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repercxussão do manejo racional das ASF com crianças Surdas

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Repercussão do Manejo Racional da Jandaíra Melipona 
seminigra, no Desempenho Educacional de Crianças Surdas 
em Manaus
1Klilton Barbosa-Costa 
2 Norma Cecilia Rodriguez Bustamante 
 1- Mestre em Ciências Biológicas. Avenida Paris, Quadra 09, Casa, 02, Conjunto Jardim Campos Elíseos, 
Bairro Planalto, CEP: 69.000-045, Manaus/Amazonas. E-mail: kliltonb@gmail.com
a a2- Prof. Dr do Departamento de Ciências Florestais, Faculdade de Ciências Agrárias, 
Universidade do Amazonas (DCF/FCA/UFAM). Avenida General Rodrigo Otávio Jordão, 3000, 
Petrópolis CEP: 69.077-000, Manaus/Amazonas. E-mail: ncbustamante@ufam.edu.br
Revista Educação Agrícola Superior
Publicação da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior- ABEAS .Vol. 21 Nº 01 - 2006
INTRODUÇÃO
Os meliponíneos são abelhas indígenas sem ferrão onde 
se destaca o gênero Melipona Illiger, 1806, por apresentar um 
grande número de espécies ocorrendo em toda região 
neotropical com maior diversificação na bacia Amazônica 
(Silveira et al., 2002). Tal diversidade gera a necessidade no 
conhecimento da biologia das espécies de abelhas na região 
Amazônica. O interesse em desenvolver tecnologia para forjar 
mecanismos que possam facilitar o manejo destes insetos, no 
Brasil, vem de experiências na elaboração de caixas racionais, 
inspiradas na arquitetura dos ninhos das abelhas. Segundo 
Marianno - Filho (1910b) elaborou um modelo de caixa rústica, 
3com 20cm , denominada de “colméia indígena” para a criação 
da abelha uruçu Melipona scutellaris Latreille, 1811, no 
Nordeste brasileiro. Outros pesquisadores contribuíram com 
informações sobre a criação de meliponíneos com adaptações 
às caixas existentes e outros modelos de caixa racional para o 
desenvolvimento das abelhas, como: caixas horizontais e 
quadradas, quadros de aumento do ninho, caixas de 
armazenamento, telas e arames horizontais, ajuste da caixa ao 
tamanho dos potes, furos na superfície da base de cada alça para 
desenvolvimento dos discos de cria, entalhe feito na madeira 
para alojar varetas de bambu, blocos de madeira no ninho 
(Nogueira-Neto, 1948b, 1956a, 1956b, 1956c, 1957a, 1960, 
1966), caixotes descartáveis de caixas maiores (Souza et al., 
1994), caixas horizontais com orifício interno no meio da 
segunda alça e reproduzida para várias espécies de 
meliponíneos (Nogueira-Neto, 1997) e adaptação do tamanho 
da caixa ao tamanho do ninho da abelha (Oliveira e Kerr, 2000) 
para criação da jandaíra no Amazonas. A educação ambiental é 
um grande instrumento de informação no conhecimento da 
biodiversidade na Amazônia. A informação gera curiosidade e 
proximidade com o objeto de estudo, contribuindo para 
conservação dos recursos naturais e manejo sustentável da 
floresta. A cidade de Manaus possui uma rica fauna de abelhas, 
ainda desconhecida de muitos, e nisso a escola tem um papel 
fundamental para aproximar informação e natureza. A 
atividade com crianças surdas e a manipulação de abelhas em 
caixas racionais foi alvo de uma experiência de dois (2) meses, 
em uma escola, em Manaus, para avaliar a possibilidade de 
ensinar a importância das abelhas para o ambiente, como 
também, do uso de caixas racionais para sua manipulação. A 
espécie alvo do trabalho foi a jandaíra Melipona seminigra 
merrillae Cockerell, 1919, largamente criada na cidade de 
Manaus (Peralta 1999; Kerr et al., 2000; Carvalho-Zilse et al., 
2005). Para tanto o trabalho objetivou avaliar a influência da 
criação no enriquecimento do conhecimento e da linguagem de 
crianças surdas, em Manaus, Amazonas.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido no “Meliponário 22 de 
janeiro”, região centro-oeste da cidade de Manaus (S 03º 04' 
11,9''; WO 60º 03' 13,5''). O estudo se deu a partir do manejo, 
em caixa racional, de algumas colônias de jandaíra, 
procedentes de Manaus, de agosto a outubro de 2001. As caixas 
racionais auxiliam no processo de desdobramento e agilizam a 
formação de novos enxames. O trabalho foi elaborado para 
participação na “I Feira de Ciências” do Instituto Filippo 
Smaldone , escola espec ia l para surdos , tendo 
aacompanhamento de professor especial junto às crianças de 4 
série do ensino fundamental, em Manaus, Amazonas. A cada 
dois dias todo o grupo de crianças visitou o Meliponário e nele 
as duas caixas separadas para o trabalho. Nas caixas escolhidas 
foram colocados vidros para permitir a visualização de todas as 
atividades realizadas pelas abelhas dentro da colônia. A 
alimentação foi realizada três vezes/semana, assim como, 
retirada do lixo, observação quanto ao tamanho dos discos, 
consistência do material (discos novos e velhos), entrada e 
saída das abelhas, o nascimento das abelhas, expectativa do 
aparecimento da rainha-mãe sobre os discos além da vontade 
em experimentar do mel e pólen.
 RESULTADOS E CONCLUSÃO
A partir das duas caixas matrizes obtiveram-se mais 
duas, as chamadas colônias-filhas, onde eles mesmos 
realizaram o processo de multiplicação. Entre 15 a 18 dias 
ocorreu a formação das novas rainhas e, posteriormente, 
construção de células para surgimento de discos de crias novos. 
O contato das crianças com as abelhas trouxe mudanças de 
comportamento, facilmente observadas pelo professor, tais 
como:
 Controle da coordenação motora junto a manipulação 
Revista Educação Agrícola Superior - Vol. 21 Nº 01 - Janeiro / Junho - 2006
com as abelhas;
 Perderam o medo em trabalhar com abelha sem ferrão;
Reconhecimento da jandaíra como inseto social, 
polinizador e inofensivo;
 Interesse pela ciência aquisição de um novo 
vocabulário referente ao manejo com este inseto;
 Aprendizado da convivência harmônica em grupo 
(ajuda mútua).
O trabalho é uma iniciativa recente, não contando com 
referências descritas na literatura, servindo como incentivo a 
novas tentativas de uso das abelhas indígenas em trabalhos 
escolares e em especial, os portadores de deficiência, que pela 
limitação e pré-conceito são excluídos do meio social. Tal 
atividade pode tornar-se uma ferramenta às atividades 
escolares pela condução dos alunos a Meliponários urbanos, 
para estudo da biologia ecologia e comportamento, reforçando 
desta maneira, a importância da inclusão social, que na atual 
conjuntura, é a mola propulsora de qualquer atividade junto à 
comunidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUILERA-PERALTA, F. J. 1999. Preservação e 
exploração racional de abelhas melífera sem ferrão (Apidae: 
Meliponinae) da Amazônia Central. Tese de Doutorado, 
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
CARVALHO - ZILSE, G. A.; NUNES - SILVA, C. G.; 
ZILSE, N.; SILVA, A. C.; LARAY, J. P. B.; Freire, D. C. B.; 
KERR, W. E. 2005. Criação de Abelhas sem Ferrão. Iniciativas 
Promissoras 2: Projeto Manejo dos Recursos Naturais da 
Várzea. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos 
Naturais Renováveis Pro-Várzea/ IBAMA. Brasília: Edições 
IBAMA, 27p.
KERR, W. E.; CARVALHO, G. A; SILVA, A. C.; 
ASSIS, M. G. P. 2001. Aspectos pouco mencionados da 
biodiversidade amazônica. Parcerias Estratégicas 
(Biodiversidade, Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia), 
12: 20-41.
KERR, W. E.; JUNIOR, M. P.; DINIZ-FILHO, J. A. F. 
2001. Informações biológica e estimativa do tamanho ideal da 
colméia para Abelha Tiúba do Maranhão (Melipona 
compressipes fasciculata Smith - Hymenoptera, Apidae). 
Revista Brasileira de Zoologia, 18 (1): 45-52.
NOGUEIRA-NETO. P. 1910 (B). O cultivo das abelhas 
indígenas e um tipo de colméia para o seu desfrutamento 
industrial. O Entomologista Brasileiro. 3 (1): 14-18.
NOGUEIRA-NETO. P.. 1948 (B). A colméia racional 
para algumas de nossas abelhas que não ferroam. Chácaras e 
Quintais. 77 (3): 311-313.
NOGUEIRA-NETO. P.1956 (A). As modificações na 
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93 (1): 119.
NOGUEIRA-NETO. P.. 1956 (B). Aperfeiçoando uma 
colméiapara abelhas indígenas. Chácaras e Quintais. 94 (2): 
218.
NOGUEIRA-NETO. P.. 1956 (C). Sobre a nova 
colméia para abelhas indígenas. Chácaras e Quintais. 94 (6): 
847-848.
NOGUEIRA-NETO. P.1957 (A). A construção da nova 
colméia para abelhas indígenas. Chácaras e Quintais. 96 (2): 
181-182.
NOGUEIRA-NETO. P.. 1960. Aclimatação de 
meliponíneos no USA e outros assuntos. Nova colméia para 
meliponíneos. Chácaras e Quintais. 102 (6): 1000-1001.
NOGUEIRA-NETO. P.1966. Tábuas e blocos ao lado 
do espaço reservado à cria. Chácaras e Quintais. 113 (1): 58.
NOGUEIRA-NETO. P. (1997). Vida e Criação de 
Abelhas Indígenas sem Ferrão. São Paulo: Editora 
Nogueirapis, 445 pp.
OLIVEIRA, F; KERR, W. E. (2000). Divisão de uma 
colônia de jupará Melipona compressipes manaosensis 
usando uma colméia e o método Fernando Oliveira. INPA: 
Editora Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), 
10 pp.
SILVEIRA, F. A.; MELO, G. A. R.; ALMEIDA, E. A. B. 
2002. Abelhas brasileiras: sistemática e identificação. Ed. 
MMA e Fundação Araucária, Curitiba-PR, 1ª edição, 253 pp.
SOUZA, I. C.; MARTINS, M. A. S.; ALVES, R. M. O. 
1994. Criação de Abelhas sem Ferrão. Manual de 
Meliponicultura. Salvador, Bahia, 56 pp.
Repercussão do Manejo Racional da Jandaíra Melipona seminigra, no 
Desempenho Educacional de Crianças Surdas em Manaus72
Revista Educação Agrícola Superior - Vol. 21 Nº 01 - Janeiro / Junho - 2006
	Página 80
	Página 81

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