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Direito e Ética Ética É a ciência normativa dos comportamentos humanos. Axiologia – Teoria dos Valores Teleologia – Teoria dos fins Trata-se de “escolha de uma diretriz considerada obrigatória numa coletividade” (REALE, 1976, p. 33). Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica ou influenciar na criação de normas. É uma reflexão sobre a moral. A interpretação axiológica leva a obrigatoriedade da via escolhida. O Direito é imperativo, assim como a ética. Toda “norma enuncia algo que deve ser, em virtude de ter sido reconhecido um valor como razão determinante de um comportamento declarado obrigatório” (REALE, 1976, p. 34). Atuação da ética sobre a produção normativa Histórico de regulamentação 1988 – obrigatoriedade da frase: “O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde” nas embalagens dos produtos derivados do tabaco 1990 – obrigatoriedade de frases de alerta em propagandas de rádio e televisão 1996 – Comerciais de produtos derivados do tabaco só podem ser veiculados entre as 21h e as 6h. Fumar em locais fechados passa a ser proibido (exceto em fumódromos) 2000- É proibida a propaganda de produtos derivados de tabaco em revistas, jornais, outdoors, televisão e rádios. Patrocínio de eventos culturais e esportivos e associar o fumo às praticas esportivas também passam a ser proibidos 2001 - Anvisa determina teores máximos para alcatrão, nicotina e monóxido de carbono. Imagens de advertência passam a ser obrigatórias em material de propaganda e embalagens de produtos fumígenos. 2002 – É proibida a produção, comercialização, distribuição e propaganda de alimentos na forma de produtos derivados do tabaco 2003 – Passa a ser obrigatória o uso das frases: “Venda proibida a menores de 18 anos” e “Este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina, que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para consumo destas substâncias” 2008 - Novas imagens de advertência, mais agressivas, passam a ser introduzidas nos rótulos de produtos derivados do tabaco 2010 - Anvisa publica duas consultas públicas sobre produtos derivados do tabaco: uma prevê o fim do uso de aditivos e a outra regulamenta a propaganda desses produtos, bem como, exposição nos pontos de venda e prevê nova frase de advertências nas embalagens 2011 – Lei Federal proíbe fumar em locais fechados e Anvisa proíbe o uso de aditivos em produtos derivados do tabaco 2012 - Anvisa publica resolução que restringe aditivos em cigarros Juízo de valor O juízo é a atribuição, com caráter de necessidade, certa qualidade a um ser. Tem-se, portanto, sempre um sujeito (S) e um predicado (P). Juízo de realidade copula o verbo “ser”. S é P Juízo de valor copula o verbo “dever ser”. S deve ser P O legislador não se limita a descrever um fato tal como ele é (juízo de realidade), mas baseando-se naquilo que é e determina algo que “deve ser” (juízo de valor). Desta forma, permite a cominação de consequências, caso se verifique a ação ou a omissão, a obediência à norma ou a sua violação. DEVER SER Lei 12.651/12 – Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Consequência: Lei 12.651/12 – Art. 7º, § 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei. Estrutura da norma Ética A norma, ao prever uma sanção, já denota que o enunciado é algo que “deve ser”. “[...] é fundamentalmente verdadeira a asserção de que uma norma ética se caracteriza pela possibilidade de sua violação [...]. [...] a norma tem por objeto decisões e atos humanos, sendo inerente a estes a dialética do sim e do não, o adimplemento da regra, ou a sua transgressão”. (REALE, 1976, p. 35-6) É a relação entre o dever e a liberdade que caracteriza o mundo ético, que é o mundo do dever ser, distinto do mundo do ser, onde não há deveres a cumprir, mas previsões que têm de ser confirmadas para continuarem sendo válidas. Isto é, “a norma ética brilha com esplendor insólito no instante mesmo em que é violada” (Rosmini). A regra, “embora transgredida e porque transgredida, continua válida, fixando a responsabilidade do transgressor” (REALE, 1976, p. 36) A norma ética estrutura-se como um juízo de dever ser, estabelecendo direção a ser seguida e a medida considerada lícita ou ilícita. Assim, estrutura-se em função dos comportamentos normalmente previsíveis do homem comum, de um tipo de homem dotado de tais ou quais qualidades que o tornam o destinatário razoável de um preceito de caráter genérico.
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