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Direto Penal Conceito: É um ramo do direito público, constituído por normas jurídicas, no qual o Estado protege os bens mais relevantes para a sociedade e proíbe determinadas condutas definindo como crime, se houver descumprimento, será aplicada a respectiva sanção. Características do DP: 1) Direito público – regula as relações entre o indivíduo e a sociedade, com a intenção de manter a harmonia entre ambos. 2) Normativo – Porque tem como objetivo o estudo da norma, do Direito Positivo. 3) Valorativo – Estabelece sua própria escala de valores, a qual varia em conformidade com o fato, possui um esquema de valorização hierárquica em suas normas. 4) Finalista – Se preocupa com a proteção de bens jurídicos fundamentais. 5) Sancionador – Acrescenta uma proteção penal aos bens jurídicos disciplinados por outras áreas do Direito. 6) Dogmático – Expõe seu conteúdo através de normas. -------------------------------------------------------------------------------------------------- “O direito penal surge com o homem e o acompanha através do tempo, qual sombra sinistra nunca se afastou” D.P Objetivo – é a própria normal penal D.P Subjetivo – é o “Ius Puniendi” = Direito que o Estado tem de punir/processar/prender o infrator penal. Vingança Divina – O tabu consistia na proibição dos profanos de se relacionarem com pessoas, objetos ou lugares determinados, ou dele se aproximarem, tudo isso em virtude do caráter sagrado que possuíam. A lei possuía origem divina e sua violação consistia numa ofensa aos deuses. Vingança Privada – Era uma vingança entre grupos, encaravam a infração como uma ofensa não relacionada diretamente à vítima, mas, sobretudo, ao grupo que pertencia. O próprio ofendido ou outra pessoa do grupo exercia o direito de voltar-se contra o agressor, “fazendo justiça com as próprias mãos”. Com a evolução social, ficou difícil se manter nesse tipo de vingança, pois estava saindo de proporção, então a pena passou a ter um caráter público e o Estado passa a representar as pessoas. A prisão era algo que antecedia a pena principal. No período de colonização, as leis aplicadas eram portuguesas, suas penas eram cruéis e os infratores não tinham direito de defesa. Em 1824 se criou uma constituição para o Brasil e dizia que era necessário elaborar um código criminal. O código criminal foi fundado em 1830 e com ele ocorreram sinais de humanização, abolindo a crueldade, porém, a pena de morte e o trabalho forçado ainda eram permitidos. Com o Brasil se tornando república, ocorreu a elaboração do código penal e foi prorrogado em 1890 porém era muito ruim e cheio de falhas, então aconteceu uma prorrogação das leis em 1940. O nosso código penal é divido em 2 partes, parte geral (mais explicativa), parte especial (mais normativa). Com o tempo, foram surgindo escola penais com a intenção de ensinar as leis e explicar o direito de puni. Escola clássica – Tinha o apoio de Beccaria e Carrara, defendiam que as normas são absolutas e naturais. Crime é um conceito jurídico. Escola positiva – Tinha o apoio de Entico Ferri, Lambroso e Garófalo. Tinha base na biologia e sociologia, nasceu como uma evolução da escola clássica para atender uma nova realidade social. Lambroso tinha o pensamento que a pessoa já nasce criminosa, o crime era fenômeno biológico e não jurídico. Escolas ecléticas – Possuía vários estilos, houve a separação definitiva do D.P como ciência, era dever do Estado combater o crime e o estudo em geral passou a ser mais humanista. Princípio da legabilidade – Não há crime nem pena sem lei anterior que o defina. Infração penal – Contravenção: menos severo, ex: jogo do bixo. / Crime: conduta mais severa e grave, ex: homicídio. Todos os tipos penais devem ser claros e objetivos, devem possuir uma interpretação precisa. Princípio da proibição da analogia “in malan partem” – Não se pode fazer interpretação da lei em desfavor do réu, não podemos aumentar a lei para prejudicar o réu. Princípio da anterioridade – a lei só se aplica aos fatos cometidos depois de sua vigência. Princípio da irretroatividade da lei mais severa – A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Art. 5 XL CF Princípio da intervenção mínima – O D.P só atua na sociedade quando sua atuação for indispensável, conhecida também como “última rátio”. Princípio da fragmentariedade – Consequência do princ. da intervenção mínima, só cuida dos bens jurídicos de maior importância. Princípio da insignificância – Está relacionado aos crimes de bagatela, atos que não possuem muita significância, apesar de tudo, não se aplica aos crimes à todos os crimes. Ex: Porte de drogas, crimes contra a administração pública. Princípio da culpabilidade – Não há pena se não houver culpa, tem que existir dolo ou culpa para que se possa punir. Princípio da humanidade – Tem base na dignidade da pessoa humana, nenhuma conduta pode ser cruel e degradante, deve ocorrer de maneira humana e digna. Princípio da proporcionalidade da pena – A pena deve ser proporcional ao delito praticado. “Deve ser suficiente”. Princípio da presunção de inocência – O sujeito só é considerado culpado após o julgamento. Princípio do “me bis in idem” – Ninguém pode ser processado ou punido penalmente duas vezes pela mesma coisa. Princípio da individualização – As penas não possuem um valor exato para cada caso, a pena tem que ser analisada individualmente para cada caso, analisando diversos fatores. Princípio da intranscedência – Só a própria pessoa que praticou o ato pode ser culpado e cumprir a pena. Fontes materiais do D.P – São os órgãos constitucionalmente encarregado de elaborar o D.P (de âmbito federal). Fonte formal imediata – A própria lei. Fonte formal mediata – São os costumes e os princípios gerais. Classificação da lei penal – 1) Norma penal incriminadora: narra uma conduta e impõe uma pena. 2) Norma penal não incriminadora permissível: permite a prática de normas incriminadoras em alguns casos. 3) Norma penal não incriminadora explicativa: quando a norma define conceitos penais. Conceito primário da lei – descreve uma conduta Conceito secundário da lei – descreve uma sanção * A norma penal não é proibitiva, e sim explicativa. Em nenhum momento ela diz que a norma não é permitida, ela só descreve uma ordem que caso seja descumprida, o sujeito que a infringiu será penalizado. Poderia ser considerada uma proibição indireta. Lei penal completa/perfeita – não precisa de complementação Lei penal imperfeita/incompleta (lei penal em branco) – precisa de uma complementação. Existem 3 espécies de lei penal em branco. 1) sentido lato: grande, amplo, também chamada de homogénea, seus complementos provem do mesmo órgão que elaborou a lei penal. 2) Sentido estrito: heterogénea, o complemento emana de órgão distinto daquele que elaborou a lei penal. 3) Inversa ou ao avesso: neste caso o preceito primário está completo e o secundário incompleto. Características da lei penal Exclusividade – A lei penal só pode criar delitos e penas. Imperatividade – Se impõe para todas as pessoas. Generalidade – “Erga Aminus”, se aplica à todos indistintamente. Impessoalidade – É criada para todos em geral. Anterioridade – Não existe crime ou pena sem lei anterior que o defina. Tipos de interpretação da lei penal – 1) Autêntica (legislativa): é feita pelo própria legislador, com o propósito de esclarecer algumas coisas. 2) Doutrinária (científica): é dada pelos doutrinadores, não tem força vinculante. 3) Judicial (jurisprudencial): é a realizada por membros do poder judiciário, pode se tornar uma jurisprudência, não tem efeito obrigatório, com exceção a súmula vinculante elaborada pelo STF. Espécies de interpretação da lei penal – 1) Gramatical (literal): realizada pela leitura da norma, é a primeira que usamos, nem sempre ela por si só é suficiente. 2) Meio lógico/teológico: com ela você busca o “ratio legis” que é a razão da lei, busca entender qual foi a intenção do legislador. 3) Declarativa: quando o texto da lei corresponde exatamente qual foia sua intenção. 4) Interpretação restritiva: é quando a lei diz mais do que queria, acaba sendo genérica e abrange outras situações. Nesse caso utilizamos a interpretação restritiva. 5) Interpretação extensiva: é quando a lei diz menos do que deveria, sua vontade era uma mas a sua letra foi menor, ex: crime de bigamia. 5) Interpretação adaptativa: consiste na adaptação da lei naquele momento atual, permite que a lei se encaixe na situação sem ter que ser mudada. A interpretação analógica enumera diversas situações e depois disso impõe uma clausula genérica, ex: Art. 146 C.P A analogia não é de vontade do legislador e não pode ser considerada uma forma de interpretação. A analogia é a aplicação de uma norma, quando não se existe nenhuma norma para o caso. *OS CASOS DEVEM SER MUITO PARECIDOS*. Não é permitido o uso da analogia “in malam partem”. O juiz só faz uso da analogia quando não existe outra opção. “In malam partem” (em desfavor) “In bonam partem (a favor) A única coisa que pode tirar uma lei do ordenamento jurídico, é outra lei. Essa transição é chamada de revogação. Se essa revogação foi completa, pode ser chamada de ab-rogação, se for parcial, se chama derrogação. No caso de revogação, existem 5 casos que podem acontecer 1) Novatio Legis “Incriminadora” – uma nova lei que não considera um fato que era crime, como crime. 2) “Lex Gravior” – a lei se torna mais severa, piorando a situação do réu. 3) “Abolitio Criminis” – algo que era considerado como crime e deixa de ser. 4) “Lex Mitor” – a lei se torna menos severa, favorecendo o réu. 5) Lei híbrida – possui uma parte melhor e uma parte pior para o réu. Nesse caso existe duas correntes: 1) Teoria da ponderação diferenciada: o STF diz que não podemos fazer a união de 2 leis para favorecer o réu, pois o poder judiciário estaria legislando. 2) Teoria da ponderação unitária: Segundo Magalhães Noronha, é possível unificar as leis, isso não seria legislar e sim dar máxima efetividade. Lei penal temporal – é aquela que seu tempo de vigência já vem escrito na própria lei, não precisa de outra lei para revoga-la. Lei temporal excepcional – Se verifica em situações de anormalidade, sua vigência também é determinada, porém ao invés de ser por data, é considerada por situação. Para que houvesse justiça, o ordenamento jurídico determinou que tudo que fosse praticado no período da lei temporal e excepcional será punido mesmo após sua vigência.
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