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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE “CURSO DE MERCADO DE CAPITAIS” Prof. Fernando Santos Folhadela MANAUS – AM UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA ii SUMÁRIO PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA MERCADO DE CAPITAIS .................................................................................... 11 Apresentação.......................................................................................................................................................... 12 1 O SISTEMA ECONÔMICO ............................................................................................................................ 14 1.1 Conceituação........................................................................................................................................... 14 1.2 O Desenvolvimento Econômico e a Sociedade da Informação......................................................................... 14 1.3 O Crescimento Econômico e o Desenvolvimento Econômico Sustentável ......................................................... 15 1.4 A Atividade Econômica.............................................................................................................................. 18 1.5 Algumas questões-chave da Atividade Econômica ........................................................................................ 18 1.6 Funcionamento e os elementos constitutivos ................................................................................................ 19 1.7 Fatores fundamentais da interação.............................................................................................................. 20 1.8 Aparelho Produtivo e a geração dos fluxos: .................................................................................................. 21 1.9 A importância dos Investimentos................................................................................................................. 22 2 O PAPEL DA EMPRESA NO SISTEMA ECONÔMICO ...................................................................................... 25 2.1 Introdução............................................................................................................................................... 25 2.2 Classificação das decisões ........................................................................................................................ 25 2.3 Fontes de recursos permanentes ................................................................................................................ 26 2.4 Fluxo financeiro de uma empresa ............................................................................................................... 26 3 O PROCESSO POUPANÇA X INVESTIMENTO .............................................................................................. 28 3.1 Conceituação........................................................................................................................................... 28 3.2 Fatores determinantes que afetam as decisões de poupar.............................................................................. 28 3.2.1 Da estrutura da repartição da renda......................................................................................................... 28 3.2.2 Da pressão tributária ............................................................................................................................. 28 3.2.3 Da taxa real de juros ............................................................................................................................. 29 3.2.4 Do desejo de poupar ............................................................................................................................. 29 3.2.5 Das oportunidades para poupar .............................................................................................................. 29 3.2.6 Das expectativas dos níveis de preços..................................................................................................... 29 3.2.7 Dos traumas do setor financeiro.............................................................................................................. 29 3.2.8 Do efeito demonstração......................................................................................................................... 30 3.2.9 Do hábito de poupar.............................................................................................................................. 30 3.3 As hipóteses sobre a formação da poupança................................................................................................ 30 3.3.1 A hipótese Keynesiana .......................................................................................................................... 30 3.3.2 A hipótese da Renda Relativa................................................................................................................. 30 3.3.3 A hipótese do Ciclo da Vida.................................................................................................................... 30 3.3.4 A hipótese da Renda Permanente ........................................................................................................... 31 3.4 Fatores que afetam a decisão de Investir ..................................................................................................... 31 3.4.1 Capital próprio inicial / Estrutura Familiar.................................................................................................. 31 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA iii 3.4.2 As oportunidades particulares de investimento .......................................................................................... 31 3.4.3 As oportunidades de mercado ................................................................................................................ 31 3.4.4 As condições do mercado ...................................................................................................................... 31 3.5 Tipos de Investimentos.............................................................................................................................. 32 3.5.1 Investimentos Produtivos ....................................................................................................................... 32 3.5.2 Investimentos de Infraestrutura ............................................................................................................... 32 3.5.3 Investimentos em Capital Humano .......................................................................................................... 33 4 AS DECISÕES DO INVESTIDOR ................................................................................................................... 34 4.1 Orientações básicas para o investidor.......................................................................................................... 34 4.2 Questões fundamentais............................................................................................................................. 34 4.2.1 Liquidez .............................................................................................................................................. 34 4.2.2 Rentabilidade.......................................................................................................................................34 4.2.3 Risco/segurança................................................................................................................................... 34 4.3 Tipos de risco de uma aplicação ................................................................................................................. 35 4.3.1 Risco do negócio .................................................................................................................................. 35 4.3.2 Risco financeiro.................................................................................................................................... 35 4.3.3 Risco de mercado................................................................................................................................. 35 4.4 Exame das alternativas ............................................................................................................................. 36 4.5 Diversificação .......................................................................................................................................... 37 4.6 Outras orientações básicas para o investidor ................................................................................................ 37 5 A INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ................................................................................................................. 39 5.1 Conceituação........................................................................................................................................... 39 5.2 Pré-condições.......................................................................................................................................... 39 5.3 A situação dos agentes econômicos............................................................................................................ 39 5.4 O Setor Real e o Setor Financeiro............................................................................................................... 40 5.5 A interligação operacional entre os setores................................................................................................... 41 6 O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL............................................................................................................ 43 6.1 Breve Histórico do Sistema Financeiro Nacional............................................................................................ 43 6.2 Conceituação........................................................................................................................................... 45 6.3 A Estrutura do Sistema Financeiro .............................................................................................................. 45 6.4 As Instituições do Subsistema Normativo ..................................................................................................... 47 6.4.1 Conselho Monetário Nacional - CMN ....................................................................................................... 47 6.4.2 Banco Central do Brasil – BCB/BACEN/BC............................................................................................... 48 6.4.3 Comissão de Valores Mobiliários - CVM ................................................................................................... 49 6.5 As Instituições do Subsistema de Intermediação – Agentes Especiais .............................................................. 49 6.5.1 Banco do Brasil S/A. ............................................................................................................................. 49 6.5.2 O Banco Nacional de Desenvolvimento Social - BNDES ............................................................................. 50 6.6 As Instituições do Subsistema de Intermediação – Demais Instituições ............................................................. 51 6.6.1 Bancos Comerciais e Caixas Econômicas. ............................................................................................... 52 6.6.2 Bancos de Desenvolvimento................................................................................................................... 52 6.6.3 Bancos de Investimentos. ...................................................................................................................... 52 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA iv 6.6.4 Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento................................................................................. 53 6.6.5 O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE........................................................................... 53 6.6.6 Os Bancos Múltiplos.............................................................................................................................. 54 6.6.7 Outras instituições do Mercado de Crédito................................................................................................ 54 6.6.8 Instituições do Mercado de Capitais......................................................................................................... 55 6.7 Instrumentos Financeiros........................................................................................................................... 56 6.7.1 Instrumentos negociados no Mercado Financeiro ...................................................................................... 56 6.7.1.1 Ativos de Emissão Pública Federal: ................................................................................................. 56 6.7.1.2 Ativos de Emissão Pública Estadual e Municipal ................................................................................ 58 6.7.1.3 Ativos de Emissão de Empresas ..................................................................................................... 58 6.7.1.4 Ativos de Emissão de Particulares e Instituições Financeiras ............................................................... 62 7 O Sistema de Pagamentos Brasileiro .............................................................................................................. 64 7.1 Introdução............................................................................................................................................... 64 7.2 Conceituação do Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB............................................................................. 65 7.3 Visão Geral do Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB................................................................................ 65 7.4 Aspectos Legais....................................................................................................................................... 67 7.5 O Papel do Banco Central do Brasil............................................................................................................. 68 7.6 O papel dos intermediários financeiros e demais instituições........................................................................... 69 7.7 Visão geral do sistema de liquidação ........................................................................................................... 71 8 O MERCADO FINANCEIRO .......................................................................................................................... 73 8.1 Conceituação........................................................................................................................................... 73 8.2 A Segmentação do Mercado Financeiro....................................................................................................... 73 8.2.1 Mercado Monetário ...............................................................................................................................73 8.2.2 Mercado de Crédito............................................................................................................................... 73 8.2.3 Mercado de Capitais ............................................................................................................................. 74 8.2.3.1 Mercado de Ações ........................................................................................................................ 74 8.2.4 Mercado Cambial ................................................................................................................................. 77 8.3 As transformações do Mercado Financeiro ................................................................................................... 77 8.3.1 Transformação de ativos fixos em ativos líquidos....................................................................................... 77 8.3.2 Transformação dos prazos das operações................................................................................................ 78 8.3.3 Transformação das magnitudes de capital ................................................................................................ 78 8.3.4 Transformação de risco ......................................................................................................................... 78 9 Investidores Institucionais.............................................................................................................................. 79 9.1 Sociedades Seguradoras........................................................................................................................... 79 9.2 Sociedades de Capitalização ..................................................................................................................... 81 9.3 Entidades de Previdência Privada............................................................................................................... 83 9.4 Clubes de Investimentos............................................................................................................................ 85 10 POLÍTICAS FISCAL, CAMBIAL, DE RENDAS E MONETÁRIA ............................................................................ 87 10.1 Introdução............................................................................................................................................... 87 10.2 Políticas Governamentais .......................................................................................................................... 87 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA v 10.2.1 Política Fiscal................................................................................................................................... 87 10.2.2 Política Cambial................................................................................................................................ 88 10.2.3 Política de Rendas............................................................................................................................ 88 10.2.4 Política Monetária ............................................................................................................................. 88 10.2.5 Instrumentos de Política Monetária ...................................................................................................... 88 10.2.5.1 Os Recolhimentos Compulsórios ................................................................................................. 88 10.2.5.2 As Operações de Redesconto ou os Empréstimos de Liquidez......................................................... 88 10.2.5.3 As Operações do Mercado Aberto (Open Market)........................................................................... 89 10.2.5.4 Controle e Seleção de Crédito..................................................................................................... 89 10.2.5.5 Persuasão Moral ....................................................................................................................... 89 11 A DINÂMICA DO MERCADO ......................................................................................................................... 90 11.1 Introdução............................................................................................................................................... 90 11.2 Operacionalização da dinâmica .................................................................................................................. 90 11.3 Visualização gráfica da dinâmica ................................................................................................................ 91 12 O MERCADO DE CAPITAIS E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ............................................................... 93 12.1 Conceituação........................................................................................................................................... 93 12.2 O Mercado de Capitais e o Investidor .......................................................................................................... 93 12.3 O Mercado de Capitais e a Seleção dos Investimentos................................................................................... 93 12.4 Os Caminhos para o Desenvolvimento Econômico ........................................................................................ 94 13 O PAPEL DAS BOLSAS DE VALORES........................................................................................................... 97 13.1 Introdução............................................................................................................................................... 97 13.2 A Origem das Bolsas ................................................................................................................................ 97 13.3 A evolução das Bolsas no Brasil ................................................................................................................. 97 13.4 Conceituação........................................................................................................................................... 98 13.5 Objetivos................................................................................................................................................. 98 13.6 Pregão.................................................................................................................................................... 99 13.7 As negociações na Bolsa........................................................................................................................... 99 13.8 Sistema de Negociação............................................................................................................................. 99 13.8.1 Call System ..................................................................................................................................... 99 11.8.2.- Trading Post ....................................................................................................................................... 99 13.9 Processos de Negociação ........................................................................................................................100 13.9.1 Negociação Comum ou Viva Voz .......................................................................................................100 13.9.2 Negociação Direta ...........................................................................................................................100 13.9.3 Negociação por Oferta......................................................................................................................10013.9.4 Telepregão .....................................................................................................................................100 13.9.5 After-Market ....................................................................................................................................100 13.10 Tipos de Ordem de Compra e Venda......................................................................................................101 13.10.1 Ordem a Mercado ............................................................................................................................101 13.10.2 Ordem Administrada.........................................................................................................................101 13.10.3 Ordem Discricionária ........................................................................................................................101 13.10.4 Ordem Limitada...............................................................................................................................101 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA vi 13.10.5 Ordem On-Stop ...............................................................................................................................102 13.10.6 Ordem Casada................................................................................................................................102 13.10.7 Ordem de Financiamento ..................................................................................................................102 13.11 Formas de Operação ...........................................................................................................................102 13.11.1 Mercado à Vista...............................................................................................................................102 13.11.2 Mercado Futuro ...............................................................................................................................102 13.11.2.1 Mercado a Termo.....................................................................................................................103 13.11.2.2 Mercado Futuro........................................................................................................................103 13.11.2.3 Mercado de Opções .................................................................................................................103 13.12 Outros tipos de Mercado.......................................................................................................................103 13.12.1 Mercado de Balcão ..........................................................................................................................103 13.12.2 Mercado Fracionário.........................................................................................................................104 13.13 Sistema de Informações .......................................................................................................................104 13.14 Fundo de Garantia...............................................................................................................................104 13.15 Custódia.............................................................................................................................................104 13.16 Os Índices ..........................................................................................................................................105 13.17 As ações que integram a Carteira...........................................................................................................105 13.18 O peso da cada ação na Carteira ...........................................................................................................105 13.19 O número de ações da Carteira .............................................................................................................105 13.20 Alguns índices utilizados.......................................................................................................................105 13.20.1 Índice Bovespa – IBOVESPA.............................................................................................................105 13.20.2 Índice Brasil – IbrX...........................................................................................................................106 13.20.3 Índice de Ações com Tag Along Diferenciado - ITAG.............................................................................106 13.20.4 Índice de Energia Elétrica - IEE..........................................................................................................106 13.20.5 Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada – IGC ..........................................................106 13.20.6 Índice FGV-100 ...............................................................................................................................107 13.20.7 O IBV.............................................................................................................................................107 13.20.8 O I-SENN .......................................................................................................................................107 13.20.9 O IBA – Índice Brasileiro de Ações .....................................................................................................107 13.21 A Comissão Nacional de Bolsas de Valores .............................................................................................107 13.22 As principais Bolsas de Valores do Mundo...............................................................................................108 13.22.1 Bolsa de Nova York - NYSE ..............................................................................................................108 13.22.2 Bolsa de Londres / Bolsa de Frankfurt.................................................................................................108 13.22.3 Bolsa de Valores de Tóquio - TSE ......................................................................................................109 13.22.4 Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA........................................................................................109 14 GOVERNANÇA CORPORATIVA...................................................................................................................110 14.1 Conceituação..........................................................................................................................................110 14.2 Novo mercado ........................................................................................................................................110 15 O MERCADO DE DERIVATIVOS ..................................................................................................................112 15.1 Introdução: .............................................................................................................................................112 15.2 Conceituação:.........................................................................................................................................112 15.3 Mercado de swaps ..................................................................................................................................112 15.3.1 Operações de Swaps de Taxas de Juros.............................................................................................113 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR:FERNANDO SANTOS FOLHADELA vii 15.3.1.1 Forward ..................................................................................................................................113 15.3.1.2 Cap........................................................................................................................................114 15.3.1.3 Floor ......................................................................................................................................114 15.3.1.4 Collar .....................................................................................................................................114 15.3.2 Outros Tipos de Swap ......................................................................................................................114 15.3.2.1 Swap de Contas a Pagar ...........................................................................................................114 15.3.2.2 Swap de Índices.......................................................................................................................115 15.3.2.3 Swap de Balcão .......................................................................................................................115 15.3.2.4 Swap com Ajustes Diários .........................................................................................................115 16 O PAPEL DAS BOLSAS DE MERCADORIAS E FUTUROS – BM&F ..................................................................116 16.1 História da bolsa de mercadorias ...............................................................................................................116 16.2 Conceituação..........................................................................................................................................116 16.3 O objetivo da BM&F.................................................................................................................................116 16.4 Constituição das BM&F ............................................................................................................................117 16.4.1 Sócio efetivo: ..................................................................................................................................117 16.4.2 Sócio honorário ...............................................................................................................................117 16.4.3 Sócio do (Com direito de operação) ....................................................................................................117 16.4.4 Membros de compensação................................................................................................................117 16.4.5 Corretoras de mercadorias ................................................................................................................117 16.4.6 Corretores especiais.........................................................................................................................118 16.4.7 Operadores especiais.......................................................................................................................118 16.5 As modalidades de operação ....................................................................................................................118 16.5.1 Mercado futuro ................................................................................................................................118 16.5.2 Mercado a termo..............................................................................................................................118 16.5.3 Mercado de opções..........................................................................................................................118 16.6 Os ativos e commodities negociados ..........................................................................................................119 16.7 Conceito de Câmaras de Compensação ou Clearing.....................................................................................119 16.8 Categorias de Clearing.............................................................................................................................119 16.8.1 Clearing de Derivativos.....................................................................................................................120 16.8.2 Clearing de Câmbio..........................................................................................................................120 16.8.3 Clearing de Ativos............................................................................................................................120 16.9 Sistemas e serviços disponíveis.................................................................................................................121 16.10 O fluxo das transações e o modelo operacional ........................................................................................122 O Modelo Operacional da Bolsa de Mercadorias e Futuro – BM&F.................................................................123 BM&F ........................................................................................................................................................ 1 17 A BM&F BOVESPA S.A. – BOLSA DE VALORES, MERCADORIA E FUTUROS (A NOVA BOLSA) ........................124 17.1 Introdução..............................................................................................................................................124 17.2 A fusão ou a internacionalização da super bolsa ..........................................................................................124 17.3 Objeto social da nova bolsa ......................................................................................................................125 17.4 O capital social inicial...............................................................................................................................126 17.5 Vantagens da nova bolsa .........................................................................................................................126 18 Casos interesssantes registrados em bolsas ...................................................................................................128 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA viii 18.1 Considerações iniciais..............................................................................................................................128 18.2 Casos do mercado acionário chinês ...........................................................................................................128 18.2.1 O caso da Nine Dragons ...................................................................................................................128 18.2.2 Morador da cidade de Shenzhen........................................................................................................129 18.3 Casos do mercado acionário brasileiro........................................................................................................129 18.3.1 O caso da petrolífera OGX ................................................................................................................129 18.3.2 O caso da AGRENCO do Brasil .........................................................................................................130 18.3.3 O caso da Laep Investments .............................................................................................................130 18.3.4 O caso da CSU CardSystem .............................................................................................................130 18.4 Considerações finais................................................................................................................................13019 OS FUNDOS DE INVESTIMENTOS ..............................................................................................................132 19.1 Conceituação..........................................................................................................................................132 19.2 Regulamentação dos fundos de investimentos.............................................................................................132 19.3 Categorias dos fundos de investimentos .....................................................................................................132 19.3.1 Fundos de curto prazo ......................................................................................................................133 19.3.2 Fundos referenciados .......................................................................................................................133 19.3.3 Renda fixa ......................................................................................................................................133 19.3.4 Fundos de ações .............................................................................................................................134 19.3.5 Fundos cambiais..............................................................................................................................134 19.3.6 Fundos da divida externa ..................................................................................................................134 19.3.7 Fundos multimercado .......................................................................................................................135 19.4 Outros fundos considerados......................................................................................................................136 19.4.1 Fundos mútuos de privatização..........................................................................................................136 19.4.2 Fundos de previdência privada...........................................................................................................136 19.4.2.1 FAPI – Fundos de Aposentadoria Programada Individual:...............................................................136 19.4.2.2 PGBL – Plano Gerador de Benefícios Livres:................................................................................136 19.4.2.3 VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre: .....................................................................................136 19.5 Outros tipos de fundos .............................................................................................................................137 19.6 Alocação de carteira ................................................................................................................................137 19.7 Tributação..............................................................................................................................................137 19.8 Valor da cota ..........................................................................................................................................137 19.9 Composição da carteira............................................................................................................................138 19.10 Rentabilidade do investimento em fundos................................................................................................138 19.11 Taxas e impostos ................................................................................................................................138 19.12 Taxa de administração .........................................................................................................................138 19.13 Taxa de performance ...........................................................................................................................139 19.14 Impostos sobre aplicações em fundos.....................................................................................................139 19.14.1 Imposto de renda (IR).......................................................................................................................139 19.14.2 Imposto sobre operações financeiras (IOF)..........................................................................................139 19.15 Outras variáveis que influenciam a rentabilidade.......................................................................................139 19.16 Gestores: quem administra o seu dinheiro ...............................................................................................140 19.16.1 Administração ativa..........................................................................................................................140 19.16.2 Administração passiva......................................................................................................................140 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA ix 19.17 Aplicações e resgates de cotas..............................................................................................................140 19.17.1 Valor mínimo de aplicação ou resgate.................................................................................................140 19.17.2 Aplicação adicional e mínima de permanência......................................................................................140 19.17.3 Data de cotização ............................................................................................................................140 19.18 Porque é mais fácil investir em um fundo de investimento ..........................................................................141 19.19 Patrimônio líquido dos fundos................................................................................................................141 19.20 Quantidade de gestores e carteiras administradas ....................................................................................141 20 AS OPERAÇÕES DE LEASING ....................................................................................................................142 20.1 Conceituação..........................................................................................................................................142 20.2 16.2 Tipos de Leasing .............................................................................................................................142 20.2.1 Leasing Operacional.........................................................................................................................142 20.2.2 Leasing Financeiro...........................................................................................................................142 20.2.3 Sale and Lease Back........................................................................................................................143 20.2.4 Leasing Imobiliário ...........................................................................................................................143 20.2.4.1 Leasing Imobiliário Normal.........................................................................................................143 20.2.4.2 Construção de Edifícios.............................................................................................................143 20.2.4.3 Lease Back Imobiliário ..............................................................................................................143 20.2.4.4 Operações Sindicalizadas..........................................................................................................143 20.2.5 Vantagens do Leasing ......................................................................................................................14320.2.5.1 Financiamento total do equipamento ou imóvel .............................................................................144 20.2.5.2 Liberação do Capital de Giro......................................................................................................144 20.2.5.3 Utilização de Equipamentos com tecnologia atualizada ..................................................................144 20.2.5.4 Prazo da operação compatível com a amortização econômica do bem .............................................144 20.2.5.5 Encargos prefixados e quantificáveis...........................................................................................144 20.2.5.6 Conservação de Linhas de Créditos ............................................................................................144 20.2.5.7 Flexibilidade ............................................................................................................................144 20.2.5.8 Dupla economia de Imposto de Renda ........................................................................................144 20.2.5.9 Custo menor do que a compra do bem ........................................................................................145 20.2.5.10 Simplificação do processo contábil e fiscal ...................................................................................145 20.2.5.11 Tempo de negociação rápido .....................................................................................................145 20.2.6 Funding para as operações de Leasing ...............................................................................................145 21 AS OPERAÇÕES DE FACTORING OU FOMENTO COMERCIAL ......................................................................146 21.1 Considerações iniciais..............................................................................................................................146 21.2 Tipos de serviços oferecidos .....................................................................................................................146 21.2.1 Transação com duplicatas.................................................................................................................146 21.2.2 Maturity ..........................................................................................................................................147 21.2.3 Over-advanced................................................................................................................................147 21.2.4 Trust ..............................................................................................................................................147 21.3 Considerações finais................................................................................................................................147 22 CONSÓRCIO .............................................................................................................................................148 22.1 Origem do segmento................................................................................................................................148 22.2 Histórico da Regulamentação do Segmento ................................................................................................148 23 AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES ..............................................................................................150 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA x 23.1 Algumas Considerações...........................................................................................................................150 23.2 Valor Intrínseco e Valor de Mercado...........................................................................................................150 23.3 As Correntes de Pensamento....................................................................................................................151 23.3.1 A Escola Fundamentalista: ................................................................................................................151 23.3.2 A Escola Técnica: ............................................................................................................................151 23.4 Análise Fundamentalista...........................................................................................................................151 23.4.1 Considerações Iniciais......................................................................................................................151 23.4.2 O que é o Balanço ...........................................................................................................................152 23.4.3 Balanço Patrimonial .........................................................................................................................152 23.4.4 Demonstrativo de Resultados ............................................................................................................153 23.4.5 Análise da situação financeira em curto prazo ......................................................................................157 23.4.5.1 Coeficiente de Liquidez Seca .....................................................................................................157 23.4.5.2 Coeficiente de Liquidez Corrente ................................................................................................157 23.4.5.3 Coeficiente de Liquidez Imediata ................................................................................................158 23.4.6 Análise da situação financeira em longo prazo .....................................................................................158 23.4.6.1 Grau de Endividamento.............................................................................................................158 23.4.6.2 Análise da Rentabilidade da Empresa .........................................................................................158 23.4.6.3 Margem Bruta..........................................................................................................................159 23.4.6.4 Margem Líquida .......................................................................................................................159 23.4.6.5 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ...........................................................................................159 23.4.7 Outros coeficientes usuais no Mercado de Ações .................................................................................159 23.4.7.1 Lucro por Ação ........................................................................................................................160 23.4.7.2 Valor Patrimonial de uma ação ...................................................................................................160 23.4.7.3 Índice Preço / Lucro ( P/L ).........................................................................................................160 23.5 Análise Técnica.......................................................................................................................................160 23.5.1 O Exame Gráfico .............................................................................................................................161 23.5.1.1 Fase de acumulação.................................................................................................................161 23.5.1.2 Fase de valorização..................................................................................................................161 23.5.1.3 Fase de distribuição..................................................................................................................16123.5.1.4 Fase de desvalorização.............................................................................................................161 23.5.2 Gráfico de Barras.............................................................................................................................162 23.5.3 Linha de tendência...........................................................................................................................163 23.5.3.1 Corte da linha de tendência .......................................................................................................164 23.5.4 Gráfico Ponto-Figura ........................................................................................................................164 23.5.4.1 Linhas de tendência..................................................................................................................166 24 GLOSSÁRIO ..............................................................................................................................................168 25 BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................................171 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA 11 PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA MERCADO DE CAPITAIS 1. OBJETIVO: O presente Plano de Ensino tem como objetivo demonstrar e detalhar a disciplina Mercado de Capitais, que será ministrado para o Curso de Economia, Administração e Contabilidade 2. METODOLOGIA: A disciplina será ministrada através de aulas expositivas, com a utilização de transparências e apresentação de filmes. Serão realizados também, trabalhos de pesquisa com obrigatoriedade de exposição e defesa, além da aplicação de jogos práticos sobre o assunto. 3. INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO: O aproveitamento do aluno será aferido através de testes aplicados ao longo do curso, sempre ao final dos tópicos constantes do programa, bem como através de trabalhos realizados sobre assuntos pertinentes à disciplina. 4. EMENTA: O programa está segmentado em três módulos, que vão enfocar o Sistema Econômico e o papel das Empresas na promoção do Desenvolvimento Econômico; a Poupança X Investimento; a Intermediação Financeira; o Sistema Financeiro Nacional; o Mercado Financeiro; a Política Monetária e a Dinâmica do Mercado; o Mercado de Capitais e o Desenvolvimento Econômico; o Mercado de Ações; as Bolsas de Valores; O Mercado de Derivativos e a Bolsa Mercantil e de Futuros; os Fundos de Investimentos; o Leasing; o Factoring; o Commercial Papers e as Técnicas de Avaliação de Investimentos. 5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Sistema Econômico; O papel das Empresas na promoção do Desenvolvimento Econômico; o processo Poupança X Investimento; as Decisões do Investidor; a Intermediação Financeira; o Sistema Financeiro Nacional, suas instituições e instrumentos; o Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB; o Mercado Financeiro e Investidores Institucionais. A Política Monetária; a Dinâmica do Mercado; o Mercado de Capitais e o Desenvolvimento Econômico; Estrutura e o funcionamento das Bolsas de Valores; Governança Corporativa; o Mercado de Derivativos; a Bolsa Mercantil & de Futuros, a Nova Bolsa (BM&F BOVESPA S.A. e Casos Interessantes registrados em Bolsas. Os Fundos de Investimentos; as Operações de Leasing; as Operações de Factoring; Consórcio e Avaliação de Investimentos em Ações. 6. BIBLIOGRAFIA: FORTUNA, Eduardo.- Mercado Financeiro; Editora QualityMark, São Paulo, 2002 PINHEIRO, Juliano Lima – Mercado de Capitais: fundamentos e técnicas – 3.ed. – São Paulo: Atlas, 2005. COMISSÃO NACIONAL DE BOLSAS – Mercado de Capitais – O que é, como funciona. 6.ed. – Rio de Janeiro: Editora Campus, 2005 FARIA, Rogério Gomes de – Mercado Financeiro: Instrumentos e operações – São Paulo: Prentice Hall, 2003 MELLOGI FILHO, Armando.- Mercado Financeiro e de Capitais, Editora ATLAS, 1993 CAVALCANTI, Francisco e YOSHIO, Jorge – Mercado de Capitais, Editora Campus, Rio de Janeiro, 2001. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA 12 APRESENTAÇÃO A leitura do quadro político-ideológico, social e econômico que se possa fazer hoje, nos leva a entender os desafios que, ontem, os visionários identificavam como sendo a busca de uma nova ordem geopolítica mundial. Esta leitura implica em analisar de forma concreta questões como: A sintonia do crescimento populacional com a geração de empregos e crescimento sustentável, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida da sociedade; A fixação de padrões de desenvolvimento mais harmonioso entre as nações, atenuando as disparidades existentes; A compatibilização da eficiência econômica com a justiça distributiva; A democratização da liberdade política e da promoção do bem estar social. Hoje, mais do que nunca, a Economia da era da Sociedade do Conhecimento tornou-se um dos principais fatores para a superação dos desafios, razão pela quais, todos nós, juntos, devemos lutar para assegurar perspectivas de que os benefícios futuros advindos sejam os fundamentos de novas formas de organização e de produção em escala mundial, da universalização do acesso e uso crescente das tecnologias, da eficiência e da eficácia na gestão dos recursos existentes, da promoção de políticas de inclusão social, lançando os alicerces de um projeto estratégico de amplitude mundial, para uma sociedade mais humanizada. Confessamos a vocês que dois motivos nos levaram a escrever este livro. O primeiro, por acreditar que educar, é a tarefa mais nobre que o ser humano pode desempenhar; o segundo é, em verdade, deslumbrar a possibilidade de, sem conduzir os seus pensamentos e seus comportamentos, levá-los a refletir, a enxergar aquilo que está “além da telinha”, a transformar dados em informações, e, quem sabe, permitir que vejam o essencial, e passem a compartilhar, de forma consciente, exemplos e valores que venham fazer da nossa sociedade, um lugar digno de habitar. O que não queremos, de certeza, é depositar dados nas suas memórias, sem que eles atuem nas suas formas de ser e de agir. Estamos conscientes também, do risco que corremos ao escrevê-lo, mas, quem não estiver disposto a correr este risco, de certeza, não merece ser chamado de educador. Sabemos que um dos grandes riscos que o ser humano corre, é o de viver superficialmente ao longo de toda a sua vida, sem questionamentos, sem refletir na essência, no sentido maior de viver, sem ter coragem de se conhecer, de navegar no mais secreto do seu ser, e, assim, deixar-se furtar dos melhores dias do seu viver. Entre o medo de falhar e ser omisso, preferimos sonhar com a possibilidade de contribuir, minimamente, para a construção de uma sociedade mais nobre, mais justa e mais humana. Os dados e informações contidas neste livro contemplam um conjunto de conhecimentos específicos, capazes de ajudar na capacitação dos valores humanos de nossa sociedade. Somente através do conhecimento compartilhado em todos os níveis sociais, poderemos transforma nossa sociedade. Costumamos dizer que o preço de um CD virgem, hoje é de R$1,00; um CD contendo músicas está na faixa de R$ 35,00; um DVD com show de personagens famosos está na faixa de R$ 75,00; um CD com aplicativos de gerenciamento de banco de dados ou um Software de Gestão de Negócios, oferecendo uma UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADODE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA 13 ampla variedade de soluções por meio dos aplicativos, como por exemplo, os da ORACLE e os da SAP, podem custar entre R$800.000,00 e R$5.000.000,00. O que diferencia os valores cobrados? Os seus conteúdos. O exemplo se aplica perfeitamente a cada um de nós, pois se tivermos um bom conteúdo, poderemos valer um bom salário no mercado, ou seja, se não agregarmos valor, poderemos valer, no mercado, R$1,00; se ousarmos buscar o conhecimento poderemos ter um valor muito maior do que o CD com aplicativos. A escolha é sua, pois, de nossa parte, a decisão de nos dedicarmos à transferência das informações já está tomada. Cabe a você, agora, fazer a escolha certa. Esperamos que, com a consolidação das contribuições e sugestões que com certeza virão sobre este livro, possamos abrir caminhos para o seu aperfeiçoamento, ampliando o universo de informações comparativas de cada um, para que todos nós possamos enxergar “além da telinha”. De coração, Prof. Fernando Santos Folhadela UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA 14 1 O SISTEMA ECONÔMICO 1.1 Conceituação Existe uma grande quantidade de definições, conceitos e enfoques para caracterizar paradigmas em construção e históricos para poder justificá-los. As diferenças destas definições levam, em sua essência, questões ideológicas, tecnológicas, econômicas, ecológicas, enfim, uma série de enfoques, visões de mundo, de interesses, limites e modelos mentais dos seus criadores, por vezes dos interlocutores e também dos objetivos a que se destinam suas mensagens. Longe de nós a pretensão de conceituar em definitivo o Sistema Econômico. O que queremos é fazê-lo entendido, compreendido em sua essência, haja vista o papel importante que representa para a promoção do desenvolvimento sustentável e, como conseqüência, para o estudo do Mercado de Capitais. Em assim sendo, o Sistema Econômico deve ser entendido como um conjunto de subsistemas que atuam no processo de combinação dos fatores do mercado de produção, com o objetivo final de disponibilizá-los no mercado de bens e serviços, necessários ao atendimento das necessidades humanas, em um crescente nível de satisfação. E importante salientar que cada subsistema, cada elemento, cada componente deste grande processo que é o Sistema Econômico, mantém relação funcional direta e/ou indireta com os outros elementos, em seus mais variados graus de complexidade, na busca da integração e sintonia de interesses, que levem o bem- estar a todos os indivíduos da sociedade. O funcionamento eficiente e eficaz do Sistema Econômico deve garantir o desperdício zero, a correta aplicação dos recursos, a manutenção em longo prazo dos recursos naturais, a produtividade dos fatores em nível elevado, com um mínimo de impactos adversos ao meio ambiente, além de garantir retornos adequados dos investimentos realizados bem como a satisfação das necessidades da sociedade. Em outras palavras, o Sistema Econômico deve propiciar elevado grau de sustentabilidade do desenvolvimento, nos seguintes aspectos: a) ecológicos, cuidando para a manutenção das características do ecossistema essencial à sobrevivência do mesmo, no longo prazo; b) econômicos, cuidando da gestão adequada dos recursos naturais de tal forma a possibilitar a manutenção da atividade econômica e c) social, cuidando para que os benefícios sejam distribuídos com equidade intrageracional e intergeracional, ou seja, entre a geração atual e as futuras. 1.2 O Desenvolvimento Econômico e a Sociedade da Informação Pode-se caracterizar o final do século XX, como sendo aquele que apresentou o esgotamento de uma estratégia desenvolvimentista, pois se mostrou ecologicamente predatórias, socialmente perversas e politicamente injustas, sem que as questões básicas da eficiência produtiva, da eficácia alocativa, da justiça distributiva e do ordenamento institucional tenham se mostrado de forma positiva. Por outro lado o desenvolvimento econômico nos países desenvolvidos não deverá mais ser proveniente do aumento de trabalhadores ou de demanda, ele só será viável a partir de um aumento sensível e contínuo da produtividade do conhecimento, já que o conhecimento passou a ser a base da economia e das sociedades modernas e o verdadeiro princípio da ação social. A busca do desenvolvimento econômico e social, hoje mais do que nunca, tem sido a esperança de superação de desigualdades, agregação de valor, geração de emprego e renda e propagação do bem- UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA 15 estar. Esta busca constante faz com que a soberania e a autonomia dos países passem, em nível mundial, por uma nova leitura. Nesta leitura, estão incluídos o nível de conhecimento, a educação e o desenvolvimento científico e tecnológico, já que alavancar o desenvolvimento implica em acelerar a introdução desses elementos, lançando os alicerceis necessários para atingir o objetivo maior que é o de proporcionar qualidade de vida aos habitantes da terra. As questões do Desenvolvimento Econômico e de Gestão do Conhecimento implicam dizer que a criação da riqueza de uma sociedade depende cada vez mais da capacidade de gerar recursos humanos qualificados, orientados para a produção de conhecimento científico e de inovação tecnológica adequadas à realidade do momento e da região, possibilitando a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Em outras palavras, o ambiente organizacional do século XXI é o da Sociedade da Informação. Um ambiente em constante mutação, no qual a informação e o conhecimento significarão valores mais do que necessários para que as empresas possam compreender estas mudanças ambientais e, mais do que isto, possam se posicionar de forma competitiva no mercado. 1.3 O Crescimento Econômico e o Desenvolvimento Econômico Sustentável O Sistema Econômico, como salientado, deve se ocupar do elevado grau de sustentabilidade do desenvolvimento, daí a importância de termos claro o alcance do Crescimento Econômico e o do Desenvolvimento Econômico Sustentável. Podemos dizer que, mesmo quando o país proporciona o Crescimento Econômico, este pode degradar a qualidade de vida da sociedade. Para isto, basta que a taxa de crescimento da economia, seja inferior à taxa de crescimento da população, ou seja, a economia pode crescer e a população pode perder qualidade de vida até então conquistada. Por outro lado quando o país proporciona o Desenvolvimento Econômico, estamos afirmando que a qualidade de vida da sociedade alcança um novo patamar, tanto no aspecto ambiental quanto no econômico e social, ou seja, quando isto acontece, estamos vivendo um desenvolvimento econômico sustentável. Em verdade, esta expressão Desenvolvimento Econômico Sustentável surge pela primeira vez em 1980, no documento denominado World Conservation Strategy, produzido pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e World Wide Fund for Nature – WWF. Para a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), conhecida como Comissão Brundtland, desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas necessidades. Em sua extensão maior, desenvolvimento sustentável compreende uma estratégia mundial para a conservação da natureza e, necessariamente deve alcançar os seguintes objetivos: Manter os processos ecológicos essenciais e os sistemas naturais vitais necessários à sobrevivência e ao desenvolvimento do serhumano; Conhecer e preservar a diversidade genética; e Assegurar o aproveitamento sustentável das espécies e dos ecossistemas que constituem a base da vida humana. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA 16 Gro Harlem Brundtland, presidente da CMMAD, em 1982, quando perguntado se suas observações sobre desenvolvimento sustentável se limitavam apenas às questões ambientais, salientou: “O meio ambiente não existe como uma esfera desvinculada das ações, ambições e necessidades humanas, e tentar defendê-la sem levar em conta os problemas humanos deu à própria expressão meio ambiente uma conotação de ingenuidade em certos círculos políticos. Também a palavra desenvolvimento foi empregada por alguns num sentido muito limitado, como o que as nações pobres deviam fazer para se tornarem ricas e por isso passou a ser posta automaticamente de lado por muitos, no plano internacional, como algo atinente a especialistas, àqueles ligados a questões de assistência ao desenvolvimento. Mas é no meio ambiente que todos vivemos; o desenvolvimento é o que todos fazemos ao tentar melhorar o que nos cabe neste lugar que ocupamos. Os dois são inseparáveis.” (CMMAD, 1988). Ainda segundo a Comissão Brundtland, na sua essência, o desenvolvimento sustentável pode ser entendido como: “Um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas”. (CMMAD, 1988). Com isto, a manutenção da capacidade do planeta para sustentar o desenvolvimento estaria garantida já que indicaria melhoria da qualidade de vida da sociedade, respeitando os limites da capacidade dos ecossistemas; indicaria a conservação da base de recursos naturais e a utilização de recursos renováveis de acordo com a sua capacidade de reprodução, ou seja, o desenvolvimento deve apoiar-se nas pessoas e suas comunidades e na conservação da biodiversidade e dos processos naturais que sustentam a vida na Terra, tais como os que reciclam a água, purificam o ar e regeneram o solo. É importante salientar que o Desenvolvimento Sustentável, como conceito, não está contra os interesses econômicos, mas a favor da formação de uma consciência e conduta baseadas na realidade histórica e presente para a proteção e salvaguarda do futuro da humanidade. Outro aspecto a ser enfatizado, é que a sustentabilidade ambiental só é possível com justiça social. A miséria e a conseqüente luta desesperada pela sobrevivência degradam tanto o meio ambiente quanto o luxo e a riqueza dos povos desenvolvidos. Ambos os extremos são perniciosos. Portanto, é necessário que se compreenda que a questão ambiental é, antes de tudo, uma questão social. Toda ação que busca a igualdade social de oportunidades, a democracia e a liberdade é uma ação ambientalmente sustentável. Quem encara a dinâmica ambiental apenas como uma questão técnica, comete um erro irreparável. O mercado tem uma lógica própria, que não é a lógica do desenvolvimento equilibrado. O capital sempre avança sobre o mundo natural. Essa é uma regra. Ao implementá-la, o mercado quebra a lógica ambiental, pois não leva em conta a finitude dos recursos naturais, a capacidade de suporte da localidade, o equilíbrio milenar das cadeias alimentares envolvidas, a fragilidade dos componentes vitais dos ecossistemas e outras leis naturais. A equação é a seguinte: como crescer sem destruir? Como compatibilizar crescimento econômico e equilíbrio ambiental? Essa é a equação que se coloca para a humanidade. Como a humanidade pode UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA 17 crescer poupando os sistemas ambientais? Não só preservar, mas também melhorar o que ao longo da humanidade se destruiu? A economia é uma invenção humana; o homem é uma invenção da natureza. Mais que isso: o ser humano é a parte pensante da natureza. Assim, é sua a opção de conservar ou degradar; deixar viver ou retirar a vida; manter ou extinguir uma espécie. Ele é o único dentre as espécies que pode optar entre destruir uma floresta e desfrutar dela mantendo-a em pé. Dessa forma, a sustentabilidade é, antes de tudo, uma opção: crescer destruindo ou preservando? Por ser opção, o desenvolvimento sustentável é uma questão absoluta de Ética Ambiental, e esta deve ser entendida como aquela que vai induzir a reflexão sobre o que é certo e errado ambientalmente, vai refletir sobre os impactos de uma ação no campo ambiental, suscitando perguntas do tipo: qual o impacto da extinção de uma única espécie? O que é melhor, preservar uma região ou trazer riqueza para seus habitantes? A extinção de uma espécie animal é um preço aceitável a pagar por maiores oportunidades de empregos? Uma floresta deverá manter-se intocada ou será que deve ter explorado à exaustão seu recurso medicinal e biológico? A Ética Ambiental tem seu posicionamento centrado na VIDA, portanto muito além da ótica da ética centrada no HOMEM e na ética centrada nos ANIMAIS. Na ética centrada na vida, ao decidirmos como devemos agir, devemos levar em conta o impacto de nossas ações sobre tudo o que é vivo. Entramos aí no conceito de holismo ecológico que considera duas coisas como eticamente importantes: a biosfera como um todo e os grandes ecossistemas que a constituem. O termo foi empregado pelo primeiro- ministro da África do Sul, Jan Smuts, em 1926, quando da edição do seu livro Holism and Evolution, quando afirmou: "A tendência da Natureza a formar, através de evolução criativa, "todos" que são maiores do que a soma de suas partes". A idéia é a de que as partes de um sistema, quer se trate de seres humanos ou outros organismos, não devem e nem podem ser justificadas apenas pela soma de seus componentes. Infelizmente, quando das decisões sobre as questões chaves da economia, os seres vivos (animais, plantas, rochas, moléculas etc) que constituem esses grandes ecossistemas não são eticamente considerados, pois, na visão do capitalismo selvagem, eles só importam na medida em que contribuem para a manutenção do todo mais significativo ao qual pertencem. Nesta questão, é válido considerar que a preservação do ecossistema da Amazônia, por exemplo, é mais importante do que a oferta de empregos gerada pela instalação de uma indústria na região, em outras palavras, a política ambiental de um governo deve ter uma clara opção ética e moral pela vida e pela importância capital de todos os seres que habitam a Terra. Assim como a foice, a enxada e o ancinho em um dado momento constituíram uma família de técnicas, são essas famílias de técnica que transportam uma história e, cada sistema técnico representa uma época. Na era do Conhecimento, o sistema de técnicas atuais contempla a informática, a realidade virtual, as operações cirúrgicas interativas, os hackers, a vida artificial, a nanotecnologia, enfim, uma aldeia virtual global que se comunica entre si, em uma total convergência dos momentos, assegurando a simultaneidade das ações e, por conseqüência, acelerando o processo histórico do desenvolvimento. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS - FES DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE - DEA DISCIPLINA: MERCADO DE CAPITAIS PROFESSOR: FERNANDO SANTOS FOLHADELA 18 São estes aspectos, fundamentados na geração do conhecimento, da inovação e da capacidade de utilizá- las, que se constituem a verdadeira diferença
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