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Direito Penal - resumo de prescrição

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PRESCRIÇÃO
1. Diferença entre:
- pretensão punitiva (direito de punir): que surge para o Estado quando o sujeito comete o crime;
- pretensão executória (direito de executar): que surge para o Estado quando ocorre o trânsito em julgado em definitivo da sentença penal condenatória.
*Antes do transito em julgado da sentença penal condenatória o que existe é pretensão punitiva, nunca pretensão executória.
2. Por consequência, a prescrição pode incidir sobre essas duas pretensões do Estado: a pretensão punitiva e a pretensão executória.
3. Conceito de prescrição: é a perda do poder-dever de punir do Estado pelo não exercício da pretensão punitiva ou da pretensão executória durante certo tempo.
4. Na pretensão da pretensão punitiva a prescrição pode incidir levando-se em consideração a pena em abstrato ou levando-se em consideração a pena aplicada, todavia, neste caso, antes do transito em julgado.
4. Assim, temos:
*prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato - Ainda não existe sentença;
*prescrição da pretensão punitiva pela pena em concreto - Já existe sentença penal condenatória, todavia, ainda não existe sentença penal condenatória transitada em julgado (aqui eu estou falando SPCTJ para acusação e defesa);
*prescrição da pretensão executória - Já existe sentença penal condenatória transitada em julgado (para acusação e defesa).
5. Diferença entre prescrição e decadência e perempção: 
A prescrição atinge em primeiro lugar o direito de punir do Estado e, em consequência,
atinge do direito de ação.
Já a perempção e a decadência, ao contrário, alcançam, primeiro, o direito de ação e, por efeito, o Estado perde a pretensão punitiva.
6. Natureza jurídica da prescrição: constitui matéria de direito penal, de direito material, extinguindo o poder-dever de punir. Em suma, constitui causa extintiva da punibilidade, de natureza penal.
7. Fundamentos: tríplice fundamento:
i) teoria do esquecimento;
ii) a correção do condenado; 
iii)a negligência da autoridade.
8. Enquanto a prescrição civil pode ser extintiva e aquisitiva; a prescrição penal só pode ser extintiva.
9. Crimes imprescritíveis:
- crime de racismo (art. 5°, XLII). Hoje definido pela lei que trata de crimes de preconceito de raça e cor, Lei n° 7.716/89;
- constitui crime imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5°, XLIV), com previsão na Lei n° 7.170/83, que define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social.
 
10. Oportunidade de declaração da prescrição: Em se tratando de matéria de ordem pública, a prescrição deve ser reconhecida em qualquer fase do inquérito policial ou da ação penal, de ofício, nos termos do art. 61 do CPP.
11 . Exame do mérito: a incidência da prescrição da pretensão punitiva impede a apreciação do mérito da imputação. Se houver prescrição da pretensão punitiva, não há de se falar em condenação ou absolvição.
12. O prazo prescricional deve ser considerado em face do fato narrado na peça de acusação e não pela capitulação legal feita pelo MP. Assim, se ocorreu um roubo, o MP narrou um roubo e tipificou como furto, a prescrição incidirá sobre o roubo e não sobre o furto.
13. Contagem do prazo prescricional: devemos considerar os dois princípios previstos no art. 10 do CP.
1°) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo; 2°) contam-se os anos pelo calendário comum.
Como contar o prazo: apanha-se o dia do começo do prazo, vai-se ao mesmo dia, do mesmo mês, do ano subsequente, terminando às 24 horas do dia anterior.
Exemplo, "A" comete o crime aos 3.4.1992, às 18 horas.
Verifica-se, pela tabela do 109, que o crime praticado por "A" prescreve em 4 anos.
Neste caso vai prescrever aos 2.4.1996, às 24 horas.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVAPELA PENA EM ABSTRATO:
1. Previsão legal: art. 109 do CP: regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime (Falar da diferença entre pena cominada (em abstraio) e pena aplicada (pelo juiz no caso concreto);
2. Conclusão: para sabermos o prazo da prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato, basta jogarmos o prazo máximo da pena privativa de liberdade cominada no tipo penal na tabela do art. 109 do CP;
3. Dois aspectos interessantes precisam ser analisados aqui: 
- Causa de aumento e de diminuição da pena; 
- Agravantes e atenuantes.
4. As causas de aumento e de diminuição da pena são levadas em consideração para o cálculo da prescrição, da seguinte forma:
- causa de aumento: aumenta-se o máximo possível (ex. art. 157, p. 2, I - leva-se em consideração a pena do 157 (10 anos), aumentada do máximo (metade - 5 anos), jogando na tabela do art. 109 o período de 15 anos;
- causa de diminuição: diminui-se o mínimo possível (ex. roubo tentado). A pena do roubo é 10 anos, diminuindo-se o mínimo da causa de diminuição prevista no art. 14, parágrafo único, chegaremos a conclusão que temos que diminuir um terço. Assim, 10 anos menos um terço é igual a 7 anos. Esse é o período que terá que ser jogado na tabela do 109;
5. As agravantes e atenuantes não são consideradas para a contagem do prazo prescricional.
Motivo - é que nas agravantes e atenuantes não existe um prazo fixado pelo legislador para agravar ou atenuar a pena, ficando a agravação da pena ou atenuação da pena a critério do juiz, motivo pelo qual nunca teremos um parâmetro para levá-las em consideração no momento em que for verificada a prescrição. Para alguns, as agravantes e atenuantes não serão levadas em consideração pelo fato de elas não poderem elevar a pena máxima além do máximo, não sendo, pois, importantes para efeitos de prescrição.
Entretanto, segundo o art. 115 – e aí por previsão expressa – sendo o réu menor de 21 anos na data do fato ou maior de 70 anos na data da sentença, o prazo prescricional será reduzido pela metade. São, portanto, duas atenuantes genéricas (art. 65, I) que alteram o lapso prescricional.
O fato de o Código Civil ter diminuído a menoridade para os atos da vida civil para 18 anos não modificou a regra do art. 115 do CP, que continua prevendo a redução do prazo prescricional quando o infrator possuir menos de 21 anos na data do fato. Trata-se de norma especial.
Em relação aos maiores de 70 anos, é preciso chamar a atenção para o fato de que, nos termos da lei, o acusado deve ter tal idade na data da prolação da sentença condenatória de primeira instância ou, analogicamente, por ocasião do julgamento de recurso que reforme sentença absolutória e condene o réu. Assim, se o réu tinha 69 anos na data em que foi condenado em primeira instância, não há que se cogitar de redução do prazo pela metade se, na data do julgamento do recurso, já contava com 70 anos.
Lembre-se que o Estatuto do Idoso (Lei n° 10.741/2003) assim define as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, porém referida lei não revogou expressa ou tacitamente a regra do art. 115 do CP, na medida em que foge às finalidades de referido Estatuto dar proteção diferenciada a pessoas idosas acusadas de ilícito penal. A prescrição pela metade continua tendo como referência a idade de 70 anos (o STF já se manifestou neste sentido).
6. Quando começa a correr a prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato?
Art. 111. (Atenção para a controvérsia em torno do inciso IV).
7. Causas de interrupção da prescrição - art. 117.
- Trata-se aqui de rol exaustivo, não existe outra causa de interrupção da prescrição que não esteja prevista no art. 117 do CP;
1° CAUSA - Recebimento da denúncia
- O aditamento da denúncia para incluir co-réu não interrompe a prescrição, uma vez que o aditamento não está previsto no art. 117 como causa de interrupção da prescrição. Se o recebimento da denúncia foi em relação ao Réu "A", o recebimento do aditamento da denúncia para incluir seu comparsa, o Réu "B", não interrompe a prescrição em relação a "B". Em relação ao Réu "B", o prazo prescricional já tinha sido interrompido com o recebimento da denúncia emrelação ao Réu "A". Isto está expressamente escrito no parágrafo primeiro do art. 117. (Conclusão: Quando o crime é cometido em concurso de agentes e apenas um dos agentes é descoberto, quando o juiz recebe a denúncia em relação a este agente, o recebimento da denúncia interrompe a prescrição em relação a todos os seus comparsas. Assim, se posteriormente os demais comparsas forem descobertos, ensejando o aditamento da denúncia, esse aditamento da denúncia para incluir os demais comparsas não vai interromper a prescrição. A prescrição já se interrompeu quando a denúncia foi recebida em relação ao primeiro comparsa descoberto);
- Se a denúncia é nula, seu recebimento não interrompe a prescrição.
2° CAUSA - sentença condenatória recorrível
- Sentença absolutória não interrompe prescrição, somente a sentença condenatória;
- Por sentença condenatória recorrível deve se entender a primeira condenação. Se, no
primeiro grau, há sentença condenatória, interrompida fica a prescrição. Se, no primeiro grau, há sentença absolutória e, somente no segundo grau, em grau de recurso, é que há condenação, somente este acórdão proferido no segundo grau, que condenou o réu, é que vai interromper a prescrição. Sentença aqui abrange a expressão acórdão, é sentença em sentido lato;
- Se a sentença é condenatória e o acórdão, em segundo grau, confirma a sentença condenatória, condenando o réu, o acórdão que condena não interrompe a prescrição. Sentença condenatória capaz de interromper a prescrição é somente a primeira Condenação. Se já existe condenação em primeiro grau, é esta sentença condenatória que vai interromper a prescrição. Se a primeira condenação só veio no segundo grau, é o acórdão condenatório que vai interromper a prescrição. Acórdão condenatório, que confirma sentença condenatória, não interrompe a prescrição;
OBSERVAÇÃO: Se o réu for condenado em primeira instância e o tribunal se limitar a confirmar a condenação, não haverá nova interrupção em face da ausência de previsão legal – ao contrário do que ocorre com a pronúncia, não existe previsão de que a prescrição se interrompe “pelo acórdão que confirma a condenação”. O STF, todavia, entendeu que há interrupção se houver alteração substancial na condenação, ou seja, condenação por outro crime ou modificação consistente da pena. Assim, por exemplo, entendeu o STF, no julgamento do HC 92.340/SC (Informativo n° 499 do STF), da lavra do Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, em que o réu havia sido condenado por abuso de autoridade e o tribunal deu provimento ao recurso da acusação para condená-lo por crime de extorsão. Entendeu-se, neste caso, que a condenação efetiva pelo crime de extorsão se deu pelo tribunal (interrompendo a prescrição), e não pelo juízo de primeiro grau.
- Art. 117, parágrafo 1°, 2a, parte - Imaginem que o réu foi denunciado pela prática, em concurso material, de dois crimes, lesão corporal (art. 129) e resistência (329). Se o juiz recebe a denúncia em relação aos dois crimes e no final, no momento da sentença, condena o réu pela prática de lesão corporal e o absolve pela resistência, a condenação pela lesão corporal interrompe a prescrição dos dois crimes, ou seja, da lesão corporal (é óbvio, já que aqui ele foi condenado) e também da resistência (crime pelo qual ele havia sido absolvido);
- Art. 117, parágrafo 2° - a exceção do inciso V quer dizer que se você começou a cumprir uma pena de dois anos, cumpriu l ano e dois meses e fugiu, o Estado passa a ter três anos para recapturar o criminoso, ou seja, o prazo que vai ser jogado na tabela do art. 109 é o prazo restante que faltou para encerrar o cumprimento da pena, ou seja, os 10 meses. Não mais será jogado na tabela do 109 o tempo de condenação, 2 anos, mas o tempo que resta para cumprir a pena, 10 meses. Logo, o Estado terá apenas 3 anos para recapturar o criminoso.
- Essa exceção feita no 117, parágrafo 2°, mencionando expressamente o inciso V ("salvo a hipótese do inciso V deste artigo"), existe em razão da redação do art. 113. Portanto, no art. 117, parágrafo 2°, faça uma remissão expressa ao art. 113.
8. Causas de suspensão da prescrição: (Art. 116 do CP); A respeito, veja-se súmula 415 do STJ. [2: Em dezembro de 2009, tendo o ministro Arnaldo Esteves Lima como relator, a 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou a Súmula 415, com o seguinte teor: “O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”.O enunciado visa à consolidação de julgados do STJ acerca da aplicação do art. 366 do CPP, que determina a suspensão do processo penal e do curso do prazo prescricional, quando o réu for citado por edital e não comparecer nem constituir advogado nos autos. “Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312″.Como se vê, o art. 366 do CPP, com a redação que lhe foi dada pela Lei 9.271/96, não estabelece por quanto tempo o curso do prazo prescricional deve permanecer suspenso, o que pode gerar situações de imprescritibilidade não previstas em lei, causando prejuízo ao acusado.A doutrina mais acertada aconselhava que se adotasse como teto o prazo da prescrição de acordo com a pena máxima abstratamente atribuída a cada crime, conforme a regra do artigo 109 do CP. Foi essa solução que o STJ acertadamente agora sedimentou.Assim, na prática, nenhum processo poderá ficar suspenso por mais de vinte anos, pois este é o prazo prescricional máximo para as espécies delitivas mais graves, de acordo com o art. 109, inciso I, do CP.Vamos a um exemplo.Digamos que réu denunciado por homicídio seja citado por edital e não compareça em juízo nem constitua defensor. Aplicando o art. 366 do CPP, o juiz deverá suspender o andamento do processo e, ao mesmo tempo, determinar a suspensão do curso do prazo prescricional.Em se tratando de homicídio, o prazo prescricional da pretensão punitiva é de 20 anos, segundo o art. 109, inciso I, do CP. Esse magistrado deverá então sustar a ação penal por tal prazo máximo. Se, passados esses vinte anos, o réu não for encontrado, o prazo prescricional, que havia sido interrompido com o recebimento da denúncia (art. 117, inciso I, do CP) e em seguida suspenso (art. 366 do CPP), voltará a correr pelo tempo restante, isto é, de onde parou no momento da suspensão do processo.Logo, o prazo total final de paralisação de uma ação penal com réu jamais encontrado resultará da seguinte soma: prazo máximo da suspensão + tempo remanescente do prazo prescricional. Só ocorrerá a extinção da punibilidade quando atingido esse marco. No exemplo citado, o processo penal poderá ficar em stand-by por quase 40 anos. Só então será arquivado.Problemas da SúmulaAlém de não deixar clara a solução acima apontada, a Súmula 415 do STJ não resolve um outro problema: o de determinar qual deve ser o prazo de suspensão do processo nos crimes imprescritíveis, como o racismo (art. 5º, XLII, CF). Assim, para estes crimes, na hipótese do art. 366 do CPP, o curso do prazo prescricional poderá permanecer suspenso indefinidamente. Posição do STF sobre o art. 366 do CPP: Vale atentar para o fato de que, em 2007, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal enfrentou o problema do prazo da suspensão e decidiu de forma diferente do STJ: “EMENTA: [...] II. Citação por edital e revelia: suspensão do processo e do curso do prazo prescricional, por tempo indeterminado – C.Pr.Penal, art. 366, com a redação da L. 9.271/96. 1. Conforme assentou o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ext. 1042, 19.12.06, Pertence, a Constituição Federal não proíbe a suspensão da prescrição, por prazo indeterminado, na hipótese do art. 366 do C.Pr.Penal. 2. A indeterminação do prazo da suspensão não constitui, a rigor, hipótese de imprescritibilidade: não impede a retomada do curso da prescrição, apenas a condiciona aum evento futuro e incerto, situação substancialmente diversa da imprescritibilidade. 3. Ademais, a Constituição Federal se limita, no art. 5º, XLII e XLIV, a excluir os crimes que enumera da incidência material das regras da prescrição, sem proibir, em tese, que a legislação ordinária criasse outras hipóteses. 4. Não cabe, nem mesmo sujeitar o período de suspensão de que trata o art. 366 do C.Pr.Penal ao tempo da prescrição em abstrato, pois, “do contrário, o que se teria, nessa hipótese, seria uma causa de interrupção, e não de suspensão.” 5. RE provido, para excluir o limite temporal imposto à suspensão do curso da prescrição.” (STF, 1ª Turma, RE 460971, relator min. Sepúlveda Pertence, julgado em 13/02/2007).]
- Art. 116, inciso I - exemplo clássico encontra-se no crime de bigamia. Ex. "A" está sendo processado por bigamia e o juiz criminal descobre que na Vara Cível existe uma ação ajuizada por "A" com o objetivo de anular o seu casamento. Se "A" conseguir anular seu casamento, desaparece o crime de bigamia. Desta forma, o juiz criminal suspende o processo criminal e fica aguardando o resultado da ação de nulidade de casamento ajuizada por "A", na Vara Cível. Enquanto ficar suspenso o processo criminal não vai correr o prazo prescricional;
- Art. 116, inciso II - está se referindo a prescrição da pretensão executória. Não tem como aplicar a pena ao réu que está cumprindo pena no estrangeiro, por isso a prescrição da pretensão executória terá que ficar suspensa;
9. Prescrição no caso de concurso de crimes: Art. 119
-Exemplo, o Motorista "A", no dia 15/9, com uma só ação, dirigir em alta velocidade, atropela e mata 4 pessoas. Como será contada a prescrição desses quatro crimes? Cada homicídio culposo é apenado, em abstrato, segundo o art. 321, parágrafo 3°, com a pena máxima de 5 anos. Assim, a prescrição, segundo a tabela do 109, será de 8 anos. Passou 8 anos, os quatro homicídios culposos estarão prescritos. Todos vão prescrever no mesmo dia, se você considerar que todos eles se consumaram no mesmo dia. Se eles se consumaram no mesmo dia, leva-se em consideração a data da consumação de cada crime;
- Em suma, no caso de concurso de crimes (concurso formal, material ou crime continuado) você levará em consideração, para fins de prescrição, a pena de cada crime isoladamente e não a soma da penas levando-se em consideração o aumento previsto em razão do concurso de crimes;
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNTIVA PELA PENA APLICADA:
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PELA PENA APLICADA INTERCORRENTE OU SUPERVENIENTE;
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PELA PENA APLICADA RETROATIVA:
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PELA PENA APLICADA RETROATIVA:
1..Ainda existe, hoje, prescrição retroativa? Explico a razão do questionamento: o parágrafo 2°, do art. 110, foi revogado pela Lei 12.234/2010. Como a prescrição retroativa encontrava-se prevista em tal parágrafo, surge o questionamento a respeito de sua existência depois dessa revogação. Assunto Controvertido.
Primeira Posição: sim, ainda existe prescrição retroativa. Essa corrente pode ser subdividida em dois entendimentos. Um que admite prescrição retroativa somente no intervalo que vai do recebimento da denúncia até a sentença penal condenatória, outro entendimento um pouco mais amplo. Veja-se:
Posição do Rogério Greco e Fernando Capez: entende que pode haver ainda prescrição retroativa, mas somente no intervalo existente entre o recebimento da denúncia e a sentença penal condenatória.
FATO __________RD__xxxxxxxxxxxxxxx___Sentença Penal Condenatória
Posição do Mirabete: entende que a prescrição retroativa pode ocorrer da data do oferecimento da denúncia até a data do recebimento da denúncia, não podendo acontecer, entretanto, antes do oferecimento da denúncia.
Motivo: pela redação do art. 110, p. 1°, que fala em “A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou da queixa”
FATO_______________OFERECIMENTO DA DEN. _xxxxxxxxxxx___R/D_________SPC
Segunda Corrente: Entende que a Lei 12.234/2010 extinguiu a prescrição retroativa (Luiz Flávio Gomes/Damásio).
Para esta corrente doutrinária, esta foi a vontade do legislador, como se vê nos trabalhos que nos levaram à lei nova. E teve e tem o reforço do Conselho Nacional de Justiça, propenso no sentido de um Justiça mais rápida, sem esquecer princípios constitucionais de segurança jurídica. Justiça rápida não precisa de prescrição retroativa, dada a sua finalidade de punir o Estado de Justiça lenta.
É correto dizer que a vontade da lei prevalece sobre a vontade do legislador e do Estado. Apreciando o novo texto, entretanto, verifica-se que foi também a vontade da lei expulsar a prescrição retroativa da nossa legislação, uma vez que o art. 1° da Lei n° 12.234/201 determina: “esta lei altera os arts...., para excluir a prescrição retroativa”.
E foi tão clara essa manifestação que, sem que houvesse necessidade, a lei nova dispôs sobre a revogação da fonte da prescrição retroativa em dois dispositivos: arts. 1° e 4°.
No art. 1° da Lei, revogou expressamente o parágrafo 2° do art. 110 do CP. No art. 4 da lei, disse expressamente “revoga-se o parágrafo 2° do art. 110 do CP”.
Conclusão: como o parágrafo 2° do art. 110 do CP foi revogado, não existe mais prescrição retroativa, mas somente as seguintes:
- a que atinge a prescrição punitiva (art. 109);
- a da pretensão executória (art. 110, caput) e
- a superveniente (art. 110, parágrafo 1°).
2. Previsão Legal: art. 110, parágrafo 1°, c/c art. 109.
3. Termo Inicial: data do recebimento da denúncia ou da queixa. Para o Mirabete, pode ter por termo inicial data do oferecimento da denúncia, podendo ocorrer do oferecimento da denúncia ao recebimento da denúncia e do recebimento da denúncia até a sentença penal condenatória.
4. Condições: transito em julgado para a acusação.
5. O juiz que prolata a sentença penal condenatória recorrível não pode reconhecer a prescrição retroativa, uma vez que ao proferir a sentença ainda não há transito em julgado para a acusação
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PELA PENA APLICADA INTERCORRENTE OU SUPERVENIENTE:
1.Previsão Legal: art. 110, parágrafo 1°, c/c art. 109;
2. Termo inicial: data da publicação da sentença penal condenatória;
3. Condição: transito em julgado para a acusação;
EXEMPLOS:
A consumação do fato ocorreu em 1992. O recebimento da denúncia se deu em 1993. A sentença penal condenatória veio em 1994 e condenou o réu a 6 meses (prescreve em 3 anos). 
Dessa condenação só a defesa recorreu.
O Tribunal de Justiça confirmou a sentença penal condenatória em 1998.
Pode a pena aplicada e confirmada pelo TJ ser executada?
Suponha-se que, 6 meses após o recebimento da denúncia, o recu venha a ser condenado a 3 meses de detenção, transitando em julgado a sentença penal condenatória para o MP. Três anos e meio após a publicação da sentença condenatória o réu ainda não foi intimado. Houve prescrição intercorrente, nos termos do art. 110, parágrafo 1°.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA:
1. Previsão Legal: art. 112 do CP;
2. Condição para se falar em prescrição da pretensão executória: transito em julgado para a acusação e para a defesa. Ou seja, transito em julgado em definitivo;
3. Termo inicial: art. 112
I – dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;
II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena (como é o caso do art. 41 c/c 42, do CP);
Quando começa a correr o prazo da prescrição da pretensão executória?
Aqui não se aplica o art. 111, haja vista que o art. 111 só se aplica a prescrição da pretensão punitiva.
A resposta a esta questão encontra-se no art. 112 do CP.
- Art. 112, inciso I: só podemos falar em prescrição da pretensãoexecutória após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória em definitivo, ou seja, quando transitar em julgado para condenação e também para a defesa. Todavia, apesar dessa exigência, o prazo prescricional, no caso de prescrição da pretensão executória, começa a contar a partir do trânsito em julgado para a condenação.
EM SUMA: Exige-se o transito em julgado para condenação e defesa, todavia, o prazo prescricional começa a contar a partir do trânsito em julgado para a acusação;
- Se o agente vinha gozando do sursis ou do livramento condicional e tal beneficio é revogado, significa que a pessoa tem que ser presa, tem que ser levada a cumprir a pena privativa de liberdade, tem que voltar a cumprir a pena privativa de liberdade efetivamente preso, e o Estado tem um tempo para capturar essa pessoa, se não capturar nesse tempo devido vai prescrever;
- No caso do sursis, como não se pode descontar o tempo em que a pessoa esteve solta, se a pessoa, por exemplo, é condenada a l ano, fica solta 6 meses, aí existe aqui a revogação. O prazo que vai ser jogado na tabela do 109 é l ano, porque não se leva em consideração o tempo que ele ficou solto;
- No livramento condicional a situação é diferente (ex. pessoa é condenada a 12 anos, ficou presa 4 anos, e obteve o livramento condicional, saiu, estava cumprindo o livramento condicional a 2 anos. Se o livramento condicional for revogado em razão de um crime cometido antes dele obter livramento condicional, o prazo que ele esteve solto será levado em consideração, desta forma será jogado na tabela do 109 o período de 6 anos; Mas se o livramento condicional é revogado em razão da prática de um crime durante o período de prova, aí a solução vai ser diferente. Os dois anos que ele esteve solto não será levado em consideração. Será jogado na tabela do 109 o período de 8 anos (arts. 86 e 88 do CP).
Art. 112, II (primeira parte) – alguém condenado a 10 anos, cumpre 7 anos e foge. O tempo restante do cumprimento da prisão é o que será jogado na tabela do art. 109, ou seja, 3 anos. Então, o Estado terá 8 anos para capturar o condenado
Art. 112, II (segunda parte) – refere-se ao caso de internação do condenado. Quando a execução é interrompida porque o condenado ficou doente mental no curso da execução ou teve alguma doença que tem que ser tratada. Esse período de internação vai ser computado na pena.
4.. A prescrição da pretensão executória regula-se pela pena aplicada (art. 110 caput). Porém, no caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena (art. 113);
5. A prescrição da pretensão executória aumenta-se de um terço (o prazo), se o condenado é REINCIDENTE (art. 110, parte final). Esse aumento não é aplicável à pena de multa. Como o art. 110 determina que a prescrição deve ser regulada nos termos dos prazos do art. 109, e como este só cuida da pena privativa de liberdade, o acréscimo de um terço não seria sobre a pena de multa, regulamentada pelo art. 114 do CP.[3: Observe que esse aumento do prazo prescricional só se aplica a prescrição executória, não à prescrição da pretensão punitiva. A Súmula 220 do STJ diz isso expressamente, ao afirmar que: “ a reincidência não interfere no prazo da prescrição da pretensão punitiva”.]
Exemplo: "A" comete o crime "X" e é condenado, cumprindo sua pena. Após ser solto, antes do lapso de 5 anos, comete novo crime, o crime "Y", e é condenado a 11 meses. Come ele é reincidente, a prescrição da pretensão executória não vai ocorrer em 2 anos (art. 109, VI), mas em 4 anos, levando-se em consideração a pena aplicada (11 meses) +1/3 (em razão da reincidência), ficando a pena, portanto, acima de l ano para fins de prescrição da pretensão executória, ocorrendo esta prescrição, nos termos do art. 109, V, em 4 anos;
5. Causas de interrupção da prescrição da pretensão executória:
Art. 117:
V – início ou continuação do cumprimento da pena. 
Enquanto o sujeito está preso não se fala em prescrição, pois não há inércia do Estado. Ele está cumprindo sua pena. 
VI – Reincidência.
Se o sujeito foi condenado por sentença penal condenatória transitada em julgado em definitivo. A partir do transito em julgado para a acusação começa a correr o prazo prescricional.
Assim, se ele está foragido e comete novo crime, neste novo crime ele será reincidente e essa reincidência interrompe a prescrição em relação ao crime anterior. Segundo Damásio, basta que ele cometa novo crime. Essa interrupção da prescrição ficará condicionada a futura condenação nesse novo crime? Assunto Controvertido.
Primeira posição: Basta cometer esse novo crime que será reincidente e terá a prescrição interrompida. Aqui a interrupção fica condicionada a posterior condenação nesse novo crime. Se não houver essa condenação, não houve reincidência e não houve causa de interrupção, já que o art. 63, ao definir reincidência, fala em “cometer novo crime”. Damásio.
Segunda Posição: somente com o transito em julgado em relação a este segundo crime é que haveria interrupção da prescrição, sob pena de violação ao princípio da presunção de inocência.
6.Qual a diferença existente entre a reincidência dos arts. 117, VI e 110, última parte?
7. Detração e prescrição: se o sujeito comete um crime, fica preso provisoriamente por 2 anos e no final do processo é condenado a 4 anos.
8. Se no curso do cumprimento da pena ele foge, você vai jogar na tabela do art. 109, 4 anos (tempo que ele foi condenado) ou você vai jogar na tabela do art. 109, 2 anos (tempo que ele teria que cumprir da pena em razão da detração)? Assunto Controvertido.
Primeira corrente: não se desconta o tempo da prisão cautelar para efeito de prescrição (dominante). Já existe decisão do STF neste sentido. Veja a ementa: “Prisão provisória. Contagem para efeito da prescrição. Impossibilidade. O tempo de prisão provisória não pode ser computado para efeito da prescrição, mastão somente para o cálculo de liquidação da pena. O art. 113 do CP, por não comportar interpretação extensiva nem analógica, restringe-se aos casos de evasão e de revogação do livramento condicional. Ordem denegada.” (STF, RHC 85.026/SP, Primeira Turma, Relator Ministro Eros Grau, DJ 27.05.2005, p. 123).
Segunda corrente: leva-se em consideração o tempo da prisão cautelar para o cálculo da prescrição.
PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA:
1.. Quando a pena de multa está sozinha, cominada ou aplicada, prescreverá em dois anos.
2. Quando a pena de multa está junta com a pena privativa de liberdade, cominada ou aplicada, mesmo que só falte ela para ser cumprida, ela prescreve no prazo da pena privativa de liberdade.
Controvérsia:
Primeira Corrente: entende que os prazos prescricionais estabelecidos no art. 114 do CP dizem respeito tanto à pretensão punitiva quanto à pretensão executória do Estado.
Motivo: apesar de o art. 51 do CP considerar a multa, depois do transito em julgado, como dívida de valor, os artigos 51 e 114 receberam suas redações por intermédio do mesmo diploma legal (Lei n° 9268/96), isto quer dizer que o disposto no art. 114 se aplica na hipótese do art. 51 (Rogério Greco, Heleno Cláudio Fragoso, Luiz Carlos Betanho);
Segunda Corrente: entende que a prescrição da pretensão executória da multa dar-se-á sempre em cinco anos, e a execução será realizada separadamente da pena privativa de liberdade, perante a Vara da Fazenda Pública, uma vez que a Lei n° 9268/96 determinou que, para fins de execução, a pena pecuniária fosse considerada dívida de valor, no art. 174 do CTN (5 anos). Posição sustentada por Fernando Capez e Renê Ariel Dotti.
PRESCRIÇÃO E MEDIDAS DE SEGURANÇA:
Hoje já está pacificado que as medidas de segurança também se sujeitam ao regime de prescrição, pois o contrário violaria o princípio constitucional da prescritibilidade. Ademias, o art. 96, parágrafo único, do CP expressamente dispõe que “extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta”. Essa dúvida existia anteriormenteem razão do prazo indeterminado da medida de segurança.
Considerando que a medida de segurança é aplicada por prazo indeterminado, a interpretação é no sentido de que ambas (pretensão punitiva ou executória) devem tomar por base o montante MÁXIMO da pena em abstrato. Dessa forma, se o crime tem pena máxima de 6 anos, a prescrição da medida de segurança aplicada dar-se-á em 12 anos. No caso da pretensão executória, porém, a sentença não interrompe o prazo prescricional, por ter natureza ABSOLUTÓRIA (imprópria), nos termos do art. 386, parágrafo único, III, do CPP.
Em recente decisão, Informativo 535, de março de 2014, o STJ confirmou que “a prescrição da Medida de Segurança imposta em sentença absolutória imprópria é regulada pela pena máxima abstratamente prevista para o delito”.
Na hipótese de ocorrer prescrição da pretensão punitiva, o juiz não poderá impor medida de segurança, ainda que constatada a periculosidade do réu.
Já no caso de medida de segurança aplicada aos semi-imputáveis, não há dificuldade, porque, neste caso, o art. 98 do CP estabelece que o juiz condena o réu, aplica-lhe pena privativa de liberdade (diminuída de 1/3 a 2/3 em razão da perturbação mental) e em seguida a substitui pela medida de segurança. Assim, é com base no montante de pena inicialmente aplicado na sentença que é feito o cálculo (embora a medida de segurança seja aplicda sempre por tempo indeterminado, com prazo mínimo de 1 a 3 anos).[4: Trecho extraído do livro do Pedro Lenza, p. 657.]

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