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Material de aula - Agentes Públicos

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AGENTES PÚBLICOS
1 – Conceito:
→ É o conjunto de pessoa que, a qualquer título, exercem uma função pública como preposto do Estado (desempenham uma atividade como representante do Estado). 
				- Servidor Público 
				- Empregado Público 
AGENTE PÚBLICO		- Agentes Honoríficos 
		 	- Agentes Políticos 
- Contratados Temporariamente 
2 – Noções básicas de estrutura administrativa 
Cargos, empregos e funções públicas: 
 	Cargo Público é o lugar dentro da organização funcional da Administração ocupado por um servidor público, com funções específicas e vencimentos fixados em lei ou diploma a ela equivalente. 
	Emprego Público, da mesma forma que cargo público, é uma unidade de atribuições, diferenciando-se uma da outra pelo tipo de vínculo que une o agente a Administração. O ocupante pelo emprego público possui vínculo celetista e o ocupante do cargo público possui vínculo estatutário.
	Função Pública é o conjunto de atividades, de tarefas, imputadas ao agente público com o objetivo de atender o interesse público. 
Classificação dos cargos públicos
Cargos vitalícios, efetivos e em comissão:
Cargos vitalícios são aqueles em que seus titulares só o perdem por sentença condenatória transitada em julgado. O prazo para aquisição da vitaliciedade é de 2 anos. Ex.: Magistrados, membros do MP, membros do tribunal de contas. – art. 95 CF.
Cargos efetivos são aqueles que se revestem do caráter de permanência. Os integrantes do cargo efetivo poderão perdê-lo em virtude de sentença condenatória transitada em julgado, processo administrativo em que tenha sido observado o direito ao contraditório e a ampla defesa, em virtude de avaliação negativa de desempenho (art. 41 CF) e em virtude de gasto excessivo da administração com pagamento de folha de pessoal (LRF). Quem possui cargo efetivo são os contratados pelo regime estatutário e a estabilidade ocorre a partir de 3 anos. 
Em comissão são os cargos de livre nomeação e exoneração por parte do administrador e desempenham atribuições de direção, chefia e assessoramento. São usualmente chamados de cargos de confiança.
Cargos de confiança ≠ Função de confiança = todos os dois são para exercer atribuições de direção, chefia e assessoramento. Os cargos de confiança independem se o agente possuía prévio vínculo com a administração ou não. A função de confiança exige prévio vínculo funcional com a Administração Pública e a perdendo não se perde o cargo. 
Cargos Isolados e Cargos de Carreira
 	Cargos Isolados são aqueles que não admitem a progressão funcional do servidor, possuem natureza estanque e inviabilizam uma progressão. Ex.: Analista judiciário, técnico judiciário.
	Cargos de Carreira são aqueles que permitem a progressão funcional do servidor através de diversas classes até chegar a classe mais elevador. Ex.: Juiz, promotor, polícia militar.
– Provimento:
 	É o fato administrativo que traduz o preenchimento (ocupação) de um cargo público. O provimento pode ser originário ou derivado. Será originário quando inexistir qualquer vínculo jurídico anterior com o Estado (nomeação). Será derivado quando ocorrer prévia relação jurídica anterior com o Estado (readaptação).
	O provimento dos cargos públicos é sempre realizado mediante ato administrativo da autoridade competente. 
→ Formas de Provimento:
Nomeação: é o ato administrativo que materializa o provimento originário de um cargo, dependendo, na maior das vezes, de prévia aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos. (mais comum e a única originária; é a única que cria uma relação nova)
Posse: é ato do agente público. Da nomeação à posse não pode ultrapassar o prazo de 30 dias e para entrar em exercício tem um prazo de 15 dias para começar a trabalhar.
Exercício: quando efetivamente se começa a trabalhar
O cargo público só está ocupado quando estiver preenchido as 3 etapas. 
b) Promoção: é o provimento derivado pelo qual o servidor público efetivo sai do seu cargo público e passa a ocupar outro cargo situado em uma classe mais elevada. Só pode haver promoção nos cargos de carreira.
Ex.: Juiz de direito promovido a desembargador; promotor promovido a procurador de justiça.
Readaptação: é a forma de provimento derivado que consiste na investidura do servidor público em um cargo com atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação física ou psíquica sofrida pelo servidor. 
Ex.: Professor sofre problemas nas cordas vocais, após passar por uma junta médica, é readaptado em outro cargo compatível. 
Ascensão: é a migração de uma carreira para outra superior sem a realização de concurso público. É inconstitucional tendo sido abolida pela CF/88. 
Transferência: é a passagem do servidor de seu quadro efetivo para outro de igual denominação, situado em quadro funcional diverso é inconstitucional.
Obs.: A remoção é o deslocamento do servidor a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro funcional, com ou sem mudança de sede. 
Reversão: é o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando junta médica oficial constatar insubsistentes os motivos da aposentadoria ou no interesse da administração desde que:
- Tenha sido solicitada;
- A aposentadoria voluntária não tenha ocorrido há mais de 5 anos
- Exista cargo vago;
A reversão é um procedimento derivado.
Readmissão: é o provimento derivado mediante o qual o ex servidor retorna a função pública por ato discricionário da administração, sem realizar concurso público. É inconstitucional. 
Reintegração: é a forma de provimento derivado caracterizada pelo retorno do servidor a sua situação funcional anterior em virtude da anulação administrativa ou judicial do ato que o excluiu do serviço público.
Recondução: é a forma de provimento derivado caracterizado pelo retorno do servidor que tenha estabilidade ao cargo que ocupava anteriormente por sua inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou pela reintegração de outro servidor ao cargo do qual teve que se afastar. 
Aproveitamento: é a forma de provimento derivado caracterizada pelo retorno do servidor público em disponibilidade, em cargo de natureza e nível de remuneração compatível com o anteriormente ocupado. 
– Vacância
 		É o fato administrativo que demonstra que determinado cargo público não está provido.
 	Situações que podem fazer com que o cargo fique vago: aposentadoria, falecimento do servidor, demissão (sempre penalidade), exoneração (não é penalidade e pode ser de ofício pela própria Administração Pública ou a pedido do próprio servidor), promoção, readaptação.
– Regime Constitucional
Concurso Público: é o procedimento administrativo instaurado pela Administração Pública com o fim de aferir as aptidões pessoais e selecionar os melhores candidatos para ocupar os cargos e empregos públicos. A exigência constitucional do concurso público encontra respaldo nos princípios da isonomia, impessoalidade, moralidade e legalidade. 
Investidura = nomeação + posse + exercício 
→ O concurso pode ser composto por provas ou provas e títulos
→ Prazo máximo de validade: 02 anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. O prazo começa a correr a partir da homologação do concurso.
→ Exame psicotécnico pode reprovar o candidato? Sim, súmula 686 STF: desde que a lei que o criou exija prévia aprovação no exame.
→ Idade? Só é possível através da aplicação do princípio da proporcionalidade, só se o cargo exigir. Súmula 683 STF
→ Tradicionalmente, a doutrina sustenta que a aprovação em concurso público gerava ao candidato mera expectativa de direito, e no direito subjetivo à nomeação. Entretanto em 2008 o STJ posicionou-se no sentido que a aprovação dentro do número de vagas previstas no edital gera direito subjetivo líquido e certo à nomeação. O STF, em decisão recente reconheceu direito adquirido à nomeação de candidato aprovado fora do número de vagas, quando o órgão público manifesta por ato inequívoco, a necessidadedo preenchimento de novas vagas.
→ A Administração Pública não pode proibir a participação de candidato em concurso público imotivadamente. A Súmula 266 STJ determina a exigência de apresentação do diploma ou habilitação legal só pode ocorrer no momento da posse.
→ Alguns cargos públicos podem ser providos sem concurso.
Ex.: ministros do STJ e STF; desembargadores pelo quinto constitucional da OAB, membros do tribunal de contas.
*Agentes comunitários de endemias e saúde¿ art. 198 § 4º CF. Há controvérsias – processo seletivo público (não é concurso público). 
b) Estabilidade: é o direito outorgado ao servidor estatutário nomeado em virtude de aprovação em concurso público de permanecer no serviço público após 3 anos de efetivo exercício. Para ter direito a estabilidade, além do prazo de 3 anos de efetivo exercício, é preciso ocorrer uma avaliação especial de desempenho do servidor, que deverá ocorrer por meio de uma comissão, nomeada para tal finalidade.
	O período compreendido entre o início do exercício e a aquisição da estabilidade é denominado estágio probatório que tem por finalidade apurar se o candidato apresenta condições para o exercício do cargo, referentes a assiduidade, pontualidade, produtividade, responsabilidade e capacidade de iniciativa.
	Adquirida a estabilidade o agente público só perderá o seu cargo em virtude de sentença condenatória transitada em julgado, processo administrativo, avaliação negativa de desempenho (art. 41 CF) 
6 – Acumulação de Cargos, Empregos Públicos e Funções Públicas:
	A Constituição, no seu art. 37, VXI, proíbe a acumulação remunerada de cargos ou empregos públicos. O fundamento da referida proibição é evitar que com o acúmulo de cargos e empregos o agente público não desempenhe nenhuma de suas atividades de forma eficiente. Entretanto, o referido dispositivo permite a acumulação de dois cargos/empregos de professor; um cargo/emprego de professor com outro cargo/emprego técnico e dois cargos/empregos de profissional na área da saúde, desde que exista compatibilidade de horários.
Obs.: O técnico se refere a qualificação (específica – atribuição que o cargo exige).
Ex.: técnico em química, técnico em enfermagem.
	O que caracteriza um cargo técnico é a atribuição que ele exige.
	Havendo acumulação ilegal é preciso distinguir se o agente público estava de boa-fé ou má-fé. Constatada a boa-fé é conferido ao agente o direito de optar por qual dos cargos quer permanecer. Constatada a má-fé perderá todos devendo restituir a Administração o que tiver recebido ilegalmente. 
7 – Remuneração
	A remuneração é o montante recebido pelo agente público a título de vencimentos e vantagens peculiares. 
Remuneração = Vencimentos + Vantagens.
	A lei 8112/90 proíbe a prestação de serviço gratuito a Administração Pública salvo nos casos previstos em lei (agentes honoríficos).
	O menor valor para a título de vencimento a um agente público é salário mínimo (art. 39 § 3º, CF). De acordo com a Súmula Vinculante nº 6 STF não há violação ao referido dispositivo o pagamento inferior ao salário mínimo aos praças prestadores de serviço militar inicial.
	De acordo com o art. 37, XI, CF, o teto máximo de subsídios pagos a um agente público é o valor do subsídio do STF.
8 – Mandato Eletivo
→ Art. 38, CF: se o cargo eletivo for um cargo federal (presidente, senador e deputado federal) ou for um cargo eletivo estadual (governador e deputado estadual) o agente público ficará afastado do seu cargo ou emprego anterior. Se o cargo eletivo for o de prefeito, o agente público se afasta do cargo anterior podendo optar pela remuneração. Se o cargo eletivo for de vereador, havendo compatibilidade de horários o agente público poderá continuar exercendo a sua função anterior cumulativamente com a de vereador, se não houver compatibilidade de horários, deverá se afastar do cargo anterior optando pela remuneração. 
	Em todas as situações acima o período de afastamento do agente público do seu cargo originário será computado com o tempo de efetivo serviço para sua futura aposentadoria.
 9 – Responsabilidade do Agente Público:
	 O agente público no desempenho de suas funções possui responsabilidade administrativa, civil e criminal.
 A responsabilidade administrativa surge quando é violado um dever ou uma proibição funcional.
Já a responsabilidade civil surge quando o agente público no desempenho de suas funções causa um dano patrimonial à administração.
A responsabilidade criminal surge quando no desempenho de suas funções o agente público comete um crim.
O ilícito administrativo é diferente do criminal porque o primeiro não descreverá qual sanção específica será aplicada quando o agente quando violar seu dever ou proibição funcional, ele descreverá as hipóteses e o administrador deverá com base no princípio da proporcionalidade aplicar a sanção ao caso concreto. 
As esferas de responsabilidade são autônomas e independentes. Não configurando bis in idem a punição em mais de uma esfera pelo mesmo fato. 
Não obstante as esferas de responsabilidade sejam autônomas e independentes, se o agente público for condenado na esfera criminal, a referida condenação deverá repercutir nas esferas administrativa e civil. Se o agente público for absolvido na esfera criminal, a absolvição só vinculará as demais esferas se tiver como fundamento de negativa de autoria ou inexistência do fato. 
10 – Aposentadoria (art. 40, CF)
	É o direito garantido pela CF ao servidor público de receber determinada remuneração na inatividade diante da ocorrência de certos fatos jurídicos previstos em lei. 
→ Aposentadoria pode ser:
1 – Por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável.
2 – Compulsória – aos 70 anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição
3 – Voluntária – desde que o agente tenha, no mínimo, 10 anos de efetivo serviço público e 5 anos no cargo em que se dará a aposentadoria
	
	APOSENTADORIA INTEGRAL
	APOSENTADORIA PROPORCIONAL
	HOMEM
	60 anos e 35 anos de contribuição 
	65 anos de idade
	MULHER
	55 anos de idade e 30 de contribuição
	60 anos de idade
- Para quem é professor de ensino fundamental ou médio a quantidade de anos é reduzida em 5 (Aposentadoria integral) – art. 40, § 5º CF

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