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Resumo Direito Penal lll - Teoria Geral das Penas

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Direito Penal III – P1 	 						 		 
Profº Paulo de Jesus
TEORIA GERAL DAS PENAS
Da Sanção Penal: A sanção penal busca impor uma aflição ao autor do fato, com vistas a retribuir o seu ato ilícito. É uma sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença, ao culpado pela prática de uma infração penal, consistente na restrição ou privação de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição punitiva ao delinquente, promover a sua readaptação social e prevenir novas transgressões pela intimidação dirigida à coletividade.
	Pena – busca a sanção penal acrescida de caráter intimidativo
	Medida de Segurança – não é pena, é sanção penal. Não existe caráter retributivo, não tem caráter intimidatório. Tira do meio social o sujeito que cometeu o ato ilícito, o sujeito é incapaz. Não pode exceder 30 anos
Finalidade da pena: 
	Geral (fim intimidativo): a pena dirige-se a todos os destinatários da norma penal, visando impedir que membros da sociedade pratiquem crimes 
	Especial (visa o autor do delito): o objetivo da prevenção especial é retirar o autor do fato do meio social, impedindo-o de voltar a delinquir. (Damásio de Jesus)
		Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
     		   I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
     		   II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
      		  III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
       		 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Culpabilidade: conduta típica + imputabilidade
Conduta social: o que faz “fora” da atividade criminosa. 
Personalidade do Agente: para isso servem as testemunhas que não tem nada a ver com o crime em questão, mas que falam do agente em si e como ele é na sua vida. 
Motivos: o que leva um sujeito a praticar um crime. 
Características da Pena 									 
Personalíssima (art. 5º, XLV, CF)
Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
A pena só atinge o autor do crime. A pena não pode passar da pessoa do condenado. Portanto, a pena de multa, ainda que considerada dívida, não pode ser cobrada dos herdeiros. QP OAB●
Aplicação determinada pela lei
Há de se cumprir estritamente o que dispõe a lei. Nem um dia mais, nem um dia a menos. Há um desdobramento do princípio da legalidade. Há que se fazer uma interpretação literal da norma. Direito penal não admite analogias. Legalidade não é aplicabilidade. São coisas distintas. 
Inderrogável (certeza de sua aplicação)
É uma utopia na realidade. Não quer dizer certeza da efetividade, pois o sujeito pode ser foragido. Certeza é da aplicação da norma, certeza que ele será processado e se condenado, a sentença transitará em julgado. 
Proporcionalidade ao Crime
É subjetivo. Quanto maior a gravidade do crime, maior será a pena. Mas como se avalia isso? De acordo com os valores da sociedade. Quando se fala de proporcionalidade se fala de periculosidade. O núcleo do tipo é o mesmo, mas as circunstâncias são diferentes. Existem circunstâncias em volta do crime que aumentam ou diminuem a pena. Se atenta ao prejuízo experimentado. 
Legalidade (art. 1, CP e art. 5º, XXXIX, CF)
A pena deve ser prevista em lei vigente, não se admitindo que seja cominada (atribuída) em regulamento ou ato normativo infra-legal. Crime só se estabelece através de lei. Portarias, atos normativos, medida provisória etc não criam “crime”. Se não, haveria instabilidade, insegurança jurídica. QP OAB●
Individualidade (art. 5, XLVI, CF)
A sua imposição e cumprimento deverão ser individualizados de acordo com a culpabilidade e o mérito do sentenciado. Por exemplo, pena diferente de coautor e participe: 
Coautoria é quando X e Y tem o domínio do fato. São indispensáveis para que aquele crime aconteça. 
Participação: o autor do fato tem o domínio do fato e o outro sujeito somente ajuda. Partícipe. Se este não estivesse no crime, ele ocorreria mesmo assim. Exemplo: pessoa que ajuda outra a escapar. 
Antecedentes também interferem na pena. Pode ser que duas pessoas sejam condenadas pelo mesmo crime, porém uma pessoa tem bons antecedentes e a outra tem maus antecedentes. Assim este ultimo é condenado a pena maior que aquele. 
Humanidade: 
Não são admitidas as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, pena de caráter perpétuo(CP, art. 75), de trabalhos forçados, de banimento e cruéis (CF, art.5º, XLVIII).
Banimento: entrega e expulsão. 
Remição: criminoso trabalha 2 dias e diminui 1 da pena. Trabalhos forçados são proibidos. 
(CP, art. 75) Prisão Perpétua 
(art. 5, XLVII) cruéis, trabalhos forçados, etc.
Proporcionalidade da pena (art. 5º, XLVI e XLVII, CF)
A pena deve ser proporcional ao crime praticado. 
Existem diversas espécies de penas.
Pode haver cumulação (pena restritiva de bens e multa por exemplo). 
Há cinco espécies de penas: 
Pena privativa de liberdade: Prisão, que é a pena mais severa.
Perca de bens: É a perda do patrimônio para ressarcir, são crimes contra ordem tributária ou adm. Pública. (Ex: o que está acontecendo com o Neymar)
Multa: Usada principalmente em crimes contra a ordem tributária ou administração pública.
Prestação social alternativa: normalmente aplicada a crimes de menor potencial ofensivo, crimes ajuizados no Jecrrim. Exemplo: crimes contra honra, calúnia, difamação. 
suspensão ou interdição de direitos: exemplo código de trânsito brasileiro, pode suspender carteira.
Quando se fala em proporcionalidade da pena, não está falando da proporcionalidade do crime e sim trazendo várias espécies de crime.
Classificação das penas - Art. 32.
Privativas de liberdade. 
São aquelas que restringem o direito de ir e vir, são as penas de reclusão e detenção. São os regimes fechados (integralmente isolado), semi-aberto (trabalha durante o dia e repousa na penitenciaria), regime aberto(com uma série de restrições).
Restritivas de direito. 
São aquelas que impõem alguma contribuição social, limita a atuação do sujeito em determinado segmento(por ex, tornozeleiras). Essa pena que deve ser incentivada.
Pecuniárias. 
Multa em dinheiro (o Brasil utiliza muito pouco ainda, nos EUA por exemplo tudo tem fiança que as vezes alcança milhões), crimes contra a fazenda pública, crimes de corrupção. 
 * Teoria Absoluta 
 
 * Teoria Preventiva 
Teoria das Penas 
 *Teoria Eclética
Teoria absoluta ou da retribuição: é aquela que se pune alguém pelo simples fato de haver delinquido, dissociada de qualquer finalidade social. A majestade é a lei. A finalidade da pena é punir o autor de uma infração penal. A pena é a retribuição do mal injusto, praticado pelo criminoso, pelo mal justo previsto no ordenamento jurídico (punitur quia peccatum est).
Critica: está teoria não está preocupa em ressocializar ninguém, está preocupada apenas em punir o delinquente.
Teoria relativa, finalista, utilitária ou da prevenção: Busca o combate a ocorrência e reincidência de crimes. A pena tem um fim prático e imediato de prevenção geral ou especial do crime (punitir ne peccetur). A prevenção é especial porque a pena objetiva a readaptação e a segregaçãosociais do criminoso como meios de impedi-lo de voltar a delinquir. Não se quer punir, só quer ressocializar. A prevenção geral é representada pela intimidação dirigida ao ambiente social, é desestimular a prática de crimes por parte da sociedade (as pessoas não delinquem porque têm medo de receber a punição).
Essa teoria busca o combate ao crime. 
Em razão da sua finalidade, essa teoria acaba distorcendo todo o sistema, quando os criminosos voltam a cometer crimes reiteradamente. 
Teoria mista, eclética, intermediária ou conciliatória: prevenção e retribuição. A pena tem a dupla função de punir o criminoso e prevenir a prática do crime, pela reeducação e pela intimidação coletiva (punitur quia peccatum est et ne peccetur).
Tríplice finalidade 
Prevenção 
Retribuição TEORIA MISTA 
Ressocialização 
Momentos da Pena 
Pena em Abstrato: 
A pena em abstrato é uma pena que não se aplicou ainda no caso concreto, é a pena que a lei aponta. Alerta a sociedade do quanto de pena ela pode experimentar se cometer aquele crime. Exemplo: Art. 121, CP (Pena: 06 a 20 anos)
- Prevenção Geral – é o objetivo da lei penal. Visa a sociedade e atua antes da prática do crime.
- Prevenção geral positiva - Afirma a validade da norma desafiada pelo crime, busca garantir essa validade, ou seja, “É CRIME MESMO, ESTÁ NA LEI!”
- Prevenção negativa - Evitar que o cidadão venha delinquir. Para dar medo, digamos que um direito a informação, ou seja “PARA LER NA LEI E SABER QUE MATAR ALGUÉM É CRIME, por ex.” 
Pena aplicada na sentença: 
- Prevenção especial – Ou seja, para ele não delinquir mais.
- Retribuição – Que ele seja punido.
Por exemplo: sentença com pena de 08 anos, aqui já ocorreu o crime e a condenação; (essa pena tem duas finalidades: prevenir para que não volte a delinquir e que seja punido pela vida que ele tirou)
Pena na Execução:
Art.1°, LEP - A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
- concretizar a prevenção, ressocialização. Ou seja, o sujeito já está cumprindo pena, então o objeto é concretizar a prevenção.
Pois existem situações que a pena é aplicada na sentença, mas não é concretizada pois o réu está foragido.
TIPOS DE PENA
Penas proibidas: Art. 5º, XLVII, CF – cláusula pétrea
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
Apenas em caso de guerra EXTERNA declarada. Guerra civil não pode ser declarada pena de morte.
A pena de morte, se declarada no Brasil, seria através de fuzilamento e projétil custeado pelo Estado. Compete privativamente ao Presidente da República declarar guerra no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo CN, em caso de ataque externo. Art. 84, XIX, CF.
A “pena de morte” da pessoa jurídica que comete crimes ambientais”:
Uma das penas impostas pela legislação ambiental é a liquidação forçada da PJ. Liquidação é uma pena de morte imposta a PJ. Tem entendimentos de que configuraria uma pena de morte, afinal trata-se de uma PJ e a sua liquidação equivaleria a uma pena de morte (estaria fechando uma empresa), seria inconstitucional. Porém, a corrente majoritária defende que é possível fazer a liquidação da empresa, pois quando se fala de pena de morte na CF está se falando de PF.
Abate de aeronave – aeronave sem autorização e identificação. É facultado as forças armadas abater, seria uma legítima defesa punitiva. Questiona-se a constitucionalidade da lei de abate (ainda que exista todo um protocolo para que ocorra)
b) de caráter perpétuo;
Não é permitido de modo algum. A ressocialização é obrigatória. O limite da ppl é de 30 anos (Art. 75, CP).  Limite das penas
        Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Penas acima de 30 anos só interferem na execução da pena (bom comportamento, trabalho, etc...).
O Estatuto de Roma, que criou o TPI, no qual o Brasil é signatário, prevê a prisão perpétua. Mas internamente, o Brasil não aceita. Há conflito real ou aparente de normas? 
Conflito real ė quando efetivamente traz um prejuízo para a sociedade em razão da incompatibilidade das normas. No conflito aparente existe divergência, mas a sociedade não experimenta prejuízo. Sendo assim, Estatuto de Roma X CF, o conflito é aparente de normas, pois em que pese a divergência a prisão perpétua visa regular a situação interna, não traz prejuízo para a comunidade internacional ou para a efetividade do Estatuto de Roma. 
de trabalhos forçados;
O condenado não é obrigado a nada, não pode obrigar o preso a trabalhar.
de banimento;
Por exemplo, a retirada compulsória de um brasileiro nato.
cruéis;
São aquelas que inclui uma dor, um sofrimento desnecessário, integra ao excesso no direito de punir do Estado. Por exemplo, marcara de ferro, coisas que infringem a dignidade da pessoa humana.
Penas Permitidas: 
Privativa de liberdade 
Reclusão 
Detenção 
Prisão simples (contravenção penal)
Restritiva de Direitos 
Prestação de serviços à comunidade 
Limitação de fim de semana 
Interdição temporária de direitos 
Perda de bens e valores 
Pecuniárias
Multa 
Das Penas Privativas de Liberdade:
Art. 33, CP: 
Regime fechado
É a execução de uma pena privativa de liberdade em estabelecimento de segurança máxima ou média. É o mais grave.
Regime semiaberto
A execução da pena se dá em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Art.33, §1° “a”)
Regime aberto 
O cumprimento da pena acontece em casa de albergado ou em algum estabelecimento similar, adequado.
Reclusão ≠ Detenção:
	DISTINÇÃO ENTRE:
	RECLUSÃO
	DETENÇÃO
	REGIME INICIAL:
	Fechado
Semiaberto
Aberto
	Semiaberto
Aberto
	MEDIDA DE SEGURANÇA
	Internação
	Tratamento ambulatorial
	INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
	Admite
	Não-admite
RECLUSÃO:
Regimes Penitenciários da Reclusão:
 
- Se a pena for imposta acima de 8 anos, o início do cumprimento da pena será em regime fechado;
- Se a pena for superior a 4 anos, mas não exceder a 8 anos, o início do cumprimento da pena será em regime semiaberto;
- Se a pena for igual ou menor que 4 anos, o regime será aberto.
Não é possível se dar salto nos regimes, não pode progredir do regime fechado para o aberto, ou vice-versa.
Exceção: Condenado reincidente – Em caso de reincidência, sempre o início se dará em regime fechado, não importa a pena que for imposta, mesmo se tratando de pena de 2, 3 anos. Obs.: para isso, contam as infrações cometidas antes da maioridade penal
Circunstâncias do Artigo 59, CP:
As circunstâncias do agente são levadas em conta para a aplicação do regime.    Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        IV - a substituiçãoda pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O juiz pode impor outro regime mais gravoso (sem pular direto para o fechado), por exemplo, aplicar o fechado quando poderia ser semiaberto, desde que fundamente sua decisão, ou aplicar o semiaberto quando deveria ser aberto.
Para fugir a regra ou deve ter legislação especial, ou o juiz deve fundamentar em sua decisão.
Súmula 719 diz: “permitir a imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada exige motivação idônea.
Quando for uma reclusão que não cabe o regime fechado, para aplicar o mesmo tem que fundamentar com base do Art.59, ou se ele for reincidente. O juiz não está obrigado a aplicar o regime mais gravoso. E não pode se “pular” regimes.
MEDIDA DE SEGURANÇA
 - Se a pena for de reclusão, o regime é internação, 
 - Se a pena for de detenção, o regime é tratamento ambulatorial.
DETENÇÃO:
Regimes penitenciários iniciais da Detenção.
- se a pena for superior a 4 anos, inicia no semiaberto. 
- se a pena for igual ou inferior a 4 anos, inicia no regime aberto.
Ex: Art. 129. 
As circunstâncias do art. 59 também incidem na detenção. Então, o Juiz pode fundamentar para a aplicação de outro regime (semiaberto quando for aberto, ou vice-versa).
Não existe regime fechado na pena de Detenção (Art.33, CP), salvo em caso de regressão.- regressão é quando não cumpre reiteradamente as condições do regime aplicado.
É possível, em sede de cumprimento de pena, ir para o regime fechado.
- O julgador quando estiver aplicando o regime analisa as circunstâncias. A opinião do julgador por si só não justifica, tem que ter fundamento.
- A gravidade do delito por si só não pode justificar o agravamento do regime. (Súmula 718, STF).
PRISÃO SIMPLES:
É a pena que se dá nas contravenções penais. Ex.: vadiagem, jogo do bicho.
Não existe regime fechado na prisão simples, devendo apenas ser cumprido em regime semiaberto ou aberto.
Prisão simples ≠ Detenção = Na detenção, através da regressão, pode chegar no regime fechado. Na prisão simples em hipótese alguma, nem mesmo na regressão a prisão simples chega no regime fechado.
REGRAS DO REGIME FECHADO, SEMI ABERTO E ABERTO 
Regras do Regime Fechado:
Cumpre a pena em estabelecimento penal de segurança máxima ou média.
O preso pode trabalhar, e o Estado deve oferecer condições para isso. A regra é que seja dentro do sistema, a exceção é o §3°.
	
O exame criminológico é indispensável para o início de cumprimento de pena no regime fechado, para que se possa haver individualização da execução.    Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Regras do Regime Semiaberto: 
No semiaberto aberto aplicar-se-á, também, o exame criminológico para a classificação e individualização do cumprimento da pena.
Enquanto o Código Penal fala que no semiaberto aplica-se o exame criminológico, a LEP diz que não é obrigatório no art. 8°.
O exame criminológico no regime semiaberto, portanto, é facultativo.
Com base no princípio da norma penal mais benéfica se abre mão do exame criminológico.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.
Portanto, como a LEP é aplicada pelo princípio da especialidade, o exame criminológico é FACULTATIVO.
Princípio da norma penal mais benéfica + Princípio da especialidade.
Características do regime semiaberto:
     Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Ob.: Trabalho e estudo reduzem a pena. 3 dias trabalhados reduz 1 dia de pena. 12 horas de estudo reduz 1 dia de pena.
Regras do Regime Aberto: 
       Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Regras:
        § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Consequência do não cumprimento:
        § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Em relação a multa, não basta não pagar, tem que ter condições e não fazer o pagamento.Semiaberto ≠ Aberto 
No sistema semiaberto, via de regra no dia-a-dia o sujeito não precisa voltar para dormir em estabelecimento prisional, na pratica, como não tem vagas suficientes para isso, o juiz substitui o estabelecimento prisional por uma série de regras: a pessoa tem que trabalhar e a partir das 22h não pode ser visto na rua, não pode sair de casa fim de semana e feriados, não pode ser visto em locais difamados, e precisa ir uma vez por mês no fórum para prestar contas das atividades.
O regime semiaberto a pessoa trabalha e volta para estabelecimento prisional. Tem mais controle do indivíduo
Regime Especial: 
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
É vedada a possibilidade de estabelecimento misto no Brasil.
Direitos e Trabalhos do Preso: O trabalho não é dever do preso, e deve ser remunerado. (art. 28 e 29, LEP)o trabalho do preso não é forçado (vedação constitucional), mas é obrigatório. Noutros termos, não se força o preso a trabalhar, sob pena de sofrer sanções internas (solitária, proibição de visitas etc.), mas exige-se que ele cumpra um dever imposto por lei. Se o dever não for cumprido, ele deixa de receber benefícios, tais como a progressão ou o livramento condicional. Se o condenado quiser passar toda a sua pena sem trabalhar, poderá fazê-lo, mas não poderá pleitear benefícios. Por outro lado, quando opte por cumprir seu dever e trabalhar, a cada três dias de trabalho (seis horas no mínimo por dia), obterá, por remição, o desconto de um dia de pena. Inclui-se, pela edição da Lei 12.433/2011, a possibilidade de remir a pena pelo estudo (art. 126, LEP). A cada três dias de estudo, com jornada de quatro horas diárias, abate-se um dia de pena. Se o preso cometer falta grave, poderá perder até um terço do tempo de pena remida. Finalmente, o tempo remido é computado para todos os finas, especialmente paraa obtenção dos benefícios penais, como progressão de regime e livramento condicional.
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
- O valor recebido no trabalho, antes de tudo, deve sanar o prejuízo causado.
Direitos do preso: 
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente.          (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Art. 30, LEP. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.
Art. 31, LEP. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento
Art. 32, LEP. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
 Art. 36, LEP. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.
Art. 37, LEP. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.
Superveniência de doença mental:
Se o condenado passar a sofrer de enfermidade mental, durante o cumprimento da pena, deve ser recolhido ao hospital de custódia e tratamento (art. 41, CP). Se a doença tiver natureza transitória, ele fica no hospital, trata-se e retorna ao presídio. Esse tempo é computado como pena cumprida. Caso a enfermidade tenha caráter duradouro, o juiz deve converter a pena em medida de segurança, mantendo o sujeito no hospital adequado. 
Detração Penal:
É o cômputo, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança (no prazo mínimo), do tempo de prisão provisória, no Brasil ou no exterior, de prisão administrativa (praticamente inexistente) ou de internação em hospital de custódia e tratamento (agora, viável pelo implemento da interdição provisória, conforme art. 319, VII, do CPP). Cuida-se de um benefício ao réu. Se ele é preso cautelarmente, embora considerado inocente até o trânsito em julgado da sentença condenatória, pelo menos, se for apenado, terá a oportunidade de descontar na pena esse período em que ficou, provisoriamente, detido. 
A prisão administrativa não existe mais, vedada pela CF/88.Prisão em flagrante (art. 301 a 310, CPP): muitas vezes se converte em prisão preventiva, à pedido do delegado de polícia ou MP, deferido pelo magistrado.
Prisão preventiva (art. 311 a 316, CPP): é medida extrema, de exceção (princípio da presunção de inocência).
Prisão temporária (Lei 7960/89): prazo de 5 dias prorrogáveis por mais 5 dias.
Requisitos: Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria
Basta 1 requisito para poder ser preso, não são cumulativos.
Ordem pública
Ordem econômica
Conveniência da Instrução criminal
Assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Situação problema: (OAB)
Suponha-se que o sujeito se encontre processado em duas comarcas, estando preso preventivamente na primeira. Nesta, após permanecer preso durante 3 meses, é absolvido, sendo condenado no outro processo á 3 meses de detenção. O tempo de cumprimento de prisão preventiva no processo A, em que foi absolvido, pode ser computado na pena privativa de liberdade imposta na ação B?
Não, ele vai ficar preso mais 3 meses, são crimes diferentes, não há continência nem conexão nas ações. O direito penal não admite o princípio da conta corrente, isto é, se a pessoa cumpriu 3 meses de prisão preventiva, computa apenas naquele processo (e em conexos), não fica em uma “conta” para usar em qualquer crime.
Regime Disciplinar Diferenciado (RDD):
 Trata-se de uma espécie de regime fechado, prevista na Lei de Execução Penal, introduzida pela Lei 10.792/2003, voltada a criminosos condenados ou presos provisórios, quando apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade, bem como os que estiverem envolvidos ou participarem, com fundadas suspeitas, de organizações criminosas, associação criminosa. 
 Esse regime especial somente pode ser decretado pelo juiz, ouvido previamente o MP e a defesa. Tem duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição, por nova faltagrave da mesma espécie, cometida pelo sentenciado, até o limite de um sexto do total da sua pena. O recolhimento dá-se em cela individual e as visitas são controladas (duas pessoas por semana, por duas horas). O direito de saída da cela para banho de sol é de duas horas diárias. Embora rigoroso, cremos constitucional. Note-se que a inclusão no RDD pode até ser vista como mais favorável do que muitas celas superlotadas de presídios comuns, onde impera a violência e a insalubridade. Cuida-se, por certo, de imensa contradição do sistema penal.

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