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Argamassa de assentamento

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AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE ARGAMASSAS 
ADITIVADAS PARA O ASSENTAMENTO DE BLOCOS DE 
CONCRETO PARA ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
 
 
Juliana Machado Casali, Luiz Roberto Prudêncio Júnior 
 
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Engenharia Civil, 
Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil (PPGEC) 
Av. Des. Vitor Lima, 594 apto 501,Carvoeira, 88040-400, Florianópolis(SC), jucasali@ig.com.br 
 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem como objetivo avaliar o comportamento de três argamassas 
aditivadas (industrializadas) quando empregadas para o assentamento de alvenaria 
estrutural de blocos de concreto. Foram avaliadas as seguintes propriedades no 
estado fresco: índice de consistência, teor de ar incorporado, retenção de água, 
trabalhabilidade e perda de trabalhabilidade. Já no estado endurecido, foram 
avaliadas a resistência à compressão, o módulo de elasticidade e a resistência à 
tração, tanto das argamassas quanto dos prismas (interação entre bloco de concreto 
e argamassa). Os resultados obtidos demonstraram que as argamassas necessitam 
de uma correta avaliação no estado fresco para definição dos parâmetros de 
preparação das mesmas. Já no estado endurecido, a avaliação da argamassa junto 
com os blocos de concreto é fundamental para o conhecimento do real 
comportamento desta na alvenaria, pois a argamassa com menor resistência à 
compressão e teor de ar incorporado, apresentou os maiores valores de fator de 
eficiência e aderência no prisma. 
 
Palavras-chave: argamassa de assentamento, argamassa industrializada, bloco de 
concreto e alvenaria estrutural. 
 
 
2
 
 
ABSTRACT 
 
EVALUATING THE PERFORMANCE OF ADMIXTURES MORTAR FOR LAYING 
CONCRETE BLOCKS FOR STRUCTURAL MASONRY 
 
This article aims to evaluate the performance of three admixtures mortar 
(packaged-dry mortar) when used for laying concrete blocks for structural masonry. 
The properties characterized in the plastic state were: consistency, entrained-air 
content, water retention, workability and loss of workability. In the hardened state, the 
compressive strength, modulus of elasticity and tensile strength of mortar and prisms 
(interaction between concrete blocks and joints) were evaluated. The results showed 
that the mortar needs to be inspected in the plastic state for defining specifications 
for prepared mortars. In the hardened state, the properties of mortar with the 
concrete block (prism) are important for knowing its real performance in masonry, 
since the lower compressive strength and entrained-air content mortar presented a 
higher efficiency factor and bond in prism. 
 
Keywords: bedding mortar, packaged-dry mortar, concrete block and structural 
masonry. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A alvenaria estrutural é um sistema construtivo em que as paredes são 
elementos portantes compostos por unidades de alvenaria, unidos por juntas de 
argamassas capazes de resistirem às cargas(1). Esse sistema construtivo é bastante 
difundido em todo o país principalmente por apresentar menor custo das obras, 
gerado pela racionalização e produtividade. Na busca por racionalização e limpeza 
dos canteiros de obra, muitas construtoras procuraram utilizar argamassas 
industrializadas. Além disso, com a utilização dessas argamassas diminui a 
responsabilidade de dosagem das argamassas em obra. 
 
 
 
3
 
Porém, o uso indiscriminado desse material levou ao aparecimento significativo 
de manifestações patológicas, gerando custos com reparos e diminuindo a confiança 
das construtoras no sistema(2). Muitas dessas manifestações patológicas não se 
devem ao sistema construtivo e sim a falta de conhecimento das propriedades dos 
materiais utilizados e a interação entre eles. 
Alguns trabalhos(3)(4) mostraram que argamassas aditivadas têm 
comportamentos distintos das argamassas mistas (cimento, cal e areia) quando 
empregadas em prismas de alvenaria, mesmo quando apresentam propriedades 
mecânicas similares (ex: resistência à compressão e módulo de elasticidade 
determinados em corpos-de-prova normalizados). 
Além disso, existe uma ausência de parâmetros para as argamassas de 
assentamento em normas brasileiras e estrangeiras tanto do estado fresco 
(trabalhabilidade e retenção de água) quanto do estado endurecido (resistência à 
compressão e módulo de elasticidade). 
Neste contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar as propriedades, tanto 
no estado fresco quanto no endurecido, bem como o seu desempenho em prismas, 
de três argamassas de assentamento aditivadas para o assentamento de blocos de 
concreto em alvenaria estrutural visando gerar subsídios para uma escolha 
fundamentada em obra. 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Com o intuito de avaliar o comportamento de argamassas industrializadas 
aditivadas para assentamento de blocos de concreto para alvenaria estrutural, foram 
obtidas amostras de três argamassas produzidas por um mesmo fabricante com a 
mesma composição, porém com proporções distintas (não fornecidas pelo 
fabricante). A composição das argamassas era: areia calcária, fíler calcário, cimento 
e aditivos – retentor de água à base de metil hidroxietil celulose (MHEC) e 
incorporador de ar a base de lauril sulfato de sódio. 
A Tabela 1 apresenta as propriedades físicas do agregado miúdo das 
argamassas produzidas. Cabe salientar que no ensaio de granulometria do 
agregado foram excluídas as frações passantes na peneira 0,075 mm. Além disso, a 
massa específica foi obtida conforme recomendação da NBR NM 23 (2001). 
 
 
4
 
 
Tabela 1 – Propriedades físicas do agregado miúdo utilizado nas argamassas. 
Material Argamassa T Argamassa A Argamassa M 
Abertura da malha (mm) Porcentagem Retida Acumulada 
4,8 0 0 0 
2,4 0 0 0 
1,2 4 3 0 
0,6 48 30 22 
0,3 66 54 53 
0,15 96 93 84 
Módulo de Finura 2,13 1,79 1,59 
Massa específica (g/cm3) 2,78 2,82 2,80 
 
Para a confecção dos prismas foram utilizados blocos de concreto com 
resistência característica nominal de 6 MPa de dimensões nominais de 14 cm x 
19 cm x 39 cm, especificado pela NBR 6136 (2006). A Tabela 2 apresenta as 
características físicas e mecânicas dos blocos de concreto determinadas segundo 
metodologia apresentada na NBR 12118 (2006): dimensões, resistência à 
compressão, teor de umidade ao ar, absorção de água total, área líquida e área 
bruta. 
 
Tabela 2 – Características física dos blocos de concreto utilizados. 
Características Valores Médios (coeficiente de variação - %) 
Tamanho da 
amostra 
Largura 140 (0,3) 3 
Comprimento 390 (0,1) 3 Dimensões (mm) 
Altura 190 (0,4) 3 
Teor de umidade ao ar (%) 0,9 (5,3) 3 
Absorção de água total (%) 6,9 (11,6) 3 
Resistência à compressão (MPa) 9,8 (7,0) 6 
Resistência característica (fbk) (MPa) 8,6 - 
Área bruta (cm2) / Área líquida (cm2) 547,3 (0,5) / 289,1 (0,4) 3 / 3 
 
Primeiramente foi necessário realizar um estudo piloto para se determinar o 
teor de água, o procedimento e tempo de mistura adequados para as argamassas 
terem trabalhabilidade adequada. A referência inicial foi a recomendação fornecida 
pelo fabricante que está apresentada na Tabela 3. 
 
 
 
 
 
5
 
Tabela 3 – Teor de água, procedimento e o tempo de mistura para as argamassas. 
Argamassa Teor de Água (%) Procedimento de mistura Tempo de mistura (s)
T 16,0 NBR 13276 (2005) - 
A 15,3 Velocidade baixa – v1 30 
M 15,8 Velocidade baixa – v1 30 
 
Além dos procedimentos recomendados pelo fabricante (Tabela 1), foram 
avaliados também os procedimentos recomendados pela NBR 13276 (2005) (tempo 
de mistura de 30 segundos na velocidade baixa da argamassadeira, 60 segundos de 
raspagem e mais 30 segundos na velocidade baixa). Esse procedimentoé 
recomendado pela norma quando não há informação por parte do fabricante. 
Nesse estudo piloto foram avaliadas as seguintes propriedades no estado 
fresco: massa específica e teor de ar incorporado (NBR 13278, 2005) e a 
trabalhabilidade (GTec Teste (1; 2, 5) e por um pedreiro experiente). A avaliação do 
pedreiro foi realizada por notas atribuídas por ele de 1 a 5 para as argamassas; 
quanto melhor (mais trabalhável) a argamassa, maior a nota atribuída pelo o 
pedreiro experiente. Para realização dessa avaliação, o pedreiro assentava dois 
prismas de dois blocos de concreto de altura. 
A partir dos resultados do estudo piloto (apresentados no item resultados), 
foram definidos e estabelecidos os teores de água e os procedimentos de mistura 
para as três argamassas (Tabela 4). 
 
Tabela 4 – Procedimento de mistura, relação água/materiais secos, quantidade de mistura pronta e de água para 
a produção das argamassas estudadas. 
Argamassa Procedimento de mistura H** (%) 
Mistura 
Pronta (g) 
Quantidade 
de água (g)
T NBR 13276 (2005) (30 s v1* + 60 s de raspagem + 30 s v1*) 16,0 2500,0 400,0 
A 30s v1* 14,5 2500,0 362,5 
M 30s v1* 14,8 2500,0 370,0 
* - Velocidade baixa (1) da argamassadeira; ** - relação água/materiais secos (teor de água); 
 
Após a definição dos procedimentos de preparo das argamassas, foram 
realizados os seguintes ensaios de caracterização do estado fresco: índice de 
consistência (flow table) (NBR 7215, 1996); retenção de água conforme a 
NBR 9287 (1986) e NBR 13277 (2005); teor de ar incorporado (NBR 13276, 2005). 
Também foram avaliadas a trabalhabilidade (consistência, plasticidade e coesão) 
 
 
6
 
pelo GTec Teste (1; 2; 5)1 e a perda de trabalhabilidade pelo mesmo ensaio após 20 
minutos do tempo de mistura (argamassa era mantida em ambiente climatizado com 
temperatura de (23±1)oC e umidade relativa de (65±5)% e antes da determinação 
era feita a homogeneização durante 30 s com espátula). Cabe ressaltar que o tempo 
foi medido a partir do contato da água com argamassa anidra. 
No estado endurecido foram avaliadas as seguintes propriedades das 
argamassas de assentamento: resistência à compressão (corpos-de-prova 5 cm x 
10 cm conforme a NBR 7215 (1996) e 4 cm x 4 cm x 8 cm), módulo de elasticidade 
estático (corpo-de-prova 5 cm x 10 cm – metodologia detalhada em (4; 5) e dinâmico 
(corpo-de-prova 5 cm x 10 cm e 4 cm x 4 cm x 16 cm)(6)2 e resistência de tração na 
flexão (4 cm x 4 cm x 16 cm) (NBR 13279, 2005). 
Para os ensaios de interação entre a argamassa de assentamento e o bloco de 
concreto foram confeccionados prismas conforme as recomendações NBR 8215 
(1983). A espessura das juntas de argamassa dos prismas foi de (10 ± 2) mm 
conforme recomendado pela NBR 8798 (1985). Foram avaliadas as seguintes 
propriedades: resistência à compressão, módulo de elasticidade (3; 5) e resistência de 
aderência na flexão (2; 7). Foram moldados três prismas para a resistência à 
compressão e o módulo de elasticidade (prismas de 3 blocos de concreto) e mais 
três prismas para resistência de aderência na flexão (prismas de 4 blocos de 
concreto) utilizando as argamassas selecionadas. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Os resultados obtidos no estudo piloto para a definição do procedimento de 
preparo da argamassa estão apresentados na Tabela 5. As argamassas que 
obtiveram as maiores notas e/ou os parâmetros recomendados para uma 
argamassa com trabalhabilidade adequada pelo GTec Teste (1; 2; 5) (Leitura inicial - Li 
 
 
 
1 Maiores detalhes também podem ser obtidos no artigo publicado no VI SBTA (2005) de Casali e 
Prudêncio Jr. “Influência da quantidade de cal e da granulometria nas propriedades das argamassas mistas de 
assentamento de blocos de concreto de alvenaria estrutural”. 
2.O módulo dinâmico foi determinado com auxilio do ultra-som medindo o tempo de propagação de ondas 
ultra-sônicas e o cálculo do módulo foi realizado conforme as recomendações da BS 1881 Part 203(6). 
 
 
7
 
- de 1,90 cm a 1,70 cm, e número de golpes de 7 a 15) foram selecionadas. O 
menor teor de ar incorporado foi obtido para a argamassa T (9,5%) e maior para a 
argamassa M, de 18,3% (Tabela 5). A norma ATSM C270(8) recomenda para 
alvenaria estrutural de blocos de concreto que a argamassa deve conter no máximo 
um teor de ar incorporado de 14%. Neste caso, apenas a argamassa T atenderia à 
norma. 
 
Tabela 5 – Procedimento de mistura e teor de água das argamassas estudadas. 
Trabalhabilidade Massa 
Específica 
(g/cm2) GTec Teste PedreiroArg 
Procedimento 
de mistura 
H** 
(%) 
Real Teórica
Teor 
de 
ar 
(%) Li ++ (cm) Golpes ++ Nota 
T NBR 13276* 16,0 2,06 2,24 9,50 1,50 11 5 
NBR 13276* 14,5 1,77 2,28 22,1 0,85 - 1 
30 s+ v1 14,0 1,96 2,30 15,0 1,85 26 1 
30 s+ v1 15,0 1,90 2,28 16,7 1,20 3 1 A 
30 s+ v1 14,5 1,93 2,29 15,5 1,75 14 4 
NBR 13276* 15,0 - - - 0,2 - 1 
NBR 13276* 13,0 - - - 2,00 40 1 
NBR 13276* 14,0 1,80 2,28 21,2 1,60 8 4 
30 s+ v1 15,6 1,79 2,25 20,2 0,5 - 1 
30 s+ v1 15,0 1,83 2,27 19,4 1,30 3 1 
M 
30 s+ v1 14,8 1,86 2,27 18,3 1,70 7 4 
* Conforme os procedimentos da norma (30 s na v1, 60 s de raspagem e 30 s na v1); 
** - relação água/materiais secos (teor de água); + - Velocidade baixa (1) da argamassadeira; 
++ - Consistência inicial (Leitura inicial - Li) e número de golpes (golpes) para se obter uma junta de argamassa 
de 1 cm a partir de uma espessura inicial de 2 cm. 
 
Observa-se na Tabela 5 que a argamassa T não atente aos valores 
recomendados do GTec Teste obtidos por Casali(5) para consistência inicial (leitura 
inicial - Li), porém essa argamassa obteve uma plasticidade adequada (número 
razoavelmente alto de golpes que compensou a baixa consistência). Apesar de esta 
argamassa apresentar uma leitura inicial baixa, o pedreiro tem uma margem para 
conseguir posicionar o bloco de concreto no nível e prumo até obter um filete de 
1 cm. Este fato influenciou também o pedreiro experiente que avaliou a argamassa 
com nota 5. 
A Tabela 6 apresenta a caracterização das argamassas selecionadas como: 
índice de consistência (flow table), teor de ar incorporado e a retenção de água. 
 
 
 
 
8
 
Tabela 6 – Procedimento de mistura e teor de água das argamassas estudadas. 
Retenção de água (%) Arg. Índice de consistência (flow table) (mm) 
Teor de ar 
incorporado (%) NBR 9287 NBR 13277 
T 239 9,4 78,1 81,0 
A 229 15,9 77,9 86,6 
M 196 18,4 84,6 86,7 
 
Com relação a índice de consistência, a única argamassa de não atendeu ao 
requisito da NBR 8798 (1985) (índice de consistência (230±10) mm) foi a argamassa 
M. Cabe ressaltar que este valor de índice de consistência não se correlaciona com 
a trabalhabilidade para argamassas de assentamento (Casali(10)). 
Quanto à retenção de água das argamassas, a NBR 8798 (1985) recomenda 
que deve ser superior a 75%. Pode ser observado na Tabela 6 que todos os valores 
obtidos foram superiores ao recomendado por norma. No entanto, conforme o 
método utilizado para a determinação da retenção de água, os valores são distintos. 
Os resultados da trabalhabilidade e a perda de trabalhabilidade obtidos pelo 
GTec Teste após 5 e 20 minutos do preparo estão apresentados na Figura 1. 
 
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0
Energia (J)
Es
pe
ss
ur
a 
do
 fi
le
te
 (c
m
)
T (5) T (20) A (5) A (20) M (5) M (20) 
Figura 1 – Espessura do filete versus energia das argamassas com 5 e 20 minutos. 
 
Observa-se na Figura 1 que a argamassa M teve uma grande perda de 
trabalhabilidade com apenas 20 minutos após a mistura. Para esta argamassa,houve um aumento tanto na leitura inicial (aumento de 12%) quanto no número de 
 
 
9
 
golpes (aumento de 270%). Esse comportamento também foi observado 
visualmente e dificultou muito o assentamento dos blocos de concreto. Para as 
demais argamassas, a perda de trabalhabilidade com o tempo foi pequena 
(argamassa T) ou nenhuma (para argamassa A). 
Os resultados de resistência à compressão e à tração para as argamassas de 
assentamento podem ser observados na Tabela 8. 
 
Tabela 8 – Resistência à compressão e a tração para argamassa de assentamento. 
Resistência à compressão (MPa) (CV*) Resistência à tração (MPa) (CV*)Arg. 
CP 5 cm x 10 cm CP 4 cm x 4 cm x 8 cm CP 4 cm x 4 cm x 16 cm 
T 5,50 (1,9) 4,97 (14,3) 2,09 (3,6) 
A 10,76 (8,1) 9,94 (7,4) 4,10 (6,4) 
M 10,36 (5,2) 6,51 (17,9) 4,06 (9,2) 
* - Coeficiente de variação. 
 
As maiores resistências à compressão foram obtidas para as argamassas M e 
A (Tabela 8), apesar de essas argamassas apresentarem os maiores teores de ar 
incorporado (18,4% e 15,9% em média, respectivamente). A argamassa T obteve o 
menor teor de ar incorporado e apresentou a menor resistência à compressão. Cabe 
ressaltar que normalmente essas duas propriedades são correlacionáveis, porém 
não são conhecidas as proporções dos materiais empregados. 
Para os corpos-de-prova 5 cm x 10 cm, analisando os dados estatisticamente, 
não existe diferença significativa entre as resistências à compressão obtidas pelas 
argamassas A e M com 95% de confiabilidade, mas existe diferença entre elas e a 
argamassa T. 
Os valores de resistência à compressão obtidos para as argamassa A e M 
foram superiores ao recomendado por alguns autores (1; 9) (a resistência à 
compressão da argamassa deve ser menor ou igual à do bloco de concreto em área 
bruta; no caso estudado, a resistência nominal do bloco era de 6 MPa). Neste 
requisito, a única argamassa que atendeu adequadamente foi a argamassa T. 
Com relação ao tamanho do corpo-de-prova, em todos os casos, os valores de 
resistências à compressão obtidas pelo corpo-de-prova 5 cm x 10 cm foram maiores 
do que os obtidos no corpo-deprova 4 cm x 4 cm x 8 cm, porém apenas para a 
argamassa M obteve-se uma diferença significativa. Possivelmente esses corpos-
de-prova (4 cm x 4 cm x 8 cm) tiveram alguma fissuração no ensaio de resistência à 
tração na flexão que pode ter afetado o ensaio de compressão devido ao 
 
 
10
 
procedimento de ensaio da norma. Os valores de resistência à tração na flexão 
obtidos foram 38% a 39% do valor de resistência à compressão das argamassas. 
A Tabela 9 apresenta os resultados de massa específica no estado endurecido, 
tempo de propagação da onda ultra-sônica obtido pelo ultra-som, módulo de 
elasticidade estático e dinâmico. 
 
Tabela 9 – Massa específica do estado endurecido, tempo de propagação da onda ultra-sônica, módulo de 
elasticidade estático e dinâmico das argamassas analisadas. 
Módulo de Elasticidade 
Arg. Corpo-de-prova 
Massa 
específica 
(kg/cm3) 
(CV*) 
Tempo de 
propagação da 
onda ultra-sônica 
(μs) (CV*) 
Estático 
(MPa) 
(CV*) 
Dinâmico 
(MPa) 
(CV*) 
5 x 10 1839,3 (0,9) 40,6 (1,0) 6671 (13,5) 10566 (2,7) T 
4 x 4 x 16 1883,7 (1,2) 62,3 (2,0) - 11858 (4,9) 
5 x 10 1769,7 (0,84) 34,1 (1,9) 10534 (11,2) 14639 (3,8) A 
4 x 4 x16 1799,4 (0,6) 52,3 (1,2) - 16118 (2,0) 
5 x 10 1796,4 (0,2) 34,2 (1,3) 10026 (14,6) 14643 (2,4) M 
4 x 4 x 16 1759,4 (0,9) 54,9 (1,6) - 14373 (3,9) 
* - Coeficiente de variação. 
 
Observa-se na Tabela 9 que o módulo de elasticidade estático tem correlação 
direta com a resistência à compressão. Este comportamento está em conformidade 
com a literatura especializada. 
 
Os valores encontrados para o módulo de elasticidade dinâmico foram 
significativamente superiores aos do módulo de elasticidade estático para todas as 
argamassas, superestimando o valor dessa propriedade. 
 
Na Tabela 10, apresenta-se os valores de resistência à compressão médios 
das argamassas, dos blocos de concreto e dos prismas. Além disso, também são 
apresentados o fator de eficiência, módulo de elasticidade do prisma e resistência à 
tração na flexão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11
 
Tabela 10 – Resistência à compressão das argamassas, dos blocos de concreto e dos prismas; fator de 
eficiência, módulo de elasticidade e resistência à tração. 
Resistência à compressão média 
(MPa) (CV***) Arg 
Argamassa* Bloco+ Prisma+ 
Fator de 
eficiência3
(CV***) 
Módulo de 
elasticidade 
do prisma 
(MPa)** 
Resistência 
de aderência 
na flexão 
média (MPa) 
(CV***) 
T 5,50 (1,9) 8,37 (8,4) 7,15 (9,1) 0,85 (9,1) 13769 0,23 (17,9) 
A 10,76 (8,1) 8,79 (6,2) 6,68 (3,6) 0,76 (3,6) 16354 0,15 (19,6) 
M 10,36 (5,2) 8,84 (6,8) 7,04 (5,2) 0,79 (5,2) 10623 0,22 (10,3) 
*Corpo-de-prova 5 cm x 10 cm; ** Valores obtidos da curva tensão versus deformação; 
+ Resistência em área bruta; *** Coeficiente de variação; 
 
Pode-se notar pela Tabela 10, que os fatores de eficiência diminuíram com o 
aumento da resistência à compressão das argamassas de assentamento (com 95% 
de confiabilidade, existe diferença significativa entre as médias obtidas). Essa 
diminuição do fator de eficiência pode estar correlacionada com o teor de ar 
incorporado da argamassa no estado fresco. Cabe salientar que, em todos os casos, 
o modo de ruptura à compressão dos prismas foi por tração nos blocos. 
Observa-se que o menor valor de módulo de elasticidade do prisma foi obtido 
para a argamassa M. Esse resultado foi semelhante ao encontrado por Casali et 
al.(4) para a argamassa com teor de ar incorporado de 20,5%. Para a argamassa T, o 
valor de módulo de elasticidade foi próximo aos obtidos por Casali(5) para 
argamassas mistas. 
Analisando a resistência de aderência na flexão, pode-se verificar que a 
argamassa T e a argamassa M apresentaram os maiores valores. Esses valores 
foram inferiores aos recomendados por Sabbatini(9) de 0,30 MPa. No entanto, os 
valores obtidos da tensão de aderência cumpriram os requisitos da NB 10837 (1989) 
(tração na flexão normal às fiadas para blocos vazados é de 0,10 MPa para 
argamassas com resistência entre 5 MPa e 12 MPa). Cabe salientar que esta norma 
considera apenas as tensões admissíveis e que os valores obtidos ainda devem ser 
multiplicados pelo fator de segurança para ser avaliado o módulo de ruptura. Além 
 
 
 
3 Fator de eficiência é a relação entre a resistência à compressão média do prisma e a resistência à compressão 
média do bloco. 
 
 
12
 
disso, essa norma não faz distinção ao tipo de argamassa utilizada (mista ou com 
incorporadores de ar). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com relação às propriedades do estado fresco, observou-se que existe uma 
carência grande de recomendações dos parâmetros de preparo das argamassas 
para assentamento de alvenaria estrutural por parte dos fabricantes. No entanto, foi 
possível obter em laboratório, por tentativas, argamassas com trabalhabilidade 
adequada. 
Outro comportamento importante a ser avaliado é que a argamassa M perdeu 
consideravelmente a trabalhabilidade após 20 minutos de mistura. Isso prejudicou 
muito o assentamento e foi o principal aspecto que o pedreiro experiente alertou. 
Desta forma, julga-se necessário não só definir parâmetros que garantam a 
trabalhabilidade inicial das argamassas, mas também a sua manutenção dentro do 
período de utilização em obra. 
Já com relação às propriedades do estado endurecido das argamassas de 
assentamento, observou-se que as argamassas A e M tiveram as maiores 
resistências à compressão, porém quando avaliadas juntamente com os blocos de 
concreto(prismas), apresentaram os menores resultados. O melhor desempenho foi 
obtido para a argamassa T (que havia apresentado metade da resistência à 
compressão da argamassa A e M). Os valores de módulo dinâmico foram muito 
superiores aos obtidos para o módulo de elasticidade estático e superestimaram 
estar propriedade. 
A partir dos resultados obtidos confirmou-se que é fundamental avaliar o real 
comportamento da argamassa na alvenaria e não apenas basear-se na sua 
caracterização isoladamente, pois não foi evidenciada nenhuma correlação dessas 
características com os resultados em prismas (fator de eficiência, módulo de 
elasticidade e resistência de aderência). Além disso, existe uma falta de 
conhecimento do real desempenho das argamassas aditivadas na alvenaria 
estrutural de blocos de concreto e principalmente nos parâmetros que devem ser 
levados em conta na definição do projeto estrutural. 
 
 
 
 
13
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E 518-80: Test method for flexural 
bond strength of masonry. Philadelphia, 2003. 
____. ASTM C 270: Mortar for unit masonry. Philadelphia, 1987. 
BRITISH STANDARD INSTITUTION. BS 1881 Part 203 Recommendations for measurement of the 
velocity of ultrasonic pulses in concrete. London. 1986. 
CASALI, J. Estudo comparativo de tipos de argamassa de assentamento para alvenaria estrutural de 
blocos de concreto. 2003, 184 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Programa de 
Pós-Graduação em Engenharia Civil/ UFSC. Florianópolis. 
CASALI, J. Estudo da interação entre a argamassa de assentamento e o bloco de concreto para 
alvenaria estrutural: transporte de água e aderência. 2008, 324p. Tese (Doutorado em 
Engenharia Civil) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil/ UFSC. Florianópolis. 
CASALI, J. M., WEIDMANN, D. F., ANSELMO JR., A., PRUDÊNCIO JR., L. R. Efeito da incorporação 
de ar nas propriedades de uma argamassa industrializada para assentamento de blocos de 
concreto para alvenaria estrutural. In: Anais do V Simpósio Brasileiro de Tecnologia das 
Argamassas. p. 273-284, São Paulo, 2003. 
PRUDÊNCIO JR, L. R.; OLIVEIRA, A. L., BEDIN, C.A. Alvenaria estrutural de blocos de concreto. 
Florianópolis, 2002. Editora Gráfica Palloti. 
SABBATINI, F. H. Alvenaria estrutural: materiais, execução da estrutura e controle tecnológico. 
Brasília, Caixa Econômica Federal, 2002. 
STEIL, R. O., CALÇADA, L. M. L.; MARTINS, V. C., PRUDÊNCIO JR., L. R. Influência do tipo de 
argamassa no fator de eficiência e na deformabilidade de alvenarias estruturais de blocos de 
concreto. In: Anais do IV Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas. p. 423-434, 
Brasília, 2001. 
 
	AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE ARGAMASSAS ADITIVADAS PARA O ASSENTAMENTO DE BLOCOS DE CONCRETO PARA ALVENARIA ESTRUTURAL
	INTRODUÇÃO
	MATERIAIS E MÉTODOS
	RESULTADOS E DISCUSSÕES

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