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TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

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TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL
Depois de inúmeras tentativas, em 1899, Clóvis Bevilaqua é nomeado para criar o Código Civil, que, ao final desse mesmo ano, apresentou um projeto que, após ser avaliado por 16 anos, transformou-se no Código Civil de 16. Promulgado em 1/01/1916 e entrando em vigor em 1/01/1917, ora, revogado pelo Novo Código Civil – 2002 – que após de 26 anos de tramitação foi aprovado e vigora até hoje.
Ambiente dos 2 códigos:
 Código Civil/16						 Código Civil/02
 Lei 3071				 		 Lei 10.46			
∙ Conservador 							∙ Publicado em 11/01/2002
∙ Elitista								∙ Entrou em vigor em 12/01/03
∙ Tradicionalista						
∙ Patrimonialista			
∙ Individualista
Obs: Durante o período de Vacatio Legis, vigorava o Código Civil de 16.
O Código Civil de 16 se confundia com o próprio direito civil, tinha por características ser conservador, elitista, patrimonialista, individualista e tradicionalista, vivenciava-se a prevalência dos dogmas da Completude e da Exaustão e formado por microssistemas (onde as leis não eram codificadas). O Código Civil de 2002 veio com o ideal de codificação, tendo por princípio a Eticidade, Socialidade e Operabilidade. 
Os contratos firmados antes do Novo Código Civil eram regidos de acordo com o velho Código Civil de 1916, daí surge o ideal de Tempus Regit Actum = o tempo da lei deverá ser cumprido. 
VACATIO LEGIS (tempo entre a promulgação e publicação)
	
 Tem-se 2 perspectivas a respeito da entrada em vigor do Código Civil de 2002. Contando em dias e segundo a lei nº 95/98 art.8 ele entrou em vigor no dia 11/01/2003. Contando em ano e segundo a lei nº 810/49 ele entrou em vigor no dia 12/01/2003.
PRINCÍPIOS DO CÓDIGO CIVIL DE 2002
→ ETICIDADE: Principio criado por Miguel Reale no qual ele visa à suspensão do formalismo jurídico (não devendo abrir mão da técnica) de dimensão ética pelas clausulas gerais, clausulas essas que são disposições que não estão expressas no texto legislativo/executivo, mas devem ser incorporadas a eles. No quesito hierarquia, as clausulas gerais prevalecem sobre as clausulas especificas de um contrato. As clausulas gerais são:
	Dever de Lealdade – art. 113
	Dever de Honestidade – art. 187
	Dever de Probidade – art. 422
Esses 2 deveres fomentam o principio da Boa Fé Objetiva = Eticidade e materializam o ideal do Venire Contra Factum Proprium, ou seja, é vedada qualquer disposição contrária após compromisso assumido. A Boa fé Objetiva relativiza hoje o ideal do Pacta Sunt Servanda (os contratos devem ser cumpridos) 
→ SOCIALIDADE: Visa uma dimensão ética social de responsabilidade social, ou seja, os interesses coletivos devem prevalecer sobre os interesses individuais.
 Ex: Art. 3º I CF; Lei 11804; Lei 8560
→ OPERABILIDADE: O cc/02 veio com o ideal de clareza, ou seja, de maneira em que ele seja operável por todos, de fácil manuseio. Desapegando-se da linguagem clássica, uma vez que o direito deve ser executado e efetivo.
PESSOA NATURAL = O conceito pessoa se dá antes do Direito, sendo uma idéia majoritária. Há duas concepções de pessoa
	PESSOA FORMAL/ TÉNICA: Centro de imputação de direitos e deveres;
	PESSOA MATERIAL/ INSTITUCIONAL: Toda a criatura humana, com suas características internas.
Para saber quando se tem a pessoa natural, existem 3 teorias:
	1ª Teoria Natalista: Se baseia na 1ª parte do art. 1º CC, onde diz que a pessoa natural se dá através do nascimento com vida. Ou seja, para essa teoria é necessário que tenha ocorrido a 1ª respiração (que se constata por perícia médica)
	2ª Teoria Concepcionista: Essa teoria se baseia na 2ª parte do art. 1º do CC, onde a lei põe a salvo os direitos do nascituro desde a concepção. É a teoria aceita pelo CCB.
Ex: Art. 2 CC
Art. 542 CC
Art. 1609 – parágrafo único 
Art. 1779
Art. 1798
Lei 11804
	3ª Teoria da Personalidade Jurídica Condicionada: é uma adaptação da teoria natalista. Ela alega que todo nascituro é imputador de direitos e deveres, porém, referentes a imputações patrimoniais, põe em vista a condição do nascimento com vida. Dessa forma, Maria Elena Diniz estabelece 2 acepções:
Formal: Diz que todo nascituro desde a concepção goza dos Direitos Fundamentais;
Material: Nessa concepção, diz que, em relação a Direitos de Cunho Patrimonial, é necessária a condição do nascimento com vida.
CAPACIDADE JURÍDICA: é a aptidão que todo ser humano possui de contrair direitos ou obrigações na ordem civil.
Há 2 tipos de capacidade jurídica:
	1ª Capacidade De Direito ou de Gozo: Esse instituto faz pertinência com a capacidade jurídica, uma vez que, alega que todas as pessoas têm aptidão de contrair direitos e obrigações, mas nem todas têm a capacidade de exercê-los. Neste caso, a capacidade só se refere ao sentido de contrair, no sentido de SER.
	2ª Capacidade de Fato ou Exercício: Já nessa capacidade, diz respeito à capacidade que a pessoa tem de exercer esses direitos aos quais ela tem aptidão. É a capacidade de exercer por si, representado ou assistido.
	Segundo essa concepção, há 2 princípios para análise dessa capacidade:
Princípio 1= A capacidade é a regra e a incapacidade é a exceção;
Princípio 2= Essa capacidade se refere aos atos ou negócios jurídicos, não se refere aos fatos jurídicos.
FATORES DE INCAPACIDADE
	- Idade
	- Insanidade Mental	
	- Impossibilidade de Expressão
	- Cultura*
Existem 2 tipos de Incapacidade:
	Os relativamente Incapazes
	Os absolutamente incapazes
ABSOLUTAMENTE INCAPAZ – ART 3º
	Serão REPRESENTADOS.
Nos negócios jurídicos, o representado não tem vontade, somente a vontade do representante que importa.
	Os negócios feitos pelo incapaz, na ausência do seu representante, terão efeito nulo ou nulidade absoluta. (Ex nunc)
	Apresentam nenhum discernimento.
RELATIVAMENTE INCAPAZ – ART 4º
	Serão ASSISTIDOS.
	Nos negócios, o assistido tem vontade, mas dependerá da vontade do assistente. Em um conflito, prevalece a vontade do assistente.
	Os negócios feitos pelo incapaz, na ausência do assistente, terão efeito anulado ou nulidade relativa (ex tunc)
	Apresentam um relativo discernimento.
O amental será considerado Incapaz a partir do momento em que tiver sua sentença de Interdição.
		AÇÃO DE INTERDIÇÃO ou CURATELA
	Acontece que, o amental deve ser sentenciado incapaz e para isso será realizada uma audiência. Petição Inicial → Juiz→ Citação →Audiência de impressão pessoal → Nomear um curador especial (apresenta o incapaz) → Perícia Médica (laudo) → Sentença 
Para essa sentença gozar de Eficácia Erga omnes, há 2 requisitos:
A sentença deverá ser registrada no Cartório;
A sentença deverá ser publicada no Diário Oficial 3x num intervalo de 10 dias e na Imprensa Local.
O PRINCÍPIO LEGAL DA SENTEÇA DE INTERDIÇÃO OU NATUREZA JURÍDICA DA				 SENTENÇA DE INTERDIÇÃO – Art. 9º CPC 
Existem 2 teorias: 
	→ Teoria Civilista: Alega que a sentença tem natureza jurídica declaratória (vide art. 1773) porque considera a incapacidade como um fator natural. Seus efeitos são ex tunc, uma vez dada à sentença, ela retroage para os negócios jurídicos formalizados pelo incapaz antes da sua sentença, que não terão validade.
 ∙ Rodolfo Pamplona e Pablo Stolze: Pode haver a invalidação do ato/negócio jurídico desde que haja 3 requisitos: incapacidade de entender e querer, demonstração de grave prejuízo por parte do incapaz e má-fé do outro contratante.
∙ Maria Helena Diniz: Diz que a sentença seria declaratória na análise do pressuposto que justificasse a interdição e seria constitutiva sob o viés do regime curatelar.
∙ José Carlos Barbosa Moreira: diz que uma vez mostrada e provada à preexistência da incapacidade natural, o ato ou negocio jurídico será invalido.
∙ Fábio Ulhoa Coelho: Leciona que a sentença de interdição é declaratória; 
∙ Caio Mário da Silva Pereira: interdição também de natureza declaratória;
∙ Paulo Nader: Diz que, na analise do interesse do individuo de boa- fé e do incapaz,o incapaz não pode ser prejudicado pela incúria de quem deveria tomar as providencias necessárias;
 
∙ José de Aguiar Dias: Acrescenta que o dano ocorrido antes da interdição determinará que o insano responda objetivamente com os seus próprios bens;
∙ Sílvio Rodrigues: Afirma inexistir no CC/02 dispositivo que declare acerca da validade d negocio jurídico praticado antes da sentença de interdição; 
 
∙ Francisco Cavalcanti de Pontes de Miranda: Alegava que a sentença de interdição gozava de natureza constitutiva com eficácia ex tunc, assim, os atos anteriores poderiam ser anulados desde que provada que a doença existia antes. A eficácia teria efeito desde logo e também retroagiria.
→ Teoria Constitutiva: Alega que tanto o curador quanto o incapaz são frutos de natureza jurídica, portanto, mesmo por serem fatores naturais, dependem de um procedimento judicial. Essa teoria visa à sentença Constitutiva, com efeito ex nunca, ou seja, não retroage, passa a ter validade aos negócios posteriores a sentença.
DA LEGITIMAÇÃO: A legitimação é uma hipótese de incapacidade especial ou circunstancia impeditiva a qual não permite que o curador pratique determinados negócios jurídicos em relação a bens, pessoas e interesses do incapaz.
Ex: art. 496 CC
Art. 1647 CC
Art. 1749 CC
DA AUTORIZAÇÃO: Além dos institutos da representação e da assistência, tem-se também o instituto da autorização, que se justifica a importância do ato e a necessidade de um tratamento especial. Ex: casamento é proibido a menores de 16 anos, exceto nos casos constantes no art. 1520;
EMANCIPAÇÃO: Se dá em adiantar a maioridade antes da idade legal (18 anos)
São 3 Tipos
	→ Emancipação Voluntária: É concedida pelos pais. Deve se fazer registro em lavratura do Cartório. Aos maiores de 16 e menos de 18. É irrevogável.
Obs: Esse tipo de emancipação só pode ser revogável sob hipótese de emancipação fraudulenta; 
→ Emancipação Proveniente de Ordem Judicial: É concedida pelos tutores. Dá-se através de um procedimento de Jurisdição Voluntária (É a atividade legislativa que visa chancelar ou homologar situações de cunho meramente administrativo). Pode ser revogada por outra sentença.
→ Emancipação por Fatos Legais: São fatos – vide art. 5º CF – que por si só emancipam os menores.
∙ Casamento
Obs: a emancipação proveniente pelo casamento por ter efeito revogável se esse casamento for considerado nulo. Porém, referente ao casamento putativo – art. 1561 – os efeitos não serão revogados.
∙ Exercício de Emprego Publico Efetivo – concursado
∙ Colação de grau em curso de ensino superior
∙ Estabelecimento civil ou comercial com economia própria (hoje em dia não se admite que menor tenha estabelecimento comercial – art. 974 cc)
∙ Relação de Emprego
TIPOS DE MORTE
	A personalidade jurídica da pessoa acaba com o fator natural morte – vide art. 6º CC
Existem 4 tipos de morte:
Morte Real: Tem base legal no art. 6º CC e essa deverá ser comprovada pelos seguintes procedimentos ou comprovantes:
Atestado de óbito – vide art. 77 da lei 6015/73
Justificação de óbito – vide art. 88 da lei 6015/73
Ação declaratória de Morte Presumida
Presunção: é a dedução que se extrai de um fato certo para mostrar a existência de um fato desconhecido
Morte Civil: No Brasil não existe a morte civil, embora ela seja vivenciada em algumas hipóteses como no art. 1816 CC
Morte Presumida – Com ausência: Sumiço sem deixar vestígios
- Sem ausência: Art. 7 CC 
Morte Simultânea ou Comoriência: Ocorre quando duas pessoas morrem de mesmo fato, ao mesmo tempo, não necessariamente no mesmo lugar, e possuem relação de herança entre ri. A regra é: Quando não se souber quem morreu primeiro, deduz-se que ambas morreram ao mesmo tempo – Vide art. 8º CC
Conseqüências legais da Comoriência:
 ∙ Repartição de Herança em partes iguais independentes os regimes de bens;
 ∙ Não haverá sucessão de bens entre os comorientes.

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