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Investigações sobre a termorregulação em abelhas sem ferrão

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Investigações sobre a termorregulaçao em abelhas sem ferrão, Melipona
scutellaris (Apidae, Meliponini)
Yara Sbrolin Roldão, Michael Hrncir e Ronaldo Zucchi
yarasr@pg.ffclrp.usp.br
Departamento de Biologia, Universidade de São Paulo, FFCLRP. Av. Bandeirantes, 3900. 14040-901. Ribeirão Preto - SP
As abelhas, como outros insetos sociais, são capazes de manter uma temperatura “ideal” para seu desenvolvimento dentro do ninho. Em abelhas Apis mellifera esse mecanismo ocorre ativamente, desse modo, elas utilizam a fisiologia de seus corpos para aquecer ou resfriar o ninho. Em abelhas sem ferrão, esse mecanismo denominado termorregulação, é realizado de um modo passivo, ou seja, através de adaptações estruturais da colônia, como o invólucro que envolve a área de cria (Jones e Oldroyd, 2007).
Foram registradas as temperaturas de duas colônias (denominadas 
C1 
e C2), através de sensores conectados 
a data
loggers 
que registraram a temperatura da área de cria (dentro do invólucro) e da periferia do ninho (fora do invólucro) a cada 15 minutos (Figura 1), nos períodos de verão (março e abril) e inverno (junho a julho), similar a metodologia utilizada em Torres 
et al. 
(2007). Os ninhos se encontravam em caixas de madeira, que foram revestidas com isopor para isolar a temperatura externa. Havia uma caixa nas mesmas condições das demais porém vazia para controle. Além das temperaturas das colônias e da caixa controle, foi registrada a temperatura da sala onde as colônias se encontravam e a temperatura ambiente (externa).
A
Ninho isolado
Data-logger
Fig. 1. 
Melipona scutellaris.
 
(A) 
Colônia isolada com o isopor conectada ao data-logger; 
(B) 
Posição dos termômetros dentro do ninho.O objetivo do presente trabalho foi investigar essa capacidade termorregulatória, como a temperatura ótima nos ninhos de Melipona scutellaris a fim do desenvolvimento completo da cria.
No verão, a temperatura ambiente variou entre 20-27°C, e a temperatura da sala apresentou entre 24-26°C. A temperatura dentro da caixa de controle adotava a temperatura da sala. Dentro das colônias as temperaturas variavam entre 25.7-26.7°C (C1) e 26.9-27.9°C (C2) na periferia do ninho e entre 28.3-29.5°C (C1) e 30.2-31.4°C (C2) na área de cria. Já no inverno a temperatura externa variou entre 12-25°C, e a temperatura da sala entre 19-22°C. Atemperatura do ninho oscilou entre 20.6-22.6°C (C1) e 21.4-23.1°C (C2) na sua periferia, e entre 22.4-26.6°C (C1) e 25.8- 28.1°C (C2) na área de cria (Figura 2). Como pode-se obseivar a área de cria nos dois períodos manteve sempre uma temperatura maior que a periferia do ninho. No inverno, a C1 apresentou a perda da rainha, onde foi obsedado uma variação grande na área de cria (Figura 3).
Fig. 3. Temperaturas médias a cada 15 minutos, onde verde é sempre a temperatura da área de cria e vermelho a temperatura da periferia do ninho. (A, B) Colônia 1 e 2 respectivamente, no verão; (C, D) Colônia 1 e 2 respectivamente, no inverno.
Fig. 2. 
Temperaturas médias nos períodos de verão e inverno, respectivamente.Visto que a temperatura na área de cria foi sempre maior que as demais temperaturas registradas, pode ser concluído que o invólucro retém calor nessa área, assim permitindo um desenvolvimento bem sucedido das la^as e pupas.
JONES, J. C. & OLDROYD, B. P. 2007. Nest Thermoregulation in Social Insects. Advances in Insects Physiology. 33: 153-191.
TORRES, A.; HOFFMANN, W. & LAMPRECHT, I. 2007. Thermal Investigations of a nest of the stingless bee Tetragonisca angustula Illiger in Colombia. ThermochimicaActa. 458: 118-123.
FAPESP 06/50809-7 - CAPES

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