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2011/2 Seção 1 * Microeconomia Prof. Fernando de Holanda Barbosa Filho 2011/2 Seção 1 * Imagine um dia comum em sua vida... O que você consome habitualmente? Suco, café, noticiário, TV, carro, livro etc. Dependemos de muitas pessoas no fornecimento de bens ou serviços e essa interdependência é o que permite a comercialização. Interdependências e ganhos comerciais 2011/2 Seção 1 * Por que o comércio (troca) é mutuamente benéfico? Quais semelhanças e diferenças entre comércio (troca) entre indivíduos dentro de um mesmo país e o comércio entre países? O que determina o que um país produz e vende no mercado internacional? O que significa a vantagem comparativa e por que ela desempenha um papel tão importante? O que são ganhos de especialização? O quanto é válido o argumento de que o comércio deve ser restringido? Pergunta-se: 2011/2 Seção 1 * Princípio de economia: O comércio pode ser bom para todos. Hoje, muitos bens e serviços consumidos são importados de outros países... Também há exportações. 2011/2 Seção 1 * O comércio produz ganhadores, mas significa dizer que estes ganhadores estejam felizes? 2011/2 Seção 1 * Imaginemos uma economia simples, que produz apenas dois bens: carne e batatas. Especialização: método de produção segundo o qual cada pessoa (ou país) se concentra em um número limitado de atividades. No modelo de FPP (produz-se dois bens), especialização significa produzir somente um bem. O agricultor comeria apenas batatas e o pecuarista, carne. Neste caso, percebe-se que o comércio lhes permitiria desfrutar de uma maior variedade. 2011/2 Seção 1 * Troca: o ato de negociar com outros para obter o que desejamos. No modelo de FPP, troca-se um bem pelo outro. Agora, a situação seria ainda melhor: se tanto o agricultor quanto o pecuarista pudessem produzir ambos os bens, mesmo a um custo maior. Neste caso, é fácil perceber que cada um se beneficiaria caso se especializasse naquilo que faz melhor. Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Imagine que o pecuarista seria melhor que o agricultor na produção de ambos os bens. Neste caso, será que ambos optaria pela autosuficiência? Haveria motivo para comercializarem um com o outro? Antes de respondermos a estas perguntas, devemos analisar mais detalhadamente alguns fatores que afetam a decisão!!! 2011/2 Seção 1 * Figura 1 – página 51 A figura mostra todos os resultados possíveis, onde o indivíduo divide o seu tempo entre produzir batatas e/ou carnes! Se não houver comércio, a FPP individual também será a FP de consumo individual. Conclusão: A FPP representa as diversas possibilidades de produção (ou consumo) ou diversas combinações de produtos que uma economia pode produzir (consumir)... Trade offs Característica desta FPP: linha reta (proporções constantes). 2011/2 Seção 1 * Figura 2 – página 53 Conclusão: os dois se beneficiarão do comércio. Se especializarão no que fazem melhor: Dedicar-se-ão mais tempo produzindo o que faz melhor e menos tempo na outra atividade. Portanto, o comércio permitirá que os dois consumam mais carne e mais batatas. 2011/2 Seção 1 * Pergunta-se: quem pode produzir batatas ao menor custo? Resposta: Para analisarmos as trocas, é necessário que saibamos duas definições importantes: Vantagem Absoluta Vantagem Comparativa. 2011/2 Seção 1 * Vantagem Absoluta: uma pessoa (ou país) possui vantagem absoluta na produção de um bem ou serviço quando produz este com menos recursos que outra pessoa (ou país). Termo usado para comparar a produtividade de uma pessoa, empresa ou nação com a de outra. Em outras palavras, significa produzir uma quantidade de um bem com uma menor quantidade de insumos. Nosso exemplo: Quem possui vantagem absoluta? Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * O pecuarista possui VA na produção de carne e batatas, pois precisa de menos tempo para produzir de ambos os bens. Podemos concluir ainda que o pecuarista possui o menor custo de produção de batatas se medirmos o custo em termos de quantidade de insumos. No entanto, há outra maneira de analisar o custo de produção de batatas... Podemos comparar os custos de oportunidade em vez de comparar os insumos necessários. 2011/2 Seção 1 * O cultivo de batatas reduz o tempo disponível para produzir carne... Os produtores poderão percorrer a FPP. Portanto, o custo de oportunidade medirá o tradeoff entre os dois bens que cada produtor enfrenta. Tabela 1 – pag. 55 Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Vantagem Comparativa: uma pessoa (ou país) possui vantagem comparativa na produção de um bem ou serviço quando consegue produzi-lo com um custo de oportunidade inferior ao de outra pessoa (ou país). É a habilidade para produzir um bem com menor custo de oportunidade que outro produtor. O produtor que abre mão de menor quantidade outros bens para produzir o bem X tem menor custo de oportunidade de produção desse bem. 2011/2 Seção 1 * Embora seja possível uma pessoa ter VA nos dois bens, é impossível que uma pessoa tenha VC nos dois bens. Como o CO de um bem é o inverso do CO de outro, se CO de uma pessoa para um bem é relativamente elevada, seu CO para outro bem tem que ser relativamente baixo. A VC reflete o CO relativo. A menos que duas pessoas tenham exatamente o mesmo CO, uma delas terá VC em um bem e a outra terá VC no outro bem. 2011/2 Seção 1 * Os ganhos resultantes da especialização e do comércio baseiam-se não só na VA, mas também na VC. Quando uma pessoa tem VC, a produção total da economia aumenta e esse aumento do bolo econômico pode ser usado para melhorar a situação de todos. O comércio pode ser bom para todos pois permite que as pessoas se especializem em atividades nas quais têm uma VC. Vantagem comparativa e comércio 2011/2 Seção 1 * Suponha dois indivíduos (ou países) com a mesma quantidade de recursos e que utilizem todos os seus recursos para produzir dois bens – soja e morango. O indivíduo 1, utilizando todos os seus recursos, consegue produzir 8 toneladas de soja e zero toneladas de morango ou zero toneladas de soja e 32 toneladas de morango. O indivíduo 2, utilizando todos os seus recursos, consegue produzir 24 toneladas de soja e zero toneladas de morango ou zero toneladas de soja e 48 toneladas de morango. Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Nesse exemplo, o indivíduo 2 possui vantagem absoluta na produção de soja e morango. O indivíduo 2 produz com a mesma quantidade de recursos que o indivíduo 1 – 16 toneladas a mais de soja e 16 toneladas a mais de morango. Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Suponha que o indivíduo 1 produza e consuma 4 toneladas de soja e 16 toneladas de morango. O indivíduo 2 produz e consome 12 toneladas de soja e 24 toneladas de morango. Nesse caso, a produção total é de 16 toneladas de soja e 40 toneladas de morango. Dado que o indivíduo 2 possui vantagem absoluta na produção de ambos os bens, ele tem algum interesse em trocar bens com o indivíduo 1? Por quê? Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Mesmo sendo “melhor” na produção dos dois bens, ambos podem se beneficiar trocando bens. Por exemplo, suponha que o indivíduo 1 se especialize em morango e o indivíduo 2 produza 18 toneladas de soja e 12 toneladas de morango. Nesse caso, a produção total é de 18 toneladas de soja e 44 toneladas de morango. Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Com isso, o indivíduo 1 pode enviar 15 toneladas de morango para o indivíduo 2 e receber 5 toneladas de soja, consumindo 5 toneladas de soja e 17 toneladas de morango, elevando o seu consumo de soja e morango em 1 unidade. Ao mesmo tempo, o indivíduo 2 pode consumir 13 toneladas de soja e 27 toneladas de morango, elevandoo consumo de soja em 1 unidade e o de morango em 3 unidades. Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Isso ocorre porque, apesar de o indivíduo 2 possuir vantagem absoluta na produção de soja (S) e morango (M), não é possível ter vantagem comparativa em ambos. Logo, o indivíduo 1 possui vantagem comparativa em morango e o indivíduo 2 em soja. Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * Dessa forma, indivíduos (ou países) devem se especializar na produção de bens em que eles possuam vantagem comparativa. Logo, caso haja a especialização em bens em que existam vantagem comparativa, o comércio melhora os indivíduos, permitindo níveis de consumo superiores àqueles observados, caso os indivíduos ou países não realizem trocas e consumam somente aquilo que produzem. Dessa forma, pelo princípio da vantagem comparativa, o comércio beneficia a todos. Especialização e Trocas 2011/2 Seção 1 * As vantagens absolutas referem-se exclusivamente à quantidade de recursos usados para se produzir certo bem. Sob esse aspecto, um país detém vantagem absoluta na produção de um produto quando utiliza menor quantidade de insumos para produzi-lo, em comparação com outras nações que também o produzem ou podem vir a produzí-lo. Já as vantagens comparativas dependem da quantidade que se deixa de produzir de um bem para se produzir um segundo produto. Um país detém vantagem comparativa - relativamente a outro país - na produção de certo item quando, para produzir uma unidade do bem X, ele deixa de produzir uma menor quantidade de uma segunda mercadoria Y. Qual a diferença entre vantagens absolutas e vantagens comparativas? 2011/2 Seção 1 * Como exemplo, imagine dois países que empregam iguais volumes de recursos para produzir automóveis ou café. Se o país A tem de optar por produzir 3 automóveis ou 5 sacos de café enquanto o país B tem de optar por produzir 1 automóvel ou 4 sacos de café, o país A detém vantagem absoluta em automóveis e em café, mas vantagem comparativa somente na produção de automóveis. * * * * * * * * * * * * *
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