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Topico 1 Problema economico fundamental 2016

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Prof. Talles Girardi de Mendonça
Curso: Ciências Contábeis
Introdução à Economia
Tópico 1: O Problema Econômico Fundamental
1.1 Definição de Economia
Ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo de bens e serviços utilizados para satisfazer as necessidades humanas;
Outras definições:
Stonier e Hague (1971) – “A economia é, fundamentalmente, o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes;
Samuelson e Nordhaus (1988) – “A economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir bens variados e para os distribuir para consumo, agora ou no futuro, entre várias pessoas e grupos da sociedade.
1.1 Definição de Economia
Não é uma ciência exata – existe consenso entre economistas sobre algumas questões econômicas mas não sobre outras;
Ex 1: procura e preços;
Ex 2: necessidade de intervenção do governo na economia;
1.2 O problema econômico fundamental ou o problema da escassez
Pelo que foi visto – Economia estuda a produção, a circulação e o consumo de bens e serviços utilizados para satisfazer as necessidades humanas;
 Todavia: necessidades são ilimitadas (em razão da natureza do ser humano) e recursos produtivos (recursos naturais, mão de obra e máquinas e equipamentos) são finitos;
Diante de necessidades ilimitadas e recursos limitados  a sociedade precisa escolher quais bens e serviços deverão ser produzidos;
1.2 O problema econômico fundamental ou o problema da escassez
Importante: não confundir escassez com pobreza;
Pobreza: significa ter poucos bens;
Escassez: significa ter mais desejos do que bens para satisfazê-los;
1.2.1 Alguns conceitos básicos
Necessidades humanas
Falta de alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la;
Por que as necessidades são ilimitadas?
Exemplo da “Lâmpada do Aladim”.
Inovação tecnológica cria “novas” necessidades;
Existem necessidades que não podem ser atendidas pelo consumo de bens e serviços – sabedoria, autoconfiança, amor, etc;
1.2.1 Alguns conceitos básicos
Necessidades humanas
necessidades não econômicas: sabedoria, amor, e bens livres Ex: o ar, luz solar
As necessidades econômicas se referem àquelas cujo atendimento pode ser satisfeito por bens que não sejam gratuitos e que o homem precisa produzir;
Os bens econômicos são aqueles que satisfazem as necessidades econômicas e que possuem preço de mercado;
1.2.1 Alguns conceitos básicos
Bens e serviços
Bem é tudo aquilo que satisfaz uma ou várias necessidades humanas
Os bens são classificados quanto à raridade em:
livres: podem ser obtidos com pouco esforço humano - são bens porque satisfazem necessidades mas sua utilização não implica em relações de ordem econômica – Ex: ar, luz solar, etc.
econômicos: são escassos e supõem a realização de esforço humano na sua obtenção (possuem preço maior que zero);
1.2.1 Alguns conceitos básicos
Bens e serviços
Quanto à natureza os bens econômicos são classificados em:
Bens materiais – são tangíveis – Ex: roupas, livros, etc.
Bens imateriais – são intangíveis – Ex: serviços médicos ou de um advogado
1.2.1 Alguns conceitos básicos
Bens e serviços
Quanto ao destino os bens econômicos são classificados em:
Bens de consumo – diretamente utilizados para satisfação das necessidades humanas. Podem ser de uso não durável (alimentos) ou de uso durável (automóveis);
Bens de capital – são aqueles utilizados na produção de outros bens. Ex: máquinas, equipamentos, edifícios, etc.
1.2.1 Alguns conceitos básicos
Bens e serviços
Quanto ao agente fornecedor os bens econômicos são classificados em:
Bens privados – são os possuídos e produzidos pelo setor privado. Ex: automóveis, eletrodomésticos, etc.
Bens públicos – referem-se aos bens fornecidos pelo setor público. Ex: educação, justiça, segurança, etc.
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP é um recurso utilizado para ilustrar o problema da escassez;
Exemplo
Uma empresa que tenha 10 máquinas e 40 trabalhadores e que tenha dois produtos na sua linha de fabricação, parafuso tipo A e parafuso tipo B. Adicionalmente  fatores de produção e tecnologia fixos;
O diretor da empresa encomenda ao engenheiro responsável pelo Departamento de Produção um lavantamento de quais são as possibilidades de produção da empresa utilizando-se plenamente e da forma mais eficiente possível todos os fatores de produção da empresa
1.3 A curva de possibilidades de produção
O engenheiro obedecendo as ordens faz o seguinte levantamento de produção:
À medida que a produção de um dos parafusos aumenta, a produção do outro tem de ser reduzida;
ParafusoA
ParafusoB
20
0
18
1
15
2
11
3
6
4
0
5
A 
B
5
4
1
3
2
18
20
15
11
6
(6,4)
(11,3)
(15,2)
(18,1)
1.3 A curva de possibilidades de produção
Graficamente:
1.3 A curva de possibilidades de produção
Algumas constatações podem ser tiradas da análise do gráfico:
A produção de B é mais difícil de ser empreendida;
Os pontos da CPP mostram a quantidade máxima da produção de um dos bens, dada a produção do outro;
Um ponto dentro da curva significa uma produção abaixo ou aquém das possibilidades da empresa; se ela resolver produzir em (6,3) recursos ficarão ociosos;
Um ponto fora da curva significa uma produção acima ou além das possibilidades da empresa; por exemplo, não é possível produzir (11,4), a menos que haja inovação tecnológica ou aumento dos fatores (constantes no exemplo);
Aumentos na produção de um bem só são possíveis mediante redução na produção do outro.
1.3 A curva de possibilidades de produção
Tudo o que foi falado poderia ser aplicado a uma sociedade em que apenas dois tipos de bens pudessem ser produzidos e para a qual os fatores de produção e a tecnologia fossem constantes. 
Assim a CPP ilustra o problema da escassez: os recursos produtivos são limitados e não podem atender à produção de todos os bens e serviços que seriam necessários para satisfazer as necessidades humanas; a sociedade para obter mais do bem A, precisaria sacrificar a produção do bem B e vice-versa.
Custo de oportunidade: a quantidade perdida de A que a sociedade precisa incorrer para aumentar a produção de B;
1.3 A curva de possibilidades de produção
No exemplo o custo de oportunidade é crescente;
O custo de oportunidade crescente faz com que a CPP tenha concavidade voltada para baixo;
Unidadeadicionalde B
Perdade A (custodeoportunidade)
1ª
2 (20-18)
2ª
3 (18-15)
3ª
4 (15-11)
4ª
5 (11-6)
5ª
6 (6-0)
1.3 A curva de possibilidades de produção
Se o custo de oportunidade fosse constante a CPP seria uma linha reta;
A
B
20
0
16
1
12
2
8
3
4
4
0
5
A 
B
5
4
1
3
2
16
20
12
8
4
1.3 A curva de possibilidades de produção
1.3 A curva de possibilidades de produção
O custo de oportunidade é crescente pois à medida que se deslocam fatores de produção que são adequados à produção de A para a fabricação de B ou vice versa, estes fatores serão cada vez menos eficientes;
No exemplo, trabalhadores especializados na produção de A ao serem transferidos para a de B serão bem menos produtivos. 
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP de uma sociedade
Hipóteses:
Economia produz apenas dois bens: alimentos e minério de ferro;
Quantidade fixa de fatores produtivos: um número fixo de indivíduos, quantidade fixa de fábricas e um montante fixo de reursos naturais (terra);
Técnicas de produção constantes;
Fatores podem ser aplicados na produção de minérios, alimentos ou em ambos;
Minério
Mil ton 
Alimentos
Milhões ton
5
4
1
3
2
18
20
15
11
6
E (6,4)
D (11,3)
C (15,2)
B (18,1)
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP de uma sociedade
A (20,0)
F (0,5)
G (11,4)
H (6,3)
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP de uma sociedade
De forma análoga ao do exemplo anterior, se todos os fatores forem aplicados na produção de minério, 20 mil toneladas serão produzidas;
Se todos os fatores forem aplicados em alimentos, 5 mil toneladas serão produzidas;
Pontos aquém da CPP – há capacidade ociosa (ineficiência) e o custo de oportunidade é zero;
Pontos além da CPP – não são atingíveis;
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP de uma sociedade
Neste exemplo, o custo de oportunidade da produção de alimentos pode ser expresso em termos de minério;
Custo de oportunidade crescente – produzir 1 milhão de toneladas de alimentos “custa” 2 mil toneladas de minério, mas produzir 2 milhões de toneladas de alimentos “custa” 3 mil toneladas de minério;
Motivo: recursos utilizados em uma atividade podem não ter a mesma eficiência quando transferidos para outra (especificidade);
1.3 A curva de possibilidades de produção
Vejamos como isso acontece para o exemplo: é de se esperar que as terras adequadas à produção de alimentos sejam pobres em minério de ferro, e que as terras que contenham grandes quantidades de minério sejam inadequadas ao plantio;
 
Terras férteis
Terras ricas em minério
Níveis intermediários de fertilidade e riqueza em minérios
1.3 A curva de possibilidades de produção
Em A toda a terra (e demais fatores) está sendo empregada na produção de minérios; entretanto, se parte das terras férteis for liberada para produção de alimentos, haverá pequena redução na produção de minérios (uma vez que solos férteis são também pobres em minério de ferro) e uma grande expansão na produção de alimentos;
Se a produção de alimentos continuar aumentando, haverá cada vez menos terras férteis, e haverá necessidade de utilizar terras cada vez mais inadequadas para agricultura, mas ricas em minério de ferro; 
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP: Algumas aplicações
Mudanças na CPP: o crescimento
Aumento no estoque de fatores de produção e o avanço tecnológico aumentam as possibilidades de produção;
Minério
Mil ton 
Alimentos
Milhões ton
5
4
1
3
2
18
20
15
11
6
D (11,3)
C (15,2)
B (18,1)
1.3 A curva de possibilidades de produção
A (20,0)
G (11,4)
H (6,3)
Graficamente:
E (6,4)
F (0,5)
2000
2010
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP: Algumas aplicações
Mudanças na CPP: o crescimento
Se os fatores que causam deslocamento da curva de possibilidades de produção forem mais favoráveis na direção de um bem do que na do outro, maior será o deslocamento em favor desse bem – Ex melhora nas técnicas de produção agrícola;
Minério
Mil ton 
Alimentos
Milhões ton
5
4
1
3
2
18
20
15
11
6
D (11,3)
C (15,2)
B (18,1)
1.3 A curva de possibilidades de produção
A (20,0)
H (6,3)
Graficamente:
E (6,4)
F (0,5)
2000
2010
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP: Algumas aplicações
Mudanças na CPP: O crescimento e o dilema da escolha entre bens de consumo e bens de capital
Bens de consumo atendem necessidades diretas da população;
Bens de capital são destinados à produção de outros bens;
Bens de capital se desgastam ao longo do processo produtivo (depreciação) e necesssitam ser repostos para que o sistema mantenha sua capacidade de produção;
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP: Algumas aplicações
Mudanças na CPP: O crescimento e o dilema da escolha entre bens de consumo e bens de capital
Assim, torna-se necessário produzir bens de capital para repor os desgastados e para ampliar a capacidade de produção futura da economia (Investimento - formação de capital);
Bens de consumo 
Bens de capital
1.3 A curva de possibilidades de produção
Graficamente:
2000
2010
A
B
C
1.3 A curva de possibilidades de produção
A CPP: Algumas aplicações
Mudanças na CPP: O crescimento e o dilema da escolha entre bens de consumo e bens de capital
Em A todos os recursos são aplicados na produção de bens de capital
Em B todos os recursos são aplicados na produção de bens de consumo;
A situação ideal é um ponto intermediário – ponto C no qual os dois tipos de bens são produzidos;
1.4 Os Fatores de Produção
A maioria dos economistas classifica os fatores de produção da sociedade em três categorias:
Recursos naturais ou terra;
Mão-de-obra ou Trabalho;
Capital;
Existem ainda outras categorias;
1.4 Os Fatores de Produção
Recursos naturais ou terra – elementos da natureza suscetíveis de serem incorporados às atividades econômicas;
Seu volume depende da disponibilidade e de avanços tecnológicos (que determinam as possibilidades de aproveitamento de matérias-primas e fontes de energia, por exemplo);
1.4 Os Fatores de Produção
Mão-de-obra ou Trabalho – refere-se à PEA (População Economicamente Ativa);
População Ativa – Exclui os muito jovens e idosos;
População Economicamente Ativa – exclui da PA estudantes e donas de casa, ou seja, inclui as pessoas que estão empregadas ou procurando emprego; 
1.4 Os Fatores de Produção
Capital – corresponde ao conjunto de edifícios, máquinas, equipamentos e instalações que a sociedade dispõe para efetuar a produção – Estoque de capital;
1.5 Sistema Econômico
É a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas de produção, circulação e consumo de bens e serviços;
Necessidades 
humanas
 ilimitadas
X
Recursos
produtivos
escassos
Escassez
Escolha
O que; quanto;
Como;
Para quem
(produzir)
1.6 Fluxos econômicos numa economia de mercado – os mercados de fatores e de bens
Suponhamos um sistema econômico com dois conjuntos de agentes; as unidades de produção (empresas) e as unidades consumidoras (famílias – proprietárias dos fatores de produção);
Empresas  bens e serviços  utilizando fatores  pagando uma remuneração pelo uso de fatores (renda);
Proprietários dos fatores de produção (capitalistas, trabalhdores e pessoas donas dos recursos naturais)  utilizam renda  bens e serviços (dispêndio);
Importante: empresa é um agente econômico distinto do capitalista, seu proprietário, que faz parte das famílias;
1.6 Fluxos econômicos numa economia de mercado – os mercados de fatores e de bens
A renda paga pelas empresas pelo uso dos fatores é classificada em quatro categorias:
Salários – salários, comissões, honorários de profissionais liberais, pago a trabalhadores;
Juros e lucros – remuneração do capital  Juros: será remuneração do capital no caso em que uma firma tome um empréstimo para aquisição de bens de capital e pague juros (pagamento pelos serviços do fator de produção) por ele; Lucros: será a remuneração do capital quando os proprietários da firma são eles mesmos donos dos bens de capital;
Aluguéis – remuneração dos proprietários dos recursos naturais e de bens de capital arrendados a terceiros;
1.6 Fluxos econômicos numa economia de mercado – os mercados de fatores e de bens
Unidades de produção
Famílias
Fatores de produção
Pagamento pelo uso dos fatores = renda
Bens e serviços
Pagamento pela compra de bens e serviços = dispêndio
1.6 Fluxos econômicos numa economia de mercado – os mercados de fatores e de bens
O que e quanto produzir? decisão conjunta de famílias e empresas;
Como produzir? Definido pela concorrência entre produtores;
Para quem produzir? Questão distributiva – depende da disponibilidade e da produtividade dos fatores possuídos por um indivíduo ou família;
1.7 Micro e Macroeconomia
Microeconomia – ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento do mercado de
um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores e vendedores de tais bens, tais como o mercado de automóveis, de produtos agrícolas, etc;
Macroeconomia – ramo da Toeria Econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o volume de produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial;
1.8 Variáveis fluxo e estoque
Variáveis fluxo – medidas em determinada unidade de tempo (ano, semestre, trimestre, mês, semana, dia, etc)  consumo de bens e serviços, salários pagos, lucro das empresas, exportações e importações de um país, etc;
Variáveis estoque – medidas em determinada data  estoque de mercadorias, de matérias primas, capital investido em uma empresa, dívida externa de um país, etc;
Importante: valor da variável estoque é influenciado pelo valor da variável fluxo;
 Ex: dívida externa (estoque) e empréstimos e amortizações (fluxo); estoque de bens de capital (estoque) e investimento (fluxo);
Referências bibliográficas
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. São Paulo: Cengage Learning, 2013. 670 p. Cap. 1. (pag. 3 a 7 e 10 a 12) e Cap. 2. (pag. 47 a 59).
VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Introdução à Economia. São Paulo: Frase, 2014. 565 p. Cap. 1.

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