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INSTITUTO DE QUÍMICA CURSO DE QUÍMICA INDUSTRIAL Disciplina: Análise Instrumental Experimental Ana Carolina de Oliveira 11611QID028 Gabriel 11511QID027 Marina Leite 11411QID054 Nathália Almeida Alves 11611QID029 Professora: Nívia Maria Melo Coelho PRÁTICA 2: CONSTRUÇÃO DE CURVA ANALÍTICA DE CALIBRAÇÃO PARA ÍONS Fe3+ Uberlândia – MG Março / 2016 1- Introdução O ferro é o metal mais conhecido e utilizado pela humanidade desde os tempos mais longínquos e remotos, sendo também o quarto elemento mais abundante na crosta terrestre. O ferro possui dois números de oxidação mais comuns, o Fe2+, conhecido antigamente como íon ferroso, no estado bivalente e o Fe3+, antes chamado de íon férrico, com estado de oxidação trivalente. O ferro não é encontrado na natureza de forma isolada, mas sim sob a forma de minerais, dentre os quais destacam-se a hematita, Fe2O3, a magnetita, Fe3O4 e a pirita, FeS. Nas propriedades físico-químicas do ferro destacam-se dois tipos de sistemas ou duas séries principais: os compostos ferrosos com ferro bivalente, FeS, que está no mineral pirita citado anteriormente e os compostos férricos com ferro trivalente, F2O3, que é a hematita. O magnetismo é uma importante propriedade física deste, já quando exposto ao ar úmido ele se oxida, formando a ferrugem, ou seja, óxidos ferro. Pode-se destacar também, como uma das propriedades químicas de ferro, a facilidade que este tem de ser atacado por ácidos. A determinação de ferro pode ser feita por espectrofotometria, que é um subconjunto da Espectroscopia Molecular, ou ainda mais detalhado, a espectrometria de absorção molecular no Ultravioleta/Visível (UV/Visível), sendo, portanto um importante método analítico e instrumental de grande aplicação. Há ainda outros métodos e técnicas para a determinação de ferro em amostras diversas oriundas dos mais diferentes locais entre estas estão a Espectrometria de Absorção Atômica (AAS, do inglês), a Voltametria e a Espectrometria de quimioluminescência (ICP-OES, do inglês). Qualquer técnica ou método que faça uso de luz (radiação eletromagnética) no intuito de medir concentrações de espécies químicas é considerado como espectrofotometria. A luz atualmente é descrita tanto como partícula como onda, logo estas ondas luminosas são campos magnéticos e elétricos oscilantes e orientados perpendicularmente, que explica sucintamente o termo radiação eletromagnética (luz). Parâmetros como comprimento de onda (em nm) e freqüência (em s-1 ou Hz) definem o comportamento da radiação e também a energia desta. 2- Objetivos Construir e aplicar curva padrão; aplicar a Lei de Beer; conceituar e determinar: linearidade, sensibilidade e limite de detecção. 3- Materiais e Métodos 3.1- Materiais, equipamentos e reagentes utilizados Espectrofotômetro UV-Vis Balão volumétrico de 50,0 mL Solução de HNO3 4 mol L-1 Solução de Tiocianato de potássio 2 mol L-1 Solução amostra de Fe3+ Solução estoque de Fe3+ Papel absorvente Pipeta graduada de 10 mL Béquer de 500 mL Frasco lavador de 500 mL Solução amostra aquosa de íons Fe3+ de concentração desconhecida 3.2- Procedimento Construiu-se uma curva analítica de calibração de íons Fe3+ com concentrações de 1,0 a 25,0 mg L-1 , tendo como referência água destilada. Para a construção da curva analítica transferiu-se para balões volumétricos de 50,0 mL volumes adequados da solução estoque de íons Fe3+, adicionou-se 3,0 mL de solução de ácido nítrico 4,0 mol L - 1 , 5,0 mL de solução de tiocianato de potássio 2,0 mol L-1 e completou-se com água destilada até a marca. Preparou-se um “branco” e determinou-se sua absorbância por diversas vezes em diferentes momentos anotando todas as medidas. Trabalhou-se com uma amostra aquosa de íons Fe3+ de concentração desconhecida com procedimento semelhante ao da construção da curva analítica de calibração e determinou-se sua absorbância. Para determinar o λ adequado para as determinações de absorbância obteve-se um espectro de absorção, de λ = 350 a 800 nm, para uma das soluções padrão de íons Fe3+ após o tratamento estabelecido. Pediu-se: a) Construa a curva analítica de calibração para íons Fe3+ b) Determine: linearidade, sensibilidade e limite de detecção do método. c) Com o auxílio da curva analítica de calibração, determine a concentração de íons Fe3+ na solução amostra recebida. 4- Resultados e Discussão Inicialmente, preparou-se o branco contendo HNO3 e KSCN, mediu-se a absorbância deste por 10 vezes para se determinar o Limite de detecção (LD) e o Limite de Quantificação (LQ). As absorbâncias se encontram na tabela abaixo: Absorbância (branco) 0,000 0,001 0,001 0,001 0,002 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 Média: 0,001 SD: 0,000471405 Tabela 1- Absorbâncias do branco Em seguida, obteve-se o espectro de absorção entre os λ= 350 a 800 nm da solução de [Fe(SCN) ]2+ 10ppm para determinar o comprimento de onda (λ) adequado. Obteve-se o seguinte espectro: Figura 1 - Espectro de absorção do [Fe(SNC)]2+ Devido ao maior pico de absorção ser no λ= 474 nm, foi utilizado este λ para realizar as próximas etapas. Posteriormente, foi construída uma curva de calibração de íons Fe3+, das concentrações de 1 a 25 ppm. Abaixo segue a tabela com as concentrações e absorbâncias das soluções de [Fe(SCN) ]2+. 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 0,2 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 A b so rb ân ci a Comprimento de onda (λ) Espectro de Absorção [Fe(SCN)]2+ Figura 2 - Curva de calibração para íons Fe3+ Tal procedimento é possível por causa da relação da concentração e absorbância, uma vez que os íons Fe3+ reagindo com o SCN- em meio ácido, tem como produto uma solução vermelha sangue, no qual a intensidade da cor na solução é proporcional à concentração do complexo formado [Fe (SCN) ]2+, que é igual a concentração de íons Fe3+ quando SCN- é colocado em excesso. Construída a curva de calibração, percebeu-se que existe linearidade em todas as concentrações estudadas (0,91 < R2 < 0,99) de correlação fortíssima, a sensibilidade é igual a 0,0201 e o Limite de detecção (LD) e de quantificação (LQ) foram calculados: 𝐿𝑄 = 10𝑥(𝑆𝐷 (𝑏𝑟𝑎𝑛𝑐𝑜)) 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎çã𝑜 = 10𝑥0,000471405 0,0201 = 0,23453 Curva de calibração Fe3+ Concentração (ppm) Abs 1 0,019 5 0,093 10 0,181 15 0,296 20 0,387 25 0,502 Tabela 2 - Dados referentes a curva de calibração para o íon Fe3+ y = 0,0201x - 0,0081 R² = 0,9982 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0 5 10 15 20 25 30 A b so rb ân ci a Concentração Fe3+ Curva de calibração - Fe3+ 𝐿𝐷 = 3𝑥(𝑆𝐷 (𝑏𝑟𝑎𝑛𝑐𝑜)) 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎çã𝑜 = 3𝑥0,000471405 0,0201 = 0,070359 Finalmente, uma amostra com quantidade desconhecida de Fe3+ foi analisada. Repetiu- se o mesmo procedimento de quando as soluções foram preparadas para a construção da curva de calibração: adicionando HNO3 e KSCN à 5 ml da amostra, que foi preparada num balão de 50 ml, e completando o volume com água destilada num balão volumétrico de 50 ml (fator de diluição de 10x). Fez-se a leitura no espectrofotômetro no λ= 474 nm e obteve-se a absorbância= 0,085. Utilizando-se da equação da reta encontradana construção da curva de calibração, tem- se que: 𝐴𝑏𝑠 = 0,0201𝑥 − 0,0081 Onde x = concentração da amostra. Após substituir o valor de absorbância, temos que a concentração de Fe3+ = 4,632 ppm. Devido ao fator de diluição ser 10x, a concentração real de Fe3+ na amostra desconhecida é de aproximadamente 46,32 ppm. 5- Conclusão Conclui-se que, o método da curva analítica foi construído e aplicado com sucesso e validado por parâmetros com a linearidade, sensibilidade e limite de detecção e quantificação do método. Através de métodos físicos, executados pelo aparelho espectrofotométrico, pode- se analisar as propriedades das soluções, neste caso, a concentração. A partir dos resultados obtidos é possível comprovar experimentalmente que, à medida que há um aumento da concentração de uma solução, consequentemente, há um aumento da absorbância da mesma, como descrito na lei de Beer. Por fim, com o uso de cálculos juntamente com os resultados obtidos pela aparelhagem e a interpolação gráfica da curva de calibração, foi possível definir a concentração de uma solução-teste de concentração desconhecida. 6- Referências Bibliográficas [1] MARTINS, F.G. Estudo espectrofotométrico de oxidação do sistema ferro (I)/tiocianato e seu aproveitamento analítico. Dissertação de mestrado. [2] MENDHAM, J., DENNEY, R. C; BARNES, J. D; & THOMAS, M, J, K; - VOGEL Análise química quantitativa, 6ª ed., LTC editora, Rio de Janeiro – RJ, 2002. [3] SKOOG, D. A., HOLLER, F. J., NIEMAN, T. A.; trad. CARACELLI, I. et al. Princípios de análise instrumental. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. [4] SKOOG, D. A.; WEST, D. M. & HOLLER, F. J., Fundamentos de química analítica, 8ª ed., Thomson Learning Ltda, 2006.
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