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Tipos de linguagem

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COMUNICAÇÃO 
Estudo de caso
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O FALSO SELF
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Nome: Cristina
Idade: 8 anos
Cristina foi encaminhada pela professora que sugeriu a mãe que a levasse para uma psicóloga por acreditar que Cristina anda muito triste e desmotivada. 
Cristina tem problemas nos estudos, não conseguem manter a atenção, esta sempre sozinha, e ao fazer as tarefas deixa muitos espaços de uma tarefa para outra.
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Faça a leitura do caso e do trabalho teórico de análise do caso, buscando identificar quais sentimentos e sensações podem surgir em sua psique. 
Traduza os sentimentos em:
palavras.
Frases.
Música.
Ou descreva alguma imagem que lhe venha à mente.
Caso Cristina
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Na atualidade, ninguém mais duvida que, desde a condição de recém-nascido, estabelece-se uma comunicação – recíproca – entre a mãe e o bebê, pela sensorialidade (visão, audição, olfato, tato, sabor...), da motricidade e de sensações afetivoemocionais que um desperta no outro, especialmente no momento simbiótico e sublime do ato da amamentação.
TIPOS E FUNÇÕES DA LINGUAGEM
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podemos dividir as formas de linguagem em dois grandes grupos: 
1- a que se expressa por meio do discurso verbal. 
2- e a que se manifesta por outras formas, não-verbais.
TIPOS E FUNÇÕES DA LINGUAGEM
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Conhecer os tipos de linguagem podem ajudar no discriminar o que é uma coisa e o que é outra. 
Ajuda no entendimento do OUTRO.
Ajuda nas decisões.
Ajuda nas orientações.
Ajuda no levantamento de hipóteses.
Entender que sempre haverá a linguagem seja a nível verbal-logico ou a nível não verbal.
TIPOS E FUNÇÕES DA LINGUAGEM
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No discurso verbal, o sentidos das palavras e das frases compõem a “fala”. 
No entanto, é importante destacar que nem sempre as palavras têm um sentido simbólico e nem sempre o discurso tem a função de comunicar algo. 
Pelo contrário, o discurso pode estar a serviço da incomunicação, e desta forma de atacar os vínculos perceptivos. 
Assim seriam útil ter clara a diferença entre “falar” e “dizer”.
COMUNICAÇÃO VERBAL
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Falar pode estar a serviço de nada dizer, é compromisso da pessoa a nível consciente ou inconsciente de nada revelar, ou seja, de esconder a verdade. Assim a pessoa fala e nada diz. ( ex – caso pai psicopata).
COMUNICAÇÃO VERAL
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É um distúrbio da comunicação que, embora verbal, visa a uma não comunicação, é o que diz respeito ao emprego de falsificações.
 O uso das mentiras comporta um universo de significações, e podem ser consideradas nada menos que 18 modalidades possíveis de serem observadas no curso da análise.
A Mentira
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1) mentira comum (faz parte de uma, inevitável “hipocrisia social”, e ela é inócua); 
2) mentira piedosa;
 3) como forma de evitar sentir vergonha; 
4) uma maneira de fugir de um “perseguidor”; 
5) a serviço de um falso self (nesse caso, tanto pode ser exemplificado com o discurso mentiroso de um político demagogo, como também é necessário considerar que, muitas vezes, um “falso self” tem a função de proteger o verdadeiro self);
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6) mentira psicopática (visa ludibriar e prima pelo uso da “má-fé”); 
7)mentira maníaca (a sua origem radica em um passado no qual a criança gozava com um triunfo sobre os pais, com um controle onipotente sobre eles); 
8) como uma forma de perversão (em uma mistura do real com o imaginário, o sujeito cria histórias, vive parcialmente nelas e quer impô-las aos demais); 
9) a mentira do “impostor” (o sujeito cria uma situação falsa e a vive como verdadeira, às vezes conseguindo enganar todo mundo); 
10) como uma forma de comunicação (o paciente recria a sua realidade psíquica, assim exibindo os seus primitivos traumas e fantasias inconscientes);
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11) a mentira que é usada como uma forma de evitação
de tomar conhecimento das verdades penosas.
12) a mentira encoberta por um conluio-geralmente inconsciente – com outros (um exemplo banal, é o da mocinha que já leva uma plena vida genital, mas para todos os efeitos, os pais “acreditam” que ela se mantém “pura e virgem”); 
13) a mentira que decorre de uma “cultura familiar” (em certas famílias, a mentira é um valor idealizado e corriqueiro, de tal modo que a criança identifica-se com os pais mentirosos);
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14) a mentira ligada à “ambigüidade” (em cujo caso o sujeito nunca se compromete com as verdades, emite mensagens contraditórias e deixa os outros ficarem em um estado de confusão);
15) a mentira ligada ao sentimento de inveja (o sujeito pode mentir de forma autodepreciativa, para evitar a inveja dos outros, ou ele pode usar mentiras autolaudatórias, com o fim de provocar inveja nos demais que o cercam); 16) a mentira utilizada como “uma forma de pôr vida no vazio”(essa bela imagem pertence a Bollas, 1992);
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17) a mentira que tem uma finalidade estruturante (partindo da posição de que algo se revela pelo seu negativo, pode-se dizer que, para encontrar a sua verdade, o paciente precisa mentir). 
“A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer”. Mário Quintana
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18) É preciso estar atento, e venha a assinalar consistentemente, aquelas afirmativas e crenças pelas quais o paciente está mentindo para si mesmo! 
 essa afirmativa só importa quando houver um excesso das mentiras do sujeito para si mesmo entendendo que “toda e qualquer pessoa, em algum grau, é portador de uma parte mentirosa”. ( Bion)
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A linguagem não-verbal (ou pré-verbal), por sua vez, admite uma subdivisão em formas mais específicas de como ela pode expressar-se, como são as seguintes:
paraverbal, 
gestual, 
corporal, 
conductual, 
metaverbal, 
oniróide, 
Transverbal, 
efeitos contratransferências.
Comunicação Não-Verbal
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O termo “para-verbal” alude às mensagens que estão ao lado (“para”) do verbo, sendo que o emprego da voz tanto pelo que fala quanto, também, é claro, pelo ouve constitui-se como um poderoso indicador de algo que está sendo transmitido e que vai muito aquém e muito além das palavras que estão sendo proferidas.
as nuances e alternâncias da altura, intensidade, amplitude e timbre da voz, ou o ritmo da fala no curso da sessão, dizem muito a respeito do que está sendo dito e, principalmente, do que não está sendo dito.
PARA-VERBAL
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a voz do paciente ou sua forma de falar traduz uma arrogância?, timidez?, um constante desculpar-se?, de pedir licença, “por favor”?, um jeito impositivo?, querelante?
Dentro da escuta dos sentimentos que estão ao lado do verbo, também é preciso levar em conta que a escolha das palavras e a seleção dos assuntos podem ter uma expressiva significação, assim como é a importância dos lapsos que acompanham o discurso. 
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constitui-se como uma expressiva forma de linguagem não-verbal, os sinais da mímica facial, a postura, os sutis gestos de impaciência, contrariedade, aflição ou alívio, assim como certos maneirismos, tics, atos falhos, estereotipias, o riso e os sorrisos e, muito especialmente, por que e como chora, etc...
Desde o momento em que alguém está na sala de espera, é recebido e adentra o consultório, ele já está nos comunicando algo por meio de sua linguagem pré-verbal: Veio cedo, tarde, foi pontual?, Como está vestido, qual a sua expressão, como nos saudou?, Deita-se?, Senta-se?, Como começa a sessão?, está nos induzindo a assumir algum tipo de papel?
A Escuta dos Gestos e Atitudes
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Pode-se considerar, no mínimo, como cinco os canais de comunicação provindos do corpo: 
1) A imagem corporal 
2) Cuidados corporais (vestimentas, penteados, saúde física, etc.). 
3) Conversões
4) Hipocondria 
5) Somatizações.
A Escuta do Corpo
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Por linguagem metaverbal entende-se aquela comunicação que opera simultaneamente em dois níveis distintos, os quais podem ser contraditórios entre si.
por meio do qual a pessoa, manifestamente, concorda com as interpretações dada por outrem, porém, ao mesmo tempo, latentemente, ele as desvitaliza e anula a eficácia delas, revertendo-as aos seus próprios valores e perspectivas prévias.
A Escuta da Linguagem Metaverbal
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Neste caso, a linguagem se processa por meio de imagens visuais, às vezes podendo
ser verbalizadas e outras vezes, não, podendo até mesmo adquirir uma dimensão mística. 
As manifestações mais correntes deste tipo de linguagem na prática analítica consistem no surgimento de devaneios, fenômenos alucinatórios e sonhos.
A Escuta da Linguagem Oniróide
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Na atualidade, o fenômeno da atuação também permite compreender que o paciente está repetindo compulsivamente, como uma forma de propiciar novas chances dele vir a ser entendido e atendido pelo psicanalista em suas falhas e necessidades básicas. 
Este último aspecto representa, portanto, uma importante forma de comunicação primitiva, pelos efeitos contratransferenciais.
A Escuta da Conduta
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conduta nas perversões, tanto as de natureza sexual que se considera como a dramatização de criativas
“neossexualidades” assim, como a dos adictos. 
Neste último caso, é muito interessante como a morfologia desta palavra adicto, designa “a-dictum”, ou seja; não dizer, e isso nos diz muito acerca da função da droga, de preencher o vazio resultante da falta de uma representação interna de uma boa maternagem.
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o sentimento contratransferência é um importante veículo de uma comunicação primitiva, que o paciente não consegue expressar pela linguagem verbal.
A Escuta dos Efeitos Contratransferenciais
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Na transição entre os níveis préverbais e o verbal-lógico situam-se as linguagens metafóricas, como da poesia, música, devaneios imaginativos, mitos, sentimentos inefáveis, etc. ( ex: estou perdido sem pai nem mãe). 
Conquanto Freud por meio da sua recomendação técnica de que o profissional deveria “cegar-se artificialmente para poder ver melhor e trabalhar em um estado de “atenção flutuante”.
A Escuta Intuitiva
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Silêncio diante de um momento em que deveria existir a fala representa sobre tudo ... Tudo o que não pode ser expressado em palavras. 
Tanto pode ser um ataque ao vinculo e compromisso de não se trair como também pelo fato de que algumas sensações e sentimentos jamais poderão ser expressas por conteúdos verbais.
O silencio tem representações especificas e características próprias de acordo com o momento evolutivo de cada um. ( ex: adolescente entre o verbal e não verbal). 
O SILÊNCIO 
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Diante de pacientes silenciosos cresce de importância
a necessidade de entender e interpretar, sem demasia, a comunicação não-verbal do paciente, como são os gestos expressivos, certa movimentação motora, a linguagem corporal, etc. ( ex: paciente F.).
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Todas estas formas de escuta nãoverbal, embora tenham sido aqui descritas separadamente, devem processar-se simultaneamente.
 O que importa é que todas elas, obviamente somadas à indispensável linguagem verbal, estão, virtualmente sempre presentes nas mais distintas situações. 
Não importa o quanto uma pessoa fale ou deixe de falar ela sempre estará dizendo alguma coisa.
CONCLUSÃO
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Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, se convence que os mortais não podem ocultar nenhum segredo.
Aquele que não fala com os lábios, fala com as pontas dos dedos: nós nos traímos por todos os poros.
Sigmund Freud
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WINNICOTT D.W.. O Brincar e a Realidade. Coleção Psicologia Psicanalítica. Rio de janeiro. Ed Imago 1975.
ZIMERMAN, D E. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clinica - uma abordagem didática; - Porto Alegre: Artmed, 1999. 
BIBLIOGRAFIA
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