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DIREITO DOS CONTRATOS PARTE GERAL

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MATERIAL PARA SIMPLES ESTUDO 
 
DIREITO DOS CONTRATOS: 
 
 
 
PARTE GERAL 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE 
 
 MG 
 
 
PROFESSOR: ORIENTAÇÃO ROMER AUGUSTO 
 
 
CONTEÚDO 
 
1. Principais Princípios Contratuais 
2. Classificação dos Contratos (Anexo) 
3. Elementos Internos dos Contratos 
4. Elementos Externos dos Contratos 
5. Relatividade dos Contratos 
6. Contratos Aleatórios 
7. Dos Vícios na Execução dos Contratos ( Redibitório e Evicção) 
8. Formas de Extinção dos Contratos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS CONTRATUAIS 
 
1.1. Autonomia da Vontade: O contrato resulta do acordo entre vontades, do consensualismo, ainda que em alguns casos (adesão) esta vontade possa ser relativizada. A ausência de vontade acarreta a invalidade do negócio jurídico. 
1.2. Pacta Sunt Servanda (Força Obrigatória dos Contratos): É o princípio da força obrigatória dos contratos, isto é, aquilo que for livremente pactuado entre as partes terá força de lei para ambas. Poderá sofrer relativização em alguns casos, principalmente, por exemplo, quando forem invocadas a função social do contrato ou a teoria da imprevisão. 
1.3. Relatividade dos Contratos: O contrato, em regra, só vincula aqueles que dele participam. As exceções a essa regra são os contratos que envolvam Promessa de Fato de Terceiro, Contrato com Pessoa a Declarar e Estipulação em Favor de Terceiro. 
1.4. Boa-fé (Cláusula Geral): Este princípio é parâmetro para todas as relações jurídicas. Em âmbito contratual, imprime aos contratantes o dever de agir com ética, com probidade, em todas as fases do contrato (Tratativas, Celebração, Execução e Término) sob pena de ser caracterizada uma conduta ilícita (má-fé). Artigo 422: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.” 
1.5. Função Social do Contrato (Cláusula Geral): Do mesmo modo que a boa-fé é um dos princípios norteadores do CC/02, a função social do contrato preceitua outra diretriz presente no novo diploma, o da “socialidade”. Este princípio traz ao contrato um caráter não mais meramente individualista, imprime a este um caráter social, onde a vontade do particular deverá estar em consonância com o interesse público e o bem estar social. É um limitador utilizado em face da autonomia da vontade; dá moldes a esta. Artigo 421: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.” 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
Vide anexo I. 
 
 
 
3. DOS ELEMENTOS/REQUISITOS 
O contrato é composto por determinadosser observados obrigatoriamenteprópria “natureza” do contrato que esta sendo celebrado; edaquilo que foi convencionado entre as partes. 
Didadicamente podem ser apontados como contrato: 
 
A) Elementos ESSENCIAIS:Miranda) dos negócios jurídicos, isto é, os planos de Existência, Validade e Eficácia destes. 
DOS ELEMENTOS/REQUISITOS INTERNOS DO CONTRATO
contrato é composto por determinados elementos/requisitos. Alguns devem ser observados obrigatoriamente (Esseciais e Imperativos); outros decorrem da própria “natureza” do contrato que esta sendo celebrado; e outros resultam daquilo que foi convencionado entre as partes. 
Didadicamente podem ser apontados como elementos/requisitos
ESSENCIAIS: Dizem respeito à escada ponteanados negócios jurídicos, isto é, os planos de Existência, Validade e 
DO CONTRATO 
/requisitos. Alguns devem os); outros decorrem da outros resultam 
/requisitos de um 
izem respeito à escada ponteana (Pontes de dos negócios jurídicos, isto é, os planos de Existência, Validade e 
 
B) Elementos IMPERATIVOS: São requisitos que o próprio legislador entendeu necessários para a “plena” validade do contrato. A lei (lato sensu) prescreve que determinado contrato, para ser válido parcial ou totalmente, deverá observar a determinado requisito, à determinada disposição (Ex: Consentimento do cônjuge). 
C) Elementos NATURAIS: São disposições contratuais que derivam da própria natureza do contrato celebrado, isto é, decorre de seu desenrolar lógico. (Ex: Em caso de alienação de uma televisão, será cláusula natural do contrato aquela que verse sobre o dever do alienante em instalar a tv). 
D) Elementos ACIDENTAIS: São cláusulas contratuais oriundas daquilo que os contratantes livremente pactuarem (Em regra, o que não for elemento natural do contrato será elemento acidental). Por óbvio, não poderão contrariar normas imperativas. 
E) Elementos de ESTILO: Cláusulas voluptuárias; Jargões jurídicos, etc. 
F) Elementos COMPLEMENTARES: São os anexos, aqueles documentos que as partes reputam como válidos para o pleno conteúdo do contrato. 
 
4. DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS – ELEMENTOS EXTERNOS 
 (Artigos 427 a 435 do CC/02) 
Em geral, o contrato é um negócio jurídico bilateral que decorre da convergência de vontades contrapostas. Nota-se, deste modo, que até a celebração do contrato os interesses dos contraentes são contrários. 
 A doutrina aponta que o contrato forma-se da seguinte maneira: tem início com as negociações ou tratativas preliminares, perpassa pela proposta de um do contratantes (policitante) e se conclui com a aceitação do outro contratante (oblato). 
4.1. Negociação Preliminar: Trata-se de uma mera especulação a cerca da possíbilidade de se celebrar de um contrato, não esta, ainda, em estágio de um contrato preliminar. Por ser mera especulação, em regra, não gera responsabilidade. 
No entanto, cabe ressaltar que as negociações preliminares devem ser pautadas na boa-fé, pois, se um dos especuladores gerar excessiva expectativa no outro de que o contrato será celebrado, de modo que este contraia obrigações ou perca contratos acreditando que o contrato será 
celebrado, estará a parte que gerou a expectativa sujeita a indenizar a outra (reflexos do princípio da boa-fé). 
4.2. Contrato Preliminar (Artigo 462 a 466): O contrato preliminar é um pré-contrato no qual as partes convencionam, antecipadamente, a celebração de um futuro contrato definitivo. Este pré- contrato, além de gerar obrigações entre as partes deverá observar, exceto quanto à forma (poderá se dar por instrumento particular), os requisitos de existência, validade e eficácia dos negócios jurídicos (Artigo 462: “O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.”). 
A) Forma: Forma livre, não possui solenidade. B) Registro Público: Embora o código determine expressamente que o contrato preliminar deve ser registrado em órgão competente (Artigo 463, P.Ú.), o STJ já editou súmula vinculante em sentido contrário (Súmulas 84 e 239 do STJ e Súmula 621 do STF), possibilitando o entendimento de que o registro público não é obrigatório (isto é, pode ser feito por instrumento particular). C) Responsabilidade Civil: O pré-contrato (contrato preliminar) gera obrigações entre os contratantes, contudo, poderão estes convencionarem cláusula de arrependimento (Artigo 463: “Concluído o contrato preliminar, com obserservância ao disposto pelo artigo 462, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do contrato definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive”). D) Inexecução do Contrato Preliminar: Uma vez celebrado, e sem a presença de cláusula de arrependimento, qualquer dos contratantes poderá exigir a celebração do contrato definitivo. Para isso, o contratante que sai da inércia deve determinar prazo para que o outro dê caráter definitivo ao contrato principal. Findo o prazo estipulado, o contratante requerente deverá demandar contra o requerido, solicitando ao juiz que dê caráter definitivo ao contrato preliminar (Artigo 464: Esgotado o prazo poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação). Mesmo após a decisão judicial, adquirindo caráter definitivo o contrato, se o requerido não der início à execução do contrato definitivo dentro do prazo estipulado, o requerente então deverá considerar o contrato desfeito e pleitear contra o requerido perdas e danos (Artigo 465: Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos). 
 Artigo 466: Se a promessa de contrato for unilateral (com preponderância de obrigações apenas para um dos contraentes), o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor. Deste modo, quando o contrato preliminar for unilateral, caberá ao credor exigir do estipulante que seja celebrado o contrato definitivo, sob pena, se não o fizer, de o contrato se tornar sem efeitos. 
4.3. Proposta: Não se trata de mera especulação (negociação preliminar). A proposta traduz um ato de vontade dirigido a outra pessoa com o intuito de firmar obrigação. Esta, para ser válida, deve ser séria (se for declarada em tom de brincadeira será descaracterizada pois não se pode ter certeza da real vontade do proponente), clara, inequívoca e consciente, além de possuir todos os elementos essenciais do contrato. 
A proposta gera responsabilidade ao proponente, contudo, este poderá, no próprio ato, isentar-se da responsabilidade não conferindo caráter definitivo a esta ou reservar-se o direito de retirá-la em determinado prazo. Além disso, o modo como foi realizada é de suma importância (Artigo 427: A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso): 
A) Retratação: Será admissível a retratação do proponente quando esta chegar ao conhecimento do oblato (a quem a proposta é dirigida) antes ou simultaneamente à proposta (Artigo 428, IV). 
4.3.1 Proposta ao público: A proposta feita ao público também consolidará obrigação quando contiver todos os elementos essenciais do contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos do local onde houver sido divulgada (Artigo 429, caput). 
4.3.1.1. Retratação: Será possível retratação de proposta feita ao público quando nesta houver disposição neste sentido, devendo aquela ser propagada nos mesmos moldes da proposta (Artigo 429, P.Ú.). 
4.4. Aceitação: A aceitação é o ato pelo qual se concluiu o contrato (término de sua formação), devendo o oblato anuir à proposta de forma integral e dentro do prazo estipulado. Em regra será expressa (a aceitação), só será tácita quando as partes assim convencionarem ou os usos e costumes do local da celebração do contrato o exigirem. 
(Artigo 432: Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa). Este artigo foge à regra do aceitação expressa (Artigo 428, II), sendo cabível só nas hipóteses acima. 
Para a proposta feita entre presentes (contato simultâneo entre os contratantes) a aceitação deverá ser feita de imediato, sob pena de importar recusa. Contudo, no que toca à proposta realizada entre ausentes (contato não simultâneo entre os contratantes), duas teorias são adotadas para indicar o momento a aceitação:: 
4.4.1. Expedição: É aquela segundo a qual a aceitação dá-se com a expedição da resposta ao proponente (Artigo 428, III; 434, caput). Obviamente o silêncio importa recusa. 
4.4.2. Recepção: Além de expedida, a resposta deve ser entregue ao seu destinatário. 
Embora exista devergência doutrinária a cerca deste tema, certo é que os contratantes, afim de evitar conflitos, podem dispor em contrato de que modo restará confirmado a aceitação por parte do oblato (aceitante). 
São regras da aceitação (Artigo 428: “Deixa de ser obrigatória a proposta”) 
A) ENTRE PRESENTES: CONTATO SIMULTÂNEO 
A1) Sem Prazo: A aceitação deve ocorrer na hora (imediatamentente) para ser válida (Artigo 428, I ). 
A2) Do Local: Será considerado realizado o contrato no local onde foi exteriorizada proposta (Artigo 435). 
B) ENTRE AUSENTES: CONTATO NÃO SIMULTÂNEO 
B1) Com prazo: Findo o termo final e não houver nenhuma manifestação do oblato, ter-se-á como recusada a proposta (Artigo 434, III); 
B2) Sem prazo e dentro do País: Deverá ser considerado os usos e costumes do local da proposta. Deste modo, ultrapassado este prazo sem a “expedição” (divergência doutrinária “recepção”) da resposta, reputar-se-á recusada a proposta. 
B3) Do local: Se feita em solo pátrio, será considerado o local onde a proposta foi realizada. Se feita em solo internacional, será considerado o domicílio do proponente como local da celebração do contrato. 
Cabe ressaltar que se a aceitação, por circunstâncias imprevistas, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este terá o dever de cumunicar ao oblato imediatamente sob pena de responder por perdas e danos (Artigo 430). 
4.4.3. Arrependimento de Aceitação: O oblato poderá desvincular-se da obrigação de contrair o contrato em definitivo se fizer com que o proponente receba sua retratação antes ou simultâneamente ao envio da aceitação (Artigo 433). 
4.5. Nova Proposta (Artigo 431): A aceitação deve ser integral, inequívoca e feita dentro do prazo convencionado, se for o caso. Isto ocorre pois a aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova prosposta, invertendo-se, deste modo, os polos da relação contratual (quem era oblato se torna policitante e quem era policitante se torna oblato). 
5. RELATIVIDADE DOS CONTRATOS (Artigos 436 a 440; e 467 a 470) 
Como anteriormente exposto, as relações contratuais tem o condão de vincular, em regra, apenas as partes que o compõe. As exceções a essa regra estão dispostas abaixo. 
5.1. Contrato Estipulado em Favor de Terceiro: 
Na lição de Caio Mário da Silva Pereira, dá-se o contrato em favor de tercerio quando uma pessoa (estipulante) convenciona com outra (promitente) uma obrigação em que a prestação será cumprida em favor de outra pessoa (um terceiro chamado de beneficiário). 
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. “O estipulante pode exigir o cumprimento do contrato”. 
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438 
“Deverá o terceiro beneficiário anuir com a celebração do contrato. Ao anuir, este também poderá exigir a execução daquele, contudo, deverá observar/respeitar às regras estipulados no contrato”. 
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. 
“O terceiro beneficiário poderá reservar-se o direito de reclamar a execução do contrato face ao promitente. Neste caso, o estipulante não poderá exonerar o promitente da obrigação contratual, salvo se houver cláusula contratual que verse sobre a substituição prevista pelo artigo 438.” 
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. 
“O estipulante, quando da formulação do contrato, poderá estabelecer cláusula contratual que lhe reserve o direito de substituir o terceiro beneficiário. Ressalta-se ainda que, nesses moldes, esta substituição independe da anuência e beneficiário ou do promitente.” 
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. 
5.2. Contrato Estipulado por Promessa de Fato de Terceiro: 
Seguindo as sábias palavras de Nelson Rosenvald, aqui uma pessoa promete a outra que conseguirá o consentimento de um terceiro em realizar uma prestação em seu favor. O promitente é garantidor do fato alheio, mas,em igual modo, promete um fato próprio (convencer o terceiro), qual seja uma obrigação de fazer consistente na obtenção da aquiescência do terceiro. Quer dizer, quem verdadeiramente se obriga é o promitente e não o terceiro (salvo se este anuir). 
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. “Não anuindo o terceiro com o contrato, insurge para o promitente toda a responsabilidade do contrato.” 
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. 
“Eis aqui uma relativização à regra de responsabilidade objetiva do promitente. Sendo o terceiro executor do fato prometido pelo promitente cônjuge deste, e desde que aquele não ratifique a promessa, não haverá responsabilização do promitente se de algum modo esta indenização recair nos bens de seu cônjuge (salvo se regime de separação de bens).” 
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. 
“Caso o terceiro ratifique a promessa feita pelo promitente, este se isentará da responsabilidade, recaindo sobre aquele a responsabilidade pela execução do fato.” 
5.3. Contrato Estipulado com Pessoa a Declarar: 
De acordo com Antunes Varela, o contrato com pessoa a declarar (ou a nomear) é aquele em que uma das partes se reserva a faculdade de designar uma outra pessoa que assuma a sua posição na relação contratual, como se o contrato fosse celebrado por esta última. 
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. 
“Nota-se que a disposição contratual desta faculdade de indicação deverá ser realizada previamente, sendo esta prerrogativa efetivamente executada quando da conclusão do contrato.” 
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de 5 (cinco) dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. 
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato. 
“Há prazo legal para a indicação do terceiro alheio à primitiva relação contratual (5 dias), contudo, poderão as partes convencionarem prazo diverso. 
Do mesmo modo, este contrato deverá ser aceito expressamente pela pessoa nomeada, aceitação esta que deve se dar, por imposição legal, da mesma forma que as partes usaram para celebrar o contrato (instrumento público; instrumento particular).”. 
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado. 
“Concluído o contrato, isto é, celebrado, aquele que for nomeado é quem será titular de direitos e obrigações.” 
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: 
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; 
“Depende o contrato com pessoa a declarar da aceitação expressa da pessoa nomeada. Caso contrário, o contrato será eficaz somente em relação aos contratantes originários.” 
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação. 
“Vide artigo 471. Não poderão ser nomeados a pessoa incapaz ou o insolvente civil”. 
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários. 
 
6. DOS CONTRATOS ALEATÓRIOS – Artigos 458 a 461 
 
Guiado pela clareza de Gustavo Tepedino, define-se que são aleatórios todos aqueles contratos em que as partes desde logo assumem o risco de realizar uma prestação desproporcional ao valor da contraprestação. Difere-se do contrato comutativo pois este tem como característica a equivalência aproximada ou exata entre as prestações das duas partes contratantes. 
São duas as espécies de contrato aleatório, sendo que, em ambos, a sorte é o fator de risco preponderante, operando de modo diverso em cada espécie. 
São espécies de contrato aleatório: : 
a) Emptio Spei – Risco Absoluto: A sorte escolhe qual dos contratantes terá a vantagem com a sua execução, isto é, não há a possibilidade de ambos alcançarem seus respectivos objetivos ou de ambos se frustrarem; a sorte de um será o azar de outro. 
b) Emptio Rei Speratae – Risco Relativo: Nos contratos relativamente aleatórios, é sabido, desde o início, qual dos contratantes poderá sofrer prejuízo por azar e qual definitivamente está poupado deste risco. Ou seja, as partes determinam uma garantia mínima (em relação aos riscos do contrato) ou um limite máximo (em relação aos bônus do contrato). 
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. 
“A parte final deste artigo aponta a natureza absoluta deste contrato aleatório. Neste caso, a parte que prometeu a existência coisa ou fato futuro, ou assumiu o risco da não existência destes, será responsável integralmente pelo prometido, salvo se o outro contratante concorrer com dolo ou culpa para a inexecução do contrato.” 
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. 
“Este artigo traz uma hipótese de contrato relativo por força do parágrafo único subsequente. Aqui o adquirente assume o risco de receber coisa futura, ainda que em número inferior ao esperado, devendo, de todo modo, pagar o preço total avençado ao alienando; salvo se este incorrer em culpa.” 
 
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. 
“É aleatório relativo pois o adquirente deverá receber coisa futura, ainda que em quantidade inferior à esperada. Se não existir coisa futura a ser alienada ao adquirente o contrato se torna sem efeito, devendo o alienante, neste caso, restituir ao adquirente todo o valor recebido.” 
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. 
“Neste caso não se trata de risco acerca da existência de coisa futura, mas sim de coisa já existente ao tempo da celebração que esta ou poderá estar/ser exposta a alguma forma de risco (destruição, perda, etc). Terá direito igualmente o alienante a todo o preço.” 
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa. 
“O dolo (a ciência/o conhecimento) daquele que aliena a coisa a cerca da consumação do risco (o adquirente assume o risco de algo ocorrer à coisa que se quer adquirir, contudo, se o alienante sabe que o risco se consumou, isto é, que aconteceu algo danoso à coisa objeto do contrato, ter-se-á então um contrato nulo) acarretará na nulidade do contrato. Há ressalva a ser feita: se o alienante ignorava/não saiba (ainda que a consumação do risco ocorra antes da celebração do contrato) a/da consumação do risco, o contrato terá plenos efeitos”. 
7. EXECUÇÃO DO CONTRATO E SEUS POSSÍVEIS VÍCIOS 
Analisar-se-á agora dois importantes institutos jurídicos que tem a finalidadede resguardar ou garantir ao adquirente de determinada coisa a posse ou a propriedade desta, sem prejuízo de possível indenização. 
7.1. Vício Redibitório (Artigos 441 a 446): A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor (Artigo 441). Deste modo, reputa-se como vício redibitório todos os defeitos existentes na coisa alienada que reuna os seguintes elementos: 
1) Vício/Defeito Oculto; ou o torne imprópria para utilização; e defeito/vício na coisa, este não contrataria;
 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativobônus e ônus com o contrato; equivalência entre contraprestações)enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às 
“O artigo 441 traz a disposição legal a cerca dos elementos dos vícios redibitórios (em destaque). É importante ressaltar que o parágrafo único possibilita a aplicação dos vícios redibitórios nos contratos de doação onerosa, o que, por sua vez, não ocorre com as doações simples.”
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (adquirente reclamar abatimento no preço
“A doutrina tradicional diz que o adquirente da coisa alienada pode, por meio de ações edilícias, redibir/rejeitar seguinte) ou aceitar a coisa no estado em que se encontra e propor ação estimatória reivindicando o abatimento no preço da coisa na proporção do vício/defeito. Todavia, entende o professor Romer que é possível aialternativamente, pedir a troca da coisa (se for possível) ou exigir a sua manutenção (reparo).” 
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tãorecebido, mais as despesas do contrato.
“Perceba que o legislador abrandou a responsabilização do alieeste ignorava o vício/defeito
Oculto; 2) Preexistente; 3) Que diminua o valorpara utilização; e 4) Se soubesse o adquirente, este não contrataria; 
A coisa recebida em virtude de contrato comutativo (previsibilidade de bônus e ônus com o contrato; equivalência entre contraprestações)defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas
O artigo 441 traz a disposição legal a cerca dos elementos dos vícios destaque). É importante ressaltar que o parágrafo único possibilita a aplicação dos vícios redibitórios nos contratos de doação onerosa, o que, por sua vez, não ocorre com as doações simples.” 
Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441adquirente reclamar abatimento no preço. 
“A doutrina tradicional diz que o adquirente da coisa alienada pode, por meio de ações edilícias, redibir/rejeitar a coisa alienada (sem prejuízo do parágrafo seguinte) ou aceitar a coisa no estado em que se encontra e propor ação estimatória reivindicando o abatimento no preço da coisa na proporção do Todavia, entende o professor Romer que é possível aialternativamente, pedir a troca da coisa (se for possível) ou exigir a sua 
Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o varecebido, mais as despesas do contrato. 
“Perceba que o legislador abrandou a responsabilização do alieo vício/defeito existente na coisa, isto é, age de boa
Que diminua o valor da coisa Se soubesse o adquirente do 
(previsibilidade de bônus e ônus com o contrato; equivalência entre contraprestações) pode ser defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é 
doações onerosas. 
O artigo 441 traz a disposição legal a cerca dos elementos dos vícios destaque). É importante ressaltar que o parágrafo único possibilita a aplicação dos vícios redibitórios nos contratos de doação onerosa, 
art. 441), pode o 
“A doutrina tradicional diz que o adquirente da coisa alienada pode, por meio a coisa alienada (sem prejuízo do parágrafo seguinte) ou aceitar a coisa no estado em que se encontra e propor ação estimatória reivindicando o abatimento no preço da coisa na proporção do Todavia, entende o professor Romer que é possível ainda, alternativamente, pedir a troca da coisa (se for possível) ou exigir a sua 
Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que somente restituirá o valor 
“Perceba que o legislador abrandou a responsabilização do alienante quando de boa-fé: 
1. Se Boa-fé (Não sabia do vício):do contrato; 
2. Se Má-fé (Sabia do vício):(lucros cessantes e danos emergentes).”
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vítradição. 
“Independe boa ou má-fé. Existente redibitório, será responsabilizado o alienante ainda que a coisa venha a perecer em poder do adquirente/alienatário.” 
Art. 445. O adquirente decaiabatimento no preço no prazo de (um ano) se for imóvel, contado da entrega efetivaposse (pós-tradição), o prazo conta
§ 1o Quando o vício, por sua naturezaprazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciênciade 180 (cento e oitenta diasano, para os imóveis. 
 
 
fé (Não sabia do vício): Devolução do valor recebido +
fé (Sabia do vício): Devolução do valor recebido + perdas e danos (lucros cessantes e danos emergentes).” 
. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da 
fé. Existente o vício que reúna os elementos dredibitório, será responsabilizado o alienante ainda que a coisa venha a perecer em poder do adquirente/alienatário.” 
uirente decai (decadência) do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de 30 (trinta dias) se a coisa for móvel, contado da entrega efetiva (tradição); se já estava na , o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo cento e oitenta dias), em se tratando de bens móveis; e de 
Devolução do valor recebido + despesas 
Devolução do valor recebido + perdas e danos 
. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça cio oculto, já existente ao tempo da 
o vício que reúna os elementos do vício redibitório, será responsabilizado o alienante ainda que a coisa venha a 
do direito de obter a redibição ou móvel, e de 01 ; se já estava na reduzido à metade. 
, só puder ser conhecido mais tarde, o , até o prazo máximo ; e de 01 (um) 
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente sedisciplinando a matéria. 
“Deste modo, percebe-se que vícios redibitórios existentes em animais terão prazos decadenciais estabelecidos na seguinte ordem: a) legislação especial; b) usos e costumes do local da alienação; c) prazos previst
Art. 446. Não correrãocláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos 30 (trinta) dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
7.1.1. Garantia: Se por ventura as partes convencionarem prazo de garantia(para denunciar vício redibitório)aos prazos legais acima (Garantia+prazo lecientificar o alienante do vício pena de decadência do direito30 dias de seu descobrimento).
7.2. Evicção (Artigo 447 a 457)
A evicção pode ser entendida como um vício contratual que diz propriedade do alienante emcoisa integral ou parcialmente em virtude de fundamento jurídico anterior (vício com relação a quem era realmente o verdadeiro proprietário do bem).
São elementos da evicção:2)Perda parcial ou total julgado que retire o domínio do adquirente em relação à coisa adquirida; 4) Fundamento jurídico anteriore 5) Denunciação da Lide (para que se possa constrangir o alienante às respectivas indenizações de modo mais célere).
se de vendade animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locaisse o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras 
se que vícios redibitórios existentes em animais terão prazos decadenciais estabelecidos na seguinte ordem: a) legislação especial; b) usos e costumes do local da alienação; c) prazos previstos pelo CC/02.”
Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
Se por ventura as partes convencionarem prazo de garantia(para denunciar vício redibitório) no contrato, estes prazos serão cumulados aos prazos legais acima (Garantia+prazo legal). Neste caso, deve o adquirecientificar o alienante do vício em até 30 dias do descobrimento do fato sob pena de decadência do direito (Veja que deve se denunciar o vício no prazo de 30 dias de seu descobrimento).. 
(Artigo 447 a 457): 
A evicção pode ser entendida como um vício contratual que diz propriedade do alienante em relação à coisa alienada.O adquirente perde a coisa integral ou parcialmente em virtude de fundamento jurídico anterior (vício com relação a quem era realmente o verdadeiro proprietário do bem).
evicção: 1) Vício na formação de contrato oneroso; parcial ou total da coisa adquirida; 3)Sentença transitada em julgado que retire o domínio do adquirente em relação à coisa adquirida; Fundamento jurídico anterior (fundamente a decisaão judicial anterior)Denunciação da Lide (para que se possa constrangir o alienante às respectivas indenizações de modo mais célere). 
se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos na falta desta, pelos usos locais, não houver regras 
se que vícios redibitórios existentes em animais terão prazos decadenciais estabelecidos na seguinte ordem: a) legislação especial; os pelo CC/02.” 
os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. 
Se por ventura as partes convencionarem prazo de garantia no contrato, estes prazos serão cumulados gal). Neste caso, deve o adquirente em até 30 dias do descobrimento do fato sob (Veja que deve se denunciar o vício no prazo de 
A evicção pode ser entendida como um vício contratual que diz respeito à real adquirente perde a coisa integral ou parcialmente em virtude de fundamento jurídico anterior (vício com relação a quem era realmente o verdadeiro proprietário do bem). 
Vício na formação de contrato oneroso; Sentença transitada em julgado que retire o domínio do adquirente em relação à coisa adquirida; (fundamente a decisaão judicial anterior); Denunciação da Lide (para que se possa constrangir o alienante às 
“A coisa, objeto do contrato celebrado entre mim e o alienante, a qual estava em meu domínio, em função de decisão judicial fundada em vínculo jurídico anterior do alienante com terceiro, é entregue a este causando a mim o ônus da perda parcial ou total da coisa.”
 
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha 
“Onde cabe a evicção? Nos contratos onerosos.”
Art. 448. Podem as partes, por a responsabilidade pela evicção.
“Podem as partes convencionarem em contrato (diferentemente do vício redibitório) que o direito de utilizarreforçado (não poderá ser abusivoilícito), diminuído (ressarcimento parcial) ou 
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
“Para que o alienante nestar ciente da possibilidade da evicção e assumir o risco por sua possível e futura ocorrência, caso contrário, continuará o alienante obrigado a restituir a aquele o que recebeu em decorrência da aliena
“A coisa, objeto do contrato celebrado entre mim e o alienante, a qual estava em função de decisão judicial fundada em vínculo jurídico anterior do alienante com terceiro, é entregue a este causando a mim o ônus da perda parcial ou total da coisa.” 
Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
“Onde cabe a evicção? Nos contratos onerosos.” 
. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. 
convencionarem em contrato (diferentemente do vício redibitório) que o direito de utilizar-se do instituto jurídico evicção (não poderá ser abusivo senão poderá dar ensejo a enriquecimento (ressarcimento parcial) ou excluído.” 
Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
“Para que o alienante não responda pela evicção deve o adquirente da coisa estar ciente da possibilidade da evicção e assumir o risco por sua possível e futura ocorrência, caso contrário, continuará o alienante obrigado a restituir a aquele o que recebeu em decorrência da alienação da coisa.” 
“A coisa, objeto do contrato celebrado entre mim e o alienante, a qual estava em função de decisão judicial fundada em vínculo jurídico anterior do alienante com terceiro, é entregue a este causando a mim o ônus 
Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste realizado em hasta pública. 
reforçar, diminuir ou excluir 
convencionarem em contrato (diferentemente do vício se do instituto jurídico evicção será senão poderá dar ensejo a enriquecimento 
Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. 
ão responda pela evicção deve o adquirente da coisa estar ciente da possibilidade da evicção e assumir o risco por sua possível e futura ocorrência, caso contrário, continuará o alienante obrigado a restituir a 
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: 
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; 
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. 
“Importante: O valor da indenização será considerada tendo em vista o preço/valor da coisa na época em que a evicção ocorreu, isto é, quando o evicto perdeu o domínio da coisa em virtude de decisão judicial.” 
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente. 
Art. 452. Se o adquirente (evicto) tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante (direito do alienante: dedução das vantagens auferidas pelo evicto - adquirente em virtude das deteriorações sobrevindas à coisa, às quais o evictor não pleiteou ressarcimento). 
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante (direito do evicto). 
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida (direito do alienante). 
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato (como se verá posteriormente talvez o melhor termo fosse resolução) e a restituição da parte dopreço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização. 
“Artigo importante. Em se tratando de evicção parcial, o adquirente deverá fazer a seguinte análise: 
a) Se a evicção for parcial e considerável (que reduza significativamente a prestabilidade da coisa), deverá o evicto optar entre propor ação rescindindo o contrato (provará que a evicção parcial é de caráter substancialmente relevante) ou requerendo a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. 
b) Se a evicção for parcial e simples (não influenciar significativamente na prestabilidade da coisa), deverá o evicto pleitear a indenização causado. 
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo
“Perceba que trata-se de direito potestativo. Denunciar a lide e condição para que se possa exercitar os direitos que da evicção resultam.”
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode ocontestação, ou usar de recursos.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 
“Deve se analisar este artigo em consonância com o artigo 449. A boanorte do CC/02, sendo assim, o adquirente não poderá demandar pela evicção quando sabia que a coisa era alheia ou litigiosa e, complementarmente, assumiu os riscos da ocorrência da evicção. É nesta hipótese que o evicto não poderá demandar”. 
Se a evicção for parcial e simples (não influenciar significativamente na prestabilidade da coisa), deverá o evicto pleitear a indenização 
Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo (denunciação da lide)
se de direito potestativo. Denunciar a lide e condição para que se possa exercitar os direitos que da evicção resultam.”. 
Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos. 
Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa 
“Deve se analisar este artigo em consonância com o artigo 449. A boasendo assim, o adquirente não poderá demandar pela evicção quando sabia que a coisa era alheia ou litigiosa e, complementarmente, assumiu os riscos da ocorrência da evicção. É nesta hipótese que o evicto não 
Se a evicção for parcial e simples (não influenciar significativamente na prestabilidade da coisa), deverá o evicto pleitear a indenização pelo dano 
Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e (denunciação da lide) 
se de direito potestativo. Denunciar a lide e condição para 
Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo adquirente deixar de oferecer 
Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa 
“Deve se analisar este artigo em consonância com o artigo 449. A boa-fé é sendo assim, o adquirente não poderá demandar pela evicção quando sabia que a coisa era alheia ou litigiosa e, complementarmente, assumiu os riscos da ocorrência da evicção. É nesta hipótese que o evicto não 
8. FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO 
A extinção do contrato ocorrerá com o advento de algum ato/fato pelo qual aquele deixará de existir. Nas sábias palavras de Nelson Rosenvald, a extinção que não ocorre pelo modo normal (adimplemento da obrigação) obedece a várias causas que influenciam, decisivamente, em suas formas e efeitos. As causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato determinam a sua extinção por anulação. Se a causa extintiva, entretanto, for posterior, tem-se a dissolução, que se verifica pelos seguintes modos: resolução, resilição e rescisão. 
QUADRO ESQUEMÁTICO DE FLÁVIO TARTUCE 
8.1. Nulidades: Como supramencionado, a extinção do contrato poderá se dar em decorrência de causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato. Nessas hipóteses, o contrato é atingido por alguma inadequação em relação ao que dispõe o CC/02 a cerca dos requisitos legais exigidos para a celebração dos negócios jurídicos, acarretando, consequentemente, a nulidade ou a anulabilidade do contrato. 
8.1.2. Anulabilidade: O CC/02 dispõe a cerca das causas de anulabilidade de um contrato (negócio jurídico): 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
São particularidades a cerca da anulabilidade de um contrato: 
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes (convalidação), salvo direito de terceiro. 
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo. 
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava. 
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor. 
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente. 
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença (efeitos ex-nunc), nem se pronuncia de ofício (deve ser provocado); só os interessados a podem alegar (só pode denunciar a anulabilidade do negócio jurídico quem tiver interesse jurídico na causa), e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade. 
8.1.3. Nulo: De igual modo, o CC/02 também dispõe a cerca das causas de nulidade de um contrato, bem como sobre suas peculiariedades. 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado. 
Das particularidades: 
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. 
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz (de ofício), quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo (efeitos ex-tunc). 
8.2. Adimplemento da Obrigação: O adimplemento das obrigações é a forma mais recorrente de extinção de contrato, se dá com o comprimento do contrato, seja ele de execução instantânea, diferida ou continuada. O cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz o credor. 
 
8.3. Morte de um dos Contratantes: A morte de um dos contratantesencerra consequências distintas ao contrato a depender da natureza deste. A doutrina ensina que quando o contrato é de natureza personsalíssima – intuitu personae – a morte de um dos contratantes implíca resilição convencional tácita (por entender que os contratantes avençaram essa cláusula implícita de extinção), operando efeitos ex-nunc, isto é, o contrato produzirá seus efeitos normalmente até a ocorrência do evento morte. 
Doutro lado, nos demais contratos (não intuitu personae) as obrigações contratuais transmitem-se aos herdeiros do de cujus (falecido). Dito de outro modo, as obrigações contratuais serão exigidas dos herdeiros até as forças da herança do contratante falecido. 
8.4. Resilição: Resilir significa “voltar atrás”, reconsiderar. Deste modo, a expressão resilição refere-se à extinção do contrato por iniciativa de uma (unilateral) ou ambas as partes (bilateral ou distrato), a qual opera efeitos ex-nunc. 
A regra no direito brasileiro é que a resilição seja bilateral (Distrato), embora em determinados casos específicos haverá também a resilição unilateral. 
8.4.1. Bilateral/Distrato: A resilição bilateral ou distrato ocorrerá quando as partes, em comum acordo, resolvem reconsiderar a avença anteriormente firmada, pondo fim a esta, resolvendo celebrar um novo contrato (novação). 
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. 
“O distrato (celebração de novo contrato) deve obedecer à mesma forma do contrato a ser desfeito quando este tiver forma especial, mas não quando for livre.” 
8.4.2. Unilateral: É a reconsideração do contrato feita por somente uma das partes contratantes. De acordo com a dicção legal, será permitida somente nos casos em que a lei expressa ou implicitamente (natureza do contrato) autorizar, e, sempre, com prévia comunicação à outra parte. 
Observa-se que está resilição não terá caráter imediato nos casos em que uma das partes realizar investimentos consideráveis para a execução do contrato, produzindo efeitos, por força dos princípios da socialidade e eticidade presentes no CC/02, só depois de transcorrido prazo compatível com a compensação das despesas efetuadas pela outra parte. 
Ocorrerá por meio da: 
a) Renúncia (Polo passivo do contrato); 
b) Revogação (Polo ativo do contrato). 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. 
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
8.5. Resolução: O termo resolução é aplicado nas relações contratuais como indicativo de uma forma de extinção contratual por descumprimento da avença, seja ela culposa (voluntária) ou involuntária. 
Segundo a orientação de Pablo Stolze, se o contrato é feito para ser cumprido, a não realização da prestação avençada pode ensejar, a priori, a critério da parte lesada e por sua provocação, o desfazimento da relação obrigacional. 
Não obstante, é importante salientar que a resolução pode sofrer limitação em face da “teoria do adimplemento substancial do contrato”, a qual, de acordo com Flávio Tartuce,em hipóteses em que o contrato tiver sido quase todo cumprido, não caberá a sua extinção, mas apenas outros efeitos jurídicos, visando sempre a manutenção da avença. Por sua vez, Eduardo Bussatta arremata dizendo que a teoria do adimplemento substancial corresponde a uma limitação ao direito formativo do contratante não inadimplente à resolução, limite este que se oferece quando o incumprimento é de somenos gravidade, não chegando a retirar a utilidade e função da contratação. 
8.5.1. Voluntária: A resolução por inexecução voluntária está relacionada com a impossibilidade da prestação por culpa ou dolo de um dos contratantes – o devedor. 
Em face da inexecução voluntária do contrato, a regra de conduta para o contratante que pontualmente cumpra suas obrigações é que, ante ao inadimplemento do contrato, este deverá propor ação exigindo que o outro contratante execute sua parte no contrato (sem prejuízo de pedir perdas e danos). Insistinto o outro contratante em não cumprir sua parte na avença, deverá o contratante pontual propor a resolução (extinção) do contrato. 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
8.5..1.1. Cláusula Resolutiva Expressa: A cláusula resolutiva expressa é aquela em que as partes previamente (quando da formação do contrato) convencionam que, caso haja o descumprimento do contrato, o mesmo será extinto. 
8.5.1.2. Cláusula Resolutiva Tácita: A cláusula resolutiva tácita decorre de presunção legal, isto é, as partes contratuais não convencionaram cláusula resolutiva expressa, mas o ordenamento jurídico, implicitamente, entende que o descumprimento do contrato por uma das partes enseja para a outra o direito de exigir o término do contrato. 
Como afirma Pablo Stolze, (...) em todo contrato bilateral, por força da interdependência das obrigações, o descumprimento culposo por uma das partes deve constituir justa causa para a resolução do contrato, uma vez que, se um é causa do outro, deixando-se de cumprir o primeiro, perderia o sentido o cumprimento do segundo. 
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. 
“Carlos Roberto Gonçalves entende que em ambos os casos a resolução deve ser proposta judicialmente para que se tenha maior segurança jurídica a cerca do ato praticado.” 
8.5.2. Involuntárias: A resolução involuntária caracteriza-se pela ocorrência de fato superviniente alheio à vontade das partes, o qual acarreta a impossibilidade do cumprimento da obrigação. Seguindo a orientação de Carlos Roberto Gonçalves, este fato superviniente que impossibilita o cumprimento do contrato deve ser: 
a) Objetivo: Pois o devedor não pode concorrer para que a prestação se torne impossível; 
b) Total: Pois a inexecução parcial pode ser cumprida mitigadamente; e 
c) Definitiva: Pois a impossibilidade temporária ocasionaria a suspensão do contrato. 
São hipóteses de resolução involuntária: 
8.5.2.1. Exceção de Contrato não Cumprido: A “exceptio non adimpleti contractus” constitui um instrumento legal de defesa pelo qual o contratante (perceba que é instrumento judicial) demandado pela execução de um contrato pode arguir que deixou de cumpri-lo pelo fato de o outro contratante também não ter satisfeito a prestação que lhe cabia. Trata-se de instituto (exceção substancial) que contesta não o conteúdo, mas sua exigibilidade. 
Para Sílvio Salvo Venosa este instituto pode ser aplicado quer a causa geradora da recusa no cumprimento do contrato seja a má vontade do contratante (culpa), quer seja por força maior ou caso fortuito. 
 
São elementos da Exceção de Contrato Não Cumprido: 
a) Contrato Bilateral; 
b) Descumprimento do contrato pela parte demandante; e 
c) Demanda da parte inadimplente. 
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. 
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. 
“Este instituto jurídico poderá ser aplicado de forma a garantir os interesses do contratante pontual em face de notável diminuição do patrimônio do outro contratante. Neste caso, o contratante que, com fundado receio de que a outra parte não consiga arcar com a avença, poderá suspender a prestação que lhe caiba e exigir que o outro contratante satisfaça a parteque lhe cabe no contrato ou dê garantia de que consiguirá satisfazê-la.” 
8.5.2.2. Onerosidade Excessiva e Teoria da Imprevisão: De acordo com a doutrina de Carlos Roberto Gonçalves, a teoria da Imprevisão surge a partir da readaptação em solo pátrio do instituto da onerosidade excessiva. 
A resolução por onerosidade excessiva funda-se a partir de uma teoria denominada rebus sic stantibus (Enquanto as coisas estão assim), segundo a qual nos contratos comutativos, de trato sucessivo ou de execução diferida, presume-se a existência implícita de uma cláusula pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato das partes (o contrato deve manter as mesmas circunstâncias fáticas presentes quando de sua celebração). Se esta, no entanto, modificar-se em razão de acontecimentos externos (extraordinários) que o tornem excessivamente oneroso a uma das partes o seu adimplemento, poderá este requerer ao juiz que o isente da obrigação total ou parcialmente. 
A Teoria da Imprevisão, ou Princípio da Revisão dos Contratos (C.R.G.), trata da possibilidade de que um pacto seja alterado, a despeito de sua obrigatoriedade, sempre que as circunstâncias que envolveram a sua formação não forem as mesmas no momento da execução da obrigação contratual, de modo que uma das partes venha a suportar considerável ônus com a execução do contrato (visão contemporânea da onerosidade excessiva). 
Esta teoria caracteriza-se com a superveniência de evento imprevisível, de caráter extraordinário, que torna a prestação de uma das partes exageradamente onerosa (onerosidade excessiva a uma das partes). Segundo o entendimento de Carlos Roberto Gonçalves a teoria da imprevisão deveria, em princípio, ser utilizada com fundamento de revisão do contrato, atuando, como exceção, de modo a causar a resolução (término) deste. 
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. 
“Perceba que na verdade a teoria da imprevisão requer 4 requesitos: a) Onerosidade Excessiva; b) Extrema vantagem para uma das partes; c) Evento Imprevisível; e d) De caráter extraordinário. Do mesmo, entende-se que a teoria da imprevisão deve ser aplicada como fundamento de resolução do contrato quando não for aplicável o disposto pelo artigo 479. 
A teoria da imprevisão é aplicável nos contratos comutativos, não sendo, em regra, aplicáveis aos contratos aleatórios.” 
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato. 
“A parte que for demandada (réu) poderá, a fim de evitar a resolução do contrato por onerosidade excessiva (teoria da imprevisão), oferecer ao autor a modificação equitativa (justa) do contrato de modo que este possa cumpri-lo.” 
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. 
“Em igual sentido, nos contratos unilaterais, poderá aquele a quem incumbe as obrigações do contrato pleitear que estas sejam reduzidas de modo a possibilitar que sejam cumpridas regularmente. Evitando, assim, a onerosidade excessiva do contrato.” 
8.6. Rescisão: Há grande imprecisão doutrinária a cerca da aplicação do termo “rescisão” nas relação contratuais. Alguns doutrinadores entendem que rescisão é gênero do qual são espécies a resilição e a resolução (Flávio Tartuce), ao passo que outros entendem que resilição, resolução e rescisão são termos sinônimos (Carlos Roberto Gonçalves). 
No entanto, acolhendo à orientação dos doutrinadores Orlando Gomes e Carlos Robertos Gonçalves, deve se atribuir o termo rescisão para aquelas situações em que pede-se o desfazimento (a dissolução) do contrato em 
virtude da ocorrência do Estado de Perigo e/ou de Lesão. Define-se, deste modo, rescisão, seguindo o que preceitua Nelson Roselvand, como a desconstituição do negócio jurídico por um vício objetivo anterior à celebração do negócio jurídico. 
Das hipóteses de ocorrência da rescisão: 
a) Lesão: É o defeito do negócio jurídico que resulta da enorme desproporção/desequilíbrio existente entre as prestações das partes em um contrato (um contratante se obrigada a executar/cumprir algo extremamente desproporcional ao que irá receber como contraprestação), determinada pela premente (urgente) necessidade ou inexperiência de um dos contratantes quando da celebração daquele (a premente – urgente - necessidade ou a inexperiência de um dos contratantes são fatores predominantes para a celebração do contrato). 
A lesão é considerada vício de consentimento pelo CC/02, de modo que é causa de anulabilidade do contrato. Resslva-se, contudo, o que preve o § 2º do artigo 157: 
2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. 
b) Estado de Perigo: Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido (obrigado por algo) da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
“Perceba que para a configuração do Estado de Perigo é necessário o preenchimento de alguns elementos: 
* Urgente necessidade de salvar a si ou a pessoa de sua família; 
* Possibilidade de dano grave a si ou a familiares seus; 
* O contratante beneficiado deve conhecer o perigo de dano, isto é, a situação na qual estava inserido o outro contratante; 
* Assunção de obrigação excessivamente onerosa pelo contratante que tinha a possibilidade de dano a si ou a familiar seu como fator coercitivo para a celebração do contrato.” 
Em se tratando de pessoa não pertencente à família do contratante infeliz, caberá ao magistrado analisar o caso concreto e decidir se o caso ora analisado é passível de rescisão. 
Artigo 156 - Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.

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