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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - FATECS
CURSO: COMUNICAÇÃO SOCIAL – 1º SEMESTRE - NOTURNO
DISCIPLINA: INICIAÇÃO À CIÊNCIA
PROFESSOR: ADEMIR GASPAR DOS REIS
O ALCOOLISMO NA MÍDIA
DERLILO ROSA – RA 2094363/4
EMILY LORHANA – RA 2094183/2
JORGE ANDRÉ – RA 2097788/2
LAÍSE PEDROSO – RA 2094166/4
VINICIUS ALVES – RA 2094788
VELTZ CAPONE – RA 2096036/8
Brasília/DF, novembro de 2009.
O Alcoolismo na mídia
Por
DERLILO ROSA
EMILY LORHANA
JORGE ANDRÉ
LAÍSE PEDROSO
VINICIUS ALVES
VELTZ CAPONE
Projeto de pesquisa apresentado à disciplina Iniciação à Ciência, do curso de Comunicação Social do UNICEUB, como parte da avaliação do semestre, sob a orientação do Professor Ademir Gaspar dos Reis.
Novembro de 2009.
SUMÁRIO
Introdução..........................................................................................................4
Objetivos............................................................................................................5
O Alcoolismo na mídia
História do Álcool....................................................................................7
Grécia e Roma.............................................................................7
Egito Antigo..................................................................................8
Idade Média..................................................................................8
Idade Contemporânea..................................................................8
O Alcoolismo hoje.................................................................................10
O Alcoolismo no cinema e nas telenovelas..........................................12
A Propaganda do Álcool.......................................................................16
Definição dos Termos......................................................................................19
Conclusão........................................................................................................20
Referências Bibliográficas...............................................................................21
INTRODUÇÃO
Poucos assuntos são tão polêmicos e difíceis de abordar quanto o Alcoolismo. É um assunto que exige um tratamento editorial diversificado e propositivo.
A missão deste projeto é entender as deficiências e as qualidades dos noticiários que a imprensa brasileira vem produzindo sobre o uso do Álcool. Ao mesmo tempo, discutir caminhos capazes de conduzir a uma abordagem tecnicamente mais precisa e eficaz de um assunto que exige cobertura qualificada por parte dos jornalistas. Para isso, é traçado um retrato quanti-qualitativo de como o consumo e as conseqüências do uso do Álcool são tratados pela mídia. 
A partir de uma abordagem teórica sobre a ascendência das propagandas televisivas de bebidas no consumo de álcool, conseguimos captar algumas das iminentes interligações entre mídia e sociedade. É inegável a importância da mídia no processo de reordenamento do ambiente contemporâneo. Nossas observações registraram o poderio incontestável dos dispositivos de persuasão das novas tecnologias, sobretudo, do ponto de vista dos agentes produtores. Cabe-nos, agora, averiguar se a eficiência desse arsenal é tão extensa como nos fazem crer os discursos entusiastas da pós-modernidade. Ou seja, é hora de avaliar os mecanismos persuasivos do ponto de vista dos consumidores. Nesse intuito, tivemos que estabelecer uma relação de proximidade com o nosso objeto de estudo: O Alcoolismo na mídia.
OBJETIVO
O objetivo deste projeto e dar ênfase à pesquisa sobre o álcool na mídia e o seu alcance quanto ao público alvo. O projeto justifica a parte bibliográfica, explorando os meios pelo qual o álcool influencia as pessoas, tanto do ponto de vista físico, mental, quanto do ponto explicativo e interpretativo; quais as conseqüências que causa aos seus usuários; e o quanto a mídia em geral consegue comover, ajudar ou promover o hábito de ingerir o álcool. 
Mesmo sendo o álcool um entorpecente legalizado e nocivo à sociedade, pode-se dizer que nem sempre a mídia tem contribuído para um controle da sua ingestão, isso quando não ao contrário. Infelizmente existem poucos profissionais (inclusive médicos e jornalistas) preparados para informar sobre o tema. Em geral, prevalece o senso comum, o interesse e a opinião pessoal de cada um, a partir da própria experiência com a substância. Assim, como o jornalista depende muito da fonte de informação, muitas vezes são veiculadas mensagens contraditórias e, em alguns casos, superficiais e sensacionalistas. A grande dificuldade é que a cobertura sendo assistemática, desigual, ocasional, impede o estabelecimento de fluxo contínuo de informação na imprensa, que poderia contribuir para a co-construção de base conceitual capaz de re-significar o uso social do álcool e tornar os potenciais consumidores menos vulneráveis ao seu uso.
De acordo com o estudo, há um evidente descompasso entre a mídia e a saúde no que diz respeito ao conjunto de informação que a população recebe sobre drogas ilícitas em comparação com as lícitas. Segundo os pesquisadores, ao mesmo tempo em que a população recebe uma série de dados sobre a violência ligada ao tráfico e sobre os perigos da droga, ela também é alvo de sofisticadas propagandas para estímulo da venda e consumo de bebidas alcoólicas. A maior parte dos textos jornalísticos privilegia, em sua abordagem, os prejuízos decorrentes do consumo de drogas. A dependência foi a conseqüência para a saúde mais citadas nos artigos. 
Outra conclusão interessante diz respeito ao enfoque emocional presente nos artigos analisados, embora os jornalistas escrevam textos aparentemente isentos de julgamentos pessoais; é notória a tendenciosidade dos temas abordados.
História do álcool
Acredita-se que a bebida alcoólica teve origem na Pré-História, mais precisamente durante o período Neolítico quando houve a aparição da agricultura e a invenção da cerâmica. A partir de um processo de fermentação natural ocorrido há aproximadamente 10.000 anos o ser humano passou a consumir e a atribuir diferentes significados ao uso do álcool. Os celtas, gregos, romanos, egípcios e babilônios registraram de alguma forma o consumo e a produção de bebidas alcoólicas.
Em uma das mais belas passagens do Antigo Testamento da Bíblia (Gênesis 9.21)  Noé, após o dilúvio, plantou vinha e fez o vinho. Fez uso da bebida a ponto de se embriagar. Reza a bíblia que Noé gritou, tirou a roupa e desmaiou. Momentos depois seu filho Cã o encontrou "tendo à mostra as suas vergonhas". Foi a primeiro relato que se tem conhecimento de um caso de embriaguez. Michelangelo, famoso pintor renascentista (1475-1564), se inspirou nesse episódio pintar um belíssimo afresco, com esse nome, no teto da Capela Sistina, no Vaticano. Nota-se, assim, que não apenas o uso de álcool, mas também a sua embriaguez, são aspectos que acompanham a humanidade desde seus primórdios.
Grécia e Roma 
O solo e o clima na Grécia e em Roma eram especialmente ricos para o cultivo da uva e produção do vinho. Os gregos e romanos também conheceram a fermentação do mel e da cevada, mas o vinho era a bebida mais difundida nos dois impérios tendo importância social, religiosa e medicamentosa.
 No período da Grécia Antiga o dramaturgo grego Eurípedes (484 a.C. -406 a.C.) menciona nas Bacantes duas divindades de primeira grandeza para os humanos: Deméter, a deusa da agricultura que fornece os alimentos sólidos para nutrir os humanos, e Dionísio, o Deus do vinho e da festa (Baco para os Romanos). Apesar de o vinho participar ativamente das celebrações sociais e religiosas greco-romanas, o abuso de álcool e a embriagues alcoólica já eram severamente censurados pelos dois povos. 
Egito Antigo
Os egípcios deixaram documentadas nos papiros as etapas de fabricação, produção e comercializaçãoda cerveja e do vinho. Eles também acreditavam que as bebidas fermentadas eliminavam os germes e parasitas e deveriam ser usadas como medicamentos, especialmente na luta contra os parasitas provenientes das águas do Nilo.
Idade Média 
A comercialização do vinho e da cerveja cresce durante este período, assim como sua regulamentação. A intoxicação alcoólica (bebedeira) deixa de ser apenas condenada pela igreja e passa a ser considerada um pecado por esta instituição.
Idade Moderna
Durante a Renascença passa a haver a fiscalização dos cabarés e tabernas, sendo estipulados horários de funcionamento destes locais. Os cabarés e tabernas eram considerados locais onde as pessoas podiam se manifestar livremente e o uso de álcool participa dos debates políticos que mais tarde desencadearão na Revolução Francesa.
Idade Contemporânea
O fim do século 18 e o início da Revolução Industrial são acompanhados de mudanças demográficas e de comportamentos sociais na Europa. É durante este período que o uso excessivo de bebida passa a ser visto por alguns como uma doença ou desordem. Ainda no início e na metade do século 19 alguns estudiosos passam a tecer considerações sobre as diferenças entre as bebidas destiladas e as bebidas fermentadas, em especial o vinho. Neste sentido, Pasteur em 1865, não encontrando germes maléficos no vinho declara que esta é a mais higiênica das bebidas.
Durante o século 20 paises como a França passam a estabelecer a maioridade de 18 anos para o consumo de álcool e em janeiro de 1920 o estado Americano decreta a Lei Seca que teve duração de quase 12 anos. A Lei Seca proibiu a fabricação, venda, troca, transporte, importação, exportação, distribuição, posse e consumo de bebida alcoólica e foi considerada por muitos um desastre para a saúde pública e economia americana.
Foi no ano de 1952 com a primeira edição do DSM-I (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) que o alcoolismo passou a ser tratado como doença.
No ano de 1967, o conceito de doença do alcoolismo foi incorporado pela Organização Mundial de Saúde à Classificação Internacional das Doenças (CID-8), a partir da 8ª Conferência Mundial de Saúde. No CID-8, os problemas relacionados ao uso de álcool foram inseridos dentro de uma categoria mais ampla de transtornos de personalidade e de neuroses. Esses problemas foram divididos em três categorias: dependência, episódios de beber excessivo (abuso) e beber excessivo habitual. A dependência de álcool foi caracteriza pelo uso compulsivo de bebidas alcoólicas e pela manifestação de sintomas de abstinência após a cessação do uso de álcool. 
O alcoolismo hoje
O álcool sempre foi muito comentado no mundo inteiro, seja nas artes ou na mídia. Em filmes antigos, por exemplo, o consumo de álcool era comum e tinha o objetivo de mostrar para a sociedade a magnificência das classes mais altas. Os personagens que encenavam o papel dos soberanos sempre apareciam nas cenas bebendo uma bebida alcoólica chamada Uísque, com o objetivo de demonstrar sua riqueza e seu poder. Na época, tanto o álcool, quanto o cigarro e as outras drogas lícitas não tinha restrições.
A presença das bebidas alcoólicas não é novidade nas telenovelas brasileiras. Em geral as tramas são regadas pelas doses de bebidas alcoólicas, nas quais o beber coletivo opera como importante ingrediente para a demarcação das cenas e definição dos espaços de sociabilidade. Com efeito, o beber com os amigos no bar após o trabalho ou nas ocasiões festivas, por exemplo, aparece nas tramas como o momento do lazer, marcando a periodização do tempo, sinalizando para a construção dos espaços de sociabilidade – trabalho/lazer e trabalho/casa -, nos quais o uso do álcool é aceitável e possível. Nessa medida, o beber aparece fundamentalmente como um ato social, sinalizando para os contextos possíveis, nos quais o uso do álcool é valorizado, operando como uma espécie de “lubrificante social”, facilitando a interação entre os personagens, marcando a passagem entre os vários domínios nos quais as tramas se desenrolam.
Todavia, nos últimos anos os telespectadores têm sido apresentados a um novo personagem que passou a freqüentar as telenovelas brasileiras. Trata-se do “abstinente” do álcool; uma figura para quem o álcool se tornou um problema e que tem a necessidade de evitar o “primeiro gole”, pois ele é incapaz de controlar as doses ingeridas. Para superar a “perda de controle sobre o álcool” e manter a “sobriedade”, o personagem passa a freqüentar o grupo de mútua-ajuda dos Alcoólicos Anônimos, recebendo o apoio e a ajuda necessária para sua recuperação.
Nessa nova situação, o uso do álcool não atua como meio facilitador da sociabilidade. Ao contrário, ingerir bebida alcoólica pode significar um obstáculo à inclusão social, marginalizando o bebedor. Nessa medida, é justamente a abstinência do álcool que garante a possibilidade de resgate da sociabilidade, libertando o personagem do círculo da dependência do álcool, própria da “doença do alcoolismo”.
Não há dúvidas entre os especialistas de que essa droga é uma das que mais causa impacto social. Uma pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psiscoterápicas (CEBRID) mostra que o álcool é a droga preferida dos brasileiros (68,7% do total), seguido pelo tabaco, maconha, cola, estimulantes, ansiolíticos, cocaína, xaropes e estimulantes, nesta ordem. Motoristas alcoolizados são responsáveis por 65% dos acidentes fatais em São Paulo.
De acordo com o Datasus, Banco de Dados do Sistema Único de Saúde, no Brasil, o álcool é responsável por 85% das internações decorrentes do uso de drogas. 
O alcoolismo no cinema e nas telenovelas
A televisão e o cinema alertam a sociedade sobre o mal do álcool em excesso e ressalta a importância das telenovelas como um sistema simbólico mostrando cenas, algumas vezes de casos verídicos, de “doentes alcoólicos” tentando se livrar vício. 
A presença de personagens com problemas relacionados ao uso de bebidas alcoólicas nas telenovelas coincide com a constatação de que o alcoolismo constitui um dos mais sérios problemas de saúde publica na atualidade, despertando a tentação tanto das autoridades médicas e sanitárias como da mídia em diversos países. 
Nesse cenário, os Alcoólicos Anônimos desempenham um papel fundamental, constituindo-se numa importante estratégia terapêutica para o alcoolismo. Trata-se de um programa de recuperação, expresso nos “doze passos e doze tradições”, cujo objetivo é ajudar os alcoólicos a evitar o “primeiro gole” e, assim, a manter a sua sobriedade.
Nas telenovelas brasileiras a presença do AA tem sido particularmente marcante nos últimos anos. Isso fica evidente, por exemplo, a partir da telenovela Por Amor, autor Manoel Carlos, que foi ao ar a partir de 13 de outubro de 1997, no horário das 20h00, na Rege Globo. Em Por Amor, foi possível ver o ator Paulo José interpretar o personagem Orestes Greco, um “alcoólatra”, que luta durante toda a trama para controlar o ato de beber e, no último capítulo, encontra no grupo dos Alcoólicos Anônimos a possibilidade de recuperação do alcoolismo.
Já na telenovela O Clone, da autora Gloria Perez, que foi ao ar a partir de 01 de outubro de 2001, no horário das 20h00, na Rede Globo, foi possível acompanhar a trajetória do personagem Lobato, interpretado pelo ator Osmar Prado, narrando os problemas enfrentados devido a seu alcoolismo e sua posterior recuperação através da abstinência e da participação em Alcoólicos Anônimos.
Outro exemplo da presença dos Alcoólicos Anônimos em telenovelas ocorreu em Mulheres Apaixonadas, do autor Manuel Carlos, que foi exibida a partir de 13 de outubro de 2002, no horário das 20h00, na Rede Globo. Nessa telenovela foi possível acompanhar a trajetória da professora Santana, interpretada pela atriz Vera Holtz, que, numa de suas crises de abstinência do álcool, chegou a beber perfume. O drama vivido pela personagem Santana só foi controlado com sua entrada nos Alcoólicos Anônimos.
A telenovelada Rede Globo Celebridades do autor Gilberto Braga, cuja estréia foi em 13 de outubro de 2003, no horário das 20h00, por sua vez, mostra, através do personagem Alexandre Borges, a trajetória de um jornalista portador da “doença do alcoolismo”. Através de inúmeras perdas acumuladas ao longe de sua vida, o personagem Cristiano reconhece que está no “fundo-do-poço” e também encontra nos Alcoólicos Anônimos a ajuda necessária à sua recuperação.
Como sublinha Motter, as telenovelas vêm assumindo uma posição de diálogo com a realidade, afastando-se dos modelos tradicionais que pautaram a criação do gênero. Nesta perspectiva, “essas telenovelas mostram que a vida cotidiana vai sendo incorporada de modo mais abrangente e concreto na sua convivência com a prostituição, o homossexualismo, a droga, a pedofilia (preferência sexual por crianças), o crime, a violência urbana, com os bolsões de miséria, que proliferam sob a forma de favelas dominadas por traficantes que submetem trabalhadores e induzem jovens e crianças ao vício e à criminalidade, num ambiente em que as instituições não funcionam e pelo que a sociedade não se sente responsável”.
A última a tratar a respeito desse assunto é a telenovela das 20h00 que está no ar na Rede Globo, do autor Manoel Carlos, Viver a vida. Renata, personagem interpretada pela atriz Bárbara Paz, demonstra o desespero de uma doente portadora da doença drunkorexia (do inglês: drunk, que significa bêbado) ou anorexia alcoólica. Renata compreende que o corpo sem excessos – sem gorduras, flacidez, estrias ou celulites – é o único que, mesmo sem roupas, está decentemente vestido. Renata, como quase todas as mulheres de sua idade, não quer engordar. Por isso ela tenta resolver esse seu problema através da bebida alcoólica. A partir desta semana o drama de Renata, personagem da atriz Bárbara Paz ganhará mais visibilidade. Com a personagem, o diretor da novela pretende alertar sobre o risco da doença. O termo não e cientifico, mas já circula pela internet e pelos consultórios médicos. Ainda pouco conhecido, o transtorno alimentar ocorre quando os doentes – a maioria são mulheres na faixa entre 18 e 25 anos – bebem e deixam de comer para emagrecer. Eles transformam a obsessão pela magreza em compulsão pela bebida, em especial os destilados que suprimem o apetite e, tomados em grande quantidade, dão uma sensação de saciedade e certo enjôo da comida.
O contrário também pode ocorrer: o alcoolista, em estado crônico, quando sempre desenvolve algum tipo de transtorno alimentar. No estômago vazio, sobretudo o feminino, uma mera lata de cerveja é capaz de provocar sinais de embriaguez. 
Filmes sobre o assunto também não vão faltar, como é o caso do filme 28 dias e O casamento de Rachel, ambos falam do transtorno que o álcool causa, não só na pessoa que bebe, mas também nas famílias. Em 28 dias, Gwen Cummings, interpretada pela atriz Sandra Bullock, é uma escritora de Nova York que vive em ritmo intenso, principalmente à noite. Apaixonada por badalações, ela está quase sempre embriagada. Para Gwen e seu companheiro Jasper (Dominic West), a vida não passa de uma eterna festa. Até que um lamentável escândalo acontece no casamento de sua irmã. Sob efeito de álcool, Gwen causa um acidente no volante da limusine dos noivos e acaba condenada a uma pena de 28 dias num centro de reabilitação para adictos. O grande desafio do filme era conseguir ressaltar o modelo de vida das pessoas dependentes que estão em clínicas de reabilitação e como elas reagem com a falta da droga. O filme mostra exatamente como uma pessoa vive com esse assunto tão delicado de maneira transparente e eufemista. Por isso, a seleção dos atores foi feita a dedo. Já o filme O casamento de Rachel conta a história de Kym, interpretada por Anne Hathaway, que é uma jovem mulher que há 10 anos passa por uma clínica de reabilitação. Quando ela retorna para a casa de sua família para o casamento de sua irmã Rachel (Rosemarie DeWitt), ela traz consigo uma longa história de crises pessoais e conflitos familiares e sua postura sarcástica faz reviver antigas feridas e transforma o casamento dos sonhos de sua irmã num campo de batalha. 
A Propaganda do Álcool
Uma reunião técnica promovida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) em Valência, Espanha, dedicou-se a analisar a situação do marketing e promoção de bebidas alcoólicas aos jovens. Participaram dessa reunião 50 pessoas de 22 países, entre especialistas em marketing, saúde pública e comunitária. 
Os técnicos reunidos nesse encontro fizeram recomendações à OMS sobre a situação global da propaganda de álcool e ações a serem tomadas. Esses documentos atestam que jovens no mundo inteiro vivem em ambientes caracterizados por esforços agressivos e intensos para encorajar que eles iniciem e bebam pesadamente. No Brasil, a propaganda de álcool confirma plenamente a afirmação acima, seja no uso praticamente exclusivo de modelos jovens para vender seus produtos, no desenvolvimento de novos produtos alcoólicos claramente voltados ao público jovem. A indústria de álcool se vale cada vez mais de associar seus produtos com eventos esportivos, musicais e culturais, promoções baseadas na internet e outros esforços para apresentar as bebidas alcoólicas como uma parte normal e integral das vidas e da cultura dos jovens.
E o fato é que as pesquisas apontam que os jovens tendem a responder a esse marketing agressivo em um nível emocional, mudando suas crenças e expectativas em relação ao beber. A exposição e a apreciação que os jovens desenvolvem pelas propagandas do álcool predizem um beber mais freqüente e pesado por eles.
Um dos pontos que chamaram a atenção foi o exemplo do Brasil pela agressiva utilização da sexualidade nas propagandas, especialmente no caso da cerveja. É importante notar que o código do CONAR (Conselho de auto-regulamentação publicitária-instituição representante do setor publicitário), que determina regras para a propaganda de todos os produtos, deixa claro que a propaganda de álcool não deve ser associada à sexualidade. Mas ainda mais importante que esse uso agressivo de sexualidade, é a utilização do Brasil e de símbolos nacionais para a venda de álcool. O exemplo mais evidente dessa técnica vem novamente da indústria de cerveja, responsável por 85% das bebidas alcoólicas consumidas no Brasil e que faz um verdadeiro lobby para se “disfarçar” de bebida não-alcoólica, escapando assim das proibições existentes em relação à propaganda de álcool. A tartaruga de uma das marcas de cerveja é bem feita e bonitinha, mas sua denominação como “a torcedora símbolo da seleção brasileira” é um insulto à população brasileira. Essa “torcedora símbolo” do nosso futebol é onipresente; atesta-se sua presença na televisão, em revistas, em pontos de ônibus, na internet.
No Brasil não existe contrapartida da indústria do álcool no que se refere ao desenvolvimento de atividades sérias, coerentes e efetivas de prevenção ao abuso do álcool. Com exceção de uma atividade de pequenas proporções desenvolvida por uma das maiores indústrias de álcool no Brasil, a indústria como um todo não dá sinais de reconhecer sua responsabilidade social, nem para fins de relações públicas. Ou seja, a indústria das bebidas alcoólicas não assume e não se responsabiliza por qualquer tipo de problema relacionado ao álcool.
As propagandas e marketing das bebidas alcoólicas no Brasil são partes integrantes da criação de um clima normatizador, associando-as exclusivamente a momentos gloriosos, à sexualidade e a ser brasileiro, esquecendo-se dos problemas associados. Os números de problemas associados ao álcool no Brasil não deixam dúvida quanto ao potencial devastador deste, principalmente junto aos jovens.
Definição dos Termos
AA – Alcoólicos Anônimos
CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicoterápicas
CONAR – Conselho de auto-regulamentação publicitária
DATASUS – Banco de dados do Sistema Único de Saúde
Deméter – Deusa Grega daagricultura
Dionísio – Deus do vinho e da festa
Drunkorexia – do inglês drunk, que significa bêbado
DSM-I – Diagnostic and Statistical of Mental Disorders
Eurípedes – Último dos três grandes autores trágicos da Atenas clássica. Foi autor do maior número de peças trágicas da Grécia que chegaram até nós: dezoito no total.
Lei Seca - denominação popular da proibição oficial de fabricação, varejo, transporte, importação ou exportação de bebidas alcoólicas.
Louis Pasteur – Importante cientista francês fez descobertas que tiveram uma grande importância tanto na área de química quanto na de medicina. Criador da técnica conhecida hoje como pasteurização.
OMS – Organização Mundial da Saúde
Conclusão
Para concluir o nosso projeto fica a opinião de que o papel da imprensa nas estratégias preventivas é fundamental e pode representar uma interessante alternativa para os próximos anos. Dentro desse contexto, torna-se essencial o estabelecimento de parcerias entre os profissionais interessados, especialmente os jornalistas e os especialistas em prevenção ao uso indevido do álcool, para que se possa abrir debate sobre o tema. 
Referências bibliográficas
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Ministério da Saúde / DATASUS - Departamento de Informática do SUS - Espl. dos Ministérios Bloco G Anexo A, 1ºandar - sala 107 CEP:70.058-900 - Brasília – DF - Tel.: (61) 3985-7141 / (61) 3985-7160 / (61) 3985-7178.
CEBRID - Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas - Universidade Federal de São Paulo - Depto. de Psicobiologia - Rua Botucatu, 862 - 1° andar CEP:04023-062 - São Paulo – SP - Fax: (11) 5084-2793 / Tel: (11) 2149-0155.
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