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Prof. Talles Girardi de Mendonça Curso: Ciências Contábeis Introdução à Economia Tópico 1: O Problema Econômico Fundamental 1.1 Definição de Economia Ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo de bens e serviços utilizados para satisfazer as necessidades humanas; Outras definições: Stonier e Hague (1971) – “A economia é, fundamentalmente, o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes; Samuelson e Nordhaus (1988) – “A economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir bens variados e para os distribuir para consumo, agora ou no futuro, entre várias pessoas e grupos da sociedade. 1.1 Definição de Economia Não é uma ciência exata – existe consenso entre economistas sobre algumas questões econômicas mas não sobre outras; Ex 1: procura e preços; Ex 2: necessidade de intervenção do governo na economia; 1.2 O problema econômico fundamental ou o problema da escassez Pelo que foi visto – Economia estuda a produção, a circulação e o consumo de bens e serviços utilizados para satisfazer as necessidades humanas; Todavia: necessidades são ilimitadas (em razão da natureza do ser humano) e recursos produtivos (recursos naturais, mão de obra e máquinas e equipamentos) são finitos; Diante de necessidades ilimitadas e recursos limitados a sociedade precisa escolher quais bens e serviços deverão ser produzidos; 1.2 O problema econômico fundamental ou o problema da escassez Importante: não confundir escassez com pobreza; Pobreza: significa ter poucos bens; Escassez: significa ter mais desejos do que bens para satisfazê-los; 1.2.1 Alguns conceitos básicos Necessidades humanas Falta de alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la; Por que as necessidades são ilimitadas? Exemplo da “Lâmpada do Aladim”. Inovação tecnológica cria “novas” necessidades; Existem necessidades que não podem ser atendidas pelo consumo de bens e serviços – sabedoria, autoconfiança, amor, etc; 1.2.1 Alguns conceitos básicos Necessidades humanas necessidades não econômicas: sabedoria, amor, e bens livres Ex: o ar, luz solar As necessidades econômicas se referem àquelas cujo atendimento pode ser satisfeito por bens que não sejam gratuitos e que o homem precisa produzir; Os bens econômicos são aqueles que satisfazem as necessidades econômicas e que possuem preço de mercado; 1.2.1 Alguns conceitos básicos Bens e serviços Bem é tudo aquilo que satisfaz uma ou várias necessidades humanas Os bens são classificados quanto à raridade em: livres: podem ser obtidos com pouco esforço humano - são bens porque satisfazem necessidades mas sua utilização não implica em relações de ordem econômica – Ex: ar, luz solar, etc. econômicos: são escassos e supõem a realização de esforço humano na sua obtenção (possuem preço maior que zero); 1.2.1 Alguns conceitos básicos Bens e serviços Quanto à natureza os bens econômicos são classificados em: Bens materiais – são tangíveis – Ex: roupas, livros, etc. Bens imateriais – são intangíveis – Ex: serviços médicos ou de um advogado 1.2.1 Alguns conceitos básicos Bens e serviços Quanto ao destino os bens econômicos são classificados em: Bens de consumo – diretamente utilizados para satisfação das necessidades humanas. Podem ser de uso não durável (alimentos) ou de uso durável (automóveis); Bens de capital – são aqueles utilizados na produção de outros bens. Ex: máquinas, equipamentos, edifícios, etc. 1.2.1 Alguns conceitos básicos Bens e serviços Quanto ao agente fornecedor os bens econômicos são classificados em: Bens privados – são os possuídos e produzidos pelo setor privado. Ex: automóveis, eletrodomésticos, etc. Bens públicos – referem-se aos bens fornecidos pelo setor público. Ex: educação, justiça, segurança, etc. 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP é um recurso utilizado para ilustrar o problema da escassez; Exemplo Uma empresa que tenha 10 máquinas e 40 trabalhadores e que tenha dois produtos na sua linha de fabricação, parafuso tipo A e parafuso tipo B. Adicionalmente fatores de produção e tecnologia fixos; O diretor da empresa encomenda ao engenheiro responsável pelo Departamento de Produção um lavantamento de quais são as possibilidades de produção da empresa utilizando-se plenamente e da forma mais eficiente possível todos os fatores de produção da empresa 1.3 A curva de possibilidades de produção O engenheiro obedecendo as ordens faz o seguinte levantamento de produção: À medida que a produção de um dos parafusos aumenta, a produção do outro tem de ser reduzida; ParafusoA ParafusoB 20 0 18 1 15 2 11 3 6 4 0 5 A B 5 4 1 3 2 18 20 15 11 6 (6,4) (11,3) (15,2) (18,1) 1.3 A curva de possibilidades de produção Graficamente: 1.3 A curva de possibilidades de produção Algumas constatações podem ser tiradas da análise do gráfico: A produção de B é mais difícil de ser empreendida; Os pontos da CPP mostram a quantidade máxima da produção de um dos bens, dada a produção do outro; Um ponto dentro da curva significa uma produção abaixo ou aquém das possibilidades da empresa; se ela resolver produzir em (6,3) recursos ficarão ociosos; Um ponto fora da curva significa uma produção acima ou além das possibilidades da empresa; por exemplo, não é possível produzir (11,4), a menos que haja inovação tecnológica ou aumento dos fatores (constantes no exemplo); Aumentos na produção de um bem só são possíveis mediante redução na produção do outro. 1.3 A curva de possibilidades de produção Tudo o que foi falado poderia ser aplicado a uma sociedade em que apenas dois tipos de bens pudessem ser produzidos e para a qual os fatores de produção e a tecnologia fossem constantes. Assim a CPP ilustra o problema da escassez: os recursos produtivos são limitados e não podem atender à produção de todos os bens e serviços que seriam necessários para satisfazer as necessidades humanas; a sociedade para obter mais do bem A, precisaria sacrificar a produção do bem B e vice-versa. Custo de oportunidade: a quantidade perdida de A que a sociedade precisa incorrer para aumentar a produção de B; 1.3 A curva de possibilidades de produção No exemplo o custo de oportunidade é crescente; O custo de oportunidade crescente faz com que a CPP tenha concavidade voltada para baixo; Unidadeadicionalde B Perdade A (custodeoportunidade) 1ª 2 (20-18) 2ª 3 (18-15) 3ª 4 (15-11) 4ª 5 (11-6) 5ª 6 (6-0) 1.3 A curva de possibilidades de produção Se o custo de oportunidade fosse constante a CPP seria uma linha reta; A B 20 0 16 1 12 2 8 3 4 4 0 5 A B 5 4 1 3 2 16 20 12 8 4 1.3 A curva de possibilidades de produção 1.3 A curva de possibilidades de produção O custo de oportunidade é crescente pois à medida que se deslocam fatores de produção que são adequados à produção de A para a fabricação de B ou vice versa, estes fatores serão cada vez menos eficientes; No exemplo, trabalhadores especializados na produção de A ao serem transferidos para a de B serão bem menos produtivos. 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP de uma sociedade Hipóteses: Economia produz apenas dois bens: alimentos e minério de ferro; Quantidade fixa de fatores produtivos: um número fixo de indivíduos, quantidade fixa de fábricas e um montante fixo de reursos naturais (terra); Técnicas de produção constantes; Fatores podem ser aplicados na produção de minérios, alimentos ou em ambos; Minério Mil ton Alimentos Milhões ton 5 4 1 3 2 18 20 15 11 6 E (6,4) D (11,3) C (15,2) B (18,1) 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP de uma sociedade A (20,0) F (0,5) G (11,4) H (6,3) 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP de uma sociedade De forma análoga ao do exemplo anterior, se todos os fatores forem aplicados na produção de minério, 20 mil toneladas serão produzidas; Se todos os fatores forem aplicados em alimentos, 5 mil toneladas serão produzidas; Pontos aquém da CPP – há capacidade ociosa (ineficiência) e o custo de oportunidade é zero; Pontos além da CPP – não são atingíveis; 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP de uma sociedade Neste exemplo, o custo de oportunidade da produção de alimentos pode ser expresso em termos de minério; Custo de oportunidade crescente – produzir 1 milhão de toneladas de alimentos “custa” 2 mil toneladas de minério, mas produzir 2 milhões de toneladas de alimentos “custa” 3 mil toneladas de minério; Motivo: recursos utilizados em uma atividade podem não ter a mesma eficiência quando transferidos para outra (especificidade); 1.3 A curva de possibilidades de produção Vejamos como isso acontece para o exemplo: é de se esperar que as terras adequadas à produção de alimentos sejam pobres em minério de ferro, e que as terras que contenham grandes quantidades de minério sejam inadequadas ao plantio; Terras férteis Terras ricas em minério Níveis intermediários de fertilidade e riqueza em minérios 1.3 A curva de possibilidades de produção Em A toda a terra (e demais fatores) está sendo empregada na produção de minérios; entretanto, se parte das terras férteis for liberada para produção de alimentos, haverá pequena redução na produção de minérios (uma vez que solos férteis são também pobres em minério de ferro) e uma grande expansão na produção de alimentos; Se a produção de alimentos continuar aumentando, haverá cada vez menos terras férteis, e haverá necessidade de utilizar terras cada vez mais inadequadas para agricultura, mas ricas em minério de ferro; 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP: Algumas aplicações Mudanças na CPP: o crescimento Aumento no estoque de fatores de produção e o avanço tecnológico aumentam as possibilidades de produção; Minério Mil ton Alimentos Milhões ton 5 4 1 3 2 18 20 15 11 6 D (11,3) C (15,2) B (18,1) 1.3 A curva de possibilidades de produção A (20,0) G (11,4) H (6,3) Graficamente: E (6,4) F (0,5) 2000 2010 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP: Algumas aplicações Mudanças na CPP: o crescimento Se os fatores que causam deslocamento da curva de possibilidades de produção forem mais favoráveis na direção de um bem do que na do outro, maior será o deslocamento em favor desse bem – Ex melhora nas técnicas de produção agrícola; Minério Mil ton Alimentos Milhões ton 5 4 1 3 2 18 20 15 11 6 D (11,3) C (15,2) B (18,1) 1.3 A curva de possibilidades de produção A (20,0) H (6,3) Graficamente: E (6,4) F (0,5) 2000 2010 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP: Algumas aplicações Mudanças na CPP: O crescimento e o dilema da escolha entre bens de consumo e bens de capital Bens de consumo atendem necessidades diretas da população; Bens de capital são destinados à produção de outros bens; Bens de capital se desgastam ao longo do processo produtivo (depreciação) e necesssitam ser repostos para que o sistema mantenha sua capacidade de produção; 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP: Algumas aplicações Mudanças na CPP: O crescimento e o dilema da escolha entre bens de consumo e bens de capital Assim, torna-se necessário produzir bens de capital para repor os desgastados e para ampliar a capacidade de produção futura da economia (Investimento - formação de capital); Bens de consumo Bens de capital 1.3 A curva de possibilidades de produção Graficamente: 2000 2010 A B C 1.3 A curva de possibilidades de produção A CPP: Algumas aplicações Mudanças na CPP: O crescimento e o dilema da escolha entre bens de consumo e bens de capital Em A todos os recursos são aplicados na produção de bens de capital Em B todos os recursos são aplicados na produção de bens de consumo; A situação ideal é um ponto intermediário – ponto C no qual os dois tipos de bens são produzidos; 1.4 Os Fatores de Produção A maioria dos economistas classifica os fatores de produção da sociedade em três categorias: Recursos naturais ou terra; Mão-de-obra ou Trabalho; Capital; Existem ainda outras categorias; 1.4 Os Fatores de Produção Recursos naturais ou terra – elementos da natureza suscetíveis de serem incorporados às atividades econômicas; Seu volume depende da disponibilidade e de avanços tecnológicos (que determinam as possibilidades de aproveitamento de matérias-primas e fontes de energia, por exemplo); 1.4 Os Fatores de Produção Mão-de-obra ou Trabalho – refere-se à PEA (População Economicamente Ativa); População Ativa – Exclui os muito jovens e idosos; População Economicamente Ativa – exclui da PA estudantes e donas de casa, ou seja, inclui as pessoas que estão empregadas ou procurando emprego; 1.4 Os Fatores de Produção Capital – corresponde ao conjunto de edifícios, máquinas, equipamentos e instalações que a sociedade dispõe para efetuar a produção – Estoque de capital; 1.5 Sistema Econômico É a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas de produção, circulação e consumo de bens e serviços; Necessidades humanas ilimitadas X Recursos produtivos escassos Escassez Escolha O que; quanto; Como; Para quem (produzir) 1.6 Fluxos econômicos numa economia de mercado – os mercados de fatores e de bens Suponhamos um sistema econômico com dois conjuntos de agentes; as unidades de produção (empresas) e as unidades consumidoras (famílias – proprietárias dos fatores de produção); Empresas bens e serviços utilizando fatores pagando uma remuneração pelo uso de fatores (renda); Proprietários dos fatores de produção (capitalistas, trabalhdores e pessoas donas dos recursos naturais) utilizam renda bens e serviços (dispêndio); Importante: empresa é um agente econômico distinto do capitalista, seu proprietário, que faz parte das famílias; 1.6 Fluxos econômicos numa economia de mercado – os mercados de fatores e de bens A renda paga pelas empresas pelo uso dos fatores é classificada em quatro categorias: Salários – salários, comissões, honorários de profissionais liberais, pago a trabalhadores; Juros e lucros – remuneração do capital Juros: será remuneração do capital no caso em que uma firma tome um empréstimo para aquisição de bens de capital e pague juros (pagamento pelos serviços do fator de produção) por ele; Lucros: será a remuneração do capital quando os proprietários da firma são eles mesmos donos dos bens de capital; Aluguéis – remuneração dos proprietários dos recursos naturais e de bens de capital arrendados a terceiros; 1.6 Fluxos econômicos numa economia de mercado – os mercados de fatores e de bens Unidades de produção Famílias Fatores de produção Pagamento pelo uso dos fatores = renda Bens e serviços Pagamento pela compra de bens e serviços = dispêndio 1.6 Fluxos econômicos numa economia de mercado – os mercados de fatores e de bens O que e quanto produzir? decisão conjunta de famílias e empresas; Como produzir? Definido pela concorrência entre produtores; Para quem produzir? Questão distributiva – depende da disponibilidade e da produtividade dos fatores possuídos por um indivíduo ou família; 1.7 Micro e Macroeconomia Microeconomia – ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores e vendedores de tais bens, tais como o mercado de automóveis, de produtos agrícolas, etc; Macroeconomia – ramo da Toeria Econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o volume de produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial; 1.8 Variáveis fluxo e estoque Variáveis fluxo – medidas em determinada unidade de tempo (ano, semestre, trimestre, mês, semana, dia, etc) consumo de bens e serviços, salários pagos, lucro das empresas, exportações e importações de um país, etc; Variáveis estoque – medidas em determinada data estoque de mercadorias, de matérias primas, capital investido em uma empresa, dívida externa de um país, etc; Importante: valor da variável estoque é influenciado pelo valor da variável fluxo; Ex: dívida externa (estoque) e empréstimos e amortizações (fluxo); estoque de bens de capital (estoque) e investimento (fluxo); Referências bibliográficas PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. São Paulo: Cengage Learning, 2013. 670 p. Cap. 1. (pag. 3 a 7 e 10 a 12) e Cap. 2. (pag. 47 a 59). VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Introdução à Economia. São Paulo: Frase, 2014. 565 p. Cap. 1.
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