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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE DESPORTOS DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DISICIPLINA: TEORIA E METODOLOGIA DO JUDÔ (Licenciatura) PROFESSORA: DRA. SARAY GIOVANA DOS SANTOS Florianópolis, 2007 2 SUMÁRIO Glossário ................................................................ 03 Aborgadem Geral ................................................................ 04 Origem do Judô ................................................................ 09 Jigoro Kano e a criação do Judô ................................................................ 12 O Judô no Brasil ................................................................ 16 Princípios judoísticos ................................................................ 17 Aprendizagem do Judô ................................................................ 20 Local de prática ................................................................ 21 Vestimenta ................................................................ 21 Saudações ................................................................ 23 Deslocamento sobre o tatame ................................................................ 26 Posições básicas ................................................................ 27 Pegadas ................................................................ 28 Fases de aplicação de uma técnica ................................................................ 29 Fases de treinamento ................................................................ 30 Amortecimento de quedas ................................................................ 31 Divisão das técnicas ................................................................ 36 Ensino aprendizagem ................................................................ 40 Influência do crescimento e desenvolvimento no ensino ................................................................ 43 Graduações ................................................................ 46 Arbitragem ................................................................ 48 Referências ................................................................ 52 3 GLOSSÁRIO ashi pé, perna mate parar ashi-waza técnica de perna migi direito atemi pancada, golpe nage arremesar barai ou harai varredura ne-waza téc. no solo buguei artes marciais obi faixa dan grau do professor osae-komi imobilização do caminho quimono ( judogui ) vestimenta dojo local de treino rei reverência eri gola do judogui samurai aquele que serve gyaku inversa sensei professor hajime começar seoi ombro handori simulação luta shiai competição hansouku-make desqualificação shime estrangulamento hantei decisão sono-mama pare como está hara barriga soremade fim da competição hidari esquerda soto lado de fora hiji cotovelo sutemi arremesso com sacrifício hiza joelho tachi-waza téc. de arremesso em pé ippon pontuação para golpe perfeito tatame material que compõe o dojo jigotai posição defensiva te mão jitsu técnica toketa imobilização desfeita joseki altar tori atacante ju flexível ou suave tsukuri entrada da técnica juji cruzado uchi interno judogui uniforme de judô kata movimentos técnico pré-estabelecidos uchikomi exercícios repetitivos katsu ressuscitamento uke defensor kiai berro, grito ukemi amortecimento de quedas ko menor waza-ari pont. p/golpe dois kodokan escola japonesa de judô criada por Jigoro Kano yoko lado yoshi reinicio da luta kubi pescoço kyu graduação de faixa abaixo da preta yuko pont. p/golpe menor que o waza-ari koka pont. p/ golpe, menor que o yuko 4 ABORDAGEAM GERAL O Judô é um esporte que pode ser considerado como uma arte e uma filosofia de vida, podendo assim, ser visto como um dos esportes mais completos, pois como cultura física todas as partes do corpo entram em ação de todas as formas e se desenvolvem harmoniosamente, adquirindo força e flexibilidade. Filosoficamente seus princípios e sua disciplina complementam o trabalho que permite um desenvolvimento global do indivíduo. Devido a estes adjetivos, segundo Alvim (1975) é que o Judô atrai em todo o mundo milhões de pessoas de ambos os sexos e idade variadas, e, no Brasil, de acordo com Franquini (1999) são mais de dois milhões de praticantes, tendo como principal meio de atração a sua importância na formação da personalidade. Ao se estudar a abrangência educacional do Judô, se observa que desde a sua origem a preocupação do seu criador foi de abordar uma arte onde o objetivo principal era que o indivíduo tivesse um desenvolvimento integral. A prática do Judô, abrange muitas formas de trabalho, como os "Kata" que são formas clássicas de execução do movimento das técnicas; as diversas variações das técnicas introduzidas para efeito de combate denominado de "Waza". As divisões e sub-divisões de técnicas como as de projeção "Nage-Waza", as de imobilizações "Katame-Waza" e ainda as técnicas vitais -"Atemi-Waza". Para Alvim (1975) o Judô Kodokan apresenta uma estrutura extensa e rígida, e também pouco conhecida pela maioria dos nossos judoístas e instrutores. O praticante graduado deve ter curiosidade para as técnicas desconhecidas e nossos instrutores devem mostrar a seus alunos a beleza do Judô em seu todo, e não como ocorre em muitas escolas, onde se dá ênfase as técnicas de competição, de jogar, estrangular e imobilizar. A técnica de defesa pessoal “GOSHINJUTSU-NO-KATA’’, por exemplo, é pouco praticada entre nós, sendo, no entanto a continuação lógica para judoistas graduados ou avançados em idade, e que ainda queiram permanecer ativos nas salas de treinamento. Outra forma de prática que atualmente é realizada apenas precedendo a 5 exames de graduação (preta para cima), são os “Kata” que pode ser traduzido como forma ou modelo, é um ritual de formas determinadas, imutáveis, medidas sincronizadas e previamente ensaiadas, até um máximo possível de perfeição de movimentos e concentração, tendo como objetivo final no caso do Judô, a perpetuação da modalidade. Sendo eles oficialmente oito com a inclusão do Shin- Kime-No-Kata (nova forma de defesa pessoal do Judô): - Nage-No-Kata – é o primeiro composto por 15 projeções, dividido em cinco grupos de três projeções, aplicadas pela direita e esquerda;: - Katame-No-Kata – são técnicas de solo, compõem-se de três grupos de cinco técnicas, aplicadas apenas pelo lado direito; -Kime-No-Kata – é um kata de defesa pessoal, executado com as mãos nuas e também com espadas longas e curta, sendo executado em duas posições: ajoelhado e em pé; - Ju-No-Kata – que se baseia no princípio de JU – suavidade é talvez um dos mais belos. È composto de três grupos de cinco técnicas; - Koshiki-No-Kata – é um kata que tem suas origens nas lutas com armaduras, é composto por 21 técnicas que se apresentam de forma repetitiva, mesmo iniciando o ataque de maneira diversificada; - Itsutsu-No-Kata – é o mais profundo, de difícil compreensão e desenvolvido por Jigoro Kano quando tinha apenas 21 anos, ainda não foi completada parando nas cinco primeiras técnicas as quais não foram sequer dado nomes. Refere-se a forças cósmicas dentro de um contexto, fazendo menção a movimentos centrífugos, ondulares e rítmicos; - Sei-Ryoku-Zenyo – este seria o último Kata oficial do Kodokan, se não fosse a inclusão do Goshin-Jitsu. A finalidade deste kata é desenvolver o corpo e mente. Divide-se em dois grupos, sendo o primeirode 28 técnicas realizadas individualmente e o segundo grupo de 20 técnicas realizadas em duplas; - Goshin-Jitsu ou Shin-Kime-No-Kata (nova forma de defesa pessoal) – com o intuito de reintegrar com a atualidade a defesa pessoal, o Kodokan em 1953 nomeou vinte e um mestres para compor esse Kata, que ficou pronto em 1956 e ficou composto de vinte e uma formas (Virgílio, 1986). 6 Outras práticas que caem no esquecimento ou pouco utilizadas nos dojôs brasileiros, por falta de conhecimento e embasamento suficiente para a aplicação correta é o “kiai”, que pode ser traduzido como Ki- espírito e Ai- união, ou seja união dos espíritos. O Kiai, segundo Virgilio (1986, p. 140) pode ser definido “como uma concentração de forças físicas, morais, intelectuais e espirituais de cada um, usadas para atingir uma meta ideal” . Já para Robert (s/d) o kiai é uma espécie de grito especial , não modulado, emitido para reanimar ou subjugar e submeter o adversário ou ainda fazê-lo cair em síncope. O kiai aplicado em artes marciais tem a respiração como base, ou seja, no momento da execução de um golpe, primeiro inspiramos e prendemos o ar, já com 70 a 80% do golpe em andamento, vem a explosão e a saída do ar, que preso, escapa com violência emitindo um som que caracteriza o kiai. A percepção e a sincronia coma respiração do adversário é muito importante, pois a defesa se fundamenta no ar comprimido no “tandem” (baixo ventre). Portanto nosso ataque deve ser efetuado antes da inspiração do oponente, pois assim este perde grande parte de sua estabilidade e poder de defesa. O grito é fundamental no kiai, pois ele paralisa e desnorteia o adversário, quando o grito chega ao sistema nervoso central ele age como inibidor ou estimuladores, dependendo da forma que foi emitido. Os sons graves, de grau de intensidade menor, travam e demoram os movimentos respiratórios e cardíacos, baixam a pressão arterial e detêm a tensão nervosa. Os sons agudos, de escala elevada, aceleram a respiração, o coração e excitam a tensão nervosa. Quando ocorre um ataque no momento certo, com técnica excelente acrescido de um poderoso kiai, o organismo do atacado registra o som e o processo, segundo Robert (s/d, p. 383) é o seguinte: “ – registro de som e inibição nervosa cardio-respiratória; - despertar no subconsciente dos reflexos instintivos; - desconexão nervosa com o córtex cerebral e aumento da emotividade (thalamus); - perturbação do equilíbrio neuro-vegetativo e aumento dos fenômenos inibidores”. O kiai deve ter convicção, força, concentração e muito treino, e, só deve ser 7 executado após domínio de várias técnicas de projeção e desenvolvimento de auto domínio, auto conhecimento mediante as práticas de yoga (respiração), meditação, exercícios de contração e descontração mentais, dentre outros. Outra prática abandonada é o chamado “mukusô”, ato de fechar os olhos e fazer silêncio, meditar. Esse procedimento deve ser utilizado ao final de uma sessão de treinamento, antecipando a saudação final, todos em sei-za (ajoelhado), o sensei ou o aluno mais graduado profere o comando de mukusô, para o qual os alunos fecham os olhos com o intuito de: relembrar o aprendizado, o desenvolvimento conseguido naquela sessão; relembrar os erros para saná-los e os acertos para reforçá-los e aprimorá-los; relembrar as atitudes morais durante as sessões. Com isto reforçando aspectos inerentes da filosofia do judô, dentre a qual deve ser sempre reforçado: NINTAI (perseverança, paciência), DORYOKU (esforço, empenho) e HISSHYÔ (ei de vencer). Infelizmente, em nossas Associações, muito vem se perdendo na medida que o conhecimento judoístico vem sendo passado de gerações que cada vez menos se aprimoram teoricamente, afunilam apenas para a formação física, a destreza e as competições em geral, e, relega-se a um segundo plano a formação moral e espiritual através do Judô, que é sem dúvida o ponto alto desse esporte. Segundo Sugizaki apud Shinohara (1980, p. 1), citando as palavras de Jigoro Kano, as quais definem os propósitos da disciplina do Judô: “ Judô é o caminho para a mais eficiente utilização das forças físicas e espirituais. Pelo seu treinamento em ataques e defesas, educa-se o corpo e o espírito e torna a essência espiritual do Judô uma parte do seu próprio ser. Desta forma será capaz de aperfeiçoar a si próprio e contribuir com algo para valorizar o mundo. Esta é a meta final da disciplina do Judô”. Ainda, em reforço, segundo Sugizaki apud Shinohara (1980), a formação espiritual que deveria ser inerente ao treinamento do judoca, não tomou parte do progresso evolutivo do Judô, mas pelo contrário, ficou retraída e na sua grande maioria esquecida. Essa realidade foi comprovada por Santos e outros (1990), que ao estudarem a aplicação dos princípios judoísticos na aprendizagem do Judô, concluíram que muito embora técnicos e atletas admitam que o Judô possui uma filosofia, não demonstraram conhecimento da mesma. Infelizmente essa foi uma 8 realidade detectada nos anos noventa, e atualmente, como será que o quadro se apresenta? Autores remanescentes, tais como Yerkow (1974), comentava da existência de controvérsias em pontos de vista e na divisão das escolas nas formas e opiniões em como ocorre a aprendizagem e até mesmo o treinamento de Judô. Uma opinião é que toda a finalidade é simplesmente derrotar o adversário, e a outra consiste em ensinar os significados da palavra JU e DO (caminho da suavidade). Isto implica no estudo e na prática dos verdadeiros princípios da arte. Virgilio (1986) comenta que, independente do objetivo com que se pratica Judô, tanto sendo para fins recreativos, competitivos, defesa pessoal ou lazer, os conhecimentos sobre os princípios e a filosofia do Judô devem ser constantemente embutidos em seus praticantes de maneira séria e responsável para que haja um progresso técnico, físico, moral e intelectual. Desta forma, este acervo fica como um alerta para que futuros educadores de Judô busquem mais referenciais, desenvolvendo um excelente trabalho de base, realmente objetivando aproveitar o Judô como um todo, utilizando todo o seu conteúdo paulatinamente, para realmente auxiliar no desenvolvimento do seu educando. 9 A ORIGEM DO JUDÔ Para verificar a abrangência educacional que constitui o Judô, se faz necessário uma retrospectiva histórica para observar que desde a sua origem a preocupação do seu criador era realmente de abordar uma arte onde o objetivo principal era auxiliar no desenvolvimento do educando. Assim, vale salientar como surgiu o Judô. O Judô moderno teve a sua origem em formas de arte guerreira de lutas corpo a corpo, que estiveram no auge no século XVI, no feudalismo nipônico, que normalmente eram chamadas de ju-jitsu (técnica da ligeireza). De acordo com Robert (s/d), alguns historiadores japoneses, colocam que o ju-jitsu já existia no ano 660 a.C. No entanto, um antigo relato sobre dois lutadores, por volta de 230 a.C., conta que Nomi-No-Sukume e Taima-No-Kuemaya, enfrentaram-se utilizando técnicas do sumo, do ju-jitsu e do karate, na qual Nomi-No- Sukume foi considerado vencedor ao matar seu adversário com golpes de pés. Naquela é poça a luta corpo a corpo não obedecia nenhum tipo aade regra. Após este período técnicas foram elaboradas, umas utilizadas como lutas puras e simples e outras utilizando austúcia, habilidade e técnica, um espécie de ju-jitsu. A criação dessas técnicas utilizadas no ju-jitsu propriamente dita, tem explicação em contos, cujas descrições possuem algumas verdades históricas. Três lendas falam dessas prováveisorigens, citas entre os séculos XIV e XVI. A primeira conta que um médico e filósofo japonês, Shirobei-Akyama, estava convencido que a origem dos males humanos seria resultado da má utilização do corpo e do espírito. Deste modo partiu para estudos de técnicas terapêuticas chinesas, estudou o princípio do taoísmo, acupuntura e algumas técnicas de wu-chu, luta chinesa que usava as projeções, as luxações e os golpes. Quando Shirobei retornou ao Japão passou a ensinar seus discípulos o que havia assimilado do princípio positivo da filosofia taoísta, tanto na medicina como na luta, ou seja, ao mal ele opunha o mal, a força , a força. No entanto este princípio só se aplicava a 10 doenças menos complexas como em situações fáceis de lutas, ao enfrentar um oponente mais forte não dava resultados. Assim, seus discípulos o abandonaram e ele perplexo retirou-se para um apequeno templo e por cem dias meditou. Durante este espaço, tudo foi colocado em questão, a filosofia chinesa ying e yang, a acupuntura e por fim todos os métodos de combate, na medida que “opor uma ação a outra ação não é vantajoso a não ser que a minha força seja superior à força adversa”. Certo dia quando passeava no jardim doa templo enquanto nevava, escutava os estalidos dos galhos das cerejeiras que se quebravam sob ao peso da neve. Por outro lado, observou um salgueiro que com o peso da neve curvava os seus ramos até que a neve era depositada no solo e depois retornava a sua posição inicial. Desta observação Shirobei concluiu que ao positivo devia opor-se o seu complemento o negativo, a força devia reagir com flexibilidade. Com esta observação e reflexão o médico aperfeiçoou o ataque e defesa na luta corpo a corpo e criou centenas de golpe e o seu método foi chamado de YOSHIN-RYU ou Escola do Coração de Salgueiro. A segunda lenda, conta de que em 1650 um bonzo chinês chamado Chen Yung Ping, instalou-se no templo Kokushoji, na região do Edo (Tóquio), e propunha- se a ensinar os japoneses, cultos, caligrafia e filosofia chinesa. Naquela época Edo era visitada pelos samurais, os quais eram excelentes guerreiros e entre eles, uma classe mais inferior de samurais chamada de kachis é que mantinha a ordem na cidade, normalmente entregando-se a numerosos combates corpo a corpo. Uma noite quando Chen Yunag voltava após ter ministrado lições para um alto funcionário do Shogun, via-se obrigado a aceitar a escolta de três kachis. No entanto quando o pequeno grupo atravessa as muralhas da cidade foram atacados por bandidos armados, os kachis rodearam o monge e após uma grande batalha foram desarmados e era necessário lançar-se em um combate corpo a corpo. Foi então que Chen, rápido como um relâmpago atirou-se aos agressores e com habilidade incrível derrubou um bandido, depois o outro e mais outro e estes, surpreendidos correram aterrorizados. Os três samurais cheios de admiração apelo monge reconduziram-lhe ao templo e pediram para que ele confiasse o segredo da sua força.. Mas Chen permaneceu em silêncio, chegando ao destino saldou os seus 11 guardiões e retirou-se. Os três permaneceram na porta do templo e ali adormeceram e no dia seguinte voltaram a pedir ao monge. O sábio sorriu e disse que a sua arte não era para espíritos simples, mas para aqueles com alma forte. No entanto os kachis insistiam e vendo o entusiasmo destes, Chen decidiu aceitá-los como discípulos. Por um grande período, no maior segredo, individualmente ele ensinou os kachis, sendo que cada um estudou um método diferente, um especializou-se nas projeções, o outro nas luxações e estrangulamento e o terceiro em golpes aplicados em pontos vitais. Posteriormente os três saíram divulgando suas técnicas pelo Japão afora. Outra história versa sobre Takenuchi Hisamori que era excelente na arte do jô- jitsu (varapau). Na ânsia de se aperfeiçoar retirou-se para um templo perdido nas montanhas, onde se dedicou a estudar a arte. De pé frente a uma arvore concentrava-se e deslocava-se com ligeireza até perto da árvore e a atacava-a com força e rapidez. Ficava horas fazendo uchi-komi, era um exercício físico e mental. Uma tarde, completamente exausto, deixou-se cair e adormeceu, e apareceu um misterioso monge que explicou para Takenuchi que ele deveria reduzir o tamanho do varapau para ganhar rapidez e precisão; mostrou-lhe como se deslocar mais facilmente, aproveitando os erros do adversário e empregando ou um varapau curto ou uma espada pequena e por fim, ensinou-lhe cinco formas de imobilizar o adversário. Na verdade o cérebro de Takenuchi acabara de sintetizar todos os reflexos acumulados pela experiência e acabou de aplicar o seu saber criando o gokusoku – arte de combater sem armaduras. Este achado permitiu desenvolver outras artes marciais, tais como o aiki-jitsu, o tam-bô e outras, e foi de grande influência para o ju-jitsu. 12 JIGORO KANO E A CRIAÇÃO DO JUDÔ Alguns homens pelo seu espírito empreendedor, pela sua abnegação, pela fidelidade aos seus ideais e, ainda, pela perseverança, liderança e inteligência, marcaram de forma indelével o seu caminhar e pela estrada percorrida, ficaram os frutos de suas obras a beneficiar a humanidade: arte, invenções, conquistas, trabalhos e tantos outros motivos pelos quais ficaram conhecidos e são lembrados. Jigoro Kano, criador do Judô, está certamente entre esses beneméritos, portanto, nada mais justo, que se conheça uma breve biografia do pai inconteste do nosso esporte. Nasceu em 28 de outubro de 1860 (muitas controvérsias em função desta data) em Mikage, no distrito de Hyogo – Japão, era o terceiro filho de Jirosaku Maresiba Kano, intendente naval do Shugunat Tokugawa. De saúde delicada, o jovem Jigoro Kano media apenas 1,50 metro, pesando apenas uns escassos 48 quilos, porém, compensava seu pequeno porte físico com tenacidade impar, coragem invulgar e, sobretudo, vontade férrea e inteligência brilhante. Aos 16 anos, decidiu fortificar seu corpo, praticando a ginástica, o remo e o basebol. Mas estes desportos eram demasiado violentos para a sua débil constituição. Além disso, nas brigas entre estudantes, Kano era sistematicamente vencido. Ferido na sua qualidade de filho de um samurai decidiu estudar o ju-jitsu. O seu primeiro professor foi Hachinosuke Fukuda, da Escola Tenjin-Shinyo-Ryu (1877). Sob a direção deste mestre, Kano iniciou-se nos mistérios do ju-jitsu da Escola “Coração de Salgueiro”. Em 1879, com a idade de 82 anos, Fukuda morre e Kano herdou os seus arquivos. Tornou-se seguidamente aluno do Mestre Iso, um sexagenário que possuía segredos de uma escola derivando igualmente de Tenjin- Shingo. Jigoro Kano treina-se, enquanto prossegue seus estudos e torna-se em breve vice-presidente da escola. Infelizmente, Iso morreu muito cedo e o nosso jovem encontra-se novamente sem mestre. Devorou todos os livros e documentos, mais um bom professor era-lhe indispensável. Foi então que encontrou mestre 13 Iikugo, que lhe ensinou a técnica da escola Kito na qual aprendeu o combate com armadura. Pouco a pouco Jigoro Kano foi analisando e sintetizando os conteúdos absorvidos nas diversas escolas, criando um sistema próprio de disciplina, continuando, no entanto, a treinar-se com mestre Iikugo até 1885. Em fevereiro de 1882, com a idade de 22 anos, instalou-se no pequeno templo budista de Eishosi, da seita Jôdo. É neste templo, berço do Judô, que Jigoro Kano instala o seu primeiro dojô. Vivendo nas dependências do templo com alguns alunos e uma velha criada, dedicou-se pacientemente a elaborar um novo método, um sistema de educação física e formação de caráter, baseado no ju-jitsu. Mas, poroutro lado, o ju-jitsu possuía, a par de muitas qualidades, enormes defeitos. Era preciso podá-los e organizar, simultaneamente, um método de treino similar ao de certos desportos ocidentais. Kano fez a síntese das melhores técnicas, escolheu os golpes mais eficazes e os mais racionais; eliminou as práticas perigosas e incompatíveis com o fim elevado que visava. Aperfeiçoou a maneira de cair e inventou o principio das quedas de amortecimento. Criou uma vestimenta especial de treino (judogui), pois o antigo traje do ju-jitsukas provocava freqüentemente ferimentos. Dedicou-se particularmente aos métodos de projeção, aperfeiçoando vários de sua autoria. O ju-jitsu era uma prática guerreira baseada na ligeireza do corpo e do espírito. Kano pensou que a sua nova arte devia ter outro nome, pois o fim visado era completamente diferente. O seu anseio era descobrir uma autêntica forma de viver, baseada na racional utilização da energia humana e, chamou esta nova ciência de JUDÔ. Sendo assim, em 1882 ele criou a sua escola chamada Kodokan onde começou a difundir a sua arte chamada Judô. Jigoro Kano disciplinou e definiu os objetivos da nova arte que segundo Alvim (1975) são: - Cultura e desenvolvimento do físico: - Cultura e desenvolvimento da vontade e da moral; - Capacidade de competir vitoriosamente. 14 Com tais objetivos, nenhum praticante poderá se considerar autêntico e legítimo judoísta sendo excepcional na prática de apenas um destes objetivos, por exemplo, o de competir vitoriosamente. Síntese das grandes etapas da vida de Jigoro Kano Entra na Universidade Imperial de Tóquio em 1877; torna-se aluno do mestre Fukuda (jiu-jitsu); em 1878, funda, o primeiro clube de basebol do Japão (Kasei Baseball Club); em 1879 estudo ju-jitsu na escola do mestre Iso; em 1881 é licenciado em letras e estuda o ju-jtsu da escola Kito; em 1882 termina os seus estudos de ciências estéticas e morais e funda em fevereiro deste mesmo ano a sua escola, o Kodokan, e em agosto é nomeado professor no Colégio dos Nobres; em 1884 é adido ao Palácio Imperial; em 1885 obtém a 7ª categoria imperial; é nomeado vice-presidente do Colégio dos Nobres, passando a reitor do mesmo dois anos depois; de 1889 a 1891 percorre a Europa como adido ao ministério do Ministro da Educação Nacional e diretor da Escola Normal Superior, em setembro de 1893, foi nomeado secretário do Ministro da Educação Nacional; em 1895, obtém a 5ª categoria imperial; cria em 1897, a Sociedade Zoshi-Kai e funda os institutos Zenyo Seiki, Zenichi, etc., para a cultura dos jovens; edita a Revista Kokusiai; em 1898 é diretor da Educação primária, no ministério da Educação Nacional; em 1899, torna- se presidente da comissão do Butokukai (Centro de Estudos das Artes Militares); em outubro de 1905, obtém a 4ª categoria imperial; funda em 1907 no Butokukai os três primeiros katas do Judô; em 1909, modifica os estatutos da Kodokan, tornando-o uma sociedade pública; torna-se o primeiro japonês membro do Comitê Olímpico Internacional; em 1911 é eleito presidente da Federação Desportiva do Japão; em 1912 e 1913 é enviado em missão cultural à Europa e à América; funda em 1915 a revista do Kodokan e recebe neste mesmo ano, do rei da Suécia, a medalha dos 7º Jogos Olímpicos; em 1920 consagra-se inteiramente ao Judô; em 1921 demite-se da presidência da Federação Desportiva do Japão; em 1922, passa a ter lugar na Câmara Alta; em 1924 é nomeado professor honorário da Escola Normal Superior de 15 Tóquio; em 1928 participa na assembléia geral dos Jogos Olímpicos e nos próprios jogos; em 1932 desloca-se aos Estados Unidos para assistir aos Jogos Olímpicos; torna-se conselheiro do Gabinete de Educação Física do Japão; participou por duas vezes no Conselho dos Jogos Olímpicos, no qual lançou os convites para os jogos japoneses (1932 – 1934); em 1936 assiste aos X! Jogos Olímpicos de Berlim; a 4 de maio de 1938, morre a bordo do navio que o transportava ao Cairo onde se realizava a assembléia geral do Comitê Internacional dos Jogos Olímpicos; recebe o título póstumo de 2º Grau Imperial. 16 O JUDÔ NO BRASIL No final da década de 20, segundo Virgilio (1986) os imigrantes japoneses introduziram o Judô no Brasil, embora de forma desorientada e sem planejamento, apesar de terem surgido aqui exímios lutadores como Eisei Maeda, Takashi Saigo e Géo Omori. A prática do Judô naquela época era individualista e não havia preocupação em desenvolver um trabalho de base. Entre 1924 e 1935, o Brasil recebeu cerca de 190.000 imigrantes japoneses, sendo que a maioria deles fixou-se em São Paulo, vindo a ser o berço do Judô brasileiro, pois lá lutar era particularidade de alguns colonos, pela própria contingência da situação. Era tudo improvisado e os professores não seguiam qualquer tipo de método educativo, pois não possuíam formação pedagógica, de sorte que os brasileiros não conseguiam seguir disciplina tão ferrenha, além do misticismo que envolvia as aulas. O Judô era tão pouco conhecido, falava-se em Jiu-Jitsu ou sistema Kano de Jiu- Jitsu. Na década de 40, o Judô começou a ser difundido entre os brasileiros e, em 1950, era grande o número de praticantes deste esporte. Em 1958 fundava-se a primeira Federação de Judô no Brasil, Federação Paulista de Judô e o Sr. Jose Lúcio Moreira da Franca foi o primeiro presidente por dez anos de seus principais fundadores (VIRGILIO, 1986). A seguir, outros Estados como Minas Gerais e Paraná fundaram também suas Federações. Com a fundação da Confederação Brasileira de Judô, em 16 de março de 1969, o Judô brasileiro teve grande impulso, depois se filiou à Federação Internacional e à União Panamericana de Judô. Atualmente o Judô Brasileiro é muito respeitado dentre todas as modalidades esportivas do país, sendo um dos esportes que mais destaca-se a nível de competições internacionais. 17 PRINCÍPIOS JUDOÍSTICOS Para Alvim (1975) o próprio nome dado à arte já explica as finalidades desta, e a denominação "JUDO" segundo explicado pelo seu criador, tem o seguinte significado: JU - gentIl ou natural DO - princípio, filosofia JUDO - "princípio gentil ou natural' A palavra "JU” tem seu significado histórico, um sentido de difícil apreensão por nós latinos, pois se traduz por "gentil". Preferimos a tradução "natural" que nos dá a idéia de lógico ou inteligente, os quais são inerentes ao Judô. Por outro lado Arpin (1970) traduz Judô como: JU – flexibilidade DO - caminho Lassere (1975) traduz JUDO como "via da suavidade". Independente de várias colocações, também pode ser definido, segundo Alvim (1979) como a arte de combater sem armas e também como o meio do fraco vencer o forte. Conforme Virgílio (1986), Jigoro Kano deixou 2(dois) princípios como máximas de seus ensinamentos: - SEIRYOKU ZENYO (o meIhor uso da energia) e JITA KYOEI (prosperidade e benefícios mútuos). O principio SEIRYOKU ZENYO (o melhor uso da energia) foi criado com base na observação feita pelo filósofo japonês, na neve conforme origem, conhecido também como o principio da doçura ou da não resistência, tido ainda como "ceder para vencer", este é aplicado mais ao físico, mas conforme a ideologia de Jigoro Kano deveria ser elevado também ao plano intelectual, moral e espiritual. Desta forma, a melhor maneira de vencer é não opor resistência à força, mas, pelo contrário, ceder aparentemente, adaptar-se, desviar seu objetivo e utilizá-lo em seu proveito (LASSERRE, 1975). A prática do Judô ensina a utilizar ao máximo e no sentido mais eficaz a nossa energia mental e física. Este princípio é válidonão somente para o Judô, mas também em todas as situações e circunstâncias de nossas vidas, e são estas 18 conotações que devem ser passadas para nossos iniciantes e praticantes, mostrar sempre este outro lado do Judô, ou seja, o quanto que ele pode ser útil no dia a dia do seu praticante. De acordo com Virgílio (1986, p. 25-28) existem nove “princípios” que compõem o “espírito do judô”, esses princípios marcam as maneiras de percorrer o “suave caminho”, cujo estudo de seus fundamentos, dão base para a compreensão e o progresso do Judô, sendo eles: 1. Conhecer-se é dominar-se e dominar-se é triunfar; 2. Quem teme perder já está vencido; 3. Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo humildade; 4. Quando verificares que nada sabes, terás feito teu primeiro progresso na aprendizagem; 5. Nunca te orgulhes de haver vencido um adversário. Ao que venceste hoje, poderá derrotar-te amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância; 6. O judoca não se aperfeiçoa para lutar, luta para se aperfeiçoar; 7. O judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam e paciência para ensinar o que aprendeu aos seus semelhantes; 8. Saber cada dia um pouco mais, utilizando o saber para o bem, este é o caminho do verdadeiro judoca; 9. Praticar o Judô é educar a mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como o corpo a obedecer com justeza. O corpo é uma arma cuja eficiência depende da precisão com que se usa a inteligência. Esses “princípios” marcam o caminho do progresso e aprofundamento no conhecimento e prática do Judô. A eles devem os judocas a sua atenção, obediência e cuidados, aplicando-os na prática e no cotidiano em suas próprias vidas. Para Alvim (1975), muitos documentos históricos mostram o espírito e a finalidade do Judô concebido por seu pai e fundador, onde eles revelam a preocupação de Jigoro Kano, de usar inteligência e ponderadamente a energia, nunca a gastando violenta e desordenadamente, mesmo quando seu adversário ou 19 eventuais obstáculos, de início se apresentarem fáceis e a vitória já lhes parecer assegurada. E entre muitos dizeres de Jigoro Kano, algumas de suas "máximas", segundo Arpim (1971), deveriam ser seguidas pelos judoístas: 1. Vencer o hábito de usar a força conta força é uma das coisas mais difíceis do treinamento do Judô. Caso não se consiga isto, não se pode esperar progresso; 2. A idéia de considerar os outros como inimigos só pode ser loucura e fonte de regressos; 3. O Judô é uma arte e uma ciência. Ele deve ser mantido acima de toda escravidão artificial e deve ser livre de qualquer influência financeira comercial e pessoal. 4. A medida que se progride no estudo do Judô, o sentido de confiança em si mesmo, base do equilíbrio mental, se desenvolve. 5. O Judô pode ser considerado como uma arte, ou uma filosofia do equilíbrio, bem como um meio para cultivar o sentido e o estado de equilíbrio. 6. A simplicidade é a chave de toda a arte superior, da vida e do Judô. 7. O Judô deve existir para o benefício do homem e não o homem para o Judô Baseados em toda uma gama de estudos de Jigoro Kano, vê-se o quanto de benefícios pode-se angariar de uma prática sadia do Judô, procurando ensinar esses princípios e máximas não apenas na prática em si, mas também para a formação do caráter, utilizando essas em situações no cotidiano. 20 APRENDIZAGEM DO JUDÔ Para Yerkow (1975), os mestres da Kodokan (nome da escola fundada por Jigoro Kano), buscaram desde a origem do Judô, formas de assegurar um bom progresso para a aprendizagem, e, desde 1920, os mais qualificados mestres traçaram o que eles chamaram de “os cinco princípios para o período de aprendizagem”. Cada período compreende oito técnicas, num total de 40. Ensina-se ao principiante a primeira técnica do primeiro período e quando este demonstrar domínio desta, passa-se para a aprendizagem das seguintes. A rapidez dessa progressão depende especialmente da sua capacidade de assimilação e de sua habilidade para levar a prática o que se aprendeu. Os cinco períodos de aprendizagem foram denominados de “GOKYONOWAZA”. Cada aprendiz mostra certas preferências por determinadas técnicas e com a prática aprimora-as para melhor desempenho. A prática do Judô segundo Carrillo (1974), por ser um esporte de características físicas e psíquicas, deve ser conduzida de forma a aumentar e reforçar características positivas, tais como: audácia, vontade, humildade, sociabilidade, tendência a superação, ao trabalho, ao estudo. Por outro lado reduzindo tendências negativas, como: complexos, orgulho, individualismo excessivo, agressividade. Portanto, a prática do Judô, assim como em outras modalidades, deve ser formativa e para tal deve ser desenvolvida de forma progressiva, metódica, respeitando e adequando à individualidade biológica dos seus praticantes. 21 LOCAL PARA A PRÁTICA DOJÔ - é o local onde se estudo e se pratica o Judô, cuja palavra desmembrada quer dizer: DO = meio ou via; JÔ= lugar preciso. TATAME - a colocação de vários tatames forma o dojô. O tatame tradicional era confeccionado de palha de arroz prensada e costurada, coberta com lona de algodão, medindo 176,0 x 89,0 x 6,0 cm. Atualmente são utilizados materiais sintéticos, sendo que de acordo com Santos (2003), uns (nacionais) são compostos de copolímero etileno acetato de vinila (EVA), texturizado e siliconizado, medindo 199,0 x 99,0 x 4,0 cm, outros (importado) são de espuma reconstituída de grânulos de poliuretano reciclados de 0,8 cm de diâmetros, aglutinados com adesivo de poliuretano especial bicomponente, coberto por lona de vinil impermeável com base de látex antiderrapante, com dimensões de 200,0 x 100,0 x 3,8 cm. SHIAI-JÔ - local de competição, onde é montada, tantas áreas quanto necessário para o número de judocas participantes. Normalmente se montam quatro áreas. VESTIMENTA JUDOGUI – também conhecido como kimono deve ser composto de três peças: wagui (parte superior, casaco ou paletó), shita-baki (calças) e obi (faixa), os quais devem respeitar as regras oficiais em função as dimensões e cores. Cada atleta deve ter no mínimo um de cada cor (branca e azul). Um dos aspectos que se pode exemplificar como forma de educação, se utilizando a prática do Judô, é a forma como o praticante trata a sua vestimenta, ou seja, o seu judogui. Levar o praticante a manter bem dobrado, carregá-lo adequadamente e manter a higiene, é o primeiro passo disciplinador utilizado por 22 educadores que preservam a ideologia do Judô. Também faz parte da vestimenta, o chinelo, que inclusive deve ser carregado com o judogui. Tendo em vista o tatame, no qual se pratica de pés descalços, manter os pés limpos faz parte da higiene, portanto é imprescindível o uso de chinelos para se locomover do local que se veste o judogui até o local da prática propriamente dita. 23 SAUDAÇÕES Toda sessão, invariavelmente, segundo muitos autores, a exemplo Alvim (1975), deverá ser precedida da saudação. Este procedimento também será realizado ao terminar a aula. É um gesto que atende aos princípios filosóficos educacionais qual sejam, respeito ao companheiro, sinceridade e camaradagem. Desta forma, através do Judô, iguala vencedor e vencido, reduzindo o orgulho a uma situação racional e não de prepotência. Como este esporte tem origem oriental, paira um conservadorismo importante nas formas de executar as saudações, sendo comum em todos os dojôsdo mundo, preservando assim costume da origem do esporte. SAUDAÇÃO EM PÉ – (RITSU-REI) De acordo com Inokuma e Sato (1980): a) em pé, calcanhares unidos, pequena abertura da parte anterior dos pés; b) as mãos espalmadas ao longo dos braços, apoiando de leve na lateral das coxas; c) pequena inclinação do corpo a partir da cintura, formando um ângulo de aproximadamente 30 graus em relação à posição vertical do corpo; d) quanto às duas mãos, o movimento é descrito partindo das laterais das coxas vindo ligeiramente à frente, deslizando com naturalidade em direção aos joelhos. SAUDAÇÃO AJOELHADO – (ZAREI) É preconizada uma forma correta também de se ajoelhar, obedecendo a uma ordem lógica de movimentos: a) partindo da posição em pé, afasta-se a perna esquerda (hidari) e ajoelha-se. Posteriormente a direita (migui), com o mesmo procedimento; b) os pés apoiados nos artelhos, estende-os sentando-se buscando o conforto desta posição; c) os joelhos deverão paralelamente oferecer uma abertura, em torno de dois 24 punhos e as mãos espalmadas sobre as coxas; d) para o movimento de saudar, flexiona o tronco à frente mantendo contato dos pés com o glúteo, tocando as mãos no solo em formato de triângulo, olhar voltado para frente observando o companheiro que está sendo saudado. 25 Antecedendo a saudação, os judocas devem se posicionar frente ao sensei, sendo que os mais graduados se posicionarão da esquerda para a direita do joseki, ou seja, o sensei estando de frente para os judocas, da sua esquerda para a direita, deve comandar a saudação. Caso tenha um aluno graduado com conhecimento para tal, o mesmo poderá fazê-lo. Estando em zarei, o sensei comanda ketuskei (atenção) e neste momento prevalece o silêncio e a concentração, pois além do corpo e o espírito estarem se preparando para o início de uma atividade, o respeito para com o local, impera. Assim, o sensei vira-se pela sua direita para o altar onde se encontra uma gravura ou fotografia de Jigoro Kano e comanda shome ni rei e todos executam a saudação verbalizando oneiga-shimasu. Em seguida o sensei vira-se novamente para os judocas, da sua esquerda para a direita e comanda sensei ni rei, todos se inclinam saudando-se, verbalizando conforme o horário que a aula está ocorrendo, se for pela manhã ohaio-gosaimasu, se for a tarde konitiuá e se for a noite konbauá. Ao final de uma sessão de aula executa-se o mesmo ritual, só que agora se inverte a saudação, a primeira é entre sensei e judocas, e após o ketuskey “sensei ni rei”, pronuncia-se durante a inclinação arigatô-gosaimasu; após o sensei vira-se para Jigoro Kano, e comanda shome ni rei e todos executam a saudação para Jigoro Kano, pronunciando também arigatô-gosaimasu”; novamente o sensei vira-se para os judocas e comanda “rei” e todos finalmente verbalizam saionara quando de dia, e oiasaminasai quando for a noite, no caso de todos retornarem aos seus lares para repousar. 26 DESLOCAMENTO SOBRE O TATAME (SHINTAI) É a forma de se deslocar sobre o tatame, seja apenas se locomovendo de um lugar para outro, seja durante os treinamentos e "shiais", seja também na apresentação de algumas formas de "kata. Segundo Virgilio(1986) as formas de deslocamento são: AYUMI-ASHI - é um passo normal igual ao nosso andar natural, apenas mais baixo e quase não se desprende do tatame. SURI-ASHI - é um passo mais arrastado em que o peso do corpo situa-se mais nas pontas dos pés que deslizam sem perder o contato com o tatame e que quando se movimentam o fazem com uma certa cadência. TSUGI-ASHI - ao contrário das movimentações anteriores, um pé nunca ultrapassa o outro no deslocamento, seja para frente ou para trás. Assim um pé avança ou retrocede deslizando e firma-se para só então o outro deslocar e situar-se lago atrás ou na frente do primeiro. O tsugi-ashi é usado principalmente na execução de algumas formas de katas. 27 POSIÇÕES BÁSICAS DO CORPO Shizen-tai é a posição natural do judoca para enfrentar seu adversário, que conforme Virgilio (1986) pode ser frontal (Shizen-hon-tai), ou modificada para a direita (Migui-Shizentai), ou ainda para a esquerda (Hidari-Shizentai). Jigo-tai é a posição de defesa, sendo frontal (Jigo-hon-tai) posição de defesa fundamental, que também poderá ser pela esquerda (Hidari-jigotai) ou pela direita (Miji-Jigotai). 28 PEGADAS (KUMI-KATAS) Conforme Yerkow (1974), são chamadas de kumi-katas, as fases de segurar o kimono, sendo duas as principais formas de pegadas: a) Pegada na posição natural direita: basta segurar a gola do oponente com a mão direita e a manga com a mão esquerda, estando ambos frente a frente. O contrário deverá ocorrer quando se desejar uma pegada esquerda. b) Pegada na posição de auto-defesa: o procedimento é idêntico para a ação das mãos, diferindo quanto à posição da postura defensiva, pois deverá ser observada suas exigências. Estas formas de pegar propiciarão o futuro desequilíbrio do adversário. Para isto, existe uma lógica comportamental, isto é, se o atacante executar uma pegada direita, imediatamente o defensor deverá procurar a mesma pegada e vice-versa. A pegada poderá variar, dependendo da técnica a ser utilizada, com as características de abordagem desta, porém precedendo a diferentes técnicas a pegada sempre será, na posição natural direita ou esquerda. 29 FASES DE APLICAÇÃO DE UMA TÉCNICA Quando precede a aplicação de uma técnica, há duas possibilidades: uma é preparar o adversário para receber a técnica escolhida puxando-o ou empurrando-o, conforme a direção em que se pretende projetar. A outra é aproveitar um desequilibro eventual ou aproveitando a própria força do oponente para aplicar a técnica mais oportuna. Seja qual for o caso, a essa quebra de equilíbrio do adversário, a essa preparação dá-se o nome de “kuzushi” e esta casa-se perfeitamente e harmoniosamente com a máxima que nos deixou Jigoro Kano – um mínimo de força para a máxima de eficiência – o “kuzushi” pode ser direcionado para qualquer um dos pontos cardeais ou colaterais portanto, pode se realizado em oito direções possíveis: - Mae kuzushi (à frente); - Ushiro kuzushi (atrás); - Migui-yoko-kuzushi (à direita, ao lado); - Hidari- yoko-kuzushi (à esquerda, ao lado); - Migui-uchiro (direita para trás); - Hidari-uchiro (esquerda para trás); - Migui-mae (frente “a direita); - Hidari-mae (frente “a esquerda). Uma vez dominado o “kuzushi”, passa-se ao tsukuri”, que é o início do “kake”. Este início é muito importante, pois há uma técnica bem definida a seguir, esta é a diferença entre uma bela projeção e uma projeção infeliz; e a finalização do golpe damos a terminologia de “kake”. Portanto as fases de aplicação de uma técnica são: kuzushi (desequilíbrio), tsukuri (preparação) e kake (execução). Após o atleta dominar uma técnica, automatizando-a, estas três fases não são notadas distintamente, tornando-se um todo devido à rapidez na execução do movimento. 30 FASES DE TREINAMENTO Existem várias formas de treinamento para as técnicas que compõem o Nage- waza, as quais conforme Virgilio (1986) são: TENDOKU-RENSHIU - é o treinamento solitário utilizando aparelhos ou espelho onde procura-se lapidar as técnicas e melhorar a velocidade. UCHI-KOMI - geralmente trabalhado aos pares onde o objetivo é aprimoramento da técnica, da rapidez e da força localizada, é denominada de entrada pois realiza-se o trabalho de kuzushi e tsukuri rapidamente, sem entanto finalizar o movimento (kake).YAKU-SOKU-GEIKO - e um treino aos pares, livre e bem leve, sem defesa, aproveitando toda e qualquer oportunidade de golpe. O objetivo principal é condicionar os sentidos para o aproveitamento das oportunidades que vierem a surgir durante o combate. KAKARI-GEIKO - é um treino onde ocorre o ataque consecutivo de esquerda e direito (hidari e migui) com leve defesa do companheiro. RENRAKU-HENKA-WAZA - este tipo de treino permite o estudo e aperfeiçoamento das técnicas que se seqüência, que se completam. KAESHI-WAZA - são as técnicas usadas nos contra-golpes, é quando o adversário depois de um ataque insuficiente, abre a guarda e oferece oportunidade para ser contragolpeado. RANDORI - é um treinamento livre e completo, é aqui que o atleta emprega todo o seu conhecimento e capacidade. Estuda as suas potencialidades e falhas, pode-se dizer que é a prova final antecedendo o "shiai". SHIAI - é a luta em si, demonstra efetivamente como estão seus estudos. 31 AMORTECIMENTO DE QUEDAS (UKEMI) A importância do amortecimento de quedas para a prática do Judô, segundo Lasserre (1975), constitui a base das projeções de todas as técnicas, pois se não se domina a técnica de cair não se domina a técnica de projetar. A experiência mostra que fatores psicológicos podem justificar a citação anterior, pois se existe receio de cair, conseqüentemente se terá receio de projetar, tendo em vista as conseqüências dolorosas e traumáticas que uma queda mal realizada pode causar. Conforme Roquette (1994), além da prática dos ukemi ser um aspecto fundamental na segurança da prática desportiva, há uma grande vantagem do ponto de vista do desenvolvimento motor no jovem praticante, na medida que se trata de habilidades motoras relativamente complexas que exigem um bom nível de coordenação neuromuscular. Para Roquette (1994, p. 48): os tradicionais ukemi, não são mais do que formas de absorção e dissipação de uma determinada energia cinética, da qual o corpo vem animado no momento do choque com o solo, através de mecanismos energéticos simples, com o objetivo de prevenir situações traumáticas e os efeitos indesejáveis das vibrações. Em função da alta complexidade dos movimentos, bem como da falta e ou pouca utilização de processos educativos para a correta iniciação no ensino-aprendizagem dos ukemi, é que muitos iniciantes, em função do medo que esta prática mal executada propicia, desistem da prática do Judô. Além disso, de acordo com Gama (1986), crescente é o número de praticantes já graduados com medo, não querendo cair e não sabendo cair adequadamente, pois não tendo domínio da técnica, caem de forma contraída, gerando dores e muitas vezes se machucando. O estudo, o domínio e a constante prática dos ukemi vão além do simples ato automatizado, esta prática assim como todas as demais técnicas utilizadas no Judô, conforme os ensinamentos deixados por Jigoro Kano, devem ser utilizadas para a educação do corpo e do espírito. 32 Várias são as formas de se amortecer uma queda, em função dos diferentes tipos de técnicas de projeção, deste modo, os ukemi são classificados em função da direção da queda e realizados em função do tipo de técnica que se é projetado. Neste estudo se utilizou as subdivisões citadas por Robert (198?), Branco e outros (1983), sendo eles: mae-ukemi, uchiro-ukemi; yoko-ukemi e zempô-kaiten-ukemi. A seguir far-se-á uma breve descrição destes, realizados a partir da posição natural fundamental, segundo Santos (2003). 1) mae-ukemi – queda frontal ou queda facial (Figura 1) Esta queda é pouco utilizada em treinamento, porém muito em competição, pois quando o atleta cai no plano sagital no sentido antero-posterior, não significa pontuação para quem projeta. A execução deste ukemi trata de deixar o corpo projetar-se no sentido antero-posterior com flexão de ombros no plano sagital anterior, com as mãos em pronação, fletidas em relação ao punho. Conforme o corpo for se aproximando do solo, flexiona-se o membro superior e o impacto será amortecido em função da batida das mãos e antebraços no solo, concomitante ocorre a elevação do quadril e para isso, os pés em hiperextensão dorsal em contato com o solo. Figura 1 - mae-ukemi – queda frontal ou queda facial Fonte: Alvim (1975, p.18) 1 2 3 33 2) uchiro-ukemi- queda para trás (Figura 2). Partindo da posição natural fundamental, os membros superiores são flexionados no plano frontal, a cabeça é levemente fletida para frente e flexiona os membros inferiores e inicia um rolamento para trás, e, no momento em que a região dorsal tocar no solo, os braços e mãos executam a batida no solo estando os braços afastados do corpo em torno de 30º e os membros inferiores são elevados no sentido do eixo longitudinal. Figura 2 - uchiro-ukemi- queda para trás Fonte: Alvim (1975, p. 18) 3) yoko-ukemi - queda lateral, podendo ser direita ou esquerda (Figura 3). Para a queda lateral direita, na posição fundamental, flexiona-se o membro superior direito a frente do corpo, desliza o membro inferior direito na mesma direção e sentido, flexiona o membro inferior esquerdo até o calcâneo ficar próximo ao glúteo e a perna esquerda estará deslizando e estendida à frente, o corpo cai para o lado e no momento de tocar o solo é realizada a batida da mão e antebraço, que devem formar com o corpo um ângulo aproximado de 30º; 2 3 34 Figura 3 - yoko-ukemi - queda lateral Fonte: Alvim (1975, p. 17) 4) yoko-ukemi – queda com rolamento para frente, podendo ser pela direita ou pela esquerda (Figura 4). Esta técnica é a mais utilizada, tanto em treinamento como em competições, pois grande parte das técnicas de projeção do grupo Tati-Waza (técnica em pé), são finalizadas com este tipo de amortecimento de queda. O zempô-kaiten-ukemi-hidari, partindo da posição fundamental, avançar a perna direita no plano sagital, flexionando os membros inferiores apoiar a mão direita, no tatame ao lado do pé direito com os dedos um pouco voltados para trás. A mão esquerda da mesma forma apoiada no tatame, porém com os dedos voltados para o lado direito do executante. O corpo é inclinado no sentido antero-posterior rolando sobre o ombro esquerdo, sendo que o membro superior permanece semi-fletido em arco, as costas encurvadas e a cabeça colocada entre os ombros. Após o rolamento, quando as costas tocarem o tatame, o braço e a mão esquerda executam a batida, finalizando o movimento com toda a lateral esquerda do corpo tocando o tatame, sendo que o membro inferior esquerdo semi-flexionado tocando no solo com a lateral e o membro inferior direito semi-flexionado no sentido longitudinal, apenas com a planta do pé tocando o tatame. 1 2 3 35 Figura 4 - yoko-ukemi – queda com rolamento para frente Fonte: Alvim (1975, p. 18) 36 DIVISÃO DAS TÉCNICAS Jigoro Kano, conforme Lasserre (1975), após a criação do Judô, dividiu a sua atividade em três grupos de técnicas: Nage-waza (técnica de projeção), Katame- waza (técnica de imobilização) e Atemi-waza (técnica de atacar os pontos vitais do corpo). Para dar um caráter pedagógico e facilitar ainda mais o aprendizado, subdividiu ainda as técnicas de Nage-waza em Tati-waza (técnica de projeção com permanência em pé) e seria executada sob três aspectos: 1) Te-waza: - técnica de projeção com os braços; 2) Koshi-waza: - técnica de projeção com os quadris: 3) Ashi-waza: - técnica de projeção com pernas e pés. E ainda na divisão de Nage-waza entra o sutemi-waza (técnica de projeçãocom sacrifício do corpo), que se divide em Mae-sutemi-waza (sacrifício com queda para frente) e Yoko-sutemi-waza (sacrifício com queda para o lado). O grupo de técnica Katame-waza, subdivide-se em três outros grupos: 1) Osae-waza: - imobilização no solo: 2) Shime-waza: - técnica de estrangulamento: 3) Kansetsu-waza: - técnicas de chaves nas articulações. Divisão das Técnicas (JUDOINFO, 2006) NAGE-WAZA (67 técnicas de projeção) Te-Waza (15): Seoi Nage, Tai Otoshi, Kata Guruma, Sukui Nage, Uki Otoshi, Sumi Otoshi, Obi Otoshi, Seoi Otoshi, Yama Arashi, Morote Gari, Kuchiki Taoshi, Kibisu Gaeshi, Uchi Mata Sukashi, Kouchi gaeshi, Ipon Seoinage. Koshi-Waza (11): Uki Goshi, O Goshi, Koshi Guruma, Tsurikomi Goshi, Harai Goshi, Tsuri Goshi, Hane Goshi, Utsuri Goshi, Ushiro Goshi, Daki Age*,Sode Tsurikomi Goshi. 37 Ashi-Waza (21): Deashi Harai, Hiza Guruma, Sasae Tsurikomi Ashi, Osoto Gari, Ouchi Gari, Kosoto Gari, Kouchi Gari, Okuriashi Harai, Uchi Mata, Kosoto Gake, Ashi Guruma, Harai Tsurikomi Ashi, O Guruma, Osoto Guruma, Osoto Otoshi, Tsubame Gaeshi. Sutemi-Waza (20) Mae-Sutemi-Waza: Tomoe Nage, Sumi Gaeshi, Ura Nage, Hikikomi Gaeshi, Tawara Gaeshi. Yoko-Sutemi-Waza: Yoko Otoshi, Tani Otoshi, Hane Makikomi, Soto Makikomi, Uki Waza, Yoko Wakare, Yoko Guruma, Yoko Gake, Daki Wakare, Uchi Makikomi, Kani Basami ∗, Osoto Makikomi, Uchi Mata Makikomi, Harai Makikomi, Kawazu Gake Como podem ser observadas, muitas são as técnicas de projeção trabalhadas na prática do Judô, porém, em 1895 foi estipulado o “Go Kyo No Waza” com fins didáticos, nos quais, quarenta e duas técnicas foram divididas em cinco grupos. A proposta era estabelecer um parâmetro de preparação dos dangai (portadores de kyus (faixa azul)) que aspirassem uma promoção à categoria de “yudansha” (faixas- pretas). Em 1920, o “Go Kyo No Waza” foi revisado e dividido em cinco grupos com oito técnicas cada, em um total de 40 e as técnicas são ensinadas até os dias atuais, sendo: Grupo 1: De-ashi-barai; Hiza-guruma; Sasae-tsuri-komi-ashi; Uki-goshi; O-soto-gari; O-goshi; O-uchi-gari; Seoi-nage. Grupo 2: Ko-soto-gari; Ko-ouchi-gari; Koshi-guruma; Tsukuri-komi-goshi; Okuri-ashi- barai; Tai-otoshi; Harai-goshi; Uchi-mata. ∗ Técnicas proibidas para utilização em “shiais”. 38 Grupo 3: Ko-soto-gake; Tsuri-goshi. Yoko-otoshi; Ashi-guruma; Hane-goshi; Harai- tsuri-komi-ashi; Tomoe-nage; Kata-guruma. Grupo 4: Sumi-gaeshi; Tani-otoshi; Hane-maki-komi; Sukui-nage; Utsuri-goshi; O- guruma; Soto-maki-komi; Uki-otoshi. Grupo 5: O-soto-guruma; Uki-waza; Yoko-wakare; Yoko-guruma; Ushiro-goshi; Ura- nage; Sumi-otoshi; Yoko-gake. Com relação ao grupo de técnica Katame-waza (técnica de domínio no solo) também é subdivido em três outros grupos: 1) Osae-waza (07): Kuzure Kesa Gatame, Kata Gatame (1), Kami Shiho Gatame, Kuzure Kami Shiho Gatame, Yoko Shiho Gatame (1), Tate Shiho Gatame (1), Kesa Gatame (1). 2) Shime-waza (12): Nami Juji Jime (1), Gyaku Juji Jime (1), Kata Juji Jime (1, 2), Hadaka Jime (1,2), Okuri Eri Jime (1, 2, 3), Kataha Jime (1, 2, 3), Do Jime*, Sode Guruma Jime, Katate Jime, Ryote Jime (1), Tsukomi Jime, Sankaku Jime. 3) Kansetsu-waza (10): Ude Garami, Ude Hishigi Juji Gatame, Ude Hishigi Ude Gatame (1, 2, 3), Hiza Gatame (1, 2), Ude Hishigi Waki Gatame (1, 2, 3), Ude Hishigi Hara Gatame (1, 2 ), Ashi Garami ∗, Ude Hishigi Ashi Gatame, Ude Hishigi Te Gatame, Ude Hishigi Sankaku Gatame. Por fim, citam-se as técnicas pertinentes ao Atemi-Waza, cujos movimentos visam ataques a pontos vitais, a serem utilizados na autodefesa. Não são ensinados na maioria das Instituições que trabalham com o ensino-aprendizagem do Judô, em função de serem técnicas perigosas que exigem além do conhecimento técnico, uma situação de desenvolvimento interior em nível de mestre. ∗ Técnicas proibidas para utilização em “shiais” (JUDOINFO, 2006) 39 Sendo elas: ATEMI-WAZA (JUDOINFO, 2006) Ashi-ate-waza (6): Ushiro-geri *, Yoko-geri *, Naname-geri *, Mae-geri *, Taka-geri *, Mae-ate *. Ude-ate-waza (16): Ushiro-ate *, Kirioroshi *, Naname-uchi *, Naname-ate *, Yoko-ate *, Kami-ate *, Tsukiage *, Shimo-tsuki *, Ushiro-tsuki *, Ushiro-sumi-tsuki *, Tsukkake *, Yoko-uchi *, Ushiro-uchi *, Uchioroshi *, Tsukidashi *, Ryogan-tsuki *. 40 ENSINO APRENDIZAGEM A prática do Judô para crianças quando iniciada de forma coerente auxilia no desenvolvimento global da criança, ou seja, contribuiu para um desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e psicomotor. Pra tal, o sensei deve ter consciência e conhecimento do quanto pode desenvolver nos seus educandos, utilizando um planejamento direcionado e realizando avaliações sistemáticas para acompanhar o desenvolvimento, desta forma, as ações desenvolvidas surtirão melhores efeitos. Muito embora exista o Gokyonowaza e muitas outras variações de técnicas, o sensei deve utilizar seus conhecimentos para o trabalho individualizado, ou seja, os conteúdos ministrados em termos de grau de dificuldade e exigências motoras dependerão de fatores tais como, idade, biótipo, características psicológicas, nível de aprendizado, desempenho demonstrado, enfim, tratar a individualidade do iniciante. No processo de iniciação é que deve haver os maiores cuidados, pois um movimento automatizado erroneamente, é muito mais difícil de ser corrigido. Os receios para a realização do movimento devem ser respeitados e processos educativos devem ser criados como meio de amenizar as dificuldades. Como exemplo, pode-se citar a iniciação do zempô-kaiten-ukemi. Este movimento é o mais complexo e mais utilizado nos amortecimentos de quedas, porém, nem todos os iniciantes têm domínio do corpo para executá-lo partindo da posição de quatro ou mesmo de cinco apoios (posição inicial, e a maioria dos iniciados aprendem este ukemi). Assim, a utilização de um procedimento educativo básico se faz necessário, porém, antes de realizar o movimento é de primordial importância, que este seja descrito; que o objetivo seja apresentado (significado do que se está fazendo); e, principalmente, solicite-se que seja sentido (sinestesia). Demonstrar o movimento facilita o aprendizado, porém, o mais significativo é que se perceba mental e fisicamente o que está sendo realizado. Ao se iniciar os ensinamentos das diferentes técnicas existentes, é comum que o futuro judoca apaixone-se por uma determinada técnica e esta venha a tornar- se a sua técnica de preferência (tokui-waza). Assim, estudos apontam que técnicas 41 (tokui-waza) são escolhidas, normalmente, por interferência do sensei, ou seja, muitos escolhem porque o próprio mestre a utilizava, ou porque teve maiores facilidades para aquele movimento, ou ainda, porque achava a técnica bonita (SANTOS et al., 1993). Porém, em muitos casos, nem sempre a técnica escolhida é a melhor para o biótipo do judoca, a qual com o tempo de prática ou por prática indevida acaba trazendo danos ao organismo. A exemplo pode-se citar Silva (1989), que encontrou encurtamento de antebraço dominante, em função da exigência unilateral de uma técnica de preferência. Assim, o sensei além do conhecimento técnico da modalidade, entre outros cuidados, deve observar o movimento realizado e apresentar os significados do que está solicitando, pois deveria utilizar a prática bilateral, haja vista que pesquisas já demonstraram desvios posturais e assimetrias de circunferência de membros inferiores e superiores,advindos do longo tempo de prática unilateral (SANTOS, 1993). Deste modo, quando se enfatiza o respeitar a individualidade do praticante, é no sentido de conhecer e respeitar os seus limites, saber o momento de incentivar, ouvir, elogiar, corrigir e, principalmente, não dar prioridade àqueles que demonstram maiores aptidões. A sabedoria da arte de ensinar está em tentar manter o equilíbrio; estar sempre atento; prestar atenção aos mínimos detalhes e aprender com as dificuldades e facilidades apresentadas. Aliás, a sabedoria de vida, está em saber manter o equilíbrio em tudo, pois, a natureza rejeita os extremos. A arte de ensinar, educar e contribuir na formação dos sujeitos engloba vários fatores, um deles é não apresentar sempre tudo pronto, ou seja, apresentar uma situação e deixar que os educandos a resolvam; propiciando que o aprendiz tome decisões, vivencie e avalie a opção que tomou e deixar que a criatividade aflore e que iniciativas sejam tomadas. Deve-se utilizar do movimento e das técnicas para que haja o desenvolvimento também das capacidades do corpo; capacidade de percepção de domínio, pois “conhecer-se é dominar-se e dominar-se é triunfar”. Ao introduzir qualquer aprendizado, deve-se incentivar a percepção do movimento, para que, mediante essa percepção, ocorra o autoconhecimento; que seja trabalhada as 42 possibilidades e que o educando seja motivado para que consiga, aliás, deve-se sempre reforçar que “eu não consigo” não existe, tudo que se quer e esforça-se para fazê-lo, consegue-se. Tem um ditado popular que diz “quem espera sempre alcança”, pois é, já viram uma pessoa que prosperou em negócios; ou uma que teve excelentes resultados atléticos; ou outra que passou no vestibular para um curso concorridíssimo, ficarem sentadas, esperando por milagres? Então o ditado deve ser “quem vai a luta, quem persevera, sempre alcança”; a perseverança é um dos principais requisitos apresentados e desenvolvidos por um judoca de essência. Um fato bastante abordado até agora foi a questão de introjetar os princípios que Jigoro Kano tanto idealizou para que realmente ocorra o desenvolvimento da moral do sujeito. Aproveitando a taxionomia que trata do domínio afetivo, pode-se apresentar de que forma os princípios podem ser introjetados nos praticantes, de forma a fazer parte do seu eu, da sua forma de ser e ver o mundo, isso somente dependerá da maneira como o conteúdo for apresentado. Por isso, reforça-se a importância de um ótimo embasamento teórico do professor, associado ao conhecimento vivenciado. Em termos de aprendizagem do movimento propriamente dito, todo o processo inicia desde a colocação do judogui, a entrada no dojô, as saudações, a adaptação ao tatame, a forma de deslocamento, posições do corpo, pegadas, amortecimento de quedas, técnicas de projeção e de solo e treinamento propriamente dito, até se chegar a Randori e Chiai. Poder-se-ia citar vários processos educativos e pedagógicos que serviriam como exemplo daquilo que foi explanado, porém, com tal feito estar-se-ia menosprezando a capacidade de o leitor compreender o que se está dizendo e utilizar deste conhecimento para elaborar uma aula com criatividade, com objetivos pré-elaborados; uma aula receptiva; uma aula que traga novidades e não a mesmice. Ministrar uma aula não é só desenvolver atividades ou que divirtam ou que sejam maçantes, mas sim que, por trás de cada brincadeira, atividade divertida ou exercícios repetitivos, esteja um intuito. Assim, não é elaborar uma atividade e justificar que a repetição da mesma ocorre porque as crianças e/ou os alunos gostam, porque é divertida ou porque ouviu dizer que dá resultados, mas porque se tem domínio da real contribuição com a ministração das 43 mesmas. Neste sentido, conhecer o educando é primordial. Utilizar a avaliação diagnóstica (no início do aprendizado), formativa (durante) e somativa (final) é imprescindível para o processo educativo, pois se evidencia o quanto está se contribuindo e onde há necessidade de se investir mais ou menos. Ações pré- elaboradas fazem parte de um aprendizado mútuo, de um benefício mútuo. INFLUÊNCIA DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NO ENSINO- APRENDIZAGEM Muitos são os fatores que influenciam no processo ensino-aprendizagem quer seja para crianças, jovens, adultos e idosos, sendo eles aqueles relacionados a hereditariedade, ou seja, a transmissão de características por meio genético dos pais para filhos; os relacionados ao sistema neuro-endócrino, os quais agem ou inibem as funções glandulares do organismo; aqueles relacionados as substâncias nutritivas necessários para o metabolismo do corpo; e, por fim, aqueles relacionados ao nicho ecológico, ou seja local onde se vive e a forma de interagir com o meio ambiente. Assim, mesmo cientes dos diferentes tipos de interferências no processo de ensino aprendizagem, existem alguns conceitos que devem ser relembrados e levados em consideração quando da utilização de métodos para o ensino de diferentes conteúdos inerentes a prática do Judô,, sendo: 1) Crescimento – refere-se ao crescimento no tamanho do corpo e corre como resultado da hiperplasia (aumento no número das células) hipertrofia (aumento do tamanho da célula) ou aumento nas substâncias intercelulares. Para o ensino de diferentes tipos de técnicas, deve ser levado em consideração a idade óssea da criança, para que sejam ensinados movimentos que venham a inibir esse crescimento, quer seja em termos do tipo de técnica, quer seja a execução unilateral. 2) Maturidade - Descreve-se como o processo que conduz ao estado maduro. É descrito como o processo de obtenção do estado de maturidade. Diferentes 44 sistemas biológicos alcançam o estado de maturidade em diferentes momentos; por exemplo, a maturidade sexual habitualmente ocorre antes da maturidade óssea. O nível de maturidade não necessariamente acontece paralelamente à idade cronológica e é amplamente determinada pela herança biológica. Em geral existe uma correlação positiva entre nível de maturidade e rendimento físico, especialmente no menino durante a adolescência. A maturidade precoce, no sexo masculino, obtém maior sucesso em esportes competitivos, especialmente os que exigem força e potência, a maturidade tardia é visto ser mais vantajoso para o sexo feminino, especialmente àquelas engajadas em atividades que exijam agilidade e altos níveis de força e potência, em ambos os casos a prática do Judô indicada. Porém, a relação entre maturidade e rendimento físico é composta por uma união entre a idade cronológica e as alterações no tamanho, proporções e composição corporal. 3) Desenvolvimento – está intensamente relacionado ao crescimento e maturidade, ocorrendo em um contexto biológico e comportamental. Para a nossa área maior ênfase é dada ao desenvolvimento motor, que pode ser definido como as mudanças progressivas no rendimento motor, resultante do crescimento, maturidade e, desenvolvimento biológico e comportamental. No processo de crescimento e desenvolvimento humano, medidas físicas podem fornecer importantes informações sobre o estado o nutricional e de saúde da criança e, as alterações na proporcionalidade que ocorrem durante a infância e pré- adolescência está diretamente associada desde ao processo de ensino- aprendizagem até a performance motora e eficiência mecânica. Considerando as a lei de alternância de Godin, a qual aponta para o crescimento assimétrico dos segmentos corporais, além dos membros (braços e pernas) que também, normalmente, crescem mais rápidos do que o tronco, afetando a localização do centro de gravidade.Assim, o crescimento assimétrico pode interferir na postura quanto no centro de gravidade, as quais podem afetar o equilíbrio e a coordenação em algumas atividades e, ainda, o comprimento dos membros pode afetar a capacidade de aplicar força, especialmente quando existe um potencial 45 atraso no desenvolvimento muscular em relação ao comprimento ósseo, característica dos estirões de crescimento. Face a estes conhecimentos e respeitando a individualidade biológica de cada jovem, o ideal é não ser definido o tokui-waza, antes do fechamento epifisário, principalmente se for técnica que necessite de maior utilização de força, como é o caso de técnicas de koshi-waza e algumas de te-waza. Assim, o ideal é utilizar a riqueza dos movimentos das técnicas de ashi-waza, os quais, além de propiciarem o desenvolvimento das capacidades perceptivas estarão agilizando o processo das qualidades físicas intervenientes para uma futura prática mais efetiva do Judô. 46 AS GRADUAÇÕES Antigamente as artes de lutar desarmadas não tinham categorias, graus, uniformes ou faixas. Este processo de oferecer faixas segundo a perícia do praticante é relativamente novo, as primeiras faixas foram dadas aproximadamente há 85 anos (TEGNER, 1969). Para as graduações existe uma regra, uma pessoa não pode atribuir-se a si própria uma classificação, tal julgamento deve ser dado por pessoas que estejam na posição de avaliar, normalmente, professores faixas-pretas. No Judô existem diferentes esquemas na classificação por faixa. No Japão prevalece o seguinte esquema: - Faixa branca para principiante, faixa marrom para os graus intermediários e faixa preta para os graus avançados. Nos Estados Unidos o sistema é o mesmo com acréscimo da faixa verde, qualificando um grau que fixa entre o principiante e o intermediário. A Europa, mais independente da orientação do Japão, tem um diferente sistema, dando na faixa de cor a cada grau nas classificações. No esquema branco-marrom-preta, não há diferença entre a pessoa no seu primeiro dia de treino e aquele que irá no dia seguinte lutar pela obtenção da faixa marrom, entretanto, há grande diferença na habilidade dos dois e deveria ser assinalada, como fazem os europeus. Na Europa, em partes dos Estados Unidos da América do Sul e no Canadá, o esquema de cores é o seguinte: - branca, amarela, laranja, verde, roxa, marrom, preta, vermelha e branca. Conforme Lasserre (1975), essas faixas são denominadas de graus que por sua vez são classificadas em "KYU" até a faixa preta e "DAN" para os graus superiores. KYU: 6º Kyu - faixa branca 5º Kyu – faixa amarela 4º Kyu - faixa laranjada 3º Kyu - faixa verde 2º Kyu - faixa roxa 47 1º Kyu - faixa marrom DAN: SHO-DAN lº DAN: faixa preta NI-DAN 2º DAN: faixa preta SAN-DAN 3º DAN: faixa preta IO-DAN 4º DAN: faixa preta GO-DAN 5º DAN: faixa preta ROKU-DAN 6º DAN: faixa vermelha e branca SHIGUI-DAN 7º DAN: faixa vermelha e branca HAGHI -DAN 8º DAN: faixa vermelha e branca KU-DAN 9º DAN: faixa vermelha JU-DAN 10º DAN: faixa vermelha Os critérios para a promoção de faixas dependem dos dirigentes das Federações dos Estados, assim como dos mestres, podendo haver promoções, dependendo do nível e idade do atleta. Além do conhecimento prático descrito, supõe-se que o praticante recebe durante todo o processo embasamento teórico, pois no judô é imprescindível que a teoria e prática caminhem juntos, pois segundo o próprio Jigoro Kano, nenhum praticante poderá ser um autêntico judoísta, sendo excepcional apenas na prática do judô. Ele deve ter um conhecimento geral do judô, usando-o de maneira a lhe proporcionar o bem físico e moral. 48 ARBITRAGEM - Regras de Arbitragem (Adaptado da FPJ, 2007) As regras de arbitragem foram aprovadas em reunião do Comitê Executivo em Paris, França em Outubro de 1997 e em vigor desde 1 de Janeiro de 1998, com algumas modificações. ARTIGO 1 – ÁREA DE COMPETIÇÃO A área de competição terá no mínimo 14m x 14m e no máximo 16m x 16m e será coberta por tatame ou material similar, geralmente de cor verde. A área de competição será dividida em duas zonas. A demarcação entre estas duas zonas será denominada zona perigosa e estará indicada por uma área vermelha, aproximadamente com a largura de 1m, formando parte ou estando anexada à área de competição, paralela aos 4 lados da mesma. A área interna e incluindo a zona perigosa é chamada a área de combate e terá sempre no mínimo 8m x 8m e no máximo 10m x 10m. A área exterior à zona perigosa será chamada área de segurança e terá 3 metros de largura. Uma fita adesiva azul e uma branca, aproximadamente com 10cm de largura e 50cm de comprimento serão fixadas no centro da área de competição à distância de 4m uma da outra, para indicar as posições nas quais os competidores deverão começar e terminar o combate. A fita azul estará à direita do árbitro e a branca à sua esquerda. A área de competição deverá ser fixada a uma superfície resistente ou plataforma (ver apêndice). Quando duas ou mais áreas de competição contíguas estiverem a ser utilizadas, a área de segurança comum mínima permitida será de 4m. Uma zona livre, no mínimo de 50cm deverá ser mantida à volta da área de competição. Nota: Quando as regras se referem a um judogui azul, fita azul, bandeiras azuis, marcador azul, etc., é lícito aos organizadores da competição que especifiquem que ambos os competidores usarão um judgui branco; o primeiro competidor a ser chamado usará um cinto vermelho conjuntamente com o cinto da graduação, o segundo usará um cinto branco conjuntamente com o cinto da graduação e o equipamento (bandeiras, fita, marcador, etc.) será vermelho em vez de azul. APÊNDICE ARTIGO 1 Área de Competição No caso de Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo, eventos continentais ou da FIJ, a área de competição geralmente deverá a dimensão máxima. 49 Tatames Geralmente medem 1m x 2m, feitos de palha prensada ou mais freqüentemente, de espuma prensada. Devem ser firmes debaixo dos pés e ter a capacidade de absorver o choque durante o ukemi e não deverão ser escorregadios nem muito ásperos Os elementos que constituem a superfície para a competição deverão estar alinhados sem espaços entre eles, formando uma superfície lisa e fixados de forma a não se moverem. Plataforma A plataforma é opcional e deve ser feita de madeira maciça, de forma que fique com uma certa flexibilidade e deve medir aproximadamente 18m de lado sem nunca exceder os 50cm de altura. 50 ARTIGO 2 – EQUIPAMENTO a) Cadeiras e Bandeiras (Juizes) Duas cadeiras leves devem ser colocadas na área de segurança em cantos diagonalmente opostos da área de competição e numa posição que não obstrua a visão dos juizes, membros da comissão e dos marcadores. Uma bandeira azul e uma bandeira branca deverão ser colocadas num suporte afixado em cada cadeira. b) Marcadores Para cada área de competição haverá 2 marcadores que indicam os resultados horizontalmente, não excedendo os 90cm de altura e os 2m de comprimento, colocados fora da área de competição de onde possam ser facilmente vistos pelos árbitros, membros da comissão, oficiais e espectadores. As penalizações devem ser imediatamente convertidas em vantagens e registrados nos quadros. Contudo os quadros devem estar apetrechados com um mecanismo que vá registrando as penalizações recebidas pelos competidores (ver exemplo no apêndice). Haverá duas cruzes em azul e branco, respectivamente, no topo do marcador para indicar o 1º e 2º exames efetuados pelos médicos (ver artigos 8º e 29º
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