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inoculação e dessecação da soja

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia 
Campus Colorado do Oeste 
 
 
 
Inoculação e Dessecação na Cultura da Soja 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por: T.a. Ivan Júnior de Oliveira Vian (ivan071322@gmail.com) 
 T.a. Marcelo Resende da Silva (Marcelo.resende.s2901@gmail.com) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abril de 2016 
Introdução 
Hoje em dia a tecnologia serve de grande ajuda para nós. Na agricultura não 
é diferente, pois ela já conta com tecnologias muito avançadas. Há muitos anos o 
homem viu a necessidade de ampliar seu conhecimento, questionando pontos 
como, reduzir o tempo de colheita de culturas, ter um padrão de uniformidade nos 
grãos, fazer uma colheita em um local limpo, dentre outros, formam quando surgiram 
os herbicidas, que são os que controlam ervas em geral, os dessecantes nada mais 
são do que herbicidas que além de controlar as ervas daninhas para se ter uma 
colheita no limpo, proporcionam uniformidade nos grãos, e etc. 
Os inoculantes são insumos biológicos para a substituição de fertilizantes 
nitrogenados (a base de nitrogênio), em determinadas culturas. É um material 
vegetal (turfa) com cultura de bactéria do gênero Rhizobium, com alta concentração 
celular que fixa o nitrogênio do ar em simbiose com culturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento 
Dessecação 
 A dessecação é uma técnica usada em muitas partes do mundo, para 
antecipar a colheita de culturas. No Brasil, é usada para antecipar principalmente a 
colheita de soja, pois proporciona uma série de vantagens, tais como: 
 Antecipação, uniformidade e facilidade na colheita; 
 Redução das perdas na colheita; 
 Redução de impurezas, proporcionando grãos mais limpos; 
 Melhor qualidade dos grãos colhidos. 
A dessecação é indicada quando a lavoura se encontra com plantas daninhas 
ainda verdes, no momento da colheita ou quando a cultura apresenta uma 
maturação não uniforme. É uma técnica que envolve a aplicação de um produto 
químico para secar uma cultura artificialmente, o qual uma vez aplicado promove à 
rápida e completa secagem de todas as partes verdes de uma planta. São dois os 
ingredientes ativos disponíveis, (Paraquat e Diquat), que possuem as características 
necessárias para poderem ser utilizados em dessecação. O Diquat é especialmente 
recomendado na dessecação da cultura de soja e das plantas daninhas de folhas 
largas. Já o Paraquat possui a mesma ação do anterior, sendo, porém, mais eficaz 
para controlar plantas daninhas de folhas estreitas, consideradas gramíneas. A 
técnica baseia-se na aplicação de um desses produtos ou mistura de ambos, 
conforme as espécies de plantas presentes. Este produto é solúvel um água. 
Testes efetuados em vários países, inclusive no Brasil, demonstraram que as 
ceifeiras operam mais rapidamente e que há redução de grãos quebrados, quando a 
cultura está uniformemente seca (com aplicação ou não de desscante). 
Antecipação da colheita: os grãos estão fisiologicamente maduros de dez a quinze 
dias antes da secagem natural da planta na lavoura, período em que se faz a 
dessecação (geralmente no estádio R7: início da maturação fisiológica da planta). 
Redução nas perdas de colheita: muitas vezes a cultura não se desenvolve 
uniformemente, devido a condições climáticas desfavoráveis. Em tais condições, a 
dessecação produz rápida secagem de todas as partes verdes da cultura de soja e 
das plantas daninhas, permitindo melhor funcionamento e consequentemente 
melhor eficiência da ceifeira e redução de perdas. 
Redução de impurezas: além de causarem redução no preço pago pela soja, as 
impurezas também aumentam custos de secagem e de limpeza. Na dessecação as 
impurezas restantes são poucas. 
Aumento da qualidade de grãos: I- germinação de sementes: pesquisas realizadas 
confirmam que a técnica de dessecação não diminui a germinação e que, pelo 
contrário, usando a dessecação, o poder germinativo é incrementado. Testes 
conduzidos no Brasil mostraram que a porcentagem de germinação de sementes 
das plantas não dessecadas foi menor quando comparada com tratadas. Além 
disso, sementes obtidas de parcelas não tratadas, apresentaram elevado nível de 
infecção por microrganismos (Aspergillus sp. e Fusarium sp.) e de danos, quando 
comparadas com as sementes provenientes de parcelas dessecadas. 
 
 
 
 
 
 
 
II- grãos mais limpos: a dessecação das partes verdes das plantas daninhas permite 
produção limpa e uniforme. Devido à dessecação, as sementes imaturas das plantas 
daninhas não são viáveis e, portanto, não germinam na próxima safra. 
III- umidade dos grãos: frequentemente há material verde que entra na colhedora 
junto com soja, aumentando a umidade dos grãos colhidos. Com a colheita dos 
grãos mais secos, há menos material estranho entrando nos armazéns, resultando 
em menor perda de peso. Alguns resultados de ensaios indicam uma perda de peso 
de mais de 6 % em comparação com a área dessecada. 
IV- Cuidados na aplicação: os dessecantes são herbicidas totais (não seletivos) e 
que agem principalmente através da ação de contato (contato com a planta). É, 
portanto, importante tomar cuidados para que não ocorra deriva durante a aplicação. 
V- Dosagem: geralmente, a dose é de 1 litro de Paraquat + 1 litro de Diquat (com 
200 gramas de ingrediente ativo por litro) por hectare. Recomenda-se adicionar um 
agente umectante (Agral ou outro espalhante não iônico) à calda herbicida, para 
assegurar que a folhagem seja adequadamente molhada. A desvantagem da 
dessecação está no uso de produtos químicos, o que pode elevar o custo de 
produção da lavoura, e causar impacto ambiental. 
VI- Época de aplicação: é o ponto mais crítico da dessecação. Aplicações não 
devem ser realizadas antes que os grãos da cultura estejam fisiologicamente 
maduros. Na maturação fisiológica, a semente já cessou de acumular foto-
assimilados. Nesse estádio, as vagens começam a amarelecer, com 50% das folhas 
amareladas, normalmente de 10 a 15 dias antes da data prevista para a colheita. A 
coloração marrom-escura do hilo da semente também indica a maturação fisiológica. 
A partir desse momento, a dessecação pode ser então iniciada. 
VII- Equipamentos de aplicação: para aplicação terrestre, podem ser usados 
pulverizadores de barra e atomizadores. Quando se usa pulverizadores de barra, 
Aspergillus sp. Fusarium sp. 
deve-se empregar volume de 100 a 200 litros de calda por hectare, dando 
preferência aos bicos do tipo leque, para assegurar penetração e cobertura. Os jatos 
de pulverização projetados pelos bicos devem se cruzar acima do alvo. No caso de 
condições difíceis, como, por exemplo, cultura densa e alta incidência de plantas 
daninhas, são recomendáveis utilizar menor espaço entre bicos com inclinação de 
45 graus para trás. Deve-se trabalhar com baixa pressão, a fim de evitar danos de 
deriva nas culturas vizinhas. A aplicação também é possível com máquinas tipo 
atomizador tratorizado. Com este equipamento é importante não usar vazão menor 
que 20 litros/ha de água, assegurando cobertura da folhagem. São os seguintes os 
pontos a observar na aplicação de dessecantes: 
 não aplicar em condições de temperatura elevada e de baixa umidade; 
 não aplicar quando houver vento com velocidade superior a 8 km/hora; 
 não aplicar quando não há movimento do ar após um dia de calor, quando a 
temperatura está em ligeiro declínio, pois nessas condições pode estar 
ocorrendo inversão térmica e pode haver perda do produto por evaporação ou 
por deriva. 
A técnica de aplicação aérea é recomendada e, também, preferível, quando se trata 
de grandes áreas (Já que me pequenas áreas pode se perder por deriva). A 
aplicação deve ser feita usando-se volumede 30 litros/ha de água, com cuidados 
especiais para evitar deriva. Pode ser utilizado sistema de barra com bicos, os quais 
com regulagem certa proporcionam resultados eficazes. Grandes áreas já foram 
tratadas no Brasil usando vazões de 30 litros /ha em faixa útil de 15 metros. 
VIII- Planejamento da colheita da cultura: o teor de umidade dos grãos de soja é 
importante aspecto a ser considerado na colheita da, sendo ideal entre 12 e 18 %. 
Prejuízos elevados na colheita podem ser esperados quando a cultura de soja 
estiver muito seca. Quando o teor de umidade dos grãos de soja for inferior a 12%, 
os grãos se tornam duros e quebradiços e, portanto, facilmente danificáveis durante 
a colheita. Os danos mecânicos prejudicam muito a longevidade de sementes. É 
fundamental programar a colheita para conseguir uma produção de soja de 
qualidade superior, pois a dessecação permite ao agricultor estender este período 
da colheita, permitindo, até mesmo, colheita precoce. Assim, a área a ser tratada de 
uma só vez deve ser em função da capacidade diária das colhedoras disponíveis. A 
dessecação proporciona, portanto, lavoura com maturação uniforme, produto limpo, 
colheita facilitada, mais rápida e com menos impurezas. 
 
Inoculação 
As fontes de nitrogênio disponíveis para a soja são os fertilizantes 
nitrogenados e a fixação biológica de nitrogênio (FBN), que no Brasil se constitui na 
mais viável economicamente e ecologicamente para a cultura (Hungria et al., 2005). 
A simbiose que ocorre entre as plantas leguminosas e bactérias do 
gênero Bradyrhizobium (bactérias do grupo rizóbio), que resulta na formação de 
nódulos nas raízes da soja, possibilita a obtenção de todo o nitrogênio que a cultura 
necessita para alta produtividade. 
Resultados obtidos em todas as regiões onde a soja é cultivada mostram que 
a aplicação de fertilizantes nitrogenados minerais no plantio ou cobertura, em 
qualquer estágio de desenvolvimento da planta, em sistemas de plantio direto ou 
convencional, não aumenta a produtividade da soja. Ao contrário, a aplicação de 
nitrogênio mineral em quantidade superior a 20 kg ha-1 de N tende a inibir a 
formação de nódulos nas plantas. 
Não se recomenda o uso de fertilizantes nitrogenados minerais para a cultura 
da soja, pois, além de reduzir a nodulação das plantas, não traz nenhum incremento 
de produtividade. No entanto, se as fórmulas de adubo contendo nitrogênio que o 
produtor for utilizar no plantio forem mais econômicas que as fórmulas sem 
nitrogênio, essas poderão ser utilizadas, desde que não sejam aplicados mais do 
que 20 kg ha-1 de N. 
Qualidade e quantidade de inoculante 
Os inoculantes turfosos, líquidos ou outras formulações devem conter uma 
população mínima de 1 x 108 (100000000) de células por grama ou ml de inoculante, 
terem eficiência simbiótica comprovada pela RELARE (Rede de Laboratórios 
Recomendadores de Estirpes) e serem registrados no Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (MAPA). 
A quantidade recomendada para a cultura da soja, é de: 10 a 25% de solução 
açucarada, 300 a 500 g de inoculante turfoso para cada 50 kg de sementes. Neste 
estudo, foram testadas cinco doses de inoculante turfoso, 0, 250, 500, 750 e 1.000 
gramas. A quantidade de inoculante a ser usado de dado produto comercial deve 
obrigatoriamente vir impressa na embalagem do produto, de acordo com registro no 
MAPA. 
Cuidados com o inoculante e com a inoculação 
Adquirir inoculantes recomendados pela pesquisa e devidamente registrados 
no MAPA. O número de registro deverá estar impresso na embalagem. Não usar 
inoculante com o prazo de validade vencido. 
Ao adquirir o inoculante, certifique-se que o mesmo estava armazenado em 
condições satisfatórias de temperatura e arejamento. Transportá-lo e conservá-lo em 
lugar fresco e bem arejado. 
Fazer a inoculação das sementes à sombra e, efetuar a semeadura no 
mesmo dia, especialmente se as sementes foram tratadas com fungicidas e 
micronutrientes, mantendo as sementes inoculadas protegidas do sol e calor 
excessivo. 
Como deve ser feita a inoculação 
Cada produto comercial deve conter na embalagem a forma de inoculação. 
Por isso, antes de utilizar o produto é importante o produtor ler a embalagem do 
inoculante. De forma geral, os inoculantes turfosos podem ser aplicados da seguinte 
forma: umedecer as sementes com solução açucarada a 10% a 25% ou com 
produtos adesivos recomendados, sempre na proporção de 300 a 500 ml para cada 
50 kg de sementes e fazer uma boa mistura. Evitar o excesso de umedecimento das 
sementes, pois pode causar danos às mesmas durante o plantio. Logo em seguida, 
adicionar o inoculante, fazendo novamente uma boa mistura. Todo o processo deve 
ser feito de preferência na sombra e utilizando máquinas próprias que existem no 
mercado, betoneiras ou tambores giratórios. No caso de utilização de inoculantes 
líquidos, fazer a inoculação conforme a recomendação e deixar a semente secar a 
sombra. 
 
Um método de inoculação que tem sido utilizado para substituir os tradicionais 
é a aplicação do inoculante por distribuição no sulco de plantio. Para esse método, 
tem sido recomendada uma dose de inoculante pelo menos seis vezes maior que a 
dose para inoculação nas sementes (já que parte irá se perder). Já existem 
equipamentos próprios no mercado para esta aplicação, sendo recomendado o uso 
de pelo menos 50 l.ha-1 (litros por hectare) da solução água e inoculante. A principal 
vantagem de utilizar esse método de inoculação é reduzir os efeitos tóxicos do 
tratamento com fungicidas e micronutrientes na semente. 
A opção de aplicar o inoculante na semente ou no sulco de semeadura deve 
ser avaliada pelo produtor, pois, embora seja uma nova prática recomendável e que 
tem mostrado benefícios, a inoculação no sulco do plantio aumenta expressivamente 
os gastos financeiros com o inoculante, pois usa-se uma dose maior. O ideal seria 
tratar as sementes com fungicidas apenas naquelas situações indispensáveis como, 
por exemplo, em áreas com histórico de doenças ou utilização de sementes 
contaminadas. Não havendo a necessidade de se tratar a semente com fungicida, o 
produtor pode optar seguramente pela inoculação diretamente na semente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações Finais 
Ao longo deste trabalho abordamos os temas, dessecação e inoculação, na 
cultura da soja, ao qual foram apresentadas algumas vantagens e desvantagens, 
modo e quantidades de aplicação, dentre outros. De forma generalizada concluímos 
que ao fazer-se a inoculação das sementes e a dessecação, temos uma garantia de 
uma boa colheita, se fizermos as outras técnicas de manejo de forma correta 
também. Para que tudo funcione corretamente deve-se realizar todos os passos de 
forma correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Literatura Consultada 
Tratamento de sementes 
Disponível em : 
<https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Soja/CultivodeSojanoC
erradodeRoraima/tratamentosemente.htm#inoculacao> Acesso em: 03 de abril de 16 
 
Dessecação da soja: 
Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_co60.htm> Acesso em: 03 de 
abril de 16 
 
FBN: 
Disponível em:<http://www.anpii.org.br/site/conteudo/artigo/1,0,30+O-papel-da-
RELARE-no-cenario-da-fixacao-de-nitrogenio-no-Brasil.html> Acesso em: 03 de abril 
de 16

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