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Resumo Completo de Embriologia (1 semana ao nascimento)

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Gabriela Carvalho Abreu 
1 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
PRIMEIRA E SEGUNDA SEMANA DE DESENVOLVIMENTO 
No momento da fecundação já pode ser definido o sexo e a herança mitocondrial 
Fecundação 
 União entre um espermatozóide e um óvocito 
 Local: Normalmente na tuba uterina 
 Formação de corpos polares (2) (vai servir como nutriente – ativação metabólica 
do ovócito) – produto de degradação 
Gametogênese 
 
Processo de divisão meiótica. 
 Nas mulheres: ovogênese 
 Nos homens: espermatogênese. 
 
Objetivo: redução do número de cromossomos a metade, mantendo constante o número 
de cromossomos ao longo das gerações. Possibilita a variabilidade genética (crossing over). 
 
Espermatogênese: 
Processo de maturação que ocorre durante a puberdade em homens, no qual as 
espermatogônias (células germinativas primitivas) se transformam em espermatozóides. 
 
Etapas: 
 
1. Espermatogônias aumentam seu número e se transformam em espermatócitos 
primários 
2. Espermatócitos primários (diplóides) transformam-se em secundários (haplóides) 
após a 1ª divisão meiótica 
3. 2ª divisão meiótica – espermatócitos secundários dão origem as espermátides 
4. Espermiogênese – maturação das espermátides formando os espermatozóides. 
Ocorre a perda do citoplasma, o desenvolvimento da cauda e do acrossoma 
5. Espermatozóides caem na luz dos túbulos seminíferos 
6. Nos túbulos seminíferos, os espermatozóides são nutridos pelas células de Sertoli, 
envolvidas, também com o controle da espermatogênese. 
7. Os espermatozóides são transferidos ao epidídimo onde são armazenados e se 
tornam funcionais 
8. Passam ao ducto deferente e seguem até a uretra 
 
Espermatozóide maduro é constituído de: cabeça com o núcleo haploide e o acrossoma 
que contém enzimas como a acrosina e a esterase (enzimas proteolíticas), importante na 
fecundação por facilitar a penetração do espermatozóide na zona pelúcida e barrar 
também a entrada de outro espermatozóide; e a cauda que auxilia no transporte do 
espermatozóide graças às mitocôndrias que fornecem ATP e a bainha mitocondrial – 
fibrosa que garante os movimentos em chicotada. 
 
 
 
 
 
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2 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Ovogênese: 
Processo de maturação que inicia antes do nascimento e termina depois do fim da 
puberdade, ocorre nas mulheres, no qual as ovogônias (células germinativas primitivas) se 
transformam em ovócitos maduros. 
 
Etapas: 
 
1. Início da vida fetal: ovogônias proliferam-se e por divisão mitótica tornam-se 
ovócitos primários 
2. Ovócitos são envolvidos por células do tecido conjuntivo com a formação do 
folículo primordial 
3. Logo, os ovócitos primários são envolvidos pela zona pelúcida (camada de 
material glicoproteico amorfo, acelular – glicocálix dos ovócitos – seleciona os 
espermatozóides). 
4. Formação do folículo secundário – aumento do número de camadas de células 
foliculares 
5. Antes do nascimento, 1ª divisão meiótica 
6. Ovócitos permanecem em prófase suspensa (dictioteno) – estes são vulneráveis a 
agentes ambientais como a radiação – até a puberdade; obs: as células foliculares 
secretam o inibidor da maturação do ovócito (OMI), depois do nascimento não se 
forma mais nenhum ovócito primário; 
7. Puberdade – ovulação com a maturação de um folículo por mês 
8. Maturação do folículo possibilita o término da 1ª divisão meiótica com formação 
do ovócito secundário e do primeiro corpo polar (célula não funcionante) graças à 
divisão citoplasmática desigual 
9. Segunda divisão meiótica até a metáfase 
10. Divisão só termina com a penetração do espermatozóide, formação do óvulo e 
liberação do segundo corpo polar. 
 
Os ovócitos secundários são grandes, imóveis, com o citoplasma rico em organelas e em 
grânulos de vitelo que ajudam na nutrição do zigoto nas primeiras semanas. São 
envolvidos pela zona pelúcida e por uma camada de células foliculares denominadas 
corona radiata. 
 
Fases da fecundação 
 
 
 
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3 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Os espermatozóides recém-ejaculados são incapazes de fertilizar o ovócito secundário sem 
antes passar por um processo, que dura em média 7 horas de maturação denominado 
capacitação. Neste o espermatozóide perde uma capa glicoprotéica e proteínas seminais 
que compunham a superfície do acrossoma. Os espermatozóides capacitados não 
mostram alterações morfológicas e ainda estão mais ativos. O término da capacitação 
permite a reação acrossômica. 
 
A reação acrossômica ocorre com o contato dos espermatozóides capacitados na corona 
radiata. Para tal há a liberação de enzimas como a esterase e a acrosina que modificam o 
acrossoma resultando em perfurações que facilitam a fertilização. 
 
A fecundação acontece na ampola da tuba uterina normalmente podendo acontecer em 
outros locais da tuba, entretanto nunca no útero. Quando não há a fertilização, o ovócito 
vai para o útero onde é degenerado e reabsorvido. 
 
Moléculas ligantes de carboidratos da superfície dos gametas auxiliam no reconhecimento 
dos gametas e na união das células. O processo de fertilização leva em torno de 24 horas. 
 
Fases da fecundação: 
 
1. Passagem do espermatozóide pela corona radiata que envolve a zona pelúcida de 
um ovócito – feita pela liberação principalmente da hialuronidase 
2. Penetração na zona pelúcida, que envolve o ovócito – lise de parte da zona 
pelúcida pelas enzimas esterases, acrosina e neuramidase. Quando a penetração 
acontece há a reação da zona, na qual ela muda sua conformação o que não 
permite a entrada de outros espermatozóides. A membrana plasmática também 
sofre alterações tornando-se impermeável aos espermatozóides; 
3. Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide: o 
espermatozóide entra no ovócito com sua cauda, mas deixa a membrana para traz. 
4. Término da 2ª divisão meiótica com a descondensação dos cromossomas 
maternos e formação do pronúcleo feminino e do polócito II (resultante da 
divisão desigual da ovogênese) – formação do óvulo; 
5. Formação do pronúcleo masculino com a degeneração da cauda e replicação de 
ambos os DNAs dos pronúcleos – interfase; 
6. Condensação dos pronúcleos após dissolver as membranas – prófase mitótica – 
formação do zigoto. 
 
Resumo das fases da fecundação 
1. Corona radiata (enzima hialuronidase) 
2. Penetração na zona pelúcida (reação acrossômica - enzima proteolítica acrosina e 
neuraminidase). 
3. Fusão das membranas plasmáticas celulares. 
4. Finalização da segunda divisão meiótica do oócito. 
5. Formação do pronúcleo masculino. 
6. Final - Ruptura das membranas pronucleares. 
 
 
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4 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
Resultados da fecundação 
 
 Estimula o oócito secundário a completar a segunda divisão meiótica. 
 Restaura o número diplóide normal de cromossomos. 
 Variação da espécie. 
 Determina o cromossomo sexual do embrião. 
 Causa a ativação metabólica do oócito. 
 
Clivagem do zigoto 
 
Zigoto: Geneticamente único, há uma recombinação do material genético. 
 
Cromossomos migram para o equador do óvulo na metáfase da primeira divisão mitótica 
de segmentação, em que o material genético materno associa-se ao paterno. Processo 
denominado anfimixia ou singamia. 
 
Ocorrem aproximadamente 30hs após a fecundação, com um número de mitoses 
acontecendo rapidamente. Há um aumento de células que ficam cada vez menores 
devido a manutenção do volume. A essas células dá-se o nome de blastômeros. 
 
A clivagem ocorre enquanto o zigoto se encaminha para o útero. Após o estágio de nove 
blastômeros esses se unem uns aos outros se compactando, graças às glicoproteínas de 
adesão, o que permite uma maior interação entre as células e reconstitui um pré-requisito 
para a formação damassa celular interna do blastocisto. 
 
Os blastômeros por serem iguais são considerados células-tronco embrionárias, são 
células totipotentes que vão se diferenciar após ativação ou não de certos genes. 
 
A partir de 12 a 15 blastômeros, o zigoto passa a se chamar mórula. Esta se forma cerca 
de 3 dias após a fecundação e penetra no útero (com auxílio de cílios presentes na tuba 
uterina). 
 
Mórula: conjunto de células que se multiplicam envolvidas pela zona pelúcida o que 
permite o aumento numérico das células, mas não o seu volume. Isto permite que ela 
passe pela tuba uterina. 
 
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5 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Resumo etapas da embriologia humana 
 
 Clivagem do zigoto 
 Blastômeros 
 Mórula (12-32 blastômeros compactados) 
o Massa celular interna ou embrioblasto 
o Trofoblasto (fator precoce de gravidez (24 a 48 horas) 
 
 
 
 
 
Formação do blastocisto: 
 
A mórula depois do 4º dia forma uma cavidade blastocística que é um espaço cheio de 
fluído. Com o aumento do fluido na cavidade, o blastômero é separado em duas partes: 
 
 Trofoblasto – camada celular externa que dá origem à parte embrionária da 
placenta 
 Embrioblasto – massa celular interna que dá origem ao embrião, estas células são 
pluripotentes, ou seja, possuem áreas gênicas bloqueadas e outras ativadas. A 
cavidade no interior formada é denominada de blastocele. 
 
Após flutuar nas secreções uterinas por dois dias a zona pelúcida desaparece, o que 
possibilita um rápido crescimento celular. O embrião ao flutuar é alimentado pela 
secreção das glândulas uterinas. A esse estágio o concepto é denominado blastocisto ou 
blástula. A blástula ainda está solta no útero. A diferenciação das células em duas partes 
vai facilitar a nidação. 
 
Resumo blastocisto 
 
 Embrioblasto  primórdio do embrião 
 Trofoplasto  parte embrionária da placenta 
 
 
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6 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
Nidação 
 
Endométrio: tecido glandular que reveste o útero. Varia de acordo com o período de 
ovulação. A blástula se implanta dentro do endométrio, por isso quanto mais preparado 
ele estiver com maior facilidade será a implantação. (o endométrio sofre várias alterações 
para receber o embrião). 
 
No 6º dia o blastocisto fixa-se ao epitélio do endométrio e o trofoblasto começa a se 
diferenciar em duas camadas: 
 
 Interna- citotrofoblasto 
 Externa – sinciciotrofoblasto formado a partir das mitoses do trofoblasto que 
migram para a região próxima ao endométrio. Consiste em uma massa 
protoplasmática, multinucleada na qual não se observa os limites celulares (perda 
da membrana celular). 
 
Os prolongamentos sinciciotrofoblasto invadem o tecido conjuntivo (estroma) e 
produzindo enzimas, formam o sincício que gera a erosão dos tecidos maternos 
permitindo sua nutrição e alinhamento ao endométrio. Para que esta etapa ocorra é 
necessário que o sistema imune da mãe abaixe. HCG (Hormônio gonadotrofina coriônica 
humana) – produzido pelo sinciciotrofoblasto durante a gestação, para manter o corpo 
lúteo ativo durante o primeiro trimestre da gestação. É identificado pelos testes de 
gravidez no final da 2ª semana. 
 
No 7º dia, aparece uma camada de células diferenciadas a partir do embrioblasto 
voltada para a cavidade do blastocisto, o hipoblasto (endoderma primário) – células 
pavimentosas, e voltada para o citotrofoblasto e o epiblasto – células cúbicas. A 
blastocele passa a ser chamada de cavidade exocelômica por estar envolvida por uma 
membrana de mesmo nome. 
 
Resumo (etapas da embriologia humana) 
 
 Clivagem do zigoto 
 Blastômeros. 
 Mórula (12-32 blastômeros- compactados). 
o Massa celular interna ou embrioblasto. 
o Trofoblasto (fator precoce de gravidez (24 a 48hs). 
 
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8 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 Blastocisto 
o Embrioblasto - primórdio do embrião 
o Trofoblasto - parte embrionária da placenta 
 Aproximadamente 6 (seis) dias após a fecundação o blatocisto adere ao epitélio 
endometrial. 
 Trofoblasto 
o Citotrofoblasto – camada interna de células mononucledas. 
o Sinciciotrofoblasto – camada externa de células multinucleadas 
 
 
 
IMPORTANTE: ABORTO ESPONTÂNEO  A implantação do blastocisto pode ocorrer de 
forma errônea - progesterona e estrogênio (corpo lúteo). Causando anormalidades 
cromossômicas. 
2ª SEMANA DO DESENVOLVIMENTO 
 Implantação completa do blastocisto. 
 Disco embrionário 
o Epiblasto – camada interna 
o Hipoblasto – camada externa 
 O disco embrionário origina a camada germinativa - tecidos e órgãos do embrião. 
 
 
 
 
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9 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Blástula (2ª semana) 
 
 
 
 
Formação de estruturas extra embrionárias 
 Cavidade amniótica. 
 O âmnio. 
 Vesícula umbilical. 
 Saco coriônico. 
 Epiblasto – assoalho da cavidade amniótica. 
 Hipoblasto – cavidade exocelômica. 
 Tanto a cavidade quanto a membrana formam a vesícula umbilical primária. 
 A cavidade mais externa de tecido conjuntivo frouxo forma o mesoderma 
extraembrionário. 
 
 
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10 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Início da implantação 
 
 
 
 
Final da implantação 
 
 
 
Implantação: 
 
Começa no fim da primeira semana e termina no fim da segunda. 
 
 Conceitos: citotrofoblasto: células altamente mitóticas que renovam a camada 
de sinciciotrofoblastos; 
 Sinciciotrofoblastos: massa celular sem contornos em rápida expansão. 
 Epiblasto e hipoblasto: formados a partir do embrioblasto. Formam o disco 
embrionário bilaminar que dá origem às camadas germinativas que formam 
todos os tecidos e órgãos do embrião. 
 O sinciciotrofoblasto, ativamente erosivo, invade o estroma endometrial 
(estrutura de tecido conjuntivo) que sustenta os capilares e glândulas do útero. O 
 
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11 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
que facilita a invasão no endométrio é a produção de enzimas proteolíticas que 
promovem a proteólise. 
 A medida que o concepto adentra, as células do estroma, tornam-se carregadas 
de lipídios e glicogênio e por isso recebem o nome de células decíduas (reação da 
decídua). Essas células têm a função primária de criar um local 
imunologicamente privilegiado para o concepto, entretanto quando as próximas 
ao sinciciotrofoblasto morrem, são englobadas pelos sinciciotrofoblastos servindo, 
mais tarde, junto às glândulas do estroma e o sangue materno de nutrição para o 
embrião. 
 
Formação da cavidade amniótica, disco embrionário e saco vitelino 
 
 Durante a implantação, aparecem a partir do epiblasto, células amniogênicas 
(amnioblastos) que formam uma membrana denominada âmnio (um dos anexos 
embrionários). Entre o epiblasto e o âmnio é formada a cavidade amniótica. 
 Na parte inferior do disco embrionário, o hipoblasto dá origem às células 
exocelômicas que formam a membrana exocelômica. Entre hipoblasto e 
membrana exocelômica forma-se a cavidade exocelômica (antiga cavidade 
blastocística). 
 A membrana e cavidade exocelômica, modificam-se rapidamente para formar o 
saco vitelino primitivo. As células do saco vitelino primitivo ainda dão origem ao 
mesoderma extraembrionário (camada de tec. Conj. Frouxo) – células que 
preenchem o espaço entre o citotrofoblasto e as cavidades. 
 No 10º dia o concepto humano já está completamente implantado, com apenas 
uma falha no epitélio endometrial preenchida por um tampão (um coágulo 
fibroso de sangue) que dura cerca de dois dias. 
 No sinciciotrofoblasto aparecem lacunas – influência do estrógeno e da 
progesterona provenientes do corpolúteo – que logo se enchem de sangue 
materno provenientes de capilares e de secreções glandulares uterinas erodidos. 
 
 
 
 
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12 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
No 10º dia - embrião completamente implantado 
 
 
O processo: 
 
 O mesoderma extraembrionário aumenta e espaços isolados aparecem dentro 
dele; fusão dos espaços leva à formação do celoma extraembrionário; diminuição 
do saco vitelino primitivo – formação do saco vitelino secundário. 
 O fluido, denominado embriotrofo, chega ao disco embrionário por difusão. No 
12º dia, as lacunas já se fundiram formando as redes de lacunas. Estas redes 
constituem os primórdios dos espaços intervilos da placenta. Os capilares em 
torno do embrião tornam-se congestos e dilatados formando sinusóides que são 
erodidos e fluem para as redes de lacunas, formando a circulação 
uteroplacentária. O sangue oxigenado flui para as lacunas vindo das artérias 
espiraladas do endométrio, e o sangue desoxigenado é removido através das veias 
endometriais. 
 No mesoderma extraembrionário forma-se uma cavidade cheia de fluido 
denominada celoma extraembrionário. Esta cavidade envolve o âmnio e o saco 
vitelino exceto onde eles se prendem ao córion (mesoderma somático 
extraembrionário e as duas camadas de trofoblasto) pelo pedículo (cordão) do 
embrião. O saco vitelino primitivo, com a formação do celoma extraembrionário, 
perde uma parte para formar o saco vitelino secundário (definitivo). 
 O saco vitelino não contém vitelo. Funciona como um transporte seletivo de 
materiais nutritivos para o disco embrionário. 
 
Resumo 
 Tampão 
 Lagunas adjacentes fundem-se formando redes (10º e 11º dia) 
 Estabelecimento da circulação úteroplacentária primária (11º e 12º) 
 
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13 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
IMP: tampão  deformação endometrial para formar lacunas (sangue materno entra 
nestas lacunas e tem-se um primórdio do processo de realização de trocas gasosas). 
Alterações para suprir a circulação. 
 No 12º dia regeneração do epitélio uterino. 
 Com a implantação do concepto ocorre uma reação decidual (as células da 
decídua criam um ambiente imunologicamente favorável). 
 Cavidade coriônica - formação das vilosidades coriônicas. 
 Celoma extraembrionário- envolve o âmnio e o saco vitelino 
 
 
Desenvolvimento do saco coriônico: 
 
 Ocorre no fim da segunda semana. Acontece primeiro a proliferação de células do 
citotrofoblasto que produz extensões celulares que penetram no 
sinciciotrofoblasto. Tais extensões vão formar as vilosidades coriônicas 
primárias. 
 O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas 
camadas: mesoderma somático extraembrionário que reveste o trofoblasto e 
recobre o âmnio, juntos formam o córion; e o mesoderma esplâncnico 
extraembrionário que envolve o saco vitelino. 
 O celoma extraembrionário passa a ser chamado de cavidade coriônica. O embrião 
de 14 dias forma uma placa precordal, que é a transformação de células cúbicas 
em prismáticas do hipoblasto em uma área localizada. Estas serão o futuro local de 
origem da boca e de um importante organizador da região da cabeça. 
 Locais de implantação do blastocisto: no endométrio do útero geralmente na 
parte superior e posterior. Podendo ainda ocorrer na parte anterior, entretanto 
com menos frequência. 
 
 
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14 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
Gestação ectópica: ocorre fora do local esperado. Pode acontecer em vários lugares 
sendo a mais comum a tubária. Outros locais são no ovário, no abdômen (principal causa 
de morte materna devido a hemorragias internas), próximo ao colo do útero ou 
peritônio. Nesses casos não há chances de nascer, exceto em casos excepcionais. Produz 
mais lentamente HCG do que em uma gravidez normal, por isso em testes feitos muito 
cedo pode dar o resultado falso-negativo. 
 
Gestação tubária: ocorrem na maioria dos casos na ampola e no istmo da tuba uterina. 
Sintomas: dor abdominal muito forte e maior sensibilidade, sangramento anormal e 
irritação do peritônio pélvico (pode ser confundida com apendicite, principalmente 
quando ocorre do lado direito). 
 
Inibição da implantação: 
 
 Estrógeno – pílula do dia seguinte; dietilestilbestrol – acelera a passagem do 
zigoto, aumenta o batimento ciliar, gera uma reação inflamatória. 
 
 DIU – reação inflamatória, não encontra um ambiente propício para a 
implantação, libera substâncias químicas que modificam o ambiente. O 
dispositivo intrauterino (DIU) pode ou não ser um dispositivo contraceptivo que 
contenha hormônios. O hormônio liberado pelos tipos endoceptivos de DIU, 
promove o afinamento do endométrio de forma que este não fique 
suficientemente espesso para possibilitar a implantação do embrião. Além disso, 
o DIU promove o espessamento e engrossamento do muco cervical no canal 
cervical, de forma que o espermatozóide encontre um obstáculo para entrar no 
útero e fertilizar o óvulo. Dessa forma, esse método contraceptivo não inibe a 
ovulação, de modo que caso o espermatozoide resista as alterações do muco 
cervical é possível que a fecundação ocorra. Para que a implantação do embrião 
ocorra no endométrio é preciso que ele sofra modificações de modo que sua 
receptividade seja alta. 
 
 
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15 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Implantação extra uterina 
 
 Gestação ectópicas. 
 Maioria ocorre na tuba uterina. 
 Sinais de gravidez, dor abdominal, sangramento e irritação do peritônio pélvico. 
 Resultam na ruptura da tuba e hemorragia dentro da cavidade peritonial durante 
as 8 primeiras semanas. 
 Pílula do dia seguinte. 
 DIU 
Ao final da segunda semana o processo de implantação pode ocorrer também nas tubas 
uterinas e também próximo ao intestino (gravidez ectópica). Nas tubas a ruptura pode 
levar a morte rapidamente e também há casos de abortos. 
DIU  mirena, colocado em consultórios e esses liberam quantidades de hormônios, o 
que promove uma descamação do endométrio. Os hormônios que compõe o DIU não 
são capazes de inibir a ovulação 
Pílula do dia seguinte (pode interferir, pois é capaz de provocar um processo 
inflamatório) e pílula abortiva. 
Correlações: 
 
IMP: Abortos espontâneos precoces: frequência aproximada de 45%; por inúmeras 
razões, mas a principal são as alterações cromossômicas (50%) (Anomalias 
cromossômicas, que podem resultar de uso de hormônios que provocam ovulação, como 
o que acontece em mulheres que desejam ter uma gravidez tardia e fazem uso de tais 
medicamento). 
IMPORTANTE: 
1. Gametogênese e Fertilização 
2. As duas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário humano 
(clivagem, implantação, formação do disco germinativo bilaminar). 
3ª SEMANA DE DESENVOLVIMENTO 
Três importantes processos ocorrer na 3ª semana: gastrulação, formação da 
notocorda e neurulação 
 
Primeira ausência do período menstrual, o último período de menstruação normal 
(LNMP) ocorreu a cinco semanas, porém sangramento na data esperada não exclui 
gravidez, mas pode apontar um sangramento de implantação. Esse sangramento quando 
apontado como menstruação pode levar a um erro na determinação da data do parto. 
(1ª semana de atraso do ciclo menstrual que começa-se a suspeitar de gravidez) 
 Náuseas e vômitos surgem no final da terceira semana, devido à gonadotrofina 
coriônica humana (HCG), produzida pela placenta e que tem seu ápice na 12ª 
semana. 
 
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16 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 Testes de gravidez: EPF – fator da gravidez inicial – presente no soro materno, 
detectado apenas nas 24-48 primeiras horas após a fertilização; HCG – 
gonadotrofina coriônica humana – produzida pelo sinciciotrofoblasto e excretadana urina da mãe, após a segunda semana de gravidez; ultra-sonografia – após três 
semanas de gravidez. 
 
Gastrulação (desenvolvimento dos folhetos embrionários – formação de todos os tecidos 
do corpo) 
 
 Na terceira semana passa a ser chamado de gástrula 
 Processo que leva a transformação do disco bilaminar em trilaminar. Marca, por 
isso, o início da morfogênese, ou seja, o desenvolvimento da forma do corpo. 
 Inicia-se com a formação da linha primitiva na extremidade caudal do embrião, 
no plano mediano decorrente da migração e proliferação das células do epiblasto 
no disco embrionário. 
 Ao mesmo tempo em que vai se formando a linha primitiva, forma-se também, na 
região cefálica, o nó primitivo, a partir da proliferação dessa extremidade. 
 Concomitante a linha primitiva forma-se um estreito sulco que se comunica ao 
nó primitivo através de uma pequena depressão denominada fosseta primitiva. 
Tanto a fosseta quanto o sulco são formados pela invaginação de células do 
epiblasto. 
 O disco embrionário alonga-se perdendo sua forma circular. 
 Após o surgimento da linha primitiva as células do epiblasto migram, 
abandonando sua camada profunda. Formam uma malha frouxa de tecido 
conjuntivo denominado mesêquima. O mesênquima é importante por dar 
origem a maior parte dos tecidos de sustentação e componentes do estroma das 
glândulas. A diferenciação ocorre pela ativação por contato. 
 A parte do mesênquima que forma uma camada denominada mesoderma intra-
embrionário. Algumas células do epiblasto da linha primitiva também deslocam o 
hipoblasto, formando o endoderma intra-embrionário ou endoderma 
embrionário, no teto do saco vitelino. As células que permanecem no epiblasto 
formam o ectoderma intra-embrionário ou ectoderma embrionário. Células 
mesênquimas: células indiferenciadas 
 Linha primitiva irá formar ativamente o mesoderma até o início da quarta semana, 
desaparecendo ao final dessa mesma semana, onde formará outros tecidos do 
organismo. 
 Surgimento dos três folhetos embrionários: ectoderma – epiderme, sistema 
nervoso, a retina do olho, dentre outras; endoderma – revestimento epitelial das 
vias respiratórias e do trato gastrointestinal assim como as glândulas associadas; 
mesoderma – músculo liso, tecido conjuntivo e vasos associados aos órgãos e 
tecidos, sistema cardiovascular e fonte das células medulares, sanguíneas, dos 
ossos, dos músculos estriados e órgãos reprodutores e de excreção. 
 
A fosseta originará futuramente a notocorda 
 
 
 
 
 
 
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17 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Resumo (gastrulação) 
 
 A 3ª semana do desenvolvimento embrionário coincide com a 1ª semana de 
ausência da menstruação, que se considera um importante sinal de uma 
possível gravidez. 
 Ocorrem três processos críticos para a continuação do desenvolvimento do 
embrião. São eles: 
o Gastrulação 
o Formação da notocorda 
o Neurulação 
 É o início da morfogênese. 
 O embrião passa a ser chamado de gástrula. 
 O disco embrionário bilaminar (epiblasto e hipoblasto) dará origem ao disco 
embrionário trilaminar (ectoderma, mesoderma intra-embrionário e 
endoderma) 
 
 
 
 
 
O Processo de gastrulação inicia com a formação da linha primitiva na extremidade 
caudal. A linha primitiva - proliferação e migração de células do epiblasto para o 
plano mediano do disco embrionário. 
 
 
A extremidade cranial prolifera e forma o nó primitivo 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
18 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 Sulco primitivo 
 Fosseta primitiva 
 
 
Após a formação da linha primitiva  As células do epiblasto migram da camada 
profunda e formam o mesoblasto (T.C. Embrionário - Mesênquima)  Tecidos de 
sustentação do embrião. 
 
Fatores de crescimento  As células do epiblasto migram através da linha 
germinativa  endoderma e mesoderma  A linha primitiva forma o mesoderma 
ativamente até o inicio da 4ª semana. 
 
 
 
Gastrulação – Neurulação 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
19 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
Processo notocordal e notocorda 
 
 Células mesenquimais migram cefalicamente do nó e fosseta primitiva até a 
placa pré-cordal (pequena área circular de células endodérmicas colunares). Para 
isso as células mesenquimais formam um cordão denominado processo notocordal 
que logo forma o canal notocordal. Esse cresce entre o ectoderma e o endoderma. 
 A placa precordal está fixada à ectoderme não sendo separada pelo mesoderma 
intra-embrionário. Dessa forma ela dá origem à membrana bucofaríngea que 
formará a boca. Na região caudal o mesmo acontece entre as lâminas ectoderme 
e endoderme formando uma membrana denominada cloacal que futuramente 
dará origem ao ânus. Outra região que permanecerá bilaminar ao longo do 
desenvolvimento do embrião é a região no plano mediano, cefalicamente ao nó 
primitivo, onde se localiza o processo notocordal. 
 Algumas células da linha primitiva migram cefalicamente de cada lado do 
processo notocordal e em torno da placa precordal. Elas se encontram 
cefalicamente, formando o mesoderma cardiogênico da área cardiogênica onde o 
primórdio do coração começa a desenvolver-se no fim da terceira semana 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
20 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
21 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
 
Formação da notocorda: 
 
1. Processo notocordal se alonga pela invaginação de células vindas da fosseta 
primitiva que se invagina formando o canal notocordal (18º dia). 
2. O processo notocordal torna-se um tubo celular do nó primitivo a placa precordal. 
3. O assoalho do processo notocordal funde-se ao teto do saco vitelino e degrada-se 
aos poucos formando uma comunicação temporária entre cavidades amniótica e 
vitelínica (canal neuroentérico) que se fecha com a formação da notocorda. 
4. Os restos do processo notocordal dão origem à placa notocordal intercalada no 
endoderma do embrião. 
5. As células notocordais se multiplicam, iniciando pela extremidade cefálica, e 
formam um tubo que se destaca do endoderma dando origem à notocorda. O teto 
do saco vitelino torna-se contínuo novamente. 
 
 A notocorda se estende da membrana bucofaríngea ao nó primitivo. Ela 
desaparece com a formação vertebral, a qual serve como base de 
desenvolvimento, mas persiste como o núcleo puposo em cada disco vertebral. 
 A notocorda em desenvolvimento induz o ectoderma sobrejacente a espessar-se 
e formar a placa neural, primórdio do sistema nervoso central. 
 A notocorda define o eixo primitivo do embrião dando-lhe certa rigidez. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
22 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Neurulação 
 
Formação do tubo neural 
 
 O desenvolvimento da notocorda leva ao espessamento da ectoderme, logo 
acima dessa com a formação da placa neural. 
 O neuroectoderma dá origem ao sistema nervoso central. 
 Surge cefalicamente ao nó primitivo e dorsalmente à notocorda e mesoderma 
adjacente. À medida que se alarga estende-se até a membrana orofaríngea. 
 Por volta do 18º dia, o neuroectoderma começa a invaginar formando o sulco 
neural com as pregas neurais que se fundem durante a quarta semana levando 
ao tubo neural. Esse se destaca da ectoderme que formará a epiderme. O tubo 
neural originará por sua vez o SNC. 
 A prega neural cefálica constitui o primeiro sinal do desenvolvimento do 
encéfalo. 
 Com a formação do tubo neural, células neuroectodérmicas perdem sua afinidade 
com células vizinhas formando as cristas neurais entre o ectoderma e o tubo 
neural. Essas dão origem ao SNP, ou seja, aos gânglios dorsais e ao sistema 
autônomo, além de formarem as bainhas neurilema dos nervos periféricos, as 
meninges que recobrem o encéfalo e a medula espinhal (pia-mátere aracnóide), 
células pigmentares, da medula adrenal e vários componentes esqueléticos e 
musculares da cabeça. 
 A fusão das pregas neurais marca o final da terceira semana. 
 
Anomalias congênitas resultantes de neurulação anormal: normalmente afeta o 
neuroectoderma que resulta na ausência de fusão das pregas neurais e formação do 
tubo neural da região do encéfalo, o que pode levar a anencefalia (ausência parcial do 
encéfalo). 
 
 
 
Desenvolvimento dos somitos: primeiro par aparece durante a terceira semana. Os 
somitos se desenvolvem no período do 20º ao 30º dia e ocorre no sentido cefalocaudal. 
Surgem a partir da multiplicação do mesoderma que forma uma coluna longitudinal 
denominada mesoderma paraxial que continua lateralmente como mesoderma 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
23 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
intermediário. Esse forma a camada de mesoderma lateral que dá continuidade ao 
mesoderma extra-embrionário (cobre saco vitelino e âmnio). A coluna longitudinal ao final 
da terceira semana diferencia-se e começa a se dividir em pares de corpos cubóides 
denominados somitos que surgem na região occipital. Dão origem a maior parte do 
esqueleto axial e aos músculos associados, assim como à derme da pele adjacente. 
 
 
 
Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular: 
 
 Até o fim da segunda semana, o embrião é nutrido pelo sangue materno, através 
do celoma extra-embrionário e do saco vitelino, por difusão. 
 Início da terceira semana: primórdio da circulação uteroplacentária. Angiogênese 
(formação dos vasos sanguíneos) no mesoderma, na membrana coriônica, no 
pedículo do embrião e no saco vitelino. Os vasos do embrião começam sua 
formação dois dias mais tarde. 
 A angiogênese inicia quando células mesenquimais, os angioblastos agregam-se 
formando grupos de células angiogênicas – ilhotas sanguíneas. Essas irão se abrir 
em fendas que confluem originando cavidades. Os angioblastos se achatam 
formando o endotélio que se funde em redes de canais endoteliais. Vasos avançam 
por brotamento endotelial e fusão de outros vasos. 
 As células sanguíneas formam-se de células endoteliais com o desenvolvimento 
dos vasos nas paredes do saco vitelino e da alantóide, ao fim da terceira semana. 
 Sistema Cardiovascular Primitivo: origina-se do mesênquima da área cardiogênica. 
Durante a terceira semana, um par de canais longitudinais revestidos por 
endotélio – tubos cardíacos endocárdicos – forma-se e se funde, formando o 
tubo cardíaco que receberá os vasos do córion, saco vitelínico, embrião e 
pedículo, estabelecendo o sistema cardiovascular. No 20º ou 21º dia, o coração 
começa a bater, mas os batimentos só poderão ser detectados pela ultra-
sonografia na quinta semana. 
 
Resumo (Vasculogênese e angiogênese): 
 
 As células mesenquimais se diferenciam em angioblastos (células endoteliais que 
serão os primórdios do endotélio)  formação das ilhotas sanguíneas 
 Formação de canais endoteliais (um par de canais longitudinais revestidos por 
endotélio) forma-se e se funde formando o tubo cardíaco estabelecendo o 
sistema cardiovascular primitivo. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
24 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
IMPORTANTE: Principais anomalias da 3ª semana: defeitos do 
fechamento do tubo neural (DFTN): Apresentam aspecto clínico 
variável, sendo os mais comuns a anencefalia e espinha bífida. 
Os defeitos do fechamento do tubo neural (DFTN) podem ser devido ao ácido fólico e 
outros agentes teratogênicos como: diabetes mellitus materno, uso de ácido valpróico, 
obesidade materna, deficiência de zinco e hipertermia 
ANENCEFALIA  A anencefalia caracteriza-se pela má formação parcial ou total da 
massa encefálica, resultado de uma má formação rara do tubo neural, um recém-nascido 
com anencefalia geralmente é cego, surdo, inconsciente e incapaz de sentir dor. 
ESPINHA BÍFIDA A espinha bífida é uma grave anormalidade congênita do sistema 
nervoso resultado de defeito no fechamento do tubo neural. Na espinha bífida, verifica-
se se é um caso de bífida oculta ou cística associada à protrusão cística, esta última 
variando entre meningocele (meninges anormais e líquido cefalorraquidiano protusos) e 
mielomeningocele (elementos da medula espinhal e/ou nervos protusos). Estando a 
medula e as raízes nervosas impropriamente formadas, os nervos envolvidos podem ser 
incapazes de controlar os músculos determinando paralisias. A criança com 
mielomeningocele pode apresentar graus variáveis de paralisia e ausência de 
sensibilidade abaixo do nível da lesão medular, mas, no entanto com preservação da 
parte superior do abdome, tronco e braços. A ausência de sensibilidade também pode 
ser verificada. A verificação é importante para a escolha do tratamento adequado. Pelo 
mesmo motivo é importante verificar o grau da lesão no paciente. Em geral, a espinha 
bífida provoca danos neuromotores, com especial perda motora dos membros inferiores 
e controle de esfíncteres. Em lesões mais brandas, o tratamento envolve 
suporte/acompanhamento fisioterápico e neurológico, a fim de promover o correto 
desenvolvimento da criança e impedir o progresso da lesão. Já em se tratando de 
espinha bífida cística, é necessária correção cirúrgica logo após o nascimento, inclusive 
para evitar infecções e piora no quadro do paciente. 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
25 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
26 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
27 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
 
 
QUARTA À OITAVA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO 
Todas as principais estruturas, internas e externas, se estabelecem da quarta a oitava 
semana – organogênese – início da formação dos sistemas. 
 
 Estimativa de idade embrionária: idade estipulada é calculada medindo o 
comprimento vertex – nádegas (CRL) por ultra-som para fornecer uma previsão 
confiável da data esperada do parto (EDC, expected date of confinement), e 
quando há dúvidas acerca da idade de um feto em pacientes com história médica 
incerta. 
o Medidas da cabeça fetal também são usadas para avaliar a idade do feto. 
o A estimativa da idade do embrião recuperado é realizada a partir de suas 
características e da medida de seus comprimentos. 
o O sistema de classificação embrionária Carnegie é o mais usado. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
28 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
o De acordo com o National Institute for Health and Care Excellence, 
National Health Systems (NICE/NHS/UK), a ultrassonografia (USG) 
realizada no intervalo de 10 a 13 semanas e seis dias de gestação é 
considerada o método mais preciso para estimar a idade gestacional, 
dado que a variação na taxa de crescimento fetal é muito pequena neste 
período. 
o Por outro lado, a DUM (dados da última menstruação) é o método 
recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) devido à sua 
elevada acessibilidade e baixo custo. Contudo pode gerar dúvidas, pois a 
mulher pode ter pequenos sangramentos que são confundidos com 
menstruação. 
 
 Ao final da 8ª semana o embrião possui aspecto nitidamente humano. 
 O desenvolvimento é dividido em fases, sendo a primeira a do crescimento 
(mitoses e elaboração de produtos celulares), a segunda a da morfogênese 
(organização celular para a formação dos órgãos) e a terceira a da diferenciação 
(maturação dos processos fisiológicos a partir da comunicação celular por contato, 
com tecidos e órgãos aptos a exercerem funções especializadas). 
 Durante tal período como o desenvolvimento dos tecidos ocorre rapidamente, é 
também maior risco do desenvolvimento de grandes anomalias congênitas. Esse 
risco aumenta com o uso de teratógenos, ou seja, agentes tais como drogas e 
vírus. 
 
- Rubéola:Se contrair rubéola durante uma gestação, o vírus atravessa a placenta 
e provoca alterações nos tecidos do feto em formação. Os sistemas mais 
atingidos são o cardíaco e nervoso, incluindo os olhos. Além da catarata 
congênita, a doença também pode causar no feto surdez, retardamento mental, 
malformação do globo ocular (microftalmia) e até interromper a gestação. 
 
- Sífilis congênita: Se não for tratada durante a gravidez, a sífilis tem grande risco 
de ser transmitida para o bebê, na chamada transmissão vertical. O bebê pode 
ter malformações e até morrer na barriga. Pode ainda nascer doente, e nesse 
caso o nome é sífilis congênita. Alguns bebês que nascem com sífilis (sífilis 
congênita) não têm sintomas claros, mas podem apresentar erupções de pele e 
lesões na boca, nos órgãos genitais e no ânus, além de linfonodos aumentados, 
anemia, icterícia ou pneumonia grave nos primeiros meses ou anos de vida. 
Há bebês que apresentam alguns desses sintomas assim que nascem. E outros 
têm outros problemas, como fígado e baço aumentados ou microcefalia. 
 
 Todo o desenvolvimento embrionário é decorrente de planos genéticos - as 
interações que levam a uma mudança no rumo do desenvolvimento de pelo 
menos 1 dos integrantes é chamada indução. 
 Os sinais para o desenvolvimento é traduzido em uma mensagem intracelular 
que influencia as células responsivas. 
o O sinal pode ser: 
 Uma molécula difusível que passa do tecido indutor para o tecido 
alvo. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
29 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 O sinal parece recorrer contato físico entre o tecido indutor e o 
que entra em contato com as células alvo. 
 
 
 
 Dobramento do embrião: 
 Caracteriza um acontecimento importante para o estabelecimento da forma do 
corpo. É o dobramento medial e horizontal do disco embrionário trilaminar 
decorrente do rápido desenvolvimento do embrião principalmente da placa 
neural (SNC) ocorrendo simultaneamente nas extremidades cefálica e caudal. 
 O dobramento ventral, primeiro a ocorrer, produz as pregas cefálica e caudal que 
se deslocam ventralmente enquanto há o alongamento cefálico e caudal. 
1. A primeira torna-se mais espessa no início da 4ª semana, formando o primórdio do 
encéfalo. À medida que cresce projeta-se dorsalmente à cavidade amniótica, 
anteriormente à membrana bucofaríngea e ao coração em desenvolvimento. 
Simultaneamente há a formação do septo transverso que ficará caudalmente ao 
coração onde formará o tendão central do diafragma. Parte do endoderma do saco 
vitelino é incorporado pelo embrião formando o intestino anterior (entre o 
encéfalo e o coração). A membrana bucofarígea o separa do estomedeu (boca). As 
cavidades celômicas extra e intra-embrionárias comunicam-se livremente. 
Migração ventral dos órgãos. 
2. A segunda decorre do crescimento da parte distal do tubo neural, medula espinhal, 
no qual há a projeção caudal sobre a membrana cloacal (ânus). Parte da camada 
endodérmica é envolvida formando o intestino posterior (cólon descendente), 
onde sua porção terminal dará origem a cloaca (reto e bexiga). O pedículo do 
embrião prende-se à superfície ventral, e a alantóide é parcialmente incorporada 
pelo embrião. 
 O deslocamento horizontal ocorre devido ao crescimento da medula e dos somitos 
que forçam o dobramento medialmente formando-se um cilindro. Leva a formação 
das pregas laterais e a incorporação do endoderma formando o intestino médio 
(intestino delgado, etc) que reduz a ligação entre esse e o saco vitelino. A 
comunicação entre eles fica restrita ao pedículo vitelino e entre o âmnio e a 
superfície do embrião se reduz formando a região umbilical. Com a transformação 
do pedículo do embrião no cordão umbilical, a fusão das pregas laterais reduz a 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
30 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
área de contato entre as cavidades celômicas intra e extra-embrionárias e o âmnio 
passa a revestir o cordão umbilical. 
 A proliferação cardíaca contribui para o fechamento do embrião e o saco vitelino 
diminui, por não ter função de nutrição – constrição do saco vitelínico devido ao 
rápido crescimento, a partir do 26º dia. 
 
Resumo (Dobramento) 
 
 Dobramento do embrião (disco trilaminar – Embrião levemente cilíndrico). 
 O dobramento resulta do crescimento do encéfalo e medula espinhal. 
 Ocorre simultaneamente o dobramento nas extremidades cefálica e caudal e nas 
extremidades do embrião. 
 O dobramento lateral é resultante do crescimento dos somitos que produzem 
pregas laterais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
31 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Derivados das camadas germinativas: a partir das três camadas germinativas que se 
formaram durante a gastrulação, são originados os vários sistemas e órgãos 
(organogênese). 
 
Controle do desenvolvimento do embrião: o desenvolvimento embrionário é, na sua 
essência, um processo de crescimento e de aumento crescente da complexidade 
estrutural e da função. Inicia-se com o crescimento proporcionado pelas mitoses e sua 
complexidade é feita pela morfogênese e diferenciação. As células iniciais são 
pluripotentes, ou seja, capazes de seguir uma ou mais vias de desenvolvimento reagindo a 
estímulos de indução proporcionados pela interação entre células em um determinado 
tempo. A morfogênese é uma das principais responsáveis pela modelagem do embrião já 
que controla o movimento das células e assim a interação entre as mesmas. 
 
QUARTA SEMANA: 
 
 Início: embrião quase reto com 4 a 12 somitos. Tubo neural forma-se a frente dos 
somitos e está amplamente aberto nos neuróporos rostral (anterior) e caudal 
(posterior). 24º dia - arcos faríngeos visíveis (primeiro mandibular e segundo 
hióideo). 
 Embrião levemente encurvado devido às pregas caudal e cefálica. Coração forma 
grande saliência e bombeia o sangue. 
 26º dia - três arcos faríngeos visíveis e neuróporo rostral se fechou. Presente 
cauda curva. Formação dos membros superiores (pequenas intumescências na 
parede ventrolateral do corpo). 
 Fim: quatro arcos farígeos, brotos dos membros inferiores, fossetas óticas 
(primórdio da orelha interna) e local do placódio do cristalino. Com cauda 
adelgaçada e neuróporo caudal fechado. 
 Obs: os arcos braquiais irão formar a área respiratória e a face. 
 
Resumo (4ª semana) 
 
 Pregas neurais formando o primórdio encefálico. 
 Fossetas ópticas, os primórdios das orelhas internas, podem ser visualizados. 
 No final é possível observar o quarto par de arcos faríngeos e os brotos dos 
membros inferiores. 
 Ocorre formação do cordão umbilical. 
 No início da quarta semana, o dobramento do embrião nos planos medianos e 
horizontal, converte o disco embrionário trilaminar achatado em um embrião 
cilíndrico em forma de “C”. 
 Fechamento do neuróporo rostral – 26º dia. 
 Formação da proeminência caudal. 
 Formação dos brotos dos membros inferiores. 
 
QUINTA SEMANA: 
 
 Destaca-se o crescimento da cabeça que é bem maior que o restante do corpo. 
Ocorre principalmente pelo desenvolvimento do encéfalo e das saliências faciais. 
Por essa razão a face logo entra em contato com a saliência cardíaca. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
32 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 O segundo arco faríngeo dobra-se sobre os demais formando uma depressão 
ectodérmica lateral de ambos os lados denominada seio cervical. 
 
Resumo (5ª semana) 
 
 Crescimento da cabeça excede as de outras partes, isso porque ocorre um rápido 
desenvolvimento das proeminências encefálicas e faciais. 
 Aparecimento das cristas mesonéfricas indicam o local dos rins. 
 
 
 
 
 
SEXTA SEMANA: 
 
 Membros superiores começam a desenvolver o cotovelo e as placas das mãos 
formando os raios digitais (morte de algumas células para a separaçãodos dedos 
que já estão se formando). Os membros inferiores desenvolvem-se um pouco 
depois. 
 Em torno do sulco, ou fenda faríngea, entre os dois primeiros arcos, desenvolve-se 
o meato acústico externo e nas saliências o pavilhão auditivo. O olho já é bem 
evidente. 
 Cabeça ainda muito maior em relação ao tronco, porém o tronco e o pescoço 
começam a se endireitar. O embrião apresenta movimentos espontâneos, como 
contrações musculares do tronco e dos membros e respostas reflexas ao toque. 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
33 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
Resumo (6ª semana) 
 
 O embrião já apresenta movimentos espontâneos. 
 Há resposta de reflexo ao toque. 
 Início do desenvolvimento dos raios digitais – dedos. 
 Desenvolvimento dos membros inferiores ocorre depois dos superiores. 
 Formação das saliências auriculares. 
 Olhos ficam maiores devido a formação de pigmentos na retina. 
 O tronco começa a ficar ereto. 
 Os intestinos entram no celoma extraembrionário, na parte proximal do cordão 
umbilical 
 
 
 
SÉTIMA SEMANA: 
 
 Aparecem chanfraduras entre o raio digital dando a forma de dedos. 
Aparecimento dos raios digitais nos membros inferiores. 
 Intestinos penetram no celoma extra-embrionário na porção proximal do cordão 
umbilical, formando uma hérnia umbilical normal do embrião. A comunicação 
entre o saco vitelino e o intestino fica restrita ao pedículo vitelino. Saco amniótico 
recobre todo o embrião. 
 No fim dessa semana, começa a ossificação dos membros superiores. 
 
Resumo 
 Membros sofrem uma mudança considerável. 
 A comunicação entre intestino primitivo e a vesícula umbilical irá reduzir a um 
ducto onfaloentérico. 
 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
34 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
OITAVA SEMANA: 
 
 Dedos das mãos e dos pés completamente separados e podem ser reconhecidos. 
Início da ossificação dos membros inferiores pelo fêmur. Primeiros movimentos 
voluntários dos membros inferiores. 
 Todos os sinais da cauda já desapareceram (células entram em apoptose). As 
mãos e os pés aproximam-se ventralmente. O plexo vascular do couro cabeludo 
apareceu e forma uma faixa próxima ao topo da cabeça. 
 Características próximas ao de um bebê, porém com a cabeça ainda 
desproporcional ao restante do corpo. Região do pescoço bem definida e com 
pálpebras mais evidentes se fechando. 
Resumo (8ª semana): 
O aspecto externo do embrião é muito influenciado pela formação do encéfalo, coração, 
fígado, somitos, membros, orelhas, nariz e olhos. Com o desenvolvimento destas 
estruturas, o aspecto do embrião muda de tal modo que, ao fim da oitava semana ele 
apresenta o aspecto humano. 
 
 Os dedos das mãos já estão individualizados, mas ainda apresentam membranas 
interdigitais. 
 Aparece o plexo vascular do couro cabeludo. 
 Ocorre pela primeira vez o movimento coordenado dos membros. 
 Ossificação primária do fêmur 
 Todas as evidências da eminência caudal desaparecem. 
 Pés e mãos se aproximam ventralmente. 
 
 
 
NONA SEMANA AO NASCIMENTO 
 
Caracteriza o período fetal, pois os órgãos já estão praticamente formados e o embrião 
já tem um aspecto humano. Este período está envolvido ao rápido crescimento fetal e 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
35 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
com a diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas. Inicia-se esse período com células 
neurais crescendo e se multiplicando rapidamente o que garante movimentos rápidos e 
involuntários (ainda não há conexões suficientes para os voluntários). Essa 
movimentação é importante para o desenvolvimento muscular e das conexões neurais. 
 
Viabilidade fetal: definida pela capacidade do feto em sobreviver no meio extra-uterino. 
Normalmente fetos com menos de 500g não sobrevivem, entretanto quando vivem, são 
denominados crianças imaturas. Entre 1500 a 2500g é muito comum o nascimento sendo 
denominadas crianças pré-maturas, pois sobrevivem com dificuldades. 
 
Estimativa da idade fetal: importante para poder se calcular o tempo de gestação e a 
estimativa do parto (EDC- data esperada para o parto ou DPP- data provável para o parto). 
É feita a partir do ultra-som o comprimento do topo da cabeça às nádegas (CRL). Mede-se 
a idade fetal a partir do tempo transcorrido desde o último período menstrual normal 
(LNMP) – normal 40 semanas; ou o dia estimado da fecundação – normal 38 semanas. As 
medidas básicas são diâmetro biparietal (DBP) – diâmetro da cabeça entre as duas 
saliências parietais; circunferência da cabeça e do abdome; comprimento do fêmur e do 
pé. A determinação do tamanho de um feto, principalmente de sua cabeça, é de grande 
valia para o obstetra. 
 
Crescimento: o crescimento intra-uterino pode ser retardado devido a algumas 
condições como, por exemplo, a de mães fumantes e/ ou alcoólatras (produzir IUGR – 
peso da criança dentro do menor décimo percentil para a idade da gestação) ou a 
gestação de gêmeos. A glicose (fonte energética principal para o desenvolvimento do 
feto), a somatomedina e a insulina (secretada pelo pâncreas fetal, necessária para o 
metabolismo da glicose) também são agentes que interferem no crescimento e peso, 
estimulando-os. 
 
Resumo: 
 
Fatores que influenciam o crescimento Fetal 
 Alguns fatores podem provocar um retardo no crescimento intrauterino (IUGR). 
Como: 
o Tabagismo. 
o Alcoolismo. 
o Desnutrição materna. 
o A IUGR é acentuada em crianças com trissomia do 21. 
o Glicose- principal fonte energética para o metabolismo e crescimento do 
feto. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
36 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
Trimestres da gravidez: no fim do primeiro trimestre de gravidez, o feto já desenvolveu 
todos os principais sistemas; no segundo já é possível verificar por ultra-sonografia os 
detalhes anatômicos e ao final desse o neném já consegue sobreviver caso nasça 
prematuramente; no último trimestre há a maturação do feto que já pode nascer aos 5 
meses quando atinge os 2,5 kg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
37 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
NONA SEMANA 
 
Rápida aceleração do crescimento do comprimento do corpo; face larga, com olhos 
muito separados, mas fechando-se; cabeça ainda grande ou arredondada; orelhas com 
implantação baixa; as pálpebras ao se fecharem permanecerão assim até a 12ª semana. 
 
DÉCIMA SEMANA 
 
Estágio, juntamente com a 11ª semana, de maior crescimento, alças intestinais visíveis e 
desenvolvimento inicial das unhas das mãos. 
 
DÉCIMA PRIMEIRA SEMANA 
 
Intestino retornou para o abdome. 
 
DÉCIMA SEGUNDA SEMANA 
 
Crescimento da cabeça é retardado ao final dessa semana; iniciam-se centros de 
ossificação primária especialmente no crânio e ossos longos; movimentos voluntários, 
embora não percebidos pela mãe, já são realizados; identificam-se processos gonadais 
que formarão os aparelhos reprodutores; a eritropoese passa a ser feita não só pelo 
fígado, mas também, pelo baço; formação da urina entre a nona e a décima segunda 
semana com sua excreção sendo feita no líquido amniótico que por muitas vezes é 
engolido pelo feto (desenvolvimento do reflexo de sucção); pescoço já é bem definido. 
 
Resumo: 
 
9º a 12º semana 
 Início da 9º semana a cabeça constitui quase a metade do CR do feto. 
 Ao final da 12º semana o CR dobra de tamanho. 
 Os membros superiores já alcançaram seu comprimento final relativo, mas os 
membros inferiores ainda estão em desenvolvimento. 
 Inicia a formação da urina e esta é lançada pela uretra no líquido amniótico. 
12º semanas 
 As genitália masculina e feminina atingem a forma fetal madura. 
 Os intestinos estão no abdome. 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
38 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
13ª A 16ª SEMANA 
 
Com 16 semanas a cabeçajá está relativamente pequena e os membros inferiores 
ficaram mais compridos e inicia a formação das unhas dos pés. É possível ao feto 
estabelecer movimentos coordenados a partir da 14ª semana. A ossificação do esqueleto 
é ativa e os ossos claramente visíveis em ultra-som. Movimentos lentos dos olhos 
decorrem e esses ocupam uma posição anterior na face. As orelhas externas se 
aproximam de sua posição definitiva e já é possível a determinação do sexo. O padrão 
dos cabelos no couro cabeludo começa a ser definido. Ao final estará medindo em torno 
de 11 cm. 
 
Resumo (13ª a 16ª semana): 
 
O crescimento é muito rápido nesse período. 
 A cabeça já apresenta um tamanho bem menor que o corpo se comparado a 12ª 
semana e os membros inferiores ficam mais compridos. 
 Os movimentos ficam coordenados. 
 Na 14º semana ocorrem movimentos lentos dos olhos. 
 Na 16º semanas, os olhos já ocupam uma posição anterior da face. 
 E ocorre diferenciação dos ovários (folículos primordiais e ovogônias). 
 
17ª A 20ª SEMANA 
 
Crescimento retarda, os membros alcançam sua proporção relativa final. Os movimentos 
fetais passam a ser percebidos pelas mães além de outros que não são, como fazer 
caretas, levantar as sobrancelhas e coçar a cabeça. O contato do feto com a placenta será 
o determinante para a formação das digitais que também são indicadoras de como será 
a saúde cardíaca do futuro bebê. Inicia o desenvolvimento do paladar com a deglutição 
do líquido amniótico (início do funcionamento do sistema digestivo). O cérebro começa 
a controlar o coração e a elaborar a propriocepção. A pele é coberta por um material 
gorduroso secretado pelas glândulas sebáceas do feto e por células mortas da epiderme 
– vernix caseosa que protege a delicada pele do feto contra abrasões, rachaduras e 
endurecimento. As sobrancelhas e os cabelos, com 20 dias já se formaram e o lanugo 
recobre todo o vernix caseosa auxiliando na fixação desse à pele. Formação do tecido 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
39 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
adiposo multilocular (marrom), nas regiões do pescoço, posterior ao esterno e área 
perirrenal, que produz calor a partir da oxidação de ácidos graxos. O feto nessa fase pesa 
em torno de 300g. 
 
Resumo: 
 
Crescimento fica mais lento. 
 Os movimentos podem ser percebidos mais claramente. 
 Verniz caseoso (cobertura da pele por células da epiderme mortas e material 
gorduroso). 
 Lanugo – penugem delicada que mantém o verniz caseoso preso à pele. 
 São visíveis as sobrancelhas e o cabelo. 
 Ocorre formação da gordura marrom (produz calor pela oxidação de ácidos 
graxos). 
 Com 18º semanas o útero está formado. 
 Com 20º semanas os testículos começam a descer. 
 
 
 
 
21ª A 25ª SEMANA 
 
Marcadas pelo ganho substancial de peso. A pele está enrugada (ausência de panículo 
adiposo) e translúcida principalmente no início da 21ª. A cor da pele varia de rosada a 
vermelha, pois o sangue é visto nos capilares. Com 21 semanas inicia-se o movimento 
rápido dos olhos e com 22 e 23 semanas o reflexo de piscar foi percebido. A maioria dos 
sentidos está desenvolvida como o sistema auditivo que amadurece permitindo ao bebê 
ouvir e reconhecer sons maternos. Com 24 semanas as células epiteliais secretoras 
(pneumócitos II) secretam surfactante, lipídio tensoativo que mantém os alvéolos 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
40 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
pulmonares abertos. É um período muito arriscado para o nascimento, pois a criança 
pode morrer por ter o sistema respiratório imaturo. O peso é de 600g. 
 
Resumo: 
 
Ganho substancial de peso. 
 Na 22º semana ocorre a produção de surfactante pelos pneumócitos II. 
 Um feto de 22 a 25 semanas apresenta um sistema respiratório imaturo. 
 A ultrassonografia morfológica deve ser realizada entre 20 a 24 semanas de 
gestação. 
 Além de avaliar a morfologia fetal, esse exame também avalia o crescimento do 
feto, a quantidade de líquido amniótico e o grau de maturidade placentária. 
 Pneumócito II  evita colabamento dos alvéolos 
 
26ª A 29ª SEMANA 
 
Desenvolvimento do sistema respiratório, com capacidade de realizar trocas gasosas 
adequadas, sob o controle do SNC, que ao amadurecer, dirige os movimentos respiratórios 
rítmicos e controla a temperatura corporal. Com 26 semanas os olhos estão abertos com 
determinação dos pigmentos desses e os pêlos bem constituídos. Desenvolve-se o 
panículo adiposo eliminando muitas rugas. O baço fetal torna-se até a 28ª semana um 
local importante de hematopoese, porém na 29ª semana esse passa a ter função 
secundária com o desenvolvimento da medula óssea. O feto começa a dormir 90% do 
tempo e os outros 10% são marcados pelo reflexo do susto (movimentos de auto-defesa) – 
início do funcionamento do ciclo circadiano. Na 28ª semana o neném começa a ganhar 
peso e a desenvolver uma memória, com o SN se desenvolvendo ao nível do recém-
nascido. O feto já pesa em torno de 1,1 kg. 
 
Resumo: 
 
O sistema respiratório já consegue fazer trocas gasosas. 
 O sistema nervoso central já dirigi os movimentos respiratórios rítmicos e 
controla a temperatura corporal. 
 Como há gordura subcutânea considerável, há eliminação do aspecto enrugado 
da pele. 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
41 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
30ª A 34ª SEMANA 
 
No final deste período possui pele rosada e lisa. Quando nasce é considerado pré-maturo 
e já contem panículo adiposo correspondendo a cerca de 8% da massa corporal. O neném 
tem a capacidade ao final desse período de sonhar. O feto pesa 2,2 kg e mede cerca de 40 
cm, tamanho máximo para o útero da mãe. 
 
35ª A 40ª SEMANA 
 
Fetos com 35 semanas seguram-se com firmeza e orientam-se espontaneamente à luz. 
Com aproximadamente 3,4 kg e 50 cm, na 36ª semana, a circunferência da cabeça e a do 
abdome são quase iguais. Com 37 semanas o tamanho do pé é um pouco maior que o 
comprimento do feto. Com a aproximação do nascimento o crescimento retarda, sendo 
que durante as últimas semanas de gestação o feto ganha cerca de 14 g por dia. 40 
semanas do ciclo mas com 38 semanas para o desenvolvimento do feto. 
 
Resumo: 
 
30º a 38º semanas 
 Reflexo pupilar nos olhos à luz pode ser induzido. 
 Pele rosa e lisa e membros superiores e inferiores parecem gordos. 
 Com 35 semanas o feto já consegui segurar com firmeza e orientam-se 
espontaneamente em direção a luz. 
 Com 36 semanas a circunferência da cabeça e do abdome é praticamente igual. 
 
PESO BAIXO AO NASCIMENTO 
 
Pode ser devido à insuficiência placentária que diminuiu o suprimento de oxigênio e a 
nutrição do feto. Pode ocorrer em crianças prematuras por data (IUGR) causada por 
insuficiência placentária, gestação múltipla, doenças infecciosas, teratógenos que levam 
a anomalias congênitas, anomalias cardiovasculares, nutrição materna inadequada ou 
hormônios maternos e fetais insuficientes. Essas crianças apresentam falta de gordura e 
por isso são mais enrugadas. A não formação de uma artéria ou a degeneração precoce 
de um dos vasos do cordão umbilical (possuem 2 artérias e 1 veia) pode levar ao menor 
desenvolvimento fetal. 
 
DIABETES GESTACIONAL 
 
 É A INTOLERÂNCIA AOS CARBOIDRATOS, de graus variados de intensidade, 
diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, podendo ou não persistir 
após o parto. 
 O risco de desfechos adversos maternos, fetais e neonatais aumenta de forma 
contínua com a elevação da glicemia materna. 
 As complicações mais freqüentes são: 
o Para a mãe: a cesariana e a préeclâmpsia; 
o Para o concepto: a prematuridade, a macrossomia, a distocia de ombro, a 
hipoglicemia e a morte perinatal 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
42 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
Procedimentos para avaliação do estado dofeto 
 
 Ultrasonografia  É a modalidade básica para a obtenção de imagens na 
avaliação do feto. Baixo custo e ausência de efeitos adversos. 
 Aminiocentese diagnóstica  Procedimento diagnóstico invasivo. Realizado no 
2º trimestre. Relativamente isento de riscos. 
 Amostragem de vilosidade coriônica  Usadas para detectar anomalias 
cromossômicas, erros inatos do metabolismo e distúrbios ligados ao X. Só pode 
ser realizada após 7 semanas. Percentual de perda é de 1%. Vantagem: várias 
semanas antes da amniocentese. 
 Cultura de células  Utilizadas para observar sexo do feto ou anormalidades 
cromossômicas. 
 Amostragem de sangue por punção percutânea do cordão umbilical  Análise 
cromossômica. Geralmente realizada com 20 semanas. Usada quando na 
ultrasonografia ou outros exames indicaram características anormais. 
 Imagem por ressonância magnética  tratamento fetal 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
43 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 Monitoramento fetal  Garantir a oxigenação. Angustia fetal- indicada por 
frequência e ritmo cardíaco. 
 Dosagem de alfafetoproteína  É uma glicoproteínas sintetizada pelo fígado 
fetal e vesícula umbilical. Saí para o líquido amniótico por defeitos no 
fechamento do tudo neural. Pode ser medida no soro materno. 
 
 
 
ALTERAÇÕES UTERINAS 
O intestino e o pulmão ficam contraídos e o útero da mãe não comporta mais o bebê, não 
consegue expandir mais. 
 
DATA ESPERADA DO PARTO: 
266 dias após fertilização ou 280 dias após LNMP. Regra de Nägela: - 3 meses do dia do 
LNMP e + 1 ano e 7 meses = data estimada do parto (EDC). 
A data mais provável do parto é de 266 dias ou 38 semanas, após a fecundação ou 280 
dias ou 40 semanas após o UPMN. 
 
SINDROME DA PÓS-MATURAÇÃO 
 
Ocorre quando algumas mães têm seus filhos 3 semanas após a data esperada. Tem 
grande mortalidade. 
 
PARTO 
 
Trabalho de parto – sequência de contrações involuntárias que levam à dilatação da 
cérvice (colo do útero) e a saída do feto e da placenta. Os fatores desencadeantes serão 
os hormônios fetais e maternos. Alterações: hipotálamo fetal  corticotrofina  
Adrenocorticotrofina (ACTH)  cortisol  estimular a produção de estrógenos maternos 
 contração materna e liberação da oxitocina e prostaglandinas. Na mãe ainda há a 
síntese de oxitocina (contrações do útero), liberada pela hipófise posterior que estimula a 
liberação das prostaglandinas (sensibiliza as células do miométrio para a ação da 
oxitocina). 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
44 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 1º estágio – dilatação: ocorre a dilatação progressiva da cérvice devido às 
contrações dolorosas regulares. É o mais demorado. 
 2º estágio – expulsão: o feto desce pela cérvice e vagina saindo da mãe. 
 3º estágio – expulsão da placenta: a retração do útero e a compressão manual do 
abdome após o nascimento reduzem a área de ligação da placenta. Isso leva a um 
hematoma (sangue extravasado) que causa a separação da placenta do útero da 
mãe. A placenta é expelida pela vagina e fendas pudendas. É importante que toda 
a placenta seja expulsa para que não haja inflamação. 
 4º estágio – recuperação: as contrações do miométrio constringem as artérias 
espiraladas impedindo hemorragias. Bebês com pico de cortisol, o choro abre os 
alvéolos com expulsão do líquido amniótico presente nos mesmos. 
 
 O tempo em cada estágio deve ser monitorado, pois caso demore muito o 
bebê pode ficar sem oxigenação no cérebro. 
 
PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS 
 
Os anexos embrionários são divididos em placenta e membranas fetais. As últimas são 
originadas do zigoto como o córion, âmnio, saco vitelino (parte é incorporada pelo embrião – 
formação do intestino) e alantóide (forma também o uraco no feto e a prega umbilical 
mediana no adulto). Têm funções de proteção, nutrição, respiração, excreção e produção de 
hormônios. 
 
Resumo: 
 Placenta 
o A placenta e o cordão umbilical funcionam como um sistema de 
transporte entre mãe e filho (trocas gasosas). 
 Membranas fetais 
o Córion, âmnio, vesícula umbilical e alantóide. 
o Funções; proteção, nutrição, respiração, excreção e produção hormonal. 
 
 
 
PLACENTA 
 
 Órgão fetomaterno constituído pelo córion (componente fetal) e pelo endométrio 
(componente materno) que proporciona a troca gasosa e nutricional entre feto e 
mãe. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
45 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 Decídua (endométrio gravídico – separa do restante do útero após o parto) possui 
três partes denominadas: 
o Decídua basal  parte da decídua abaixo do concepto, região que não está 
em contato com o embrião (componente materno da placenta) o que permite 
a persistência das vilosidades coriônicas onde há as associações do córion à 
decídua basal 
o Decídua capsular  região que envolve o concepto 
o Decídua parietal são as partes restantes da decídua. Em resposta ao aumento 
de progesterona há o maior desenvolvimento das células da decídua com o 
acúmulo intracelular de glicogênio e lipídio. Na região do sinciciotrofoblasto 
muitas células da decídua se degeneram formando fonte de nutrientes para o 
embrião. Elas também têm ação inibidora sobre a projeção descontrolada dos 
sinciciotrofoblastos. 
 
 
 
 Células deciduais- em resposta ao aumento de progesterona. 
 Alterações celulares e vasculares que ocorrem na decídua durante a gravidez – 
reação decidual. 
 
 Desenvolvimento da placenta: vilosidades coriônicas cobrem todo o saco corônico até 
o início da oitava semana. Com o crescimento do saco, há a compressão das 
vilosidades na região da decídua capsular forma uma área nua denominada córion 
liso - voltado para o feto. Na área da decídua basal há um aumento das vilosidades 
que crescem e formam o córion viloso (componente fetal) – voltado para o 
endométrio. A placenta se desenvolve entre o córion liso (a recobre) e o córion viloso. 
Ela continua a crescer até cerca de 18 semanas e juntamente com ela as membranas 
fetais. 
 
Resumo: 
 O desenvolvimento ocorre pela rápida proliferação do trofoblasto e 
desenvolvimento das vilosidades coriônicas e saco coriônico. 
 Até a 3ª semana os arranjos anatômicos estão estabelecidos. 
 Na 4ª semana ocorre a formação de uma complexa rede vascular. 
 As vilosidades coriônicas cobrem todo o saco coriônico na 8º semana. 
o Córion liso – formado pela degeneração dos vasos sanguíneos. 
o Córion viloso- formado pela associação das vilosidades da decídua basal 
que degeneram e as associadas a decídua basal aumentam em número e 
ramificam-se. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
46 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 Junção fetomaterna: a partir da cápsula citotrofoblástica o córion viloso, pelas 
vilosidades-tronco, ancora o saco coriônico à decídua basal. Forma por isso a placa 
coriônica, ou seja, parte do córion relacionando com a placenta. A decídua basal aos 
poucos vão sendo invadidas pelos codilédones – parte fetal da placenta dividida por 
septos da mesma. Já a decídua capsular entra em contato e se funde com a decídua 
parietal obliterando a cavidade uterina e com o desaparecimento da decídua capsular 
há a fusão da parte lisa do saco coriônico com a decídua parietal. Essa pode ser 
desfeita, como ocorre após o parto em que surge um hematoma que afasta a 
membrana coriônica da decídua parietal. (não há comunicação entre o sangue 
materno e fetal). 
 
Resumo: 
 
 A parte fetal da placenta (córion viloso) é fixada a parte materna da (decídua 
basal) pela capa citotrofoblástica. 
 A forma da placenta é determinada pela forma da área de vilosidades coriônicas 
persistentes. 
 Geralmente sua forma é discóide. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
47 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
 
 
 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
48 RESUMO DE EMBRIOLOGIA O espaço interviloso, estabelecido pelos codilédones, origina das lacunas que se 
formam no sinciciotrofoblasto durante a segunda semana de gestação. Esse espaço 
cheio de sangue resulta da coalescência e crescimento da rede de lacunas. O sangue 
materno chega ao espaço interviloso vindo das artérias espiraladas do endométrio 
basal e sai pelas veias endometriais também contidas no endométrio. Os vasos passam 
através de fendas na capa citotrofoblástica lançando e recebendo sangue do espaço 
interviloso. 
 
 Membrana amniocoriônica: como o saco amniótico cresce mais rápido do que o 
coriônico ele se funde ao córion liso formando a membrana. Mais tarde essa 
membrana composta funde-se à decídua capsular que quando desaparece a adere à 
decídua parietal. Forma-se um tampão mucoso e fibroso no colo do útero que mantêm 
a estrutura intra-uterina em desenvolvimento. Essa membrana amniocoriônica é a que 
se rompe durante o parto permitindo o extravasamento do fluido amniótico para o 
exterior. 
(placenta é membranosa, assim macromoléculas são capazes de passar, até 6 meses 
o sistema imune do bebê é o da mãe.) 
 
 Circulação placentária: as áreas de trocas sanguíneas são proporcionadas pelas 
inúmeras vilosidades coriônicas ramificadas, que cruzam a membrana placentária, 
projetando-se nas vilosidades-tronco. No feto > sangue pouco oxigenado > artérias 
umbilicais > une-se à placenta > divisão em várias artérias coriônicas > se ramificam na 
placa coriônica > penetram nas vilosidades coriônicas > sistema arteriocapilar venoso > 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
49 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
sangue no espaço interviloso > veias endometriais na mãe. Na mãe > sangue rico em 
oxigênio > artérias espiraladas endometriais da decídua basal > espaços intervilosos > 
veias de paredes delgadas que acompanham as artérias coriônicas > veia umbilical > 
vasos do feto. Normalmente, não há mistura de sangue fetal com sangue materno, 
entretanto, quantidades muito pequenas de sangue fetal podem penetrar na 
circulação materna. 
 
 Uma redução na circulação uteroplacentária pode resultar em hipoxia fetal e retardo 
do crescimento intra-uterino (IUGR). As contrações intermitentes do útero durante a 
gravidez reduzem levemente o fluxo sanguíneo uteroplacentário, porém não expulsam 
quantidades significativas de sangue do espaço interviloso o que garante oxigenação 
ao feto mesmo que diminuída. 
 
 Membrana Placentária: composta até a 20ª semana pelos sinciciotrofoblasto (possui 
muitas microvilosidades – aumenta a superfície de contato), citotrofoblasto, tecido 
conjuntivo das vilosidades e endotélio dos capilares fetais. Após essa semana, com 
modificações do citotrofoblasto com seu desaparecimento em algumas regiões, ela 
passa a ser composta na maioria dos lugares por apenas três camadas. À medida que o 
tempo passa essa membrana fica cada vez mais adelgaçada. Ela age como uma 
barreira às moléculas de determinado tamanho, configuração e carga, como, por 
exemplo, a heparina e bactérias, entretanto a maioria das drogas e outras substâncias 
no plasma materno passa pela membrana placentária e penetra no plasma fetal. 
Durante o ultimo trimestre, sinciciotrofoblastos se agregam formando os nós sinciciais 
que são lançados na corrente sanguínea materna quando destacados. Próximo ao fim 
da gravidez forma-se material fibrinóide na superfície das vilosidades que resulta 
principalmente do envelhecimento e parece reduzir as transferências placentárias. 
 
Resumo (Membrana Placentária): 
 
Consiste dos tecidos extrafetais que separam o sangue materno do fetal. 
 Funciona como uma barreira. 
 Porém, algumas macromoléculas, drogas e toxinas podem passar por essa 
barreira. 
 Anticorpos maternos 
o É transferida ao feto pela placenta. 
o IgG 
 Produtos residuais 
o A uréia e o ácido úrico passam através da placenta. 
o A bilirrubina é depurada com facilidade. 
 Fármacos e metabólicos 
o Eles atravessam a placenta por difusão. 
o Medicamentos tomados pela mãe podem interferir no metabolismo 
materno ou placentário. 
o Alguns podem provocar defeitos congênitos como a talidomida, 
isotretinoína, etretinato, tetraciclinas, estreptomicina e 
anticonvulsivantes. 
o Pode ocorrer sintomas de abstinência nos fetosheroína. 
 Agentes infecciosos 
o Citomegalovírus. 
o Rubéola. 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
50 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
o Toxoplasma gondii. 
o Treponema pallidum. 
o Vírus da varicela, sarampo e poliomelite. 
 
 Funções da placenta: A placenta sintetiza glicogênio, colesterol e ácidos graxos que 
servem de fonte nutritiva para o embrião. 
 
 O transporte de substâncias pode ser feito por difusões simples (transferência de 
gases e água) e passiva, transporte ativo ou pinocitose (moléculas maiores). A glicose e 
vitaminas são transferidas por difusão, sendo as vitaminas hidrossolúveis mais velozes 
para cruzar a membrana placentária que as lipossolúveis. A proteína transferrina 
também cruza a membrana e transporta ferro ao embrião. Os hormônios protéicos 
não chegam ao embrião, com exceção de uma lenta transferência de tiroxina e 
triiodotironina. Já os hormônios esteróides não conjugados cruzam a membrana 
livremente. Os eletrólitos endovenosos passam para o feto e afetam seu teor de água 
e eletrólitos. Os anticorpos maternos passam em maior quantidade quando se trata 
das gamaglobulinas IgG por pinocitose, dessa forma os anticorpos maternos conferem 
imunidade passiva ao feto contra doenças como difteria, varíola e caxumba. A uréia e 
o ácido úrico passam pela membrana placentária por difusão simples e a bilirrubina é 
removida rapidamente, caracterizando a excreção do feto. A maioria das drogas e seus 
metabólitos cruzam a placenta por difusão simples e os agentes infecciosos podem 
passar pela placenta e causar infecção fetal. 
 
 Síntese e secreção endócrina: produção dos hormônios protéicos hCG 
(Gonadotrofina Coriônica humana) – glicoproteína que começa a ser secretada pelo 
sinciciotrofoblasto durante a segunda semana tendo seu pico na 8ª. Ela mantém o 
corpo lúteo impedindo o início dos ciclos menstruais, somatomamotrofina coriônica 
humana (hCS), ou lactogênio placentário humano (hPL), tireotrofina coriônica humana 
(hCT) e corticotrofina coriônica humana; e hormônios esteróides – progesterona, 
formada a partir do colesterol, importante na manutenção da gravidez e os 
estrógenos. 
 
Resumo (Síntese e secreção endócrina da placenta): 
 Sintetizado pelo Sinciciotrofloblasto. 
 Hormônio protéicos: hCG, somatotrofina coriônica humana, tireotrofina 
coriônica humana e corticotrofina coriônica humana. 
 Progesterona e estrôgênio. 
 
Doença hemolítica do recém-nascido (Eritroblastose Fetal) 
 
A eritroblastose fetal, também denominada doença de Rhesus, doença hemolítica por 
incompatibilidade Rh ou doença hemolítica do recém-nascido, surge quando uma mãe 
Rh- que já tenha gestado um filho Rh+ (ou que já tenha entrado em contato com sangue 
Rh+, durante uma transfusão sanguínea inadequada) dá à luz uma criança com sangue 
Rh+. 
Após o primeiro parto, ou da acidental transfusão, o sangue da mãe entra em contato 
com o sangue do concepto e produz anticorpos contra os antígenos existentes nas 
hemácias caracterizadas pelo Rh+. Posteriormente a segunda gestação, esses anticorpos 
 
Gabriela Carvalho Abreu 
51 RESUMO DE EMBRIOLOGIA 
 
podem transpor a placenta e causar hemólise do sangue do segundo filho. Esta reação 
nem sempre acontece e é menos comum quando o feto apresentar antígenos A ou B e a 
mãe não os possuir. 
Normalmente, não são encontrados na corrente sanguínea os anticorpos anti-Rh, sendo 
produzidos apenas em situações específicas, como as descritas acima, por indivíduos Rh-
Pessoas Rh+ nunca produzirão anticorpos anti-Rh, pois caso isso ocorresse,

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