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AN02FREV001/REV 4.0 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE BRINCADEIRAS E JOGOS INFANTIS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 CURSO DE BRINCADEIRAS E JOGOS INFANTIS MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 SUMÁRIO MÓDULO I 1 BRINCADEIRA INFANTIL 1.1 INTRODUÇÃO: O BRINCAR E A CRIANÇA 2 A CRIANÇA E O BRINCAR 3 DEFINIÇÃO DOS TERMOS BRINQUEDO, BRINCADEIRA E JOGO 3.1 O QUE É BRINQUEDO? 3.2 O QUE É BRINCADEIRA? 3.3 O QUE É JOGO? 3.4 OS DIFERENTES SIGNIFICADOS DO BRINCAR 4 PAPEL DO EDUCADOR NA EDUCAÇÃO LÚDICA 5 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR 6 PSICOMOTRICIDADE 6.1 EDUCAÇÃO PSICOMOTORA 6.2 ATIVIDADES LÚDICAS QUE AUXILIAM NA PSICOMOTRICIDADE 7 A INFLUÊNCIA DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 7.1 A BRINCADEIRA NA ESCOLA 7.2 JOGOS NA APRENDIZAGEM 7.3 OS JOGOS E AS REGRAS 7.4 BRINCAR NA ESCOLA 8 CRIANÇA E INFÂNCIA MÓDULO II 9 CLASSIFICAÇÃO DOS JOGOS 9.1 CONCEPÇÃO DO JOGO SEGUNDO WALLON 10 O JOGO INFANTIL SEGUNDO PIAGET E VYGOTSKY 10.1 O JOGO NA CONCEPÇÃO DE PIAGET 10.2 O JOGO NA CONCEPÇÃO DE VYGOTSKY AN02FREV001/REV 4.0 11 COMPREENDENDO O UNIVERSO LÚDICO 12 EDUCAÇÃO LÚDICA 12.1 PIAGET 12.2 VYGOTSKY 13 O USO DE JOGOS E BRINCADEIRAS PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL 14 ATIVIDADES LÚDICAS ÀS DIVERSAS FAIXAS ETÁRIAS 15 JOGOS E BRINCADEIRAS NO ESTÍMULO DE SENTIDOS 15.1 O ESTÍMULO DOS SENTIDOS DE 0 a 6 ANOS MÓDULO III 16 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NAS SÉRIES INICIAIS 17 BRINQUEDO DE REPRESENTAÇÃO DE PAPÉIS E DE CONSTRUÇÃO 17.1 A SERIEDADE DO BRINQUEDO 18 A AQUISIÇÃO DE HABILIDADES MOTORAS 19 O JOGO CRIA ORDEM 20 LISTA DE BRINCADEIRAS E JOGOS INFANTIS 21 CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS: O JOGO, O BRINQUEDO E AS BRINCADEIRAS 21.1 HABILIDADES OPERATÓRIAS E OS JOGOS 22 O BRINQUEDO COMO ATIVIDADE PARA ESTIMULAR A CRIANÇA 23 EDUCAÇÃO INFANTIL 23.1 TIPOS DE ATIVIDADES 23.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES MÓDULO IV 24 A FORMAÇÃO DO EDUCADOR POR MEIO DA VIVÊNCIA, DA DISCUSSÃO E DA REFLEXÃO DOS JOGOS E BRINCADEIRAS 25 DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA 26 SUGESTÕES DE SITES COM BRINCADEIRAS E JOGOS INFANTIS; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 5 MÓDULO I 1 BRINCADEIRA INFANTIL FIGURA 1 FONTE: Disponível em: <http://blog.educacional.com.br/vivaamusica/category/educacao-infantil/>. Acesso em: 29 out. 2011. “A brincadeira é uma atividade que a criança começa desde seu nascimento no âmbito familiar” (KISHIMOTO, 2002, p. 139) e continua com seus pares. Inicialmente, ela não tem objetivo educativo ou de aprendizagem predefinido. Muitos autores afirmam que ela é desenvolvida pela criança para seu prazer e recreação, entretanto, ainda permite a ela interagir com pais, adultos e outros, bem como descobrir o meio ambiente. Desse modo, “brincar é muito importante porque, enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba, os hábitos necessários a esse crescimento” (BETTELHEIM, 1988, p. 168). Refletir sobre a importância do brincar nos remete às mais diversas abordagens existentes, tais como a cultural, que analisa o jogo como expressão da cultura, especificamente a infantil; a educacional, que analisa o subsídio do jogo para a educação, desenvolvimento e/ou aprendizagem da criança e a psicológica, AN02FREV001/REV 4.0 6 que vê o jogo como uma forma de compreender melhor o funcionamento da psique, enfim, das emoções, da personalidade dos indivíduos. E afinal, por que é tão importante brincar? As brincadeiras e jogos que vão surgindo gradativamente na vida das pessoas - desde os mais funcionais até os de regras, mais elaborados - são os elementos que lhe proporcionarão estas experiências, possibilitando a conquista da sua identidade. A respeito disso, Bettelheim (1988) diz que os primeiros esforços para se tornar um eu, jogando coisas do berço – isto é – evidenciando a si próprio que pode fazer coisas –, são seguidos pelo estágio do acesso de raiva, que é causado pelo fracasso de seu esforço para demonstrar a si mesmo que pode fazer coisas para si próprio. Essas mesmas atividades permitem que as crianças excedam sentimentos e fatos, concordando-os entre si, reelaborando-os criativamente e construindo novas possibilidades de interpretação e de reprodução do real, de acordo com suas afeições, suas necessidades, seus anseios e suas paixões. De acordo com Piaget: Essas formas de jogo, que consistem, pois, em liquidar uma situação desagradável revivendo-aficticiamente, mostram, com particular clareza, a função do jogo simbólico, que é a de assimilar o real ao eu, libertando este das necessidades de acomodação (1994, p. 73). FIGURA 2 FONTE: Disponível em: <http://nezialmeida.blogspot.com/>. Acesso em: 29 out. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 7 As situações de brincadeiras liberam, também, às crianças, o encontro com seus pares, fazendo com que interajam socialmente, quer seja no espaço escolar ou não. No grupo, desvendam que não são os únicos sujeitos da ação, e que para alcançar seus objetivos necessitam levar em consideração o fato de que outros também têm objetivos próprios que querem satisfazer. Os jogos infantis, na visão de Piaget (1994), constituem-se “admiráveis instituições sociais” e por meio deles as crianças vão desenvolvendo a noção de autonomia e de reciprocidade, de ordem e de ritmo. Ao ajustar, extensivamente, sobre o tipo de jogo que querem utilizar, as condições do ambiente para que aconteça, bem como as regras que devem ser sobrepostas, as crianças desenvolvem sua capacidade de raciocinar, de julgar (isto ao verificar o que é e o que não é apropriado ao momento), de argumentar, de como chegar a um consenso, reconhecendo o quanto isso é importante para dar início à atividade em si. Segundo Bettelheim (1988, p. 248), “aprender isso tudo é infinitamente mais relevante para o desenvolvimento da criança como ser humano do que qualquer capacidade que possa desenvolver no jogo em si”. Consentir à criança ambiente para brincar, proporcionando-lhe interações que vêm, realmente, ao encontro do que ela é, aliado as nossas tentativas no sentido de compreendê-la, efetivamente, nestas atividades, é dar-lhes mostras de “respeito”. Assim, fica-nos manifesta a importância do brincar no âmbito escolar. Essa certeza, no entanto, nos estimula a rever a situação dos educadores: será que estão dispostos a lidar com essas questões do mundo infantil? Ao levar em consideração o papel do educador, não se deve estabelecer uma visão única da relação ensino-aprendizagem, todavia, é clara, para nós, a responsabilidade do educador no processo educativo. As composições conscientes e/ou inconscientes existentes nesse adulto que ensina se cogitam, essencialmente, na sua prática. Desse modo, um professor que não sabe e/ou não contemplabrincar, dificilmente desenvolverá um “olhar sensível” para a prática lúdica do seu aluno, tão pouco distinguirá o valor das brincadeiras na vida da criança. AN02FREV001/REV 4.0 8 Para que o professor utilize as brincadeiras no campo escolar de forma coerente, analisando a importância de que ele reflita na e sobre a prática, pois o educador deve saber relacionar o processo de desenvolvimento infantil ao surgimento das brincadeiras, ponderando que o brincar vai além das questões estritamente cognitivas, sendo, culturalmente, uma atividade humana. 1.1 INTRODUÇÃO: O BRINCAR E A CRIANÇA FIGURA 3 FONTE: Disponível em: <http://vamosbrincar.arteblog.com.br/>. Acesso em: 29 out. 2011. "O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. O brincar é uma experiência humana, rica e complexa." (ALMEIDA, 2000). O brincar é um direito da criança enfatizado em diversos documentos internacionais, como: Declaração universal dos direitos da criança - ONU (20/11/1959) "A criança deve ter todas as possibilidades de entregar-se aos jogos e às atividades recreativas, que devem ser orientadas para os fins visados pela AN02FREV001/REV 4.0 9 educação; a sociedade e os poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o gozo deste direito". Associação internacional pelo direito da criança brincar - IPA 1979 (Malta), 1982 (Viena), 1989 (Barcelona) Os princípios norteadores da Associação Internacional pelo Direito da Criança Brincar - IPA são: Saúde: o Brincar é essencial para a saúde física e mental das crianças. Educação: o Brincar faz parte do processo da formação educativa do ser humano. Bem-estar - ação social: o O brincar é fundamental para a vida familiar e comunitária. Lazer no tempo livre: o A criança precisa de tempo para brincar em seu tempo de lazer. Planejamento: o As necessidades da criança devem ter prioridade no planejamento do equipamento social. Perante o exposto verifica-se que nem sempre a teoria pode ser aplicada na prática, pois, muitas vezes, o país não tem dado aos pequenos a devida importância, principalmente no que se refere ao direito de brincar. Deve-se lembrar que o brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. Além disso, é uma experiência humana, rica e complexa. Se o brincar é um direito, devemos ter, estimular e cobrar políticas públicas dirigidas em quatro eixos básicos: AN02FREV001/REV 4.0 10 I. Criação de espaços lúdicos estruturados para jogos, brinquedos e brincadeiras; II. Organização sistemática de ações de formação lúdica de recursos humanos em diferentes níveis; III. Campanhas formativas e informativas sobre a importância do brincar; IV. Criação de centros de pesquisa, de documentação e assessoria sobre jogos, brinquedos e brincadeiras e outros materiais lúdicos. Outro documento de grande relevância foi o estudo introdutório do referencial curricular nacional para a educação infantil no eixo do brincar e conhecido como Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN's. Este documento foi criado no ano de 1998 em Brasília por educadores especialistas no assunto. Seguem alguns pontos apresentados neste estudo: É imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições. A brincadeira é uma linguagem infantil. No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando. O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. O brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto. AN02FREV001/REV 4.0 11 Os conhecimentos da criança provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações. Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir no interior de um determinado tema e enredo, cujos desenvolvimentos dependem unicamente da vontade de quem brinca. Conforme os PCN's o brincar apresenta-se por meio de várias categorias. E essas categorias incluem: O movimento e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade física das crianças; A relação com os objetos e suas propriedades físicas, assim como a combinação e associação entre eles; A linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para brincar; os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o universo social se constroem; E, finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo-se em um recurso fundamental para brincar. AN02FREV001/REV 4.0 12 O brincar pode, de acordo com alguns estudos, ser dividido em duas grandes categorias: O Brincar Social: reflete o grau no qual as crianças interagem umas com as outras. O Brincar Cognitivo: revela o nível de desenvolvimento mental da criança. Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em quatro modalidades básicas de brincar: O brincar tradicional; O brincar de faz de conta; O brincar de construção; O brincar educativo. As crianças na idade de educação infantil vivenciam experiências lúdicas sociais e não sociais. Um estudo feito por Parten (1932, apud PAPALIA, 2000) revela que no brincar das crianças pequenas, podemos identificar seis tipos de atividades lúdicas sociais e não sociais: Comportamento desocupado; Comportamento observador; Atividade independente (solitária); Atividade paralela; Atividade associativa; Atividade cooperativa ou organizada suplementar. É necessário saber que existem cinco grandes pilares básicos nas ações lúdicas das crianças em seus jogos, brinquedos e brincadeiras, estes pilares são: I. A imitação AN02FREV001/REV 4.0 13 II. O espaço III. A fantasia IV. As regras V. Os valores Para compreender o universo lúdico é essencial abranger o que é brincar e, para isso, é importante conceituar palavras como jogo, brincadeira e brinquedo, admitindo assim aos educadores de educação infantil e do ensino fundamental trabalhar melhor as atividades lúdicas. 2 A CRIANÇA E O BRINCAR FIGURA 4 FONTE: Disponível em: <http://topediatrica.blogspot.com/2010/05/brincar-e-coisa-seria.html>. Acesso em: 29 out. 2011. As crianças encantam-se em todas as experiências de brincadeiras, física e emocional, e são capazes de descobrir objetos e inventar brincadeiras com muita facilidade. AN02FREV001/REV 4.0 14 Normalmente, as crianças dão vazante ao ódio e à agressão nas brincadeiras,como se a agressão fosse alguma substância má de que fosse possível uma pessoa livrar-se. O ressentimento reprimido e os resultados de experiências furiosas podem ser enfrentados pela criança como algo ruim. Todavia, é importante que a criança entenda que os impulsos coléricos ou agressivos podem exprimir-se em um meio conhecido, sem o retorno do ódio e da violência do meio para a criança. Um bom ambiente deve ser capaz de tolerar os sentimentos agressivos, se esses fossem expressos de uma forma aceitável. Deve-se aceitar a presença da agressividade na brincadeira da criança, pois ela pode sentir-se desonesta se o que está presente tiver de ser escondido ou negado (WINNICOTT, 1985). FIGURA 5 FONTE: Disponível em: <http://www.culturamix.com/cultura/comportamento/brincadeiras-infantis>. Acesso em: 29 out. 2011. A brincadeira para a criança providencia uma organização para a iniciação de semelhanças emocionais e assim propicia o desenvolvimento de relações sociais. Estimular a capacidade de brincar na criança é sempre positivo. Se ela estiver brincando, haverá lugar para um sintoma ou dois, e se ela gostar de brincar, tanto sozinha como na companhia de outras crianças, não há qualquer problema AN02FREV001/REV 4.0 15 grave à vista. Se nessas brincadeiras for agregada uma fértil imaginação e se, além disso, o prazer que houver nelas depender de uma apropriada percepção da realidade externa, então os pais poderão sentir-se bastante felizes, mesmo que a criança em questão urine na cama, gagueje, demonstrando explosões de mau humor, ou repetidamente sofra de ataques ou depressão. Suas brincadeiras revelam que essa criança é capaz, dado um ambiente razoavelmente bom e estável, de ampliar um modo de vida pessoal e, finalmente, converter-se em um ser humano integral, desejado como tal e favoravelmente acolhido pelo mundo em geral (WINNICOTT, 1985). 3 DEFINIÇÃO DOS TERMOS BRINQUEDO, BRINCADEIRA E JOGO 3.1 O QUE É BRINQUEDO? FIGURA 6 FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/brinquedo- certo-para-cada-idade-mobile-fantoches-carrinhos-caixas-mordedores-creche- 535400.shtml?page=all>. Acesso em: 29 out. 2011. De acordo com a autora Kishimoto (1994), o brinquedo é representado como um "objeto suporte da brincadeira", ou seja, brinquedo aqui estará concebido por objetos como piões, bonecas, carrinhos etc. Os brinquedos podem ser considerados: estruturados e não estruturados. São designados de brinquedos estruturados aqueles que já são adquiridos prontos, é o caso dos exemplos acima. AN02FREV001/REV 4.0 16 Os brinquedos não estruturados não são provenientes de indústrias, assim são simples objetos como paus ou pedras, que nas mãos das crianças adquirem novo significado, podendo transformar-se em um brinquedo. A pedra se transforma em comidinha e o pau se transforma em cavalinho. Desse modo, os brinquedos podem ser estruturados ou não estruturados dependendo de sua origem ou da alteração criativa da criança sobre o objeto. 3.2 O QUE É BRINCADEIRA? FIGURA 7 FONTE: Disponível em: <http://nah-livinginwords.blogspot.com/2011/06/playing-with-kids.html>. Acesso em: 29 out. 2011. FIGURA 8 AN02FREV001/REV 4.0 17 FONTE: Disponível em: <http://daypurobalanco.blogspot.com/2010/02/brincadeiras-de-ruas_21.html>. Acesso em: 29 out. 2011. FIGURA 9 FONTE: Disponível em: <http://ensfundamental1.wordpress.com/brinquedos-e-brincadeiras17/>. Acesso em: 29 out. 2011. A brincadeira se distingue por alguma estruturação e pela utilização de regras. Seguem algumas brincadeiras amplamente conhecidas: Brincar de Casinha, Ladrão e Polícia etc. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos membros, adotar as próprias regras, por fim, existe maior liberdade de ação para as crianças. 3.3 O QUE É JOGO? FIGURA 10 AN02FREV001/REV 4.0 18 FONTE: Disponível em: <http://blogmail.com.br/jogos-infantis-quebra-cabeca/>. Acesso em: 29 out. 2011. FIGURA 11 FONTE: Disponível em: <http://www.culturamix.com/tecnologia/jogos/jogos-educativos>. Acesso em: 29 out. 2011. FIGURA 12 AN02FREV001/REV 4.0 19 FONTE: Disponível em: <http://www.ead.pucrs.br/biblioteca/bibliotecadigital/jogosinfantis4.htm>. Acesso em: 29 out. 2011. A concepção de jogo está integrada tanto ao objeto (brinquedo) quanto à brincadeira. É uma atividade mais estruturada e estabelecida por um princípio de regras mais explícitas. Exemplos clássicos seriam: Jogo de Mímica, de Cartas, de Tabuleiro, de Construção, de Faz de Conta etc. Uma particularidade importante do jogo é o seu emprego tanto por crianças quanto por adultos, enquanto que o brinquedo tem uma agregação mais exclusiva com o universo infantil. 3.4 OS DIFERENTES SIGNIFICADOS DO BRINCAR Um mesmo jogo, brinquedo ou brincadeira para distintas culturas pode ter diferentes significados, isto quer dizer que é preciso ponderar o contexto social em que se insere o objeto de nossa análise. Boneca: Objeto que pode ser empregado como um brinquedo em uma cultura, ser considerado objeto de adoração em rituais ou ainda um simples objeto de decoração. AN02FREV001/REV 4.0 20 Arco e Flecha: Objeto que pode ser empregado como brinquedo em uma cultura, mas em outra cultura é um objeto no qual se aparelha às crianças para a caça e a pesca visando à sobrevivência. Depois dessas definições é necessário elucidar que as mesmas devem servir para ajudar na reflexão do professor em sua ação lúdica diante da criança e não para limitá-lo nessa metodologia. É necessário que as pessoas envolvidas na pesquisa do lúdico acreditem que o jogo, o brinquedo e a brincadeira terão um sentido mais amplo se vierem concebidos pelo brincar. Em síntese, o universo lúdico abrange, de maneira mais ampla, os termos brincar, brincadeira, jogo e brinquedo. O brincar caracteriza tanto a brincadeira como o jogo e o brinquedo como objeto suporte da brincadeira e/ou do jogo. Apresentamos a seguir um quadro explicativo sobre as diferenças entre: brinquedo, brincadeira e jogo. É necessário esclarecer o significado de cada uma dessas palavras, utilizadas no decorrer do curso, para que elas sejam compreendidas cada qual em seu lugar. Para isso, buscaram-se os conceitos no dicionário Luft e no senso comum. Dicionário Senso comum Brinquedo Objeto com que as crianças brincam. É usado para objetos como boneca, bola, carrinho etc. Brincadeira Ação de brincar. Traz a ideia de ação e movimento e envolve os tradicionais pega- pega, casinha, cirandinha etc. Jogo Ação ou efeito do jogar, passatempo, esporte, divertimento. Remete a uma atividade competitiva, com regras, como os jogos de quadra e os de tabuleiro. É interessante pontuar que os brinquedos ganham características diferentes em cada faixa etária, seguindo a fase de seu desenvolvimento. Até os dois anos aproximadamente, as crianças preferem brinquedos que sejam de cores claras, macios e sonoros. AN02FREV001/REV 4.0 21 Entre os cinco e seis anos, preferem brinquedos de montar. Próximo aos dez anos, passam a gostar de jogos de computador e videogame.Convêm aqui fazer um alerta sobre os brinquedos eletrônicos. É claro que num primeiro instante as crianças acham interessante um carrinho que faz mil representações ao apertar o botão do controle remoto, mas logo elas dispersam. Isto ocorre porque este tipo de brinquedo não desperta a criatividade e tão pouco a estimulam a continuar brincando. Portanto, vale a pena fazer uma seleção criteriosa dos brinquedos a serem apresentados à criança. Os brinquedos não precisam ser sempre industrializados. Pelo contrário, quanto mais diversificados melhor. É muito prazeroso para a criança se seus pais ou professores puderem confeccionar com ela, por exemplo, um jogo de boliche utilizando material reciclável, com garrafas plásticas, jornal e meias velhas. Além de tudo ainda estará desenvolvendo a consciência sobre a preservação do meio ambiente, algo tão discutido atualmente. Outro brinquedo que sempre gera muita discussão entre pais, educadores e psicólogos são as “arminhas”, espadas e revólveres. Estas armas de brinquedo por si só não fomentam a violência. Para que uma criança tenha um comportamento agressivo é necessário que haja um conjunto de fatores envolvidos. Não adianta simplesmente os pais não comprarem armas de brinquedo, porque em um breve instante o faz de conta da criança pode transformar sua mão em um revólver, ou seja, não é com essa atitude que a violência irá deixar de existir. O que os pais podem fazer é não incitar a violência e sempre manter um diálogo aberto dentro de casa e isso vale para a escola também. Na hora de oferecer brinquedos às crianças é importante seguir algumas indicações para sua escolha: Se há interesse e se desafia o pensamento da criança; Se é adequado ao desenvolvimento da criança; Se é rico o suficiente para diversas formas de exploração do objeto; Se é rico em cores, formas, texturas etc.; AN02FREV001/REV 4.0 22 Se o tamanho é adequado à faixa etária (quanto menor a criança maior o brinquedo); Se é seguro, ou seja, se há itens pequenos que a criança possa colocar na boca e engolir. 4 PAPEL DO EDUCADOR NA EDUCAÇÃO LÚDICA A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder - alguém muito consciente e que se preocupe com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si e do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor (ALMEIDA, 1987, p.195). Para que se tenha dentro de instituições infantis o desenvolvimento de atividades lúdicas educativas, é imprescindível garantir a formação do professor e condições de atuação. Somente assim, será possível o resgate do espaço de brincar da criança no dia a dia da escola ou creche. Para nós a formação do Educador Infantil ganha em qualidade se, em sua sustentação, estiverem presentes três pilares: I. Formação teórica II. Formação pedagógica III. Formação lúdica A determinação de se permitir submergir no mundo mágico das crianças seria o primeiro passo que o educador deveria dar. Descobrir o universo infantil demanda do educador informação e conhecimentos teórico e prático, capacidade de observação, amor e vontade de ser cúmplice da criança neste processo. O educador por meio das experiências lúdicas infantis poderá obter informações importantes no brincar espontâneo ou no brincar orientado. Esse desvendar poderá definir discernimentos tais como: AN02FREV001/REV 4.0 23 A duração do envolvimento em um determinado jogo; As competências dos jogadores envolvidos; O grau de iniciativa, criatividade, autonomia e criticidade que o jogo proporciona ao participante; A verbalização e linguagem que acompanham o jogo; O grau de interesse, motivação, satisfação, tensão aparente durante o jogo (emoções, afetividade etc.); Constituição do conhecimento (raciocínio, argumentação etc.); Ênfases de comportamento social (cooperação, colaboração, conflito, competição, integração etc.). A utilização de jogos, brincadeiras e brinquedos em distintas situações educacionais podem ser um meio para estimular, analisar e avaliar aprendizagens específicas, competências e potencialidades das crianças abarcadas. No brincar natural podem-se registrar as ações lúdicas a partir da: observação, registro, análise e tratamento. Com isso, é possível criar para cada ação lúdica um banco de dados sobre o mesmo, auxiliando de forma mais eficiente e científica os resultados das ações. Além disso, é possível realizar o acompanhamento da criança em sua trajetória lúdica durante sua vivência dentro de um jogo ou de uma brincadeira, procurando desse modo perceber e compreender melhor suas ações e fazer interferências e análises mais adequadas, ajudando o indivíduo ou o coletivo. Os subsídios obtidos pelo brincar espontâneo admitem diagnosticar: Ideias, valores interessantes e necessidades do coletivo ou do indivíduo; Estágio de desenvolvimento da criança; Procedimento dos envolvidos nos diferentes ambientes lúdicos; Conflitos, problemas, valores etc. Assim, podemos definir, a partir de uma escolha acertada, as ações lúdicas mais adequadas para cada criança envolvida, respeitando o princípio básico de individualidade de cada ser humano. AN02FREV001/REV 4.0 24 Todavia, no brincar conduzido podem-se sugerir provocações a partir da escolha de jogos, brinquedos ou brincadeiras definidas por um adulto ou responsável. Estes jogos orientados podem ser arranjados com propósitos claros de promover o acesso a aprendizagens de conhecimentos específicos com objetivos predefinidos, como: matemáticos, linguísticos, científicos, históricos, físicos, culturais, naturais, morais etc. Outra finalidade é ajudar no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, linguístico e na construção da moralidade (nos valores). Para Almeida (1987), a educação lúdica pode ter duas implicações, dependendo de ser bem ou mal utilizada: I. A educação lúdica pode ser ruim na mão do educador despreparado, podendo truncar, não só o verdadeiro sentido da proposta, mas servir de negação do próprio ato de educar. II. A educação lúdica pode ser para o professor competente um instrumento de unificação, de libertação e de transformação das reais condições em que se encontra o educando. É uma prática desafiadora, inovadora, possível de ser aplicada. A respeito do papel do educador como facilitador dos jogos, das brincadeiras, da utilização dos brinquedos e principalmente da organização dos espaços lúdicos para criança de 0 a 6 anos muito poderia ser dito, todavia, deve-se chamar atenção sobre alguns aspectos aferidos como importantes para facilitar a relação da criança e do educador nas atividades lúdicas. Aspectos importantes sobre o papel do educador: Deverá ser um facilitador das brincadeiras, podendo misturar momentos em que orienta e dirige o processo, com outros momentos em que as crianças são responsáveis pelas suas próprias brincadeiras. Observar e coletar informações sobre as brincadeiras das crianças para incrementá-las em futuras oportunidades. Procurar participar das brincadeiras e valer-se para questionar com as crianças sobre as mesmas. AN02FREV001/REV 4.0 25 Organizar e estruturar o espaço de forma a instigar na criança a necessidade de brincar, além de facilitar a seleção das brincadeiras. Desenvolver nos jogos de regras atitudes cooperativas entre as crianças, enfatizando que o mais importante é participar das brincadeiras e dosjogos. Deve-se respeitar o direito da criança participar ou não de um jogo. Nesse momento, o educador tem que instituir uma situação diferente de participação dela nas atividades como: auxiliar com materiais, fazer observações, emitir opiniões etc. Em uma situação de jogo ou brincadeira é importante que o educador esclareça de forma clara e objetiva as regras às crianças. E se for necessário pode mudá-las ou adaptá-las de acordo com as faixas etárias. Instigar nas crianças a socialização do espaço lúdico e dos brinquedos, desenvolvendo assim o hábito de cooperação, conservação e manutenção dos jogos e brinquedos. Estimular a imaginação infantil. Para isso o professor deve oferecer materiais dos mais simples aos mais complexos, podendo estes brinquedos ou jogos ser estruturados (fabricados) ou brinquedos e jogos confeccionados com material reciclado (material descartado como lixo), por exemplo: pedaço de madeira; papel; folha seca; tampa de garrafa; latas secas e limpas; garrafa plástica; pedaço de pano etc. É conveniente que o educador providencie que as crianças tenham espaço para brincar (área livre), e que possam movimentar-se, montar casinhas, fazer cabanas etc. O educador deve dar o tempo necessário às crianças para que as brincadeiras surjam, desenvolvam-se e sejam encerradas. Rizzo (1996, p. 27 e 29) em seu livro "Jogos Inteligentes" analisa com muita propriedade alguns aspectos necessários para que um bom educador possa realizar sua atividade com crianças pequenas. Para a autora o educador: AN02FREV001/REV 4.0 26 Deve ser um líder democrático, que propicia, coordena e mantém um clima de liberdade para a ação do aluno, limitado apenas pelos direitos naturais dos outros. Deve atuar em sintonia com a criança para estabelecer a necessária cooperação mútua. Precisa ter antes construído a sua autonomia intelectual e segurança afetiva. Precisa aliar a teoria à prática e valorizar o conhecimento produzido a partir desta. Deve jogar com as crianças e participar ativamente de suas brincadeiras, talvez seja o caminho mais seguro para obter informações e conhecimentos sobre o mundo infantil. Acredita-se que as propostas mencionadas possam ampliar o trabalho pedagógico, possibilitando reflexões e questionamentos para o educador infantil. Assim, poderá desenvolver atividades mais conscientes e seguras. 5 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR Para Cunha (1994, p. 11), o brincar é uma característica primordial na vida das crianças. Em seu livro "Brinquedoteca: um mergulho no brincar" o brincar para a criança é importante: Porque é bom, é gostoso e dá felicidade, e ser feliz é estar mais predisposto a ser bondoso, a amar o próximo e a partilhar fraternalmente; Porque é brincando que a criança se desenvolve, exercitando suas potencialidades; Porque, brincando, a criança aprende com toda riqueza do aprender fazendo, espontaneamente, sem pressão ou medo de errar, mas com prazer pela aquisição do conhecimento; Porque, brincando, a criança desenvolve a sociabilidade, faz amigos e aprende a conviver respeitando o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo; AN02FREV001/REV 4.0 27 Porque, brincando, aprende a participar das atividades, gratuitamente, pelo prazer de brincar, sem visar recompensa ou temer castigo, mas adquirindo o hábito de estar ocupada, fazendo alguma coisa inteligente e criativa; Porque, brincando, prepara-se para o futuro, experimentando o mundo ao seu redor dentro dos limites que a sua condição atual permite; Porque, brincando, a criança está nutrindo sua vida interior, descobrindo sua vocação e buscando um sentido para sua vida. Diante do exposto, é possível compreender que o brincar para a criança não é apenas uma questão de pura diversão, e sim de educação, socialização, construção e completo desenvolvimento de suas potencialidades. Mas por que algumas crianças não brincam? Segundo Declaração Universal dos Direitos da Criança, toda criança tem o direito de brincar e de ser feliz, mas nem sempre ela tem essa oportunidade, por quê? Cunha (1994, p. 12) elenca alguns motivos: Precisam trabalhar; Precisam estudar e conseguir notas altas; São tratadas como adultos em miniatura; Não podem atrapalhar os adultos; Não têm com o que brincar; Não têm espaços (em cidades) apropriados para brincar; Porque é preciso aprender e ser inteligente. É fato que nem sempre a teoria pode ser aplicada à prática. Em razão de, muitas vezes, não ser dado às crianças o devido tratamento. Como escolher bons brinquedos para a criança? AN02FREV001/REV 4.0 28 De acordo com Cunha (1994), geralmente, é o que atende às necessidades da criança. Para que sejam atendidas as reais necessidades dos sujeitos envolvidos na ação lúdica é importante que alguns itens estejam nítidos. O brinquedo poderá ser novo e sofisticado, todavia não terá importância alguma se não despertar interesse e prazer à criança, pois sua aprovação é o interesse da criança que irá determinar. Brinquedo interessante é o que convida a criança a brincar, é o que provoca seu pensamento, é o que mobiliza sua inteligência, proporcionando experiências e descobertas. Para distintos momentos, diferentes brinquedos poderão ser mais indicados. Um brinquedo que instiga a ação, outro que possibilite uma aprendizagem, ou que agrade a imaginação e a fantasia da criança; às vezes, apenas um carrinho ou uma boneca que lhe faça companhia. FONTE: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dificuldadesdeaprendizagem.pdf>. Acesso em: 29 out. 2011. Oferecer um carrinho para um menino de dez anos pode ser tão ofensivo quanto seria oferecer um quebra-cabeça de 500 peças a um garoto de cinco anos. Todavia, nem sempre a criança sozinha saberá escolher o melhor brinquedo para ela. Alguns brinquedos precisam ser apresentados à criança para que possa imaginar o que pode fazer com eles. Um brinquedo pode se tornar irresistível e até imprescindível pelas seguintes razões: Por haver se tornado um objeto de afeto; quantas vezes a ligação com uma boneca, ou um ursinho, é tão forte que a criança não dorme sem ele. ... O brinquedo vale pelo que ele significa para a criança: um desafio à sua curiosidade de fazer e desfazer, como criar histórias, como organizar o seu pequeno mundo e ir consequentemente organizando sua mente. É brincando que a criança experimenta situações e emoções da vida adulta. O faz de conta é vital para o desenvolvimento humano... AN02FREV001/REV 4.0 29 Por representar status, como no caso dos brinquedos anunciados na televisão ou importados. Por darem sensação de segurança, como as fardas de soldados e super- heróis. Por atender a uma hiperatividade. Por funcionar como objeto intermediário entre a criança e uma situação difícil para ela. Por satisfazer uma determinada carência ou atender a uma fantasia. Por ser desafio a uma determinada habilidade, como os ioiôs, bambolês, skate etc. Porque algum amigo tem. AN02FREV001/REV 4.0 30 FIGURA 13 FONTE: Disponível em: <http://familia.sapo.pt/crianca/saude_e_seguranca/outros/1015273.html>. Acesso em: 29 out. 2011. O brinquedo precisa ser apropriado à criança, atendida como sujeito especial e diferenciado; deve atender à etapa de desenvolvimento em que a criança se depara e as suasnecessidades emocionais, socioculturais, físicas ou intelectuais. O brinquedo deve instigar a criatividade, pois caso seja muito dirigido e não apresente alternativas, passa a ser somente um trabalho a ser realizado. É recomendável que haja sempre um apelo à participação criativa. Contudo, este apelo deve estar de acordo com a realidade da criança. Os jogos muito contemplativos não conseguirão motivá-la, pois, para poder criar, ela precisa ter alguns pontos de menção. O brinquedo que pode ser aproveitado de múltiplas maneiras é um apelo à valorização da inventividade. A criança pode brincar com algo que já conhece, mas criando novas formas ou alcançando finalidades diferentes. É conveniente que o jogo permita à criança a aquisição de sucesso progressivo, para que, à medida que ela vai conhecendo melhor os recursos que ele oferece, possa alcançar níveis mais altos de realização. Um jogo com tendência para mudanças pode conceber uma constante provocação às capacidades da criança. As crianças adoram saber como o brinquedo funciona ou como ele é por dentro. Em razão disso, os jogos desmontáveis são mais estimulantes. O AN02FREV001/REV 4.0 31 pensamento lógico é estimulado pelo manejo dos jogos de montar, nos quais a criança tem propriedade de compor e observar a sequência para a montagem correta. As cores mais intensas e as formas mais simples seduzem mais as crianças pequenas. Já as maiores elegem as cores naturais e formas mais sofisticadas. Todavia, a variedade no colorido, na forma e na textura irá colaborar para a estimulação sensorial de ambas, aprimorando sua experiência. FIGURA 14 FONTE: Disponível em: <http://www.olhar-43.net/2011/07/22/brinquedos-coloridos-imagens-fofas- para-tumblr-we-heart-it-etc/>. Acesso em: 29 out. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 32 FIGURA 15 FONTE: Disponível em: <http://tudosobrebebe.com/brinquedos-para-bebes-de-0-a-6-meses-2.html>. Acesso em: 29 out. 2011. O tamanho dos brinquedos deve ser adequado à motricidade – funções que permitem o movimento e o deslocamento do corpo da criança. Um bebê não pode brincar com peças pequenas, porque poderá levá-las até a boca, engolir ou engasgar-se com elas. Além disso, não terá coordenação motora satisfatória para manipular peças miúdas. Brinquedos grandes e pesados podem machucar a criança ao caírem no chão. Os brinquedos não duráveis, muito frágeis ocasionam frustração não somente por se quebrarem facilmente, mas também porque não dão à criança o tempo suficiente para que institua uma boa relação com eles. Além da durabilidade, é importante pensar na segurança das crianças. Tintas tóxicas, pontas e arestas, peças que podem se soltar, tudo isso deve ser avaliado em um brinquedo, para impedir que a criança se machuque. Com os bebês, o cuidado deve ser ainda maior, pois, levando tudo à boca, correm o risco de engolir ou engasgar-se com uma pequena peça que se desprenda. Na maioria das vezes, não será possível acolher a todos estes pré-requisitos para fazer uma boa opção. No entanto, alguns itens citados são indispensáveis a considerar. AN02FREV001/REV 4.0 33 FIGURA 16 FONTE: Disponível em: <http://www.blogers.com.br/atencao-com-os-brinquedos/>. Acesso em: 29 out. 2011. FIGURA 17 FONTE: Disponível em: <http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI1199-10516,00.html>. Acesso em: 29 out. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 34 6 PSICOMOTRICIDADE FIGURA 18 FONTE: Disponível em: <http://coreseformaspsicomotricidade.blogspot.com/2009/11/do-que-se-trata- psicomotricidade.html>. Acesso em: 29 out. 2011. A psicomotricidade é contemplada em todas as fases do desenvolvimento humano. Desde a fase latente ela pode ser utilizada para o desenvolvimento da criança. No despertar dos primeiros movimentos em que a criança se mexe, rola, engatinha, caminha e anda os estímulos da psicomotricidade podem ser trabalhados pelos pais, tendo em vista o benefício. Psicomotricidade é um recurso também utilizado em ambiente escolar para contribuir com o desenvolvimento da criança em seu processo de ensino- aprendizagem. Por este motivo, as atividades recreativas dirigidas envolvendo jogos, brincadeiras em pátios e quadras estão sendo incentivadas nas escolas. AN02FREV001/REV 4.0 35 6.1 EDUCAÇÃO PSICOMOTORA FIGURA 19 FONTE: Disponível em: <http://ensinarpraaprender.blogspot.com/2010/06/o-que-e- psicomotricidade.html>. Acesso em: 16 set. 2011. Para Le Boulch (1984, p. 24), a educação psicomotora deve ser: Considerada como uma educação de base na escola infantil. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas [...]. É possível, por intermédio de uma ação educativa, a partir dos movimentos espontâneos da criança e das atitudes corporais, beneficiar a formação da imagem do corpo, essência da personalidade. A educação psicomotora refere-se a uma formação de base imprescindível a toda criança que seja normal ou com alguma limitação. Contrapõe a uma dupla finalidade: assegura o desenvolvimento funcional, considerando as possibilidades da criança, e auxilia sua afetividade a expandir-se e a equilibrar-se por intermédio da interação com o ambiente humano. Na educação infantil e no ensino fundamental é possível beneficiar-se da Psicocinética a qual toma a forma de uma verdadeira educação psicomotora, estabelecida sobre o conhecimento das leis do desenvolvimento, qualificando a ação educativa global e integradora. AN02FREV001/REV 4.0 36 A Psicocinética, como método pedagógico, compõe um meio educativo fundamental às primeiras etapas de desenvolvimento do ser humano, aos olhos de seu criador (Jean Le Boulch), bem como uma forma de desenvolvimento da tomada de consciência sobre seu próprio corpo e as adaptações posturais indispensáveis durante a aprendizagem nas demais fases evolutivas do ser humano. Na faixa etária que corresponde de zero a doze anos de idade da criança, a educação psicocinética compreende-se como uma legítima educação psicomotora. Usualmente, toda ação educativa pressupõe tomada de posições quanto à sua finalidade, assim sendo este método tem por objetivo beneficiar o desenvolvimento condicional do ser e formar um indivíduo capaz de situar-se e atuar em um mundo em constante transformação, por meio de (LE BOULCH, 1983): Melhor conhecimento e compreensão de si mesmo; Melhor ajuste de sua conduta; Verdadeira autonomia e acesso às responsabilidades ao longo da vida social. Cabe ao educador conhecer as etapas do desenvolvimento psicomotor da criança, características das faixas etárias, necessidades e interesses, para melhor planejar a ação docente. Por isso, é de fundamental importância que o educador desenvolva atividades com objetivos predefinidos, e não aleatoriamente, arrolando- as como necessárias ao domínio do esquema corporal, como se esta expressão significasse apenas uma coisa. O desenvolvimento psicomotor, tanto de crianças especiais quanto as não especiais, solicita o auxílio constante do educador, por meio da estimulação em sala de aula e do encaminhamento/facilitação,quando se fizer necessário. O educador pode ajudar e muito na estimulação do desenvolvimento cognitivo e para o desenvolvimento de aptidões e habilidades, na formação de atitudes por meio de uma relação afetiva e estável (que crie uma atmosfera de segurança e bem-estar para a criança) e, sobretudo, respeitando e aceitando a criança do jeito que ela é. AN02FREV001/REV 4.0 37 A educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de qualquer coisa um conhecimento ativo de comparação com o meio. O auxílio educativo originário dos pais e do meio escolar tem a finalidade não de ensinar à criança comportamentos motores, mas sim de consentir-lhe desempenhar sua função de ajustamento, individualmente ou com outras crianças. Propriedades psicomotoras desenvolvidas nas sessões de Psicomotricidade Educativa ou Psicocinética: ESPAÇO TEMPORAL Normalmente, até os dois anos e meio, o ambiente da criança é um espaço vivido, dentro do qual ela se ajusta desenvolvendo seus movimentos coordenados em função de um objetivo a ser atingido. Entre os três e os seis anos, a criança chega à reprodução dos elementos do espaço, encontrando formas e dimensões. No final do período pré-escolar, o desenvolvimento da relação corpo-espaço deriva em uma disposição individualista do universo. A criança desvendou sua dominância, verbalizou-a, chegando a um corpo orientado, que lhe convirá de padrão para situar os objetos alocados no espaço circundante. A orientação dos objetos faz-se, então, em função da posição atual do corpo da criança. Este equilíbrio favorece a interiorização, que é um fator indispensável, sem o qual a estruturação do espaço não pode efetuar-se. Atividades de orientação do espaço temporal: andar devagar até o fim da sala; andar depressa, voltando ao ponto de partida; andar devagar e depois correr uma mesma distância demarcada na quadra. PERCEPÇÃO CORPORAL Consciência do próprio corpo, de suas partes, com movimentos corporais, das posturas e das atitudes. Capacidade de chamar e localizar as partes do corpo. Exemplo: localizar o ombro do coleguinha. AN02FREV001/REV 4.0 38 Não é apenas uma percepção, uma representação mental do nosso corpo, todavia, uma integração de vários gestalts1, todos em contínua modificação. Forma o esquema corporal, além da noção do próprio corpo, a conexão das noções de relação com o exterior em suas duas expressões de espaço e tempo, e a conexão com outras pessoas, por meio do contato corporal, do progresso do gesto e da linguagem. É a comunicação consigo mesmo e com o meio. Uma boa formação corporal implica boa evolução da motricidade, das percepções espaciais e temporais, bem como da afetividade. A construção do esquema corporal (imagem, uso e controle do seu próprio corpo) se realiza usualmente de uma forma global no decurso do desenvolvimento da criança, graças aos seus movimentos, deslocamentos, ações, jogos, etc. Exemplo de atividades psicomotoras: brincar com bolões, rolando o corpo sobre a bola. Jogar o bolão para cima, sentar nele, correr junto com ele, etc. EQUILÍBRIO É o cerebelo que ajusta permanentemente o tônus postural em combinação com o desenvolvimento do ato motor. Ele fixa essas reações como forma de automatismos posturais inconscientes, tradução das experiências vividas individualmente. Essas atitudes de referência estabilizadas, verdadeiros esquemas posturais inconscientes, são, porém, constantemente adaptadas às condições atuais de desenvolvimento da ação, graças à atuação das reações de equilibração. O desempenho normal da função de equilibração pode ser perturbado por causas psicológicas. Todo medo acarreta reações de enrijecimento as quais afetam as reações reflexas de equilibração. Manutenção do corpo em uma mesma posição durante um tempo determinado. Pode ser estático ou dinâmico. Exemplo: brincar de estátua, marchar nos calcanhares, permanência em pé, sentada ou deitada. 1 Para se entender o que é uma gestalt, um exemplo simples: quando olhamos uma paisagem como um mar e passa uma gaivota, forma-se uma situação gestáltica. A gaivota representa a figura da gestalt, o que está em primeiro plano da observação; o mar, as nuvens e o céu correspondem ao fundo, que representa algo secundário no momento. Quando a gaivota desaparece do campo de visão, fecha-se então aquela gestalt. AN02FREV001/REV 4.0 39 LATERALIDADE Caracteriza-se pelo uso de todos os órgãos pares. Pode ser direita ou esquerda. Deve ser observado o pé, a mão e o olho. No primeiro ano de vida não há preferência por nenhum lado. No segundo ano de vida ela permanece usando ambas as mãos, mas gradativamente fixa a preferência por uma delas. Com dois anos completos quase todas as crianças já definiram sua lateralidade, mesmo que depois apareçam breves períodos de uso da outra mão. Enfim, com seis anos está completa a definição. Além disso, há uma nítida preferência por um dos olhos, por um dos pés, isto podendo ser no destro uma dominação dos três instintos. Exercícios de lateralidade: Com a mão dominante, pedir que a criança pegue um objeto qualquer. Observar a mão que ela irá usar. Com o pé dominante, pedir que a criança chute uma bola. Observar qual a lateralidade do pé usado. Com o olho dominante; solicitar que a criança espie em um monóculo. Analisar o olho dominante. Andar pela sala jogando uma bola ou bexiga, de uma mão para a outra. Colocar uma criança no centro. Solicitar a outra criança que fique à direita dela; outra atrás; outra à frente e outra à esquerda. Batendo palmas, as crianças mudam de posição e dizem a sua nova posição. RITMO Refere-se à movimentação própria de cada um. Ritmo lento, moderado, acelerado, cadenciado. Noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A ausência de habilidade rítmica pode originar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas. Na parte gráfica, as dificuldades de ritmo colaboram para que a criança escreva duas ou mais palavras unidas, que adicione letras nas palavras ou omita letras e sílabas. AN02FREV001/REV 4.0 40 Exercícios de ritmo: Permanecer na ponta dos pés, enquanto se conta até dez. Levantar e baixar na ponta dos pés. Andar sobre linhas marcadas no chão: retas, quebradas, curvas, sinuosas, círculos, mistas. Bater palmas no ritmo do professor (rápido, lento, forte, fraco). Bater bola com a mão seguindo o ritmo marcado pelo professor. COORDENAÇÃO VISOMOTORA O arremesso tem uma importância educativa considerável, sob o ponto de vista do desenvolvimento global da coordenação. O que vai nos interessar, especialmente na educação infantil e no ensino fundamental, é o papel que esta atividade pode desempenhar na ligação entre o campo visual e a motricidade fina da mão e dos dedos: coordenação oculomanual. O parentesco com o mecanismo que age no grafismo não pode escapar ao educador. Na mira, a operação que consiste em traçar uma linha de um ponto a outro abrange a entrada em jogo das regulações proprioceptivas ao nível dos membros superiores, de mesmo tipo das que atuam no exercício de mira, que consiste em agarrar uma bola no espaço. Na coordenação entre espaço cinestésico e espaço visual, o arremessar e o apanhar são atividades maiores, de grande alcance educativo. Exercícios de coordenação óculo manual: Os alunos trabalham em dupla e têm à sua disposição um aro para cada um e um quadrado de linóleo.Uma bola grande, uma bolinha leve e uma bola pesada para dois. Posicionar os alunos dentro dos aros colocados no chão à pequena distância. Eles trocam passes com bolas, de todas as maneiras possíveis, sem deixá-las cair. Se, numa duração determinada, as bolas tiverem caído apenas três vezes, os alunos têm o direito de trabalhar em distâncias maiores. Dois a dois, um ao lado do outro, caminhando ou correndo ao redor da quadra, as crianças devem passar a bola umas às outras. Realizar o exercício primeiro em um sentido; a seguir, invertê-lo. Eles devem descobrir os diferentes modos de arremesso que já foram feitos, sem sair do lugar. Jogar a bola AN02FREV001/REV 4.0 41 com uma das mãos; pegá-la de volta com a outra. Passá-la para a mão de arremesso e executar um circuito contínuo e regular. COORDENAÇÃO MOTORA AMPLA OU GLOBAL Realização de grandes movimentos com todo o corpo, envolvendo as grandes massas musculares, havendo harmonia nos deslocamentos. Não há precisão nos movimentos, ainda que seja admirável a coordenação perfeita dos movimentos. Exemplo: marchar batendo palmas, correr, saltar, saltitar, rodopiar, descer, subir, etc. COORDENAÇÃO MOTORA FINA É a competência para realizar movimentos específicos, usando os pequenos músculos, a fim de atingir a execução bem-sucedida da habilidade. Solicita uma ação de grande exatidão no movimento. Movimentos manuais em que coordenação e precisão são essenciais. Exemplo: tocar piano, escrever, modelagem com massinhas, recortar, colar, trabalhos com objetos pequenos como pinças, alicates de unha, etc. AGILIDADE Caracteriza-se pelas atividades que estabelecem movimentos rápidos e precisos. AN02FREV001/REV 4.0 42 Exercícios de Agilidade: fazer uma fila, colocar cones enfileirados e pedir que alunos corram em velocidade, esquivando dos cones. Aula de queimada. Os alunos com bolas de plástico no meio da quadra vão arremessar as bolas em um aluno que estará no gol, esse precisará livrar-se das bolas que serão arremessadas. Brincar de pega-pega, brincar de pico-bandeira ou jogos de esquiva. TONICIDADE É a ação de fortificar-se, fortalecer-se, robustecer-se. É a qualidade, estado ou condição de tônico. Analisa-se que a tonicidade é a força muscular que o aluno/criança vai contraindo em razão das atividades concretizadas diariamente. 6.2 ATIVIDADES LÚDICAS QUE AUXILIAM NA PSICOMOTRICIDADE A coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos decorrente da integração entre comando central (cérebro) e unidades motoras dos músculos e articulações. De acordo com Lopes et.al. (2003), o conceito de coordenação motora é abordado em diferentes âmbitos, contextos e áreas científicas (controle motor, aprendizagem motora, desenvolvimento motor, biomecânica, fisiologia). Assim, a coordenação motora pode ser analisada segundo três pontos de vista: a) Biomecânico, dizendo respeito à ordenação dos impulsos de força numa ação motora e a ordenação de acontecimentos em relação a dois ou mais eixos perpendiculares. b) Fisiológico, relacionando as leis que regulam os processos de contração muscular. c) Pedagógico, relativo à ligação ordenada das fases de um movimento ou ações parciais e a aprendizagem de novas habilidades. AN02FREV001/REV 4.0 43 Coordenação motora ampla: é o trabalho que vai apurar os movimentos dos membros superiores (braços, ombros, pescoço e cabeça) e inferiores (pernas, pés, quadris). As atividades envolvidas nesta prática dizem respeito à organização geral do ritmo, ao desenvolvimento e às percepções gerais da criança. ATIVIDADES: 1) Saltar a corda: Coordenação motora ampla: Formação: coluna. Material: corda. Desenvolvimento: à frente de cada coluna estarão três cordas esticadas na horizontal, o primeiro aluno deverá saltar as cordas de frente, de costa, de lado. FIGURA 20 FONTE: Disponível em: < http://jogosebrincadeirasparacriancas.blogspot.com/2010/06/ladainhas- para-saltar-corda-pular-corda.html > Acesso em: 31.01.2012 2) Cobrinha: Coordenação motora ampla: Formação: coluna. AN02FREV001/REV 4.0 44 Material: corda. Desenvolvimento: o professor deverá fazer cobrinha com a corda, deverá saltar sem tocar na corda. Variação: dois segurando a corda fazem um leve balanceio de um lado para o outro. FIGURA 21 FONTE: Disponível em: <http://www.monica.com.br/revistas/brincade/pul-cord.htm>. Acesso em: 29 out. 2011. 3) Lançar: Coordenação motora ampla: Formação: individual. Material: bola. Desenvolvimento: deslocando, lançar a bola para cima e segurar. FIGURA 22 FONTE: Disponível em: <http://coisasimplesepequenas.blogspot.com/2008/09/para- relembrar.html>. Acesso em: 29 out. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 45 4) Deslocamento: Coordenação motora ampla. Formação: individual. Material: bola. Desenvolvimento: andando e passando a bola por entre as pernas em forma de 8. 5) Deslocamento: Coordenação motora ampla: Formação: individual. Material: bola. Desenvolvimento: andar com a bola entre as pernas. 6) Abraçados: Coordenação motora ampla: Formação: dois a dois. Material: bola. Desenvolvimento: andar com bola entre o tórax dos colegas. 7) Corrida das bolinhas: Coordenação motora ampla. Formação: coluna. Material: cartelas de ovos e bolinha de gude. Desenvolvimento: colocar cartelas de ovos vazias a cinco metros de distância para que as crianças possam enchê-las pegando bolinhas de gude ou grãos que estão distantes (correm levando as bolinhas ou grãos). AN02FREV001/REV 4.0 46 8) O presente: Coordenação motora ampla: Material: caixas de papelão de tamanho variado. Desenvolvimento: entrar em caixas de papelão gigante, médias e pequenas. FIGURA 23 FONTE: Disponível em: <http://ciclicca.blogspot.com/2009_05_01_archive.html/>. Acesso em: 17 maio 2011. 9) Bola por cima: Coordenação motora ampla: Material: bola. Formação: assentados em coluna. Desenvolvimento: os alunos deverão estar assentados em fila, o organizador distribuirá uma bola para cada fila, ao sinal do organizador os alunos deverão passar a bola por cima da cabeça. Vence a equipe que conseguir transportar a bola primeiro. Variação: quando a bola chegar ao último aluno este deverá deslocar-se e ocupar a primeira posição na fila, vence a equipe que chegar primeiro no aluno que começou a atividade. 10) Bola pela lateral: Coordenação motora ampla: AN02FREV001/REV 4.0 47 Material: bola. Formação: assentados em coluna. Desenvolvimento: Idem a anterior, porém a bola é passada lateralmente. 11) Bola por baixo: Coordenação motora ampla: Material: bola. Formação: em pé – coluna. Desenvolvimento: idem a anterior, porém a bola é passada por debaixo das pernas. Variação: quando a bola chegar ao último, este deverá passar por debaixo das pernas dos colegas, carregando consigo a bola, continuando assim a atividade. Vence a atividade quando o primeiro aluno da equipe que começou ocupar a sua primeira posição. 12) Minhocão: Coordenação motora ampla: Material: bola. Formação: em pé – coluna. Desenvolvimento: idem a anterior, porém a bola é passada por debaixo das pernas do primeirocolega e por cima da cabeça do segundo colega e assim por diante, por baixo, por cima, por baixo, por cima. 13) Controlar o jornal no corpo: Coordenação motora ampla: Material: jornal. Formação: fila. Desenvolvimento: o organizador entrega um jornal para o primeiro aluno da equipe, este deverá correr controlando-o no corpo, indo e voltando, entregar o jornal para o próximo colega de sua equipe, que realizará o mesmo percurso. Vence a AN02FREV001/REV 4.0 48 equipe que terminar primeiro. (Coloca-se o jornal no tórax, deve correr sem segurar o jornal). 14) Montar quebra-cabeça gigante no chão. 15) Correr com fitas coloridas sem deixá-las tocar o chão. 16) Jogar bolas de ar (bexiga, balão) para o alto e não deixá-las tocar o chão. 17) Rodar pneu de borracha. Coordenação motora fina: diz respeito aos trabalhos mais finos, aqueles que podem ser executados com o auxílio das mãos e dedos, especificamente aqueles com grande importância entre mãos e olhos. O bom desenvolvimento da coordenação fina garantirá um bom traço de letra e será observado quando, por exemplo, a criança pega água em um copo plástico sem derramar ou equilibrando a força necessária para colorir desenhos nas mais diferentes texturas e superfícies. ATIVIDADES: 1) Amassar e desamassar: Coordenação motora fina: Formação: círculo. Material: jornal. Desenvolvimento: os alunos em círculo receberão uma folha de jornal, deverão: - amassar o jornal usando as mãos. - colocar o jornal amassado no chão e desamassá-lo com os pés. FIGURA 24 AN02FREV001/REV 4.0 49 FONTE: Disponível em: <http://quinquilhariadama.blogspot.com/2009/08/passo-passo.html>. Acesso em: 29 out. 2011. 2) Amarrado: Coordenação motora fina: Material: lenço. Formação: coluna. Desenvolvimento: à frente de cada coluna estará um aluno de pé e com os braços em extensão. O professor entregará um lenço ao primeiro aluno de cada coluna que deverá se deslocar até o colega que está em frente da coluna e amarrar a sua mão, voltar tocar na mão do colega que deverá deslocar até o colega amarrado e desamarrá-lo, entregando o lenço para o próximo colega de sua coluna e assim sucessivamente. 3) Tampa e destampa: Coordenação motora fina: Material: garrafa pet. Formação: coluna. Desenvolvimento: A frente da coluna estará uma garrafa pet tampada. Assim, o primeiro da coluna destampa a garrafa pet e volta para sua coluna, sentando no final da mesma, o segundo tampa a garrafa pet e assim sucessivamente. AN02FREV001/REV 4.0 50 FIGURA 25 FONTE: Disponível em: <http://pratica-pedagogica.blogspot.com/2011/02/dificuldade-de-organizar- fila-uma.html>. Acesso em: 29 out. 2011. 4) Empilhar e desempilhar: Coordenação motora fina: Material: latas. Formação: coluna. Desenvolvimento: o primeiro aluno de cada fila deverá correr até o local onde se encontram as latas e empilhá-las, voltar e tocar na mão de seu colega de equipe, este deverá desempilhá-las, voltando e tocando na mão do próximo colega de sua equipe e assim sucessivamente, vence a equipe que terminar primeiro. FIGURA 26 FONTE: Disponível em: <http://pratica-pedagogica.blogspot.com/2011/02/dificuldade-de-organizar- fila-uma.html>. Acesso em: 29 out. 2011. 5) Bola de gude. 6) Dominós. AN02FREV001/REV 4.0 51 Lateralidade Durante o crescimento, naturalmente se define uma dominância lateral na criança: será mais forte, mais ágil do lado direito ou do lado esquerdo. A lateralidade corresponde a dados neurológicos, mas também é influenciada por certos hábitos sociais (não devemos confundir lateralidade com conhecimento de esquerda e direita) o conhecimento “esquerda e direta” decorre da noção de dominância lateral. Quando a criança percebe que trabalha naturalmente com aquela mão, guardará sem dificuldade que aquela mão é a esquerda ou a direita (ALVES, 2010). A lateralidade, segundo Oliveira (1997), é a propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Existe a dominância de um dos lados, este apresenta maior força muscular, mais precisão e mais rapidez. De acordo com Negrine (1986), a lateralidade relaciona-se ao esquema interno do indivíduo que o capacita a utilizar um lado do corpo com maior facilidade que o outro, em atividades que exijam habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional. O autor enfatiza a lateralidade somente quanto à habilidade da mão, do pé e do olho. Já Romero (1988) afirma que a lateralidade deve ser considerada também em nível auditivo. O conhecimento do processo de lateralização é muito importante para os profissionais da Educação em geral e, em especial, para os atuantes na área de Educação Física; pois, segundo Negrine (1986), o aspecto fundamental no desenvolvimento da lateralidade é que a criança não seja forçada a adotar esta ou aquela postura, mas que se criem situações em que ela possa expressar-se com espontaneidade e, a partir da experiência vivenciada com o próprio corpo, defina o seu lado dominante sem pressões de qualquer ordem do meio exterior. Lateralidade é a capacidade de se vivenciar as noções de direita e esquerda sobre o mundo exterior, independente da sua própria situação física. A boa e correta definição da lateralidade caminha junto com uma boa escrita, envolvendo a orientação espacial e temporal. Observar os gestos das crianças em situações do cotidiano, como por exemplo, ao: a) Recortar: a mão dominante segura à tesoura e a outra o papel; AN02FREV001/REV 4.0 52 b) Encher um copo de água, a mão dominante abre a torneira e a outra segura o copo; c) Pentear o cabelo; d) Organizar seu material na mochila. ATIVIDADES 1) Brincar de Robô: Material: humano. Formação: duplas. Objetivo: desenvolver a lateralidade. Desenvolvimento: uma criança é o robô, e seu parceiro é o guia. Auxiliados pela professora, combinam sinais de movimentação do robô. Por exemplo, se o guia tocar o lado esquerdo da cabeça do robô, este vira para a esquerda; se tocar o lado direito, vira à direita; se tocar o alto da cabeça, o robô abaixa, e assim por diante. Algum tempo depois, invertem-se os papéis, sendo que o guia vira robô, e o robô vira guia. Depois disso, a brincadeira é feita com deslocamentos. As duplas combinam os sinais de movimentação. Por exemplo, um toque na parte de trás da cabeça é sinal para o robô ir adiante; um toque nos ombros é sinal para que ele pare. FIGURA 27 FONTE: Disponível em: <http://anglorobotica.spaceblog.com.br/1194005/O-robo-ideal/>. Acesso em: 29 out. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 53 2) Controlar o jornal no pé: Material: bolinha de jornal. Formação: em equipe e em coluna. Objetivo: desenvolver a lateralidade. Desenvolvimento: o aluno deverá ir chutando a bolinha com um dos pés até um ponto determinado e voltar chutando a bolina com o outro pé. Entrega o papel para o próximo colega de sua equipe, que deverá fazer o mesmo e assim sucessivamente. Variação: o organizador deverá entregar uma bolinha de papel para cada equipe, o primeiro aluno de cada equipe, deverá se deslocar em linha reta até um ponto determinado, controlando o papel nos pés, trocando a bolinha do pé direito para esquerdo. Ir e voltar fazendo o mesmo movimento, não podendo chutar o papel, deverá apenas andar. Entregao papel para o próximo colega de sua equipe, que deverá fazer o mesmo e assim sucessivamente. 3) Tempestade: Material: giz. Formação: círculo. Objetivo: desenvolver a lateralidade. Desenvolvimento: desenha-se círculos no chão. O número de círculos deve ser um a menos que o total de participantes. Todos devem ficar dentro dos círculos, com exceção de um integrante. O integrante do centro deve dizer: direita – todos devem dar um passo para a direita (trocando de lugar); esquerda – todos devem dar um passo para a esquerda (trocando de lugar). Quando o integrante do centro disser TEMPESTADE, todos devem trocar de lugar, sendo que um integrante ficará de fora. E assim sucessivamente. 4) (Atividade corporal) ZIP, ZAP, ZOP: Material: humano. Formação: círculo. AN02FREV001/REV 4.0 54 Objetivo: desenvolver a lateralidade. Desenvolvimento: todos os participantes deverão ficar em pé, no centro da sala, em círculo. O professor poderá iniciar o jogo, ficando no centro da roda, de pé, para que os alunos possam ver como se faz a brincadeira. Ao ouvir a música os alunos deverão acompanhar o professor com os movimentos de direita e esquerda. Quando parar a música, o professor deverá apontar para um aluno e dizer “ZIP”, então o aluno deverá falar o nome do amigo que estiver no seu lado direito (para melhor compreensão ele ficará com uma fita vermelha na mão direita e azul na esquerda). Se o professor disser “ZAP”, o aluno deverá dizer o nome do colega da esquerda. Se disser “ZOP”, o aluno responderá seu próprio nome. Quando disser “ZIP, ZAP, ZOP”, todos deverão trocar de lugar no círculo, ficando ao lado de pessoas diferentes, para que possam também conhecer outros alunos e o professor poderá perceber se ele está absorvendo a ideia de direita e esquerda. O professor convidará outro aluno para ficar no centro e sempre que alguém errar a resposta ficará no centro do círculo. 5) Cãozinho FLIP: Material: humano. Formação: duplas. Objetivo: desenvolver a lateralidade. Desenvolvimento: atividade consiste em montar um círculo com todos os alunos sentados. Um aluno voluntário, de olhos vendados, ficará sentado em uma cadeira no meio deste círculo (este representará o cãozinho FLIP). Abaixo da cadeira deverá conter um objeto que faça barulho ao ser manipulado (um molho de chaves, por exemplo). Ao sinal do professor, determinado aluno do círculo, deverá pegar a chave abaixo da cadeira do cãozinho, de modo a fazer o mínimo de barulho possível. O cãozinho (aluno de olhos vendados), percebendo o movimento, deverá latir para o lado onde o som foi emitido. (direita, esquerda, frente ou atrás). Descobrindo o local do som, a sua posição será trocada, ocupando o lugar de cãozinho o aluno que pegou o objeto. A atividade assim dará a sequência. AN02FREV001/REV 4.0 55 6) Caminho: Material: pés e mãos de cartolina. Formação: individual. Objetivo: desenvolver a lateralidade. Desenvolvimento: as crianças deverão andar no caminho colocando os pés e as mãos, conforme os desenhos. FIGURA 28 FONTE: Disponível em: <http://images.google.com.br/>. Acesso em: 30 out. 2011. 7) Chique-Choque: Material: Chique-Choque e arco. Formação: fileira. Objetivo: desenvolver a lateralidade. Desenvolvimento: o primeiro aluno da fila pega o chique-choque com uma das mãos e desloca até o lugar determinado, saltando como Saci-Pererê com a perna oposta a da mão que segura o chique-choque, deixa o chique-choque dentro do arco e volta correndo, toca no próximo aluno da sua fila, este sai correndo e pega o chique-choque com uma das mãos e volta saltando como Saci-Pererê com a perna oposta da mão com o chique-choque e assim sucessivamente. AN02FREV001/REV 4.0 56 8) O cachorro e o osso: Material: osso e máscara de cachorro. Formação: círculo. Objetivo: desenvolver a lateralidade. Desenvolvimento: as crianças ficarão sentadas em círculo e, no centro, a criança em destaque, o “cachorro”, que estará com os olhos vendados, tomando conta do “osso”. Ao sinal da professora, uma criança levanta-se silenciosamente e tenta apanhar o osso. O cachorro, ao sentir a presença do colega, começará a latir, apontando a direção de onde vem o ruído que indica a aproximação do colega. Se acertar, a criança da roda volta e assenta e outra criança é apontada para a nova tentativa. Se o cachorro errar a direção, a criança vai prosseguindo até apanhar o osso, volta com ele para o seu lugar e esconde-o, colocando as mãos para trás, no qual será imitado por todos os colegas da roda. A professora retira a venda do cachorro, que irá adivinhar com quem está o osso. Se acertar, continuará sendo o cachorro, se errar irá ser substituído pelo colega que conseguiu apanhar o osso. 9) O rabo do leão: Material: rabo, venda de olhos e desenho de leão sem rabo. Formação: círculo. Objetivo: desenvolver a lateralidade. Desenvolvimento: os alunos em círculo, e o desenho do leão no centro, venda-se o olho de um aluno, realizando duas voltas no aluno em torno de seu próprio eixo, coloca o rabo na sua mão e os colegas irão direcionando o aluno vendado dizendo “direita e esquerda” até o colega conseguir colocar o rabo no leão, logo após troca de aluno. AN02FREV001/REV 4.0 57 MÚSICAS: 1) Cavalo trotando: Formação: Alunos em círculo, em pé. Material: humano. Objetivo: lateralidade. Quando quiseres do frio esquentar Monte em um cavalo e sai a trotar Cavalo trotando Uma mão Uma mão à frente, aberta mexendo. Quando quiseres do frio esquentar Monte em um cavalo e sai a trotar Cavalo trotando Uma mão, a outra O outro braço à frente, mexendo os dois braços. Quando quiseres do frio esquentar Monte em um cavalo e sai a trotar Cavalo trotando Uma mão, a outra, um pé Começa a bater um pé no chão e continua mexendo os braços. Quando quiseres do frio esquentar Monte em um cavalo e sai a trotar Cavalo trotando Uma mão, a outra, um pé, outro AN02FREV001/REV 4.0 58 Começa a bater os dois pés no chão e mexendo os braços. Quando quiseres do frio esquentar Monte em um cavalo e sai a trotar Cavalo trotando Uma mão, a outra, um pé, outro, a cabeça Mexe a cabeça, os pés, os braços. Quando quiseres do frio esquentar Monte em um cavalo e sai a trotar Cavalo trotando Uma mão, a outra, um pé, outro, a cabeça, o rabinho Mexe a cabeça, os pés, os braços, o bumbum. 2) Automóvel: Formação: Alunos em círculo, em pé. Material: arcos. Objetivo: lateralidade. Automóvel, automóvel (gesto de segurando no volante) como é bom, como é bom (fazer gesto de joia) Virar à direita, virar à esquerda (virar o corpo para a direita e depois para a esquerda) FomFomFom. (Aperta o nariz). Sugestão de Música: Pop Pop (Eliana) AN02FREV001/REV 4.0 59 Desenvolvimento da percepção espacial: Tanto na infância quanto na vida adulta, o espaço é um grande desafio, requerendo pleno domínio do sujeito para a perfeita integração do ser ao ambiente. Assim, reconhecer, interferir e agir sobre os espaços (ruas, casas, prédios, entradas e saídas) é um grande desafio do trabalho psicomotor na escola, ao levar a criança a desenvolver-se com autonomia de movimento. ATIVIDADES: 1) Túnel: Controle espacial: Material: bola e pino de boliche. Formação:
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