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TEORIA GERAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

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TEORIA GERAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
DISTINÇÃO ENTRE ATO ADMINISTRATIVO E FATO ADMINISTRATIVO
Fatos jurídicos (em sentido amplo): são acontecimentos naturais ou decorrentes da conduta humana, voluntária ou não, aos quais o direito imputa efeitos jurídicos.
Fatos jurídicos em sentido estrito: Decorrem de acontecimentos naturais.
Atos jurídicos em sentido estrito: São imputados aos homens.
Ato administrativo: é quando o administrador público, agindo nesta qualidade, sob um regime jurídico público, manifesta uma declaração de vontade em nome da administração. O que distingue o ato administrativo dos demais atos é a figura do administrador público utilizando-se das prerrogativas que a qualidade de administrador público lhe confere.
CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO
Não existe conceito legal de ato administrativo. A administração pública, admitida a possibilidade de expressar vontade por intermédio de seus agentes, manifestaria ato administrativo sempre que, atuando nesta qualidade, declare, com um fim imediato, a intenção de adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir atos e obrigações, com um fim público. Os atos administrativos estão vinculados a um fim público e não pode ser desviado, sob pena de vício da vontade.
REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Ato jurídico: agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma não prescrita ou não defesa em lei, conforme se depreende do art. 104 do CC.
Ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
Agente competente: competência deve ser entendida como parcela de atribuições conferida pela lei ao agente público para a prática do ato. Preliminarmente, têm competência para a prática de atos pessoas política públicas: União, Estados, Municípios e Distrito Federal, que a distribuem entre seus órgãos administrativos e, consequentemente, aos agentes destes. O agente público em geral tem competência limitada pela lei ao exercício de determinada função pública. Quando não há impedimento legal e não sendo competência exclusiva, o agente pode transferir atribuições a subordinado hierárquico, gerando a delegação de competência. O inverso é a avocação¸ quando um agente superior hierarquicamente chama para si atribuições de agente subordinado. Se o agente não detiver atribuições para praticar o ato, esse estará sujeito a invalidação.
Finalidade: é o resultado que se pretende alcançar com a pratica do ato. Todo ato administrativo deve ter finalidade pública, ou seja, deve ter um sentido voltado ao alcance de um fim público, do bem estar coletivo. Cada ato adm. Tem uma finalidade específica, não se pode, por exemplo, utilizar da remoção para punir um funcionário. Caso o ato não ostente finalidade pública, o agente pode incorrer em abuso de poder, na modalidade desvio de poder ou abuso de poder. O desvio de finalidade se verifica quando o agente previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
Forma: A forma é sempre prevista em lei, os atos administrativos são sempre formais. A forma representa o cumprimento das formalidades legais, o revestimento exterior do ato administrativo. A forma geralmente é a escrita. A motivação é parte constituinte da forma do ato, é necessário a exposição dos fatos e do direito que ensejaram a prática do ato.[1: O apito de um guarda é ato administrativo.]
Motivo: Consiste na compatibilização do fato com o direito. O motivo se traduz nas circunstâncias de fato nos elementos de direito que provocaram a produção do ato. A presença do motivo é garantia de legalidade, permitindo e facilitando o controle do ato.[2: Não se deve confundir motivo com motivação, a motivação faz parte da forma, consistindo na declinação das razões do ato, evidenciando por escrito os pressupostos de fato existentes e sua relação com o ato praticado.][3: Teoria dos motivos determinantes: a validade do ato e o agente emissor vinculam-se à motivação expendida. Assim, mesmo que desnecessária a motivação, se o ato foi motivado, só será válido se os motivos enunciados forem verdadeiros, existente e devidamente qualificados.]
Objeto: é o efeito jurídico a ser alcançado com a realização deste, que se pode traduzir, por exemplo, em: adquirir, modificar, realizar, criar, comprovar algo. Deve ser lícito, possível, certo, moral e dirigido a um fim público.[4: A administração pública está vinculada ao princípio da legalidade.][5: Realizável no mundo dos fatos e de direito.][6: Definido quando aos destinatários, efeitos, tempo e lugar.]
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
QUANTO FORMAÇÃO DO ATO
Simples: Emana da vontade de um só órgão ou agente público. Basta uma única declaração de vontade para que o ato se concretize. É simples no que diz respeito a sua formação, caso seja formado por um colegiado, será simples, por ser gerado em uma só manifestação.
Complexo: Resulta do conjugação ou somatória de vontades de dois ou mais agente ou órgãos públicos singulares ou colegiados. Somam-se as vontades, que são homogêneas, idênticas em conteúdos e fins, para a emissão de um único ato.
Composto: É o ato que resulta da manifestação de vontade de um só órgão ou agente, mas que depende, para sua exequibilidade, de uma verificação ou diligência por parte de outro órgão ou agente.[7: São atos que necessitam de homologação, autorização, aprovação.][8: Não é referendo pois estes só pode ocorrer da autoridade superior para a inferior.]
QUANTO AO ESPAÇO DE ATUAÇÃO
Atos Vinculados: São aqueles praticados sem margem de atuação do agente público, pois a lei tipificou o único comportamento diante de uma hipótese concreta, assim como todos os requisitos e procedimentos para a edição do ato. A ação do agente fica adstrita a lei, que é requisito indispensável para a validade do ato. Se descumprido qualquer requisito legal, o ato é passível de anulação pela Administração ou pelo Judiciário, quando provocado.
Atos Discricionários: são aquelas praticados no exercício da competência discricionária, ou seja, a lei regula a matéria, apresenta algumas condições e possibilidades, mas confere uma margem de atuação ao agente público, que atua segundo critérios de oportunidade e conveniência. Não há liberdade, é a própria lei que cria este espaço e confere seus limites legais, e está vinculada à competência do agente, à forma prescrita em lei e à finalidade pública do ato.
QUANTO AOS DESTINATÁRIO
Atos Gerais: são expedidos sem destinatário determinado, abrangendo todos aqueles que se encontrem na situação que ele prevê e produzindo-lhes os seus efeitos.
Atos Individuais: dirigem-se a destinatários determinados, aos quais se restringem os efeitos jurídicos.

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