Buscar

003-Arb_Urb_Modelos_E_Planejamento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE �
Disciplina: SILVICULTURA URBANA
Curso: ENGENHARIA FLORESTAL
___________________________________________________________________________
4 - ARBORIZAÇÃO URBANA
4.1 BENEFÍCIOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA
a) Controle da temperatura ambiente 
Áreas pavimentadas e construídas impermeabilizam o solo, formando ilhas de calor;
A temperatura se eleva devido a incidência direta dos raios solares, grau de absorção, retenção e reflexão do calor;
As ilhas de calor podem ser minimizadas pelas ilhas de amenização composta por vegetação;
O vegetal colabora na interceptação dos raios solares e na absorção de calor;
Amenização do microclima do meio urbano, disponibilizando sombra para veículos e pedestres.
b) Controle da poluição do ar 
Purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos e reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos;
As árvores absorvem CO2 e liberam O2 para o ambiente urbano.
c) Controle dos ruídos 
As árvores servem de barreira para a redução do ruído;
O espaçamento de plantio e o porte dos vegetais tem papel importante;
Preferir espécies com copa colunar, enfolhamento mais baixo, galhos finos e flexíveis por apresentar maior eficiência na absorção do som;
d) Controle do ciclo hidrológico
As árvores no ambiente urbano atuam na interceptação da chuva e aumento da evapotranspiração;
A interceptação da chuva pelas árvores é maior quando:
- Tem copa horizontalizada ou esférica
- Copa com folhas grandes ou copa densa com folhas pequenas
O escoamento superficial da água nas áreas urbanas é mínimo, devido as áreas de crescimento serem pequenas em relação a área impermeabilizada;
Infiltração da água no solo no ambiente urbano ocorre quando não há impermeabilização do solo.
e) Auxílio na ventilação 
Os problemas de ventilação nas cidades não são passíveis de solução com árvores, depende do planejamento da cidade;
Alguns problemas pontuais podem ser resolvidos com quebra-ventos ou maciço florestal.
4.2 MODELOS DE ARBORIZAÇÃO URBANA
É necessário um planejamento da arborização com o plantio de espécies adequadas para se evitar interferências com os bens e serviços públicos. Propostas para solução de problemas existentes:
a) Áreas urbanas sem arborização e rede de energia elétrica
	A rede de energia elétrica deverá ser implantada preferencialmente nas calçadas oeste e norte, e sob elas, árvores de pequeno e médio porte. Fatores que deverão ser observados na escolha da espécie a ser utilizada:
a.1) Espaço disponível: largura da rua e do passeio, recuo das construções;
a.2) Clima da região:
Regiões quentes: havendo espaço disponível, deve-se construir as redes isoladas ou semi-isoladas e implantar uma arborização de médio e grande porte, pois as espécies de pequeno porte contribuem muito pouco para amenizar a temperatura dos grandes centros urbanos.
Regiões frias: a rede elétrica deve ser implantada, de preferência, nas calçadas Oeste e Norte, e sob elas, árvores de pequeno porte. Nas calçadas Leste Sul deverão ser plantadas árvores de porte médio, observando-se as dimensões da via pública e o paisagismo local.
Essa distribuição permite a definição clara do espaço destinado à arborização e aos demais serviços urbanos e procura otimizar a utilização do sol como forma de aquecimento. O plantio das árvores deve ser feito de maneira que as edificações sejam protegidas (sombreadas) durante os períodos de insolação mais intensa que acontece no período da tarde.
Nas avenidas com canteiro central o posteamento deve ser implantado nas calçadas laterais. O canteiro central deve ser arborizado preferencialmente com árvores colunares, piramidais ou palmáceas.
Onde houver postes de iluminação com fiação aérea, deve-se implantar espécies de pequeno porte. O uso de palmeiras requer atenção para a retirada das folhas velhas, evitando a queda natural. Em algumas regiões o ataque de lagartas em palmeiras poderá requerer ações preventivas de controle.
Modelo de arborização urbana em função das Redes de Energia
b) Áreas urbanas com rede de energia elétrica e sem arborização
Passeios e ruas estreitas, sem recuo das construções, deve-se analisar as vantagens e desvantagens que a arborização irá proporcionar à população. Se optar pela arborização, esta deve ser implantada com espécies de pequeno porte.
c) Regiões quentes
Passeios e ruas largas e com recuo das construções, deve-se optar por uma arborização de médio e grande porte se a rede elétrica for isolada ou semi-isolada, se a rede elétrica for nua deve-se negociar com a concessionária a modificação da rede. Se não for possível, recomenda-se implantar uma arborização de pequeno porte sob a fiação e de médio e grande porte do lado oposto.
d) Regiões frias
Passeios e ruas largas e com recuo das construções, deve-se optar por uma arborização de pequeno porte sob a rede elétrica e de médio porte do lado oposto.
Passeios e ruas estreitas e sem recuo das construções, deve-se optar por uma arborização de pequeno porte.
e) Redes de energia áreas
Convencional ou nua: caracterizadas por condutores nus, ou seja, sem proteção, dispostos horizontalmente nos circuitos de média tensão e verticalmente naqueles de baixa tensão.
Isolada ou multiplexada: rede isolada de média ou baixa tensão constituída por cabos isolados e multiplexados em torno de um cabo mensageiro de sustentação. 
	Protegida ou compacta: é constituída por um cabo mensageiro de aço que sustenta espaçadores losangulares feitos em polietileno de alta densidade, instalados a cada 8 a 10 metros, que sustentam os três condutores fases cobertos com polietileno de baixa densidade. Permite o contato eventual de galhos substituindo a necessidade de podas de maior intensidade por serviços mais simples de retirada de galhos que estejam em contato direto com a rede. 
e.1) Alternativas técnicas para a iluminação pública
1. Braço longo: o braço longo para área arborizada possui uma projeção horizontal cinco vezes maior que o braço tradicional, de forma a manter a luminária fora da copa das árvores.
2. Luminária em segundo nível: esta instalação utiliza luminárias nos postes da rede de energia abaixo da copa das árvores, para garantir a iluminação aos pedestres.
3. Postes ornamentais: os postes ornamentais são postes exclusivos de iluminação pública e são instalados com projetos de rede subterrânea.
4.3 Considerações
	Normalmente o planejamento da rede elétrica é realizada antes da implantação da arborização e demais benfeitorias. Faz-se necessário que nesta fase seja prevista a locação correta dos postes nas calçadas Norte Oeste, ficando reservadas as calçadas Leste Sul para arborização.
5 PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA
5.1 Principais medidas a serem adotadas para adequada implantação
	As condições do ambiente onde se pretende implantar a arborização devem ser bem conhecidas. As características dos passeios, a largura e a direção de ruas e avenidas, a altura das construções, a presença de fiação aérea e subterrânea, o movimento de veículos e sua natureza, bem como o calçamento e a topografia são alguns dos fatores a serem considerados por ocasião do planejamento da arborização.
	Assim, a escolha da espécie é uma questão que deve ser ponderado, pois engloba todos esses fatores.
5.1.1 Seleção da espécie
	As árvores apresentam desenvolvimento satisfatório, mantendo-se vigorosas, somente quando se adaptam bem às condições de clima e solo.
	É importante conhecer a vegetação da região, dentro da cidade e no entorno, procurando selecionar espécies que são recomendadas para arborização e que apresentam crescimento e vigor satisfatórios.
	A má escolha da espécie a plantar, resulta em erros irreparáveis, em geral agravados pela desconsideração das necessidades e exigências elementares da vegetação, como solo, água, luz e ambiente local.
	A escolha deve ser criteriosa, encaixando no maior número possível de quesitos técnicos exigidos,principalmente se plantada em calçadas e passeios públicos.
	Deve-se ter ciência de que é impossível encontrar a árvore ideal para esse fim. Sugere-se indicar para arborização de vias públicas árvores com características favoráveis, cuja eficiência seja comprovada pelo emprego prático.
	Deve-se lembrar que a arborização não deverá interferir no reconhecimento das placas de denominação dos logradouros e de trânsito.
Adaptabilidade às condições edafoclimáticas 
Dar preferência às nativas da região, que já estejam adaptadas ao local, promovendo assim sua conservação. 
Somente optar por espécies exóticas quando se tiver plena certeza de que essa espécie esteja aclimatada às condições locais. Na medida do possível utilizar espécies nativas da região. As espécies exóticas podem ser utilizadas desde que já são aclimatadas na região.
Tentar conhecer a resistência da espécie a todos os problemas urbanos.
Adaptabilidade ao ambiente urbano
	Tentar conhecer a resistência da espécie a todos os problemas urbanos.
Ser livre de substâncias tóxicas
Nenhum componente da árvore deve conter substâncias tóxicas
5.1.3 CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE
a) Porte
A escolha do tamanho das árvores quando adultas depende da largura das ruas e calçadas, tipo de edificação e presença de fiação da rede elétrica. Categorias de tamanho das árvores:
 - Grande porte (> 6,0 m de altura)
 - Médio porte (entre 4,0 e 6,0 m de altura)
 - Pequeno porte (entre 2,5 e 4,0 m de altura) 
 - Sub-arbusto ou arvoreta (altura inferior a 2,5 m, normalmente com ramificações no caule)
Na literatura encontramos também as seguintes dimensões: Grande porte (> 10,0 m de altura); Médio porte (entre 5,0 e 10,0 m de altura); Pequeno porte (até 5,0 m de altura) 
b) Copa
A densidade da copa influencia no sombreamento e arejamento do ambiente urbano. O formato de um vegetal é decorrente de sua arquitetura natural, ou seja, é um fator genético, mas que pode ser mudado artificialmente com o uso de técnicas de poda e jardinagem.
Quanto ao formato podemos classificar os vegetais em três tipos;
 Os de arquitetura própria possuem um formato que se manifesta sempre do mesmo jeito e em qualquer situação (árvores e arbustos).
 Os de arquitetura dependente não possuem formato próprio e assumem a forma do suporte que lhes é dado (trepadeiras e plantas escandentes).
 E os de arquitetura plástica, são os que suportam podas sucessivas de tal maneira que se pode moldá-las em topiarias. 
Nos vegetais arbóreos, esses diferentes formatos são determinados pelo tipo de crescimento e pelo ângulo de inserção no caule. No conceito de arborização urbana, vê-se que a copa tem influência direta na determinação da caixa da rua, alterando variáveis bioclimáticas, estéticas e de iluminação artificial, principalmente.
Com base nessa diferença anatômica, pode-se encontrar árvores com formas variadas e cada forma se harmonizará apropriadamente ao seu entorno.
Então para cada tipo de clima, haverá um tipo de copa adequado. Em locais de clima tropical: perenifólias; Locais de clima temperado: espécies que perdem ou não as folhas; Locais de inverno rigoroso: espécies caducifólias.
Observar o comportamento das copas em relação as edificações próximas para não ofuscar as fachadas.
A copa das árvores deve-se adequar inclusive ao tipo de iluminação pública. Por isso a necessidade de se conhecer o desenvolvimento arquitetônico das espécies a serem utilizadas. 
Modelos arquitetônicos de espécies arbóreas
Em função da direção do crescimento:
Eixo principal ortotóprico: quando os meristemas crescem para o alto, verticalmente (Crescimento ortotóprico).
Eixo plagiotrópico: quando os meristemas crescem horizontalmente ou obliquamente (Crescimento plagiotrópico).
A espécie escolhida deve ter fuste e copa definidos, com porte em altura e diâmetro de copa, quando adulta, compatível com o local, a fim de evitar riscos e danos à rede elétrica, às construções ou a aplicação de podas drásticas, sempre que desejáveis e permitindo transito livre de veículos e pedestre, além de possibilitar o seu desenvolvimento natural.
c) Folhas
	
A folhagem é um dos atrativos devido ao período com folhas e a beleza natural das folhas.
	Preferir espécies com folhas de tamanho médio a grande, devido:
 - Apesar de darem mostras de maior sujeira apresentar maior facilidade de limpeza
 - Prejudicam menos o escoamento de água nas calhas e bueiros, pois as folhas pequenas penetram no interior da canalização causando entupimento
Preferir espécies com folhas lisas por permitir a lavagem da poeira durante as chuvas. Deve-se evitar espécies com folhas pilosas por fixarem mais facilmente o pó existente no ar, tornando-se sujas e propicias a hospedagem de fungos, bactérias, que poderão trazer inconvenientes para a saúde humana, preferencialmente em locais que tem alta poluição do ar.
d) Troncos
	Os troncos e ramos devem ter pouco volume. Devem ser desprovidos de acúleos e espinhos em qualquer fase do desenvolvimento e resistentes para que suportem fortes ventos, sem lascas ou tombar.
e) Flores
As flores devem ser bonitas e vistosas. Flores muito grandes podem sujar muito na opinião de algumas pessoas. Há espécies que produzem pólen causadores de alergias
As flores são altamente apreciadas nas árvores. Para calçadas, as árvores ditas ornamentais devem tê-las de tamanho pequeno, pois as grandes causam, com sua queda ao solo, riscos de acidentes ao pedestre. Optar pela escolha de árvores ornamentais produtoras de flores de cores vivas e cujo período de permanência na planta seja o mais duradouro possível, evitando-se as que exalam fortes odores que podem tornar-se desagradáveis.
f) Frutos
Frutos grandes e pesados apresentam riscos para pedestres e veículos. É controverso o uso de espécies frutíferas devido:
 - Atrai a fauna e serve alimentos para as pessoas
 - Sujam o ambiente e favorece a ocorrência de acidentes
Há frutos que podem manchar ou sujar a pintura de veículos, através da liberação de substâncias de difícil limpeza.
	Deve-se evitar o emprego de árvores produtoras de frutos pesados, volumosos, deiscentes e os comerciais apreciados pelo homem.
g) Raizes
	As raízes devem ser pivotantes, evitando-se o quanto possível espécies com sistema radicular superficial ou tubular, que prejudicam as fundações dos prédios, tendem a danificar a canalização, promovem levantamento de calçadas, mesmo em canteiros tecnicamente dimensionados.
	Ter raízes profundas e sem sapopemas na medida do possível utilizar espécies nativas da região. Geralmente as árvores tropicais tendem a desenvolver raízes superficiais quando ficam mais velhas. Há espécies problemáticas desde bem jovens, por exemplo: Flamboyant (Delonix regia)
h) Problemas fitossanitários
	As espécies utilizadas devem ser resistentes à incidência de insetos e microrganismos fitopatogênicos, dadas as dificuldades e mesmo restrições de uso na aplicação de defensivos, pois podem acarretar problemas sérios de saúde à população.
NOTA: como é difícil encontrar espécies que preencham plenamente todos esses requisitos, recorre-se às espécies consagradas pelo uso ou as que apresentam características favoráveis e podem ser comprovadas através de experimentos, contudo, sempre que possível preferir as espécies nativas da região. 
5.1.4 QUANTIDADE DE ESPÉCIES UTILIZADAS
Cada espécie vegetal deve entrar na composição florística proposta até o limite máximo de 15% da quantidade total. Quanto menor for a percentagem, melhor será essa composição, pois, maior será o no. de espécies, maior a diversificação delas e melhor será a biodiversidade. Quanto maior a quantidade de espécies, menor será o risco de perda parcial ou até total da arborização por problemas fitossanitários.
Desvantagens de uma composição florística mais homogênea:
 - É mais monótona do que uma com grande diversidade de espécies vegetais
 - Há períodos mais limitadosde florescimento com poucas cores ou formas de flores
Em levantamento floristico em 04 setores urbanos de Alta Floresta (D, F, H e J) (DEMARCHI, 2007) obteve: Oiti (Licania tomentosa) 48,3% e Ficus (Ficus benjamina) 28,7%, sendo que ambas espécies contribuíram com 77,0% do no. total de indivíduos amostrados.
5.1.5 CONFLITOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA
Impacto nas redes subterrâneas 
As redes subterrâneas de água, esgoto, eletricidade, telefonia e gás devem ser mapeados para orientar o plantio. As espécies devem ter raízes profundas e evitar espécies com raízes que possam causar obstruções e rompimentos de canalizações e danificar calçadas
Impacto nos fios elétricos
Contato de galhos com condutores elétricos, provocando curtos-circuitos.
Impacto na arborização urbana 
As podas provocam mutilações que afetam a estética da árvore ou as deixam susceptíveis à doenças e pragas.
Impacto na superfície 
Disputa de espaços com poste, lixeiras, placas de sinalização, protetores de árvores, etc.
5.2 FATORES FÍSICOS INERENTES AO LOCAL
5.2.1 Avaliações prévias necessárias
a) Aspectos culturais e históricos da população urbana local
No planejamento da arborização urbana, deve-se considerar as necessidades e anseios aliados a análise das atividades desenvolvidas (indústria, comércio, habitação); avaliar a infra-estrutura do local (rede elétrica, de água, esgoto, etc.); e o espaço físico disponível e vegetação local.
Tais informações são essenciais para a elaboração do plano geral de arborização, que determinará:
 - Locais a serem arborizados
 - Espaçamentos a serem obedecidos 
 - Espécies arbustivas e arbóreas a serem plantadas
b) Etapas do planejamento da arborização urbana
1) Inventário da arborização existente
Faz-se amostragem ou censo com avaliações qualitativas e quantitativas onde:
● Identifica, qualifica e quantifica as espécies existentes.
Avalia-se:
1) Espécies arbóreas existentes,
2) Altura total e da primeira bifurcação
3) Diâmetro da copa e do tronco (DAP)
4) Condições fitossanitárias das árvores
5) Verificar as espécies + adaptáveis e resistentes ao local
6) Identificar as árvores notáveis, com valor histórico ou paisagístico
7) Obter a frequência de ocorrência de cada espécie e a quantidade total de árvores
As árvores devem ser locadas em planta baixa da área, para:
Possibilitar maior e melhor visualização do espaço disponível para novos plantios, ou
Quando necessário indicação ou substituições
2) Elaboração do Plano de Arborização Urbana
Definem-se as linhas mestras e as diretrizes da arborização urbana. Deve-se incluir o Código de Arborização, as normas e os decretos.
No Plano de Arborização Urbana deve conter:
 - As espécies vegetais a serem plantadas
 - Localização dos pontos a serem arborizados
 - Espaçamentos, alinhamentos e afastamentos das covas
 - Tipo e altura da muda
 - Dimensão da cova e as adubações 
 - Elementos de proteção da muda e do canteiro
 - Se necessários as podas de formação e a época de plantio
c) Distância mínima das árvores em relação aos diversos elementos das áreas livres públicas
	Elementos das áreas livres públicas
	Distância mínima para árvores (m) 
	
	Pequeno porte
	Médio porte
	Grande porte
	Instalações subterrâneas
	1,0
	1,0
	1,0
	Mobiliário urbano
	2,0
	2,0
	3,0
	Galerias
	1,0
	1,0
	1,0
	Caixas de inspeção
	2,0
	2,0
	3,0
	Guia rebaixada, faixas de travessia
	1,0
	2,0
	3,0
	Transformadores
	5,0
	8,0
	12,0
	Via públicas
	-
	-
	5,0
d) Distância mínima das árvores em relação aos diversos elementos das vias públicas
	Distância mínima (m) 
	Característica da espécie
	
	Pequeno porte
	Médio porte
	Grande porte
	Esquina (referenciada ao ponto de encontro dos alinhamentos dos lotes da quadra em que se situa)
	5,0
	5,0
	5,0
	Iluminação pública
	(1)
	(1)
	(1) e (2)
	Postes
	3,0
	4,0
	5,0 (2)
	Placas de identificação e sinalizações
	(3)
	(3)
	(3)
	Equipamentos de segurança (hidrantes)
	1,0
	2,0
	3,0
	Instalações subterrâneas (gás, água, energia, telecomunicações, esgoto, drenagem)
	1,0
	1,0
	1,0
	Ramais de ligações subterrâneas
	1,0
	3,0
	3,0
	Mobiliário urbano (bancas, cabines, guaritas, telefones)
	2,0
	2,0
	3,0
	Galerias
	1,0
	1,0
	1,0
	Caixas de inspeção (boca-de-lobo, boca-de-leão, poço-de-visita, bueiros, caixas de passagem)
	2,0
	2,0
	3,0
	Fachadas de edificação
	2,4
	2,4
	3,0
	Borda de faixa de pedestre, guia rebaixada e gárgula
	1,0
	2,0
	1,5R (4)
	Transformadores
	5,0
	8,0
	12,0
	Espécies arbóreas
	5,0
	8,0
	12
Notas:
(1) Evitar interferências com cone de iluminação.
(2) Sempre que necessário, a copa de árvores de grande porte deverá ser conduzida (precocemente), através do trato cultural adequado, acima das fiações aéreas e da iluminação pública.
(3) A visão dos usuários não deverá ser obstruída.
(5) Uma vez e meia o raio da circunferência circunscrita à base do tronco da árvore, quando adulta, medida em metros
e) Dimensões das redes elétricas
	Serviço
	Altura (m)
	Poste
	9 a 12
	Condutor de baixa tensão
	7,3
	Condutor de alta tensão
	8,2 a 9,4
	Fio de telefone
	5,4
5.2.2 Largura das ruas e calçadas
Para uma arborização adequada, o porte das árvores deve necessariamente estar em sintonia com o espaço disponível. Árvores de menor porte serão plantadas em ruas estreitas e as de porte mediano a grande, em ruas largas ou avenidas com canteiro central. Convém manter a proporção entre o porte da árvore e a largura da rua. Tomando por base a largura das ruas e passeios, a arborização deve ser realizada considerando três aspectos:
Caso 01: Rua estreita e calçada estreita 
A rede de energia elétrica é aérea 
Não há espaço entre a casa e a calçada 
Não é recomendada a arborização
Tendo afastamento entre a casa e a calçada pode-se plantar dentro do lote espécies de pequeno porte
Caso 02: Rua estreita e calçada com largura média
● A rede de energia elétrica é aérea 
● Plantar apenas no lado que não há rede de energia elétrica 
● Utilizar espécies de porte médio
�
Caso 03: Rua larga e calçada estreita
● A rede de energia elétrica é aérea 
● Plantar apenas no lado que não há rede de energia elétrica 
● Plantar espécies de pequeno porte
�
Caso 04: Rua estreita e calçadas largas
● A rede de energia elétrica é aérea 
● No lado com rede de energia elétrica plantar espécies de pequeno porte 
● No lado s/ rede de energia elétrica plantar espécies de médio ou grande porte 
�
Caso 05: Rua larga e calçada estreita, com recuo nos dois lados
● A rede de energia elétrica é aérea 
● No lado com rede de energia elétrica plantar espécies de pequeno porte 
● No lado s/ rede de energia elétrica plantar espécies de grande porte
�
Caso 06: Rua larga e calçadas com largura média
● A rede de energia elétrica é aérea 
● No lado com rede de energia elétrica plantar espécies de pequeno porte 
● No lado s/ rede de energia elétrica plantar espécies de médio ou grande porte
�
Caso 07: Rua larga e calçadas largas
● A rede de energia elétrica é aérea 
● No lado com rede de energia elétrica plantar espécies de pequeno porte 
● No lado s/ rede de energia elétrica plantar espécies de médio ou grande porte
Caso 08: Rua larga e calçada larga
● A rede de energia elétrica é subterrânea 
● Plantar espécies de grande porte nos dois lados
�
ATENÇÃO
	Em ruas com largura inferior e calçadas a 06 metros e sem recuo de construções NÃO é recomendada arborização.
	Ruas com passeios sem pavimentação NÃO devem ser arborizadas.
5.2.3 Avenidas com canteiro central
	Pretendendo-se plantar árvores em canteiros centrais de avenidas é possível à utilização de árvores de grande porte. Recomenda-se:
Não plantar árvores, nem cimentar ou ladrilhar em canteiros centrais cuja largura seja inferiora 01 metro e onde haja postes de iluminação, com fiação elétrica;
Plantar árvores com tronco sem ramificação até no mínimo 01 metro e em canteiros centrais com largura variável de 01 a 04 metros.
As espécies palmáceas são indicadas em avenidas com canteiros centrais, podendo ser intercaladas em diagonal no caso de canteiros com mais de 03 metros. O emprego de palmeiras na arborização de ruas está condicionado à ausência de rede elétrica.
Ao se utilizar palmáceas em um canteiro central, recomenda-se o plantio de uma outra espécie arbórea nas calçadas laterais da avenida, devido à harmonia que esta composição proporciona.
5.3 Fatores ambientais
5.3.1 Clima e solo
	O clima e o solo são fatores básicos que delimitam o desenvolvimento das plantas.
	A temperatura, precipitação e a ocorrência de geadas são fatores decididamente limitantes na adaptação da espécie.
	Muitos são os fatores negativos ao desenvolvimento das árvores de ruas relativas ao solo que devem ser evitados ou corrigidos sempre que possível. Dentre esse fatores cita-se a excessiva compactação para a pavimentação das ruas, o assentamento de estrutura para alicerces e a disposição de resíduos de construção e entulhos no subsolo.
	O aproveitamento dos nutrientes pelas plantas é condicionado ao pH do solo, sendo o ideal para a maioria delas entre 6,0 e 6,5. É conveniente que se faça uma análise do solo local para se conhecer suas reais condições, efetuando quando necessárias às devidas correções.
5.3.2 Poluição
	O ar saturado com suspensões resultantes do tráfego intenso e poluído por gases expelidos de indústrias ou veículos, constitui-se em problema para a arborização de ruas.
	Em ruas de maior tráfego, convém arborizar com espécies resistentes aos gases nocivos, visto que essa é a poluição prejudicial à respiração e fotossíntese das árvores.
5.4 Planejamento de praças
	Pode-se destacar com relação às praças e áreas livres a ocorrência de três situações distintas que conduzem a tratamentos diferenciados. São elas:
Praças existentes em bom estado de conservação: nesse caso, apenas sugestões vegetativas capazes de trazer melhorias estéticas devem ser feitas.
Praças existentes em mau estado de conservação: nessas praças deve-se confeccionar um novo projeto, procurando aproveitar os elementos já existentes.
Novas praças: em áreas livres destinadas a novas praças, elabora-se o projeto completo.
5.4 Considerações
O mapa de zoneamento do município define as zonas urbanas. Assim, para o planejamento da arborização deve-se adotar este critério. 
As ruas e avenidas apresentam características próprias que variam em função de sua localização ou finalidade e são também caracterizadas conforme suas funções na rede viária das cidades. 
Muitas são as falhas humanas cometidas por ocasião do plantio e da escolha de espécies que muitas vezes são incompatíveis com determinado local. Toda espécie poderá ser viável desde que sejam consideradas as suas características. 
Os casos necessários para adequar uma arborização são obtidos conjugando os aspectos da região urbana e os aspectos próprios da rua, sem esquecer o caráter ornamental das árvores.
__________________________________________________________________________________
Profª M.Sc. JOCIANE ROSSETO DE OLIVEIRA SILVA
Engª. Florestal – CREA-MT nº 10.280/D.

Outros materiais