É a aplicação da lei brasileira a toda infração penal cometida em território nacional.
Adota-se o princípio da territorialidade temperada, pois, apenas quando as normas de direito internacional dispuserem sentido em contrário, a lei penal brasileira será aplicada a nacional, estrangeiro ou apátrida, residente ou em trânsito pelo Brasil.
EXTRATERRITORIALIDADE 
O princípio da extraterritorialidade versa sobre a aplicação da lei brasileira para tipos penais cometidos fora do território nacional, desde que se enquadrem nas hipóteses previstas no Art. 7º, CP.
LUGAR DO CRIME
O ordenamento penal brasileiro adotou a teoria mista ou da ubiquidade para lugar do crime. Segundo norma do Art. 6º, CP.
CONTAGEM DE PRAZO
Os prazos de direito penal começam sua contagem no mesmo dia em que os fatos ocorreram (Art. 10, CP).
NEXO DE CAUSALIDADE
Elo físico (material ou natural) que se estabelece entre a conduta do agente e o resultado produzido, permitindo a formação do fato que será tipificado no tipo penal. Baseia-se na teoria da equivalência, dos antecedentes ou condições.
CAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES
Não se origina da conduta do agente. Não geram responsabilização ao agente (apenas se for prevista tentativa do tipo penal).
CAUSA PRÉ-EXISTENTE: “B” fora envenenado por “C” há três dias. Há dois dias, “A” esfaqueou “B” numa briga. “B” veio a óbito ontem, decorrente de envenenamento. “A” responderá por tentativa de homicídio e “C”, por homicídio consumado.
CAUSA CONCOMITANTE: “A” encontra-se envenenando “B”. O local é invadido por bandidos atirando, que acabam por atingir “B”. “B” falece do tiro recebido. “A” responderá por tentativa de homicídio.
CAUSA SUPERVENIENTE: “B”, após ser envenenado por “A”, cai da escada e falece vítima de traumatismo craniano. “A” responderá por tentativa de homicídio.
CAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES
Origina-se da conduta e comporta-se como se por si só tivesse produzido o resultado, não sendo uma decorrência normal e esperada. Tem relação com a conduta apenas porque dela se originou, mas é independente, uma vez que atua como se por si só tivesse produzido o resultado.
CAUSA PRÉ-EXISTENTE: “B” é hemofílico. “A” atinge “B” com uma facada no ombro (ferimento não letal). “B” sangra até morrer. A associação das causas, facada + hemofilia, levam ao resultado, logo “A” responderá pelo crime consumado.
CAUSA CONCOMITANTE: “B” leva uma facada de “A”. “B”, assustado com a ação sofre um infarto fulminante e vem a falecer. “A” responderá pelo crime consumado, pois o “susto” está ligado à conduta do agente.
CAUSA SUPERVENIENTE: “A” desfere um tiro em “B”. “B” é socorrido em ambulância, porém no caminho para o hospital a ambulância sofre uma colisão e “B” vem a falecer. Como a causa da morte foi o acidente da ambulância, “A” responderá por crime tentado. (Art. 13, §1º, CP).
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
Comum: pode ser praticado por qqr um. Ex.: matar alguém (Art. 121, CP).
Próprio: exige qualificação do autor. Divide-se:
- De Fato: a pessoa tem de possuir a qualidade apontada no tipo. Ex.: Art. 130, CP, exige ser portador de doença venérea.
- De Direito: é crime de norma penal em branco. Ex.: Art. 312, CP.
De Mão Própria: só podem ser cometidos por quem de fato agiu e não admite coautoria. Ex.: Art. 342, CP.
Instantâneo: com consumação imediata, ocorre no momento da ação ou omissão. Ex.: Art. 155, CP.
Permanente: resultado se arrasta na linha do tempo, sem necessidade de novas ações. Ex.: Art. 148, CP.
Habitual: se consuma mediante prática reiterada de determinada conduta. Ex.: Art. 282, CP. Art. 229, CP.
Formal: não exige a produção do resultado para a consumação do crime, ainda que possível que ele ocorra. Ex.: Art. 147, CP. Art. 159, CP.
Material: só se consuma com a produção do resultado naturalístico. Ex.: Art. 157, CP. Art. 121, CP.
Continuado: Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes. Ex.: o cara q rouba a empresa diariamente.
Comissivo: o tipo penal exige uma ação (“fazer”). Ex.: Matar alguém, Art. 121, CP. Roubar alguém, Art. 157, CP.
Omissivo:o tipo penal exige uma omissão (“deixar de fazer”). Ex.: Omissão de Socorro, Art. 135, CP.
Comissivo por Omissão: não impedir o resultado quando há dever de fazê-lo. Ex.: bombeiro se negar a salvar uma vítima. Fere o Art. 13, §2º.
Unissubjetivo: necessita um só agente. Ex.: Roubo.
Plurissubjetivo: necessita de mais de um agente. Único q pune ato preparatório. Ex.: Formação de quadrilha, Art. 288, CP. Bigamia, Art. 235, CP.
Unissubsistente: exige apenas um ato para se consumar. Ex.: Furto, Art. 155, CP.
Plurissubsistente: exige mais de uma conduta, um ato, para se consumar.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: Art. 15, CP. Desiste pq quer.
ARREPENDIMENTO EFICAZ: Art. 15, CP. Faz tudo, mas não efetua o crime (não responde pela tentativa, mas por tudo o q fez antes).
ARREPENDIMENTO POSTERIOR: Art. 16, CP. Pq quer, antes da denúncia, repara o dano. Diminui a pena. Não pode ter violência no ato.

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