Buscar

Comunicação Empresarial (60h Comum) unid IV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

117
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Unidade IV
7 TexTo
7.1 Montagem do texto
Apresentamos agora algumas ideias para a montagem de um texto. Observe que são regras bem 
gerais, que, se levadas em conta, ajudam a construir textos corretamente:
• Sempre inicie um texto na afirmativa.
• Use os termos técnicos essenciais, ou seja, aquelas estruturas que não podem ser substituídas 
(significado entre parêntesis).
• Não escreva o que você não diria.
• Cuidado com expressões de valor absoluto e muito enfático, tais como certos adjetivos, superlativos 
e verbos.
• Deve‑se ter uma especial atenção também com os termos coloquiais ou gírias, estes apenas 
podendo ser usados em casos muito especiais.
• Cuidado com os gerúndios.
• Faça o encadeamento dos leads de maneira harmoniosa com os parágrafos seguintes.
• Quando um parágrafo não está conectado com o seguinte, ele se torna difícil de acompanhar e 
chato de ler.
• Após terminar a redação do texto, faça uma leitura silenciosa de todo o texto, corrigindo‑o e 
fazendo as alterações necessárias.
7.2 Coerência textual
Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, coerência significa “ligação, nexo ou harmonia 
entre dois fatos ou duas ideias; relação harmônica, conexão, congruência, harmonia de uma coisa com o 
fim a que se destina”. Por essa definição, percebe‑se porque um texto deve ter coerência. Ela está ligada 
à organização de todo o texto. Pela coerência textual, podemos observar se o texto tem delimitado 
adequadamente suas três partes principais, o início, o meio e o fim. Além disso, um texto coerente 
guarda adequação entre a linguagem e o tipo de texto de que se trata.
118
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Para Andrade e Henriques (2004), os textos científicos e técnicos, escritos no âmbito acadêmico ou empresarial, 
primam pela coerência por meio das comprovações científicas, nas estatísticas, no relato de experiências etc. 
Nesse tipo de texto, o mais comum é que se retome o pensamento de uma outra pessoa e que contenha citações 
que comprovem esse pensamento. Ele é bastante explicativo e contém travessões, índices e exemplos.
Nos textos informativos, a qualidade primeira exigida é a objetividade, a linguagem simples, que 
facilita a compreensão. A linguagem objetiva é eminentemente denotativa (que tem sentido claro), o 
que leva a maior coerência textual.
Alguns tipos de textos que não precisam ser coerentes, ou pelo menos não tão coerentes, são os 
poéticos, que utilizam a linguagem figurada, livres associações de ideias e palavras conotativas, ou seja, 
nem sempre o significado das palavras é o significado real.
Agora que vimos como deve ser um texto coerente, vamos observar como é um texto que não 
tem coerência. A não coerência acontece quando não há concatenação, ou seja, as palavras não se 
juntam numa sequência lógica, nem há argumentação que leve a provas e comprovação do que se está 
escrevendo. Textos incoerentes também não guardam semelhança com a realidade, são inverossímeis, 
não tem verossimilhança.
Exemplos de falta de coerência no texto:
1. Semana passada, quando estive em Natal, no Rio Grande do Norte, nevava muito e eu não 
pude ir à praia.
2. As empresas madeireiras continuam derrubando muitas árvores, por isso a floresta consegue 
ainda sobreviver.
3. Todos chegaram quando o sabiá cantou, mas eu não vi o mico‑leão.
4. Muitas pessoas acreditam que o país não melhorou, mas a verdade é que o governo trouxe não 
muitas mudanças e com isso o país não melhorou em nada.
7.3 Clareza e ambiguidade
Observe o que diz Andrade e Henriques (2004): a clareza é a expressão exata dos pensamentos. 
Muitas vezes, ao escrevermos, não colocamos claramente o que queremos dizer. O texto demonstra a 
confusão da cabeça de quem está escrevendo. Se a ideia não está clara, faltará clareza no texto. Fica um 
vaivém desnecessário, que não facilita em nada a leitura.
Para ter clareza do que se vai escrever, é preciso refletir sobre o assunto que será tratado. Geralmente, 
consegue‑se isso na fase de planejamento do texto, como mostrado anteriormente. Um texto claro é 
aquele que evita a ambiguidade, a obscuridade de sentido das palavras ou formas de expressão etc. 
Também devem ser evitados o pedantismo e o esnobismo, que geralmente são conseguidos com palavras 
fora de uso corrente ou que ninguém conhece ou que apenas uma categoria profissional as conhece.
119
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Estilo claro significa uso de sintaxe correta e de vocabulário ao alcance do receptor. A clareza da 
linguagem obtém‑se com a simplicidade; por isso não se deve temer o uso de palavras simples e exatas 
para transmitir ideias, o que permite a compreensão rápida do que se pretende dizer com determinado 
texto.
A língua possui algumas formas que transmitem ambiguidade, ou seja, têm duplo sentido e confunde 
a leitura. Quando um texto possui ambiguidade, oferece uma leitura trucada. O leitor precisa ir e voltar 
para compreender o que o autor pretende dizer. Por essa razão, vale a pena esforçar‑se por escrever 
com clareza.
 observação
Um médico, afastando‑se do leito de uma dama enferma, diz a seu 
marido: “Não gosto da aparência dela”. “Também não gosto e já há muito 
tempo”, apressou‑se o marido em concordar (atribuída a Fischer).
No exemplo citado, a ambiguidade ocorre na frase do médico que menciona um sentimento, e o 
marido entende outra situação. Veja mais este exemplo, mostrado por Pellegrini e Ferreira (1996, p. 116):
Nós compramos o cartão do menino.
Esta frase é ambígua, pois possibilita algumas interpretações:
O menino nos vendeu um cartão.
Compramos o cartão que estampava a figura do menino.
Nós compramos o cartão feito pelo menino.
É preciso evitar esse tipo de construção que leva à ambiguidade.
A ambiguidade é um fenômeno comum da linguagem verbal. No texto escrito, por alguma razão 
sintática, semântica, sonora ou ligada ao contexto, pode ter duas ou mais significações. Quando 
usado com criatividade, enriquece o texto. A publicidade dá muitos exemplos disso. Quando não, pode 
comprometer a clareza do texto.
Observe um exemplo ocorrido em 2005, anunciado pela marca de cremes dentais Sensodyne: uma 
atriz reclama de dentes sensíveis, e aparece um dentista, que explica que ela deve usar essa marca para 
resolver o problema. No final, aparece a atriz dizendo: Hoje, além do dentista, eu uso e recomendo 
Sensodyne!
Ora, ficou bastante duvidoso o que é que ela usa, não acha?
Acompanhe este divertido exemplo de ambiguidade, em que o autor brinca com o duplo sentido das 
palavras:
120
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Conto Erótico nº 1
— Assim?
— É. Assim.
— Mais depressa?
— Não. Assim está bem. Um pouco mais para...
— Assim?
— Não, espere.
— Você disse que...
— Para o lado. Para o lado!
— Querido...
— Estava bem mas você...
— Eu sei. Vamos recomeçar.Diga quando estiver bem.
— Estava perfeito e você...
— Desculpe.
— Você se descontrolou e perdeu o...
— Eu já pedi desculpa!
— Está bem. Vamos tentar outra vez. Agora.
— Assim?
— Quase. Está quase!
— Me diga como você quer. Oh, querido...
— Um pouco mais para baixo.
— Sim.
— Agora para o lado. Rápido!
— Amor, eu...
— Para cima! Um pouquinho...
— Assim?
— Aí! Aí!
— Está bom?
— Sim. Oh, sim. Oh yes, sim.
— Pronto.
— Não. Continue.
— Puxa, mas você...
— Olhaí. Agora você...
— Deixa ver...
— Não, não. Mais para cima.
— Aqui?
— Mais. Agora para o lado.
— Assim?
— Para a esquerda. O lado esquerdo!
— Aqui?
— Isso! Agora coça.
(VERÍSSIMO, 1978, p. 43 e 44.)
121
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Para manter a coerência e a clareza, observe as dicas de Andrade e Henriques (2004):
• A simplicidade deve prevalecer sobre a linguagem rebuscada. Palavras cujo significado não seja 
familiar devem ser evitadas.
– Ana Clara é uma excelente quiropedista (pedicuro).
– Participamos de um jantar opíparo (farto, esplêndido).
• Evitar palavras ou expressões vagas, como negócio, coisa, cara, veja bem, até porque etc.
– A vida é um negócio sério.
– Tacha é uma coisa pontuda.
– “Essa coisa faz uma coisa...” (Clodovil).
• Evitar o uso de palavras ou expressões ambíguas.
– A especialidade da loja é vender cama para crianças de ferro.
– Despediram‑se os empregados.
– É proibido dirigir um carro ébrio.
• Evitar pleonasmos (tautologia), repetição da mesma ideia.
– Isto acontece com os velhos já idosos.
– Família patriarcal em que o pai é o centro.
– Parasita que vive às custas dos outros.
 Saiba mais
O professor Pasquale Cipro Neto, autor de vários livros e apresentador 
de um programa sobre língua portuguesa na TV Cultura, dá várias dicas em 
<http://www2.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa>.
Tautologia – repetição de ideias
Na língua falada, até há permissão para se falar algumas dessas expressões que são qualificadas 
como tautológicas, embora fique bastante esquisito. Ao escrever, elas nunca devem ser usadas, pois 
repetem as ideias. Conheça uma lista de expressões que devem ser evitadas:
122
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Infraestrutura básica.
Machismo masculino.
Poder aquisitivo de adquirir bens.
Elo de ligação.
Certeza absoluta.
Acabamento final.
Quantia exata.
Juntamente com.
Expressamente proibido.
Fato real.
Encarar de frente.
Multidão de pessoas.
Amanhecer o dia.
Criação nova.
Retornar de novo.
Empréstimo temporário.
Sintomas indicativos.
Há anos atrás.
Outra alternativa.
Detalhes minuciosos.
A razão é porque.
Anexo junto à carta.
De sua livre escolha.
Todos foram unânimes.
Conviver junto.
Escolha opcional.
Planejar antecipadamente.
A seu critério pessoal.
7.4 Coesão
Para Pellegrini e Ferreira (1996), todo texto – literário, jornalístico, cinematográfico etc. –, se em prosa 
ou verso, se pretende ser claro, deve ser coeso. Um texto coeso é o que se apresenta bem concatenado 
em suas partes. Um texto coerente é o que se apresenta adequado e verossímil em suas informações.
Toda redação deve primar pela clareza, objetividade, coerência e coesão.
Coesão é o conjunto dos recursos linguísticos responsáveis pelas ligações 
que se estabelecem entre as partes de uma frase, entre as orações de um 
período ou entre os parágrafos de um texto. Coesão é a costura necessária 
para que as partes componham harmonicamente o todo (idem, p. 99).
Ainda segundo as autoras, existem dois tipos de coesão, a referencial e a sequencial.
123
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Coesão referencial permite a recuperação dos termos do texto, evitando repetições. Os pronomes, 
os advérbios ou locuções adverbiais e os sinônimos são os recursos linguísticos mais usados para obter 
a coesão referencial.
A coesão sequencial, como indica o próprio nome, é responsável pela ordem, sequência e continuidade 
do texto.
 Lembrete
A coesão é que faz a amarração do texto, dando‑lhe sentido. É o que faz 
de um texto um texto, e não um amontoado de palavras sem sentido.
7.4.1 Conexão: conectivos ou conectores
Além da constante referência entre palavras do texto, observa‑se na coesão a propriedade em unir 
termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na gramática, por inúmeras palavras 
e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto. 
A seguir, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido, baseado em Garcia 
(1977).
• Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, 
primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a 
priori (itálico), a posteriori (itálico).
• Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então, 
enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco 
antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, 
agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, 
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, 
nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, 
assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
• Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do 
mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, 
de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, 
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
• Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
• Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, por 
outro lado, também, e, nem, não só... mas também, não só... como também, não apenas... como 
também, não só... bem como, com, ou (quando não for excludente).
124
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
• Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é 
que.
• Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem 
dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
• Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, 
imprevistamente, surpreendentemente.
• Ilustração, esclarecimento: por exemplo, para ilustrar, para exemplificar, isto é, quer dizer, em 
outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.
• Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade 
de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
• Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais 
adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este,esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
• Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, 
portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, 
destarte, assim sendo.
• Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguinte, como resultado, por 
isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho)... que, porque, 
porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), 
de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.
• Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, 
mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto 
que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
• Ideias alternativas: ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.
Vamos praticar a coesão unindo as duas frases a seguir em um só período, de forma a ficarem coesas 
e apresentarem coerência.
A) Plínio recebeu a boa notícia e sentiu‑se comovido. Chegou a chorar.
Poderia ser da seguinte forma:
Plínio recebeu a boa notícia e sentiu‑se comovido, de fato chegou a chorar.
Mais uma:
125
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
B) José me fez uma pergunta. Não prestei atenção. Eu estava pensando em outra coisa.
Vajamos uma possibilidade:
José me fez uma pergunta, no entanto não prestei atenção. Eu estava pensando em outra coisa.
7.5 expressão
Para se expressar bem, é preciso, ainda, ter criatividade e originalidade. Aí você pode pensar: então, 
nunca vou conseguir, pois nem sempre sou criativo ou original. Nada disso! Escrever se aprende treinando, 
tentando, escrevendo, errando e acertando!
Os elementos que serão estudados neste tópico são:
• concisão;
• correção;
• criatividade;
• propriedade.
7.5.1 Concisão
A concisão diz respeito a escrever mais com menos palavras, transmitir muito dizendo o mínimo. 
O famoso “enrolar” não cabe nos bons textos. Os que estão escritos de forma correta não precisam de 
elementos para encher linhas apenas. Devem estar cravados de conteúdo correto e interessante, sem 
partes que não sejam estritamente necessárias. A concisão dispensa clichês, lugares‑comuns e chavões.
 Lembrete
Concisão = escrever menos é mais.
É muito frequente na produção de redações que algumas pessoas utilizem chavões, muletas, clichês, 
lugares‑comuns, ou o nome que você preferir, para dar ao texto um ar mais culto ou uma falsa segurança 
naquilo que se diz.
Veja estes exemplos:
“Temos o prazer de informar a todos os trabalhadores desta empresa que, 
em virtude das sucessivas defasagens salariais causadas por oscilações 
inflacionárias e por mudanças constantes nos rumos da economia 
nacional, a presidência oferece um substancial aumento salarial de 8% 
126
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
nos quadros de todo o funcionalismo, que entrará em vigor a partir do 
próximo mês.”
]“Eu cheguei no local aí quando a moça me viu me chamou, aí eu olhei pra 
ela, aí eu respondi, mas ela não me entendeu bem, aí eu pedi desculpas e 
repeti, aí foi quando ela me explicou tudo.”
“Fechar com chave de ouro.”
“O diabo foge da cruz.”
“Dar a volta por cima.”
“Em alto e bom tom.”
“Deixou a desejar.”
 observação
Você conhece haikai? Poema japonês escrito com o mínimo de 
palavras, bem conciso. Luiz Alberto Machado, editor de poesias na internet, 
disponibiliza uma página com indicações de haikais em <http://www.
sobresites.com/poesia/haikai.htm>.
7.5.2 Correção
A correção que se busca em um texto diz respeito ao uso correto das normas gramaticais, ortografia e 
pontuação adequadas para atingirmos um texto bem‑escrito e sem erros. Para isso, deve‑se observar:
• evitar gírias, termos estrangeiros, chavões e outros vícios de linguagem;
• evitar abreviaturas;
• grafar números por extenso;
• pontuação adequada – cuidado com os parênteses;
• ordem direta da frase – sujeito + predicado + complementos;
• frases curtas, uma ideia de cada vez;
• evitar períodos longos;
• evitar repetição de ideias;
127
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
• muito cuidado com gerúndio, principalmente no início dos períodos;
• a ordem das frases deve corresponder à ordem das ideias;
• separar núcleos de ideias em parágrafos diferentes, observando a conexão entre eles e não pular 
linha para separar os parágrafos.
7.5.3 Criatividade
Para conseguir isso, veja algumas dicas de Andrade e Henriques (2004):
1. Evitar o uso de chavões, lugares‑comuns.
O que é clichê?
Frase frequentemente rebuscada que se banaliza por ser muito repetida, transformando‑se em 
unidade linguística estereotipada, de fácil emprego pelo emissor e fácil compreensão pelo receptor; 
lugar‑comum, chavão (segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa). Quem utiliza esses chavões 
demonstra falta de criatividade.
Conheça esta lista de lugares‑comuns e evite usá‑los em seus textos:
Desde os tempos mais remotos...
Hoje em dia esse assunto é muito debatido.
A cada dia que passa.
Eu não tenho palavras.
Fazer das tripas coração.
A nível de (nunca usar, essa construção é errada).
A grosso modo.
Encerrar com chave de ouro.
Solução para este problema.
Colocar os pingos nos is.
Subir os degraus da glória.
Sair com as mãos abanando.
Com a voz embargada pela emoção.
Fazer fé em.
Da melhor maneira possível.
Em todos os cantos do mundo.
Pedra sobre pedra.
Muita gente pensa que.
Dos males o menor.
Encher os bolsos.
Agora ou nunca.
Isto quer dizer que.
128
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Contorcendo‑se em dores.
Uma vergonha.
Chorando copiosamente.
2. Evitar os “clichês estilísticos”.
Era uma cena dantesca.
Nesta radiante manhã de sol.
Neste momento solene.
O acontecimento memorável.
3. Substituir os possessivos pelos pronomes pessoais correspondentes é elegante.
O frio percorreu sua espinha. O frio percorreu‑lhe a espinha.
Enchia minha alma aquela maravilha da criação. Enchia‑me a alma aquela maravilha da 
criação.
4. Trocar o termo “que” por oração reduzida.
Tinha um comportamento que tendia à depressão. Tinha um comportamento tendente à 
depressão.
5. Evitar a repetição de termos ou expressões, como devido ao, devido à, que podem ser 
substituídas por: em virtude de, em razão de, em vista de, em face de, à vista de. Em lugar 
de muitas vezes, pode‑se empregar vezes e vezes, vezes sem conta, muitas das vezes, vezes 
muitas, muita vez.
7.5.4 Propriedade
Segundo Andrade e Henriques (2004), escrever com propriedade é utilizar palavras e expressões 
adequadas ao assunto, evitando, portanto, a impropriedade vocabular.
“A cachorra também é um ser humano” (A. R. Magri).
O paralítico andava sobre a cadeira de rodas.
A exuberante alta dos preços.O ser humano nasce cru.
129
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Vamos ordenhar os nossos pensamentos.
O prazo dado para Saddam evacuar a área...
7.6 Componentes de um texto
Uma redação comporta três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. 
A introdução serve para situar o leitor dentro do assunto a ser desenvolvido, 
não apresentando fatos ou razões, pois sua finalidade é predispor o espírito 
do leitor para o que vier a seguir. Desenvolvimento é o corpo do trabalho 
propriamente dito. Nele são apresentados os fatos, as ideias e as razões, 
exigidos pelo que foi anunciado na introdução. A conclusão ou fecho 
é o conjunto que encerra a redação, de tal modo que seja desnecessário 
aduzir‑se algo mais (ANDRADE; HENRIQUES, 2004).
Vamos agora tratar das partes que compõem o desenvolvimento de um texto. Falaremos sobre plano 
de trabalho, organização e montagem de parágrafos nos diversos tipos de texto.
7.6.1 Plano de trabalho
Ao escrevermos textos, a grande dificuldade consiste em sabermos o que e como colocar qualquer assunto 
nele. Para resolver isso, é preciso ter um plano de trabalho, que remete à organização de seu trabalho.
Perguntas fundamentais a serem respondidas:
• O que eu vou tratar?
• Sob qual ponto de vista?
• Tenho informações a respeito?
• Para quem é esse texto? Quem é meu leitor?
Pensando nesses elementos, é possível construir um pequeno roteiro para elaborar seu texto. Pense 
que você deve focá‑lo em alguns elementos principais, senão seu texto não chega ao fim nunca, uma 
vez que os assuntos são amplos e podem ser abordados a partir de diversos pontos de vista.
 Lembrete
Neste planejamento, deve‑ser levar em conta:
• O quê?
130
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
• Para quem?
• Quando?
• Qual o meio?
• Por quê?
O tempo investido em planejamento melhora o resultado geral do texto.
7.6.2 Organização
No caso da organização, isso diz respeito a que o texto tenha uma introdução ao assunto, o 
desenvolvimento de suas ideias e um desfecho ou a conclusão. É importante também que seja claro, 
direto, objetivo e conciso. Em um primeiro momento, anote as ideias que forem aparecendo e depois 
faça uma seleção das que serão aproveitadas.
Assim, a partir de ideias livres, de um brainstorming (tempestade de ideias), faça a seleção das 
melhores e organize‑as de forma coerente. A partir de uma ideia central, encontre ideias secundárias 
sobre o assunto, para enriquecer seu trabalho. Por exemplo, se quisermos fazer um texto sobre aborto, 
em que elementos podemos pensar para tratar em nossa redação? Podemos pensar em falar do aborto 
do ponto de vista da mãe, a mulher grávida, ou do pai ou, ainda, da criança. Podemos falar de religião 
e suas várias ideias contrárias ao aborto. Ainda podemos falar das políticas públicas em relação ao 
assunto; ou sobre questões de saúde da mulher e da criança e dos riscos que a mãe corre ao praticar o 
aborto; legislação a respeito, a proibição de praticar aborto no país; ou ainda sobre clínicas clandestinas, 
curiosos que praticam aborto sem ser médico e até mesmo de médicos que praticam às escondidas; 
questões sociais e a dificuldade de se criar um filho não planejado.
Veja que são tantas possibilidades, que só essa lista já dá para fazer várias redações. Por isso, é 
preciso encontrar um foco para o trabalho a fim de não se perder.
Vamos focar, por exemplo, as questões de saúde, os riscos para a mulher que pratica aborto em 
clínicas clandestinas e as dificuldades em conseguir esse serviço. Pode‑se tratar das questões sociais e 
das dificuldades em criar um filho não planejado.
Pronto!
Agora você pode fazer um pequeno esquema, dizendo o que será tratado em cada um dos parágrafos 
da sua redação.
1. Início – defender a ideia (a favor ou contra o aborto).
2. Desenvolvimento – questões de saúde: dados, números, informações a respeito de clínicas, número 
de abortos, número de mortes etc.
131
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
3. Desenvolvimento – argumentar sobre seu posicionamento.
4. Desenvolvimento – dificuldades para se criar um filho – argumentar sobre seu posicionamento.
5. Conclusão – finalizar o texto, retomando a ideia inicial, a defesa da ideia.
Assim, você terá uma redação benfeita, bem‑construída, a partir de um plano de trabalho.
Feito o plano de trabalho, vamos pensar em outras questões que são fundamentais para escrever um 
texto, que são a estrutura, o conteúdo e a expressão.
Segundo Andrade e Henriques (2004), quando falamos na estrutura de um texto, devemos pensar em:
7.6.3 Estrutura
• Unidade – um só assunto, que deve organizar‑se em função de um só núcleo temático.
• Organicidade – as partes (começo, meio e fim) devem ser organizadas como um todo coerente e 
lógico.
• Forma – é como se apresenta o conteúdo – descrição, narração ou dissertação.
A unidade diz respeito ao texto tratar de um único assunto. Não se pode querer fazer um texto que 
contemple todas as informações, que esgote determinado assunto. Lembre‑se de nosso exemplo sobre 
o aborto, descrito anteriormente.
 Lembrete
Outro fator fundamental é que um texto sempre deve ter um começo, 
um meio e um fim. Na linguagem técnica, deve ter uma introdução, um 
desenvolvimento e uma conclusão.
Isso é importante, a fim de não deixarmos nosso texto sem final. De repente, acaba‑se o texto do 
nada. O mesmo para o início. É muito importante que tenhamos uma meta para o texto, onde ele quer 
chegar, do que vai tratar, e isso já é apresentado logo em sua introdução. Entre um e outro elemento, ou 
seja, entre a introdução e a conclusão, temos o desenvolvimento.
7.6.4 Conteúdo
Vamos tratar agora do conteúdo. Um bom conteúdo requer coerência textual e clareza. As ideias fundamentais 
devem ser pertinentes ao tema proposto. A clareza é consequência da coerência. Abordagem superficial e falta 
de contato com o tema levam a um conteúdo diluído e frágil. Frases mal‑estruturadas comprometem a clareza 
e podem incorrer em ambiguidade, o que dificulta a compreensão e muda o sentido do que se quer expressar.
132
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
7.6.5 Expressão
Só se descreve o que pode ser percebido sensorialmente; só se narra o que 
é factual, o que tem história, o que acontece no tempo; só se disserta com 
juízos, raciocínios e ideias. Quem disserta não conta fatos (função do texto 
narrativo), também não retrata seres, como nas descrições: cita os fatos para 
interpretá‑los e relacioná‑los, usa os seres nas articulações do raciocínio. 
Portanto, de acordo com os objetivos de uma redação, haverá preponderância 
de um tipo específico de tratamento do assunto, que pode ser a descrição, a 
narração ou a dissertação (ANDRADE; HENRIQUES, 2004, p. 119).
As formas de expressão utilizadas nos textos geralmente se enquadram em descrição, narração e 
dissertação, temas sobre os quais passaremosa tratar daqui por diante.
8 TIPoS De TexToS
8.1 Descrição
Segundo Andrade e Henriques (2004, p. 119), “descrição é a representação verbal de um objeto 
sensível. Compara‑se à fotografia, mas admite interpretação, salvo se se trata de descrição técnica”.
Os principais tipos de descrições são:
• de ser animado ou inanimado (pessoa, animal, objeto);
• de interior (ambiente);
• de paisagem;
• de cena.
As descrições podem ser impressionistas, que são de caráter subjetivo, é a impressão da realidade no 
autor do texto, e expressionistas, que são “objetivas e reproduzem a realidade captada pelos sentidos e 
analisadas pelo raciocínio” (NADÓLSKIS, 2009, p. 153).
Para fazer boas descrições de pessoas, também chamadas de retrato, devem‑se destacar traços 
importantes, que realmente caracterizem a pessoa retratada e transmita uma visão do todo, passe uma 
impressão sobre ela. Deve‑se ter o cuidado, no entanto, de não acumular detalhes supérfluos.
Nadólskis explica que pode‑se descrever uma pessoa como tipo, e não como personagem. “É 
apresentada como um modelo que tem as características essenciais de todas as pessoas da mesma 
espécie – um mendigo, um político falador e vazio, por exemplo” (ibidem).
Sala de estar, uma biblioteca, um quarto de dormir são ambientes passíveis de descrições. Deve‑se 
poder enxergar o ambiente a partir do texto feito em referência aos locais.
133
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Quando descrevemos um lugar, devemos apontar se o local é fechado ou aberto. Caso seja 
um local fechado, nós o denominaremos ambiente; se for um lugar a céu aberto, chamaremos de 
paisagem. A paisagem, por sua vez, pode ser rural (campestre) ou urbana (vista que se tem de uma 
cidade).
O que é importante notar, sobre as descrições, é que elas são feitas sempre sob o ponto de vista de 
quem descreve. Perceba que teremos várias descrições diferentes se colocarmos um vaso de flores no 
meio de uma sala de aula. Cada aluno, de cada ponto que olhar, terá uma visão e, portanto, descreverá 
de uma forma.
A estrutura de uma descrição pode ser a seguinte, na visão de Andrade e Henriques (2004):
• Apresentação – corresponde à introdução, e usa‑se um período típico de narração.
• Pormenorização – é a parte central da descrição. Nela vão a enumeração de detalhes característicos, 
que facilitam a visualização do que está sendo descrito, sem acumular elementos que não 
concorrem para este fim.
• Dinamização – ocorre nas descrições de cena e caracteriza‑se pela sucessão de fases ou aspectos 
relativos ao mesmo fato.
• Impressão – característica da descrição psicológica, que envolve a interpretação do autor. São 
sensações visuais, auditivas, táteis, gustativas, olfativas, traços emocionais ou reflexões externadas 
pelo escritor.
“Os parágrafos devem ser curtos, com uma linguagem concisa. Procure captar a atenção desde 
a primeira linha, dispensando pormenores inúteis, as introduções cansativas. Para captar a expressão 
exata, escreva, corrija, reescreva quantas vezes achar necessário” (NADÓLSKIS, 2009, p. 154).
A descrição pode ser literária ou técnica, segundo sua finalidade. A literária quase sempre é mais 
subjetiva, enquanto a técnica prima pela objetividade. A descrição técnica interessa aos estudantes, pois 
pode ser usada em momentos específicos de seu trabalho. Por exemplo, quando se tiver que fazer um 
relatório de algum acontecimento e descrever minuciosamente determinado fato ou local. Ela também 
é muito usada em manuais técnicos.
Nas descrições técnicas, geralmente se usa linguagem científica, precisa. Pode‑se com ela descrever 
aparelhos, peças que compõem aparelhos, funcionamento de experiências, mecanismos. Segundo 
Garcia (1977), a descrição técnica destaca não só os elementos essenciais do objeto de modo a não 
confundi‑lo com outro, como também suas funções mais importantes. Devem ser usadas palavras que 
não apresentem dúvidas de interpretação e frases que transmitam de modo inequívoco as informações 
desejadas.
Veja a seguir alguns exemplos:
134
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
8.1.1 Descrição física
A moça era mesmo muito alta, tão alta quanto as árvores do calipal, vistas 
de longe, é claro. As canelas eram finas, finas. Seus cabelos eram eriçados e 
amarelos como os do milho perto de serem colhidos.
8.1.2 Descrição psicológica
Apesar desses traços esquisitos, Vanina era de uma doçura sem par. Quando 
ela perdeu a mãe, aos 12 anos, jurou que ninguém ia fazer com ela como 
a mãe fazia, de ficar tratando mal. E é assim que ela ganhou o apelido de 
mainha dos meninos que viviam na rua.
8.1.3 Descrição técnica
Hologramas dinâmicos e espelhos conjugados
Sabe‑se que, ao mudar o meio em que a luz se propaga, alteram‑se 
também o comprimento de onda e a propagação. Tendo como referência 
as características apresentadas pela luz no vácuo, o parâmetro chamado 
“índice de refração” mede essas alterações e permite ainda caracterizar 
a absorção de luz pelo material. No entanto, com a descoberta do 
laser, tornou‑se possível constatar que esse índice não é propriedade 
invariável dos materiais, pois depende também da intensidade da luz 
incidente.
Recentemente se tornaram conhecidos novos materiais que apresentam 
uma variação apreciável do índice de refração mesmo para campos 
luminosos pouco intensos. Essas descobertas apresentam grande 
variedade de aplicações, seja na amplificação de imagens ópticas, no 
reconhecimento de formas (usados na robótica), etc. (CIÊNCIA HOJE, 
1997, p. 16).
Figura 19 – Descrições técnicas trazem muitos detalhes sobre o produto. Por exemplo, de uma lâmpada, ou da luz, conforme acima.
135
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
8.1.4 Descrição de paisagem
Descrição da Avenida Paulista:
Do alto do edifício em que trabalho, avisto, todos os dias, uma das mais 
importantes avenidas da cidade de São Paulo.
Hoje, nesta manhã nublada, a poluição, mais do que nunca, domina o ambiente, 
e posso ver daqui de cima os grandes edifícios aparentemente cinzentos, mas 
imponentes e gigantescos, que se estendem por toda a avenida.
Do exato lugar em que me encontro, percebo, do outro lado da rua, o contraste 
criado por um enorme edifício, quase todo de vidro, de arquitetura arrojada, e 
uma casa antiga, do início do século, a qual certamente pertenceu a um “barão 
do café”. Do lado direito da casa, um outro edifício, um pouco menor, que 
abriga vários escritórios dos quais entram e saem pessoas a cada instante.
Ao contemplar este panorama e a movimentação frenética das pessoas que 
caminham apressadamente em todas as direções, tem‑se o exemplo mais 
característico do espírito empreendedor desta avenida – retrato autêntico 
do progresso, movido por todos que contribuem com sua energia positiva 
(autor desconhecido).
Figura 20 – Como você descreveria essa imagem?
 Saiba mais
A primeira descrição de paisagem e de pessoas brasileiras está na carta 
que Pero Vaz de Caminha enviou ao rei D. João VI, de Portugal. Acesse‑a em 
<www.correios.com.br>.
136
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
8.1.5 Descrição de ambiente
A biblioteca de Babel
O universo (que outros chamam a Biblioteca) compõe‑se de um número 
indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais, com vastos poços de 
ventilação no centro; cercados por balaustradas baixíssimas. De qualquer 
hexágono, veem‑se os andares inferiores e superiores: interminavelmente. 
A distribuição das galerias é invariável. Vinte prateleiras, em cinco longas 
estantes de cada lado, cobrem todos os lados menos dois; sua altura, que 
é a dos andares, excede apenas a de um bibliotecário normal. Uma das 
faces livres dá para um estreito vestíbulo, que desemboca em outra galeria, 
idêntica à primeira e a todas. À esquerda e à direita do vestíbulo, há dois 
sanitários minúsculos. Um permite dormir em pé; outro, satisfazer as 
necessidades físicas. Por aí passa a escada espiral, que se abisma e se eleva 
ao infinito. No vestíbulo há um espelho, que fielmente duplica as aparências. 
Os homens costumam inferir desse espelho que a Biblioteca não é infinita 
(se o fosse realmente, para que essa duplicação ilusória?), prefiro sonhar que 
as superfícies polidas representam e prometem o infinito... A luz procede 
de algumas frutas esféricas que levam o nome de lâmpadas. Há duas em 
cada hexágono: transversais. A luz que emitem é insuficiente, incessante 
(BORGES, 1976, p. 61‑70).
8.1.6 Descrição de objeto
Descrição de uma caneta:
Fabricada atualmente em larga escala, a caneta esferográfica parece ser 
um objeto simples; no entanto, é constituída por inúmeras partes que se 
agrupam.
Em sua constituição, verificamos a presença dos seguintes elementos: um 
tubo cilíndrico, fino e comprido, de plástico, dentro do qual é colocada 
a tinta azul; uma ponta de acrílico em forma de cone que se liga a uma 
das extremidades do tubo. Na ponta deste cone, há uma esfera minúscula 
através da qual a tinta sai, passando para o papel. Há também um tubo 
cilíndrico maior, de acrílico, que envolve o tubo de plástico, e duas tampas: 
uma interna e outra maior e externa em cada umas das extremidades do 
cilindro de acrílico.
Se observarmos a caneta fechada com a tampa, veremos que ela assume 
a forma de um cilindro de aproximadamente quinze centímetros de 
comprimento e meio centímetro de diâmetro. Por ser constituída de 
materiais leves, como plástico e acrílico, seu peso é muito pequeno. O tubo 
137
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
externo é translúcido e as tampas de plástico apresentam a mesma cor da 
tinta dessa caneta: azul. A tampa externa tem o formato de cone alongado 
e dela sai uma pequena haste.
A caneta esferográfica encontra‑se hoje em todos os lugares, entre os quais 
escolas, firmas, escritórios e consultórios. Estará presente sempre que alguém 
quiser escrever algo sem sujar as mãos de tinta (autor desconhecido).
Figura 21 – Canetas.
8.1.7 Descrição de pessoa
Aqui jaz, muito a contragosto, Tancredo de Almeida Neves. Era assim que o 
primeiro presidente brasileiro eleito indiretamente após a ditadura militar, 
em 1985, disse que queria ser lembrado. Se estivesse vivo, Tancredo, avô do 
governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), completaria 100 anos no dia 4 de 
março de 2010.
Quando era senador, na década de 80, conversando com colegas, Tancredo 
Neves citou o epitáfio que abre esta matéria. “Tinha morrido um senador. 
Depois do sepultamento, no cafezinho do Senado, um grupo de senadores 
discutia qual o epitáfio preferido. Um falava assim: ‘viveu com dignidade, 
morreu com o amor de Nossa Senhora Aparecida’. O outro dizia que era 
um ‘bom brasileiro, pai honrado’. Só coisas carregadas de religiosidade. Na 
vez de Tancredo, ele deu um sorrisinho e disparou”, contou Ronaldo Costa 
Couto, um dos amigos pessoais do ex‑presidente, de quem foi secretário de 
Planejamento e seria ministro do Interior. Apesar do “desejo” expresso, não 
é aquela a inscrição na lápide do presidente, no cemitério da igreja de São 
Francisco de Assis, em São João del Rei (GOULART, 2010).
Descrição x definição
Não confundir descrição com definição. A definição é o que vem no dicionário sobre determinada 
palavra. Já a descrição fala em pormenores sobre um determinado objeto e não sobre todos os objetos 
da mesma categoria. Por exemplo, a palavra “mulher” no Dicionário Houaiss da língua portuguesa 
138
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
significa indivíduo do sexo feminino, considerado do ponto de vista das características biológicas, do 
aspecto ou forma corporal, como tipo representativo de determinada região geográfica, época etc. Se 
tiver que descrever uma mulher, você deverá saber qual é essa mulher. Também poderá fazê‑lo a partir 
de lembranças ou de suposições, da criação de uma mulher para o exercício.
Definição Descrição
Casa – edifício de formatos e tamanhos variados, 
geralmente de um ou dois andares, quase sempre 
destinado à habitação.
Casa – Era a própria encarnação da minha avó. 
Branquinha e de janelas azuis, era toda paz, como 
era minha vovó com seus lindos cabelos brancos e 
sapatinhos pretos.
Carro – veículo que se locomove sobre rodas, para 
transporte de passageiros ou de cargas.
Carro – Aquele era todo amarelo forte, mais forte 
que cor de canarinho e tinha um ronco de fazer 
acordar a vizinhança.
Menino – criança ou adolescente do sexo masculino; 
garoto, guri, miúdo.
Menino – Que coisa mais linda era o menininho de 
cabelinhos cacheadinhos, todo loiro! Gordinho, comia as 
mãos quando olhava para as pessoas, como se pedisse 
comida.
Quadro 6 – Exemplos de definições e descrições
8.2 Narração
Em um texto narrativo, sempre deve existir um fato vivido por personagens em determinado tempo 
e espaço, o qual é contado por um narrador presente ou não na história; pode participar da história 
contada, como narrador‑personagem, ou pode contá‑la de fora, como narrador‑observador.
1. Narrador.
a. Onipresente = narrador‑personagem: 1ª pessoa – é uma espécie de testemunha invisível de 
tudo o que acontece e, com uma linguagem subjetiva, ele tenta passar para o leitor o que as 
personagens estão sentindo e pensando.
b. Onisciente = narrador‑observador: 3ª pessoa, o narrador não participa dos acontecimentos, 
limitando‑se a contar sem se envolver, usando uma linguagem objetiva.
2. Fato: o acontecimento em si.
3. Enredo: é a trama, comparada ao esqueleto da narrativa, que dá sustentação à história; geralmente, 
está centrado em um conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa.
4. Ambiente: é o espaço onde as personagens atuam e se desenrola o enredo.
5. Tempo: quando os fatos acontecem.
6. Personagens: são os seres que atuam, isto é, que vivem o enredo.
139
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
O enredo normalmente tem como início uma apresentação, em que se estabelece o fato, depois passa 
por uma complicação, fase de conflitos entre as personagens, chega ao clímax, que é um momento de 
grande tensão, e termina com o desfecho, parteem que a história tem seu final.
O narrador, ao transmitir a fala das personagens, pode fazê‑lo por intermédio do discurso direto, do 
discurso indireto ou do discurso indireto livre.
A presença desses elementos é o mínimo para que determinado texto seja considerado uma narração. 
A qualidade da narrativa, no entanto, fica por conta da articulação desses elementos, somente possível 
no trato com a linguagem.
O elemento mais importante de uma narrativa é o enredo ou a história – sem 
uma história não há um caso. Tem‑se a ação da história, que ocorre no tempo, 
feita por personagens num determinado meio ou espaço onde vivem. Alguém 
conta a história: esse elemento é o foco narrativo (ANDRADE; HENRIQUES, 
2004, p. 124).
 Lembrete
Elementos da narrativa
Enredo (história – conjunto de incidentes), relato de fatos, presença 
de narrador, presença de personagens, cenário, tempo, apresentação de 
um conflito. Geralmente, é mesclada com descrições e discursos na forma 
direta e indireta.
Na visão de Andrade e Henriques (idem), as partes da narração são configuradas em:
• exposição, em que é apresentado o assunto ou tema;
• complicação, que mostra o desenrolar dos acontecimentos, a ação das personagens ou o 
conflito entre personagens e situação;
• clímax, o auge do conflito, o ponto culminante da história;
• desfecho, a resolução do conflito.
Uma narrativa deve contemplar:
• fato (o quê?);
• personagens (quem?);
• narrador;
140
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
• tempo (quando?);
• ambiente ou cenário (onde?);
• enredo (tensão, clímax).
Veja essa narração literária:
A galinha Cocoricó estava há dias chocando seu ovo, quando ouviu um 
barulhinho:
– Chegou a hora! Meu filho vai nascer!
A casca do ovo foi se partindo e uma frágil criaturinha começou a dar sinal 
de vida.
Cocoricó não cansava de admirar a sua cria, que, toda desengonçada, tentava 
equilibrar‑se sobre suas cambaleantes perninhas.
Passadas algumas horas, lá estava o pintinho amarelinho, fofinho, 
aconchegado sob as penas de Cocoricó.
– Você vai se chamar Uto!
(Autor desconhecido.)
Acompanhe o exemplo sobre as partes da narração apontado por Andrade e Henriques (2004, p. 125), 
no poema de Manuel Bandeira:
Pardalzinho 
 
O pardalzinho nasceu 
Livre. Quebraram‑lhe a asa
Apresentação
Sacha lhe deu uma casa, 
Água, comida e carinhos, 
Foram cuidados em vão; 
Complicação
A casa era uma prisão, 
O pardalzinho morreu. Clímax
 
O corpo Sacha enterrou 
No jardim; a alma, essa voou 
Para o céu dos passarinhos!
Desfecho
141
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Figura 22 – Passarinhos.
Veja que a narração não aparece apenas nos contos, romances ou outros tipos de prosa. Ela aparece em letras 
de música. Há uma música de Gilberto Gil, chamada Domingo no parque, que é uma narrativa completa.
Exposição: identificação das personagens
O rei da brincadeira – ê, José
O rei da confusão – ê, João
Um trabalhava na feira – ê, José
Outro na construção – ê, João
Desenvolvimento: encadeamento de ações
A semana passada, no fim da semana
João resolveu não brigar
No domingo de tarde saiu apressado
E não foi pra Ribeira jogar
Capoeira
Não foi pra lá pra Ribeira
Foi namorar
O José como sempre no fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio
Foi no parque que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu
Juliana na roda com João
Uma rosa e um sorvete na mão
Juliana, seu sonho, uma ilusão
Juliana e o amigo João
142
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Complicação: ponto de tensão
O espinho da rosa feriu Zé
E o sorvete gelou seu coração
O sorvete e a rosa – ô, José
A rosa e o sorvete – ô, José
Oi, dançando no peito – ô, José
Do José brincalhão – ô, José
O sorvete e a rosa – ô, José
A rosa e o sorvete – ô, José
Oi, girando na mente – ô, José
Do José brincalhão – ô, José
Juliana girando – oi, girando
Oi, na roda gigante – oi, girando
Oi, na roda gigante – oi, girando
O amigo João – João
O sorvete é morango – é vermelho
Oi, girando, e a rosa – é vermelha
Oi, girando, girando – é vermelha
Clímax: ponto de maior tensão
Oi, girando, girando – olha a faca!
Olha o sangue na mão – ê, José
Juliana no chão – ê, José
Outro corpo caído – ê, José
Seu amigo, João – ê, José
Desfecho
Amanhã não tem feira – ê, José
Não tem mais construção – ê, João
Não tem mais brincadeira – ê, José
Não tem mais confusão – ê, João
Linguagem do cinema
O cinema e outras linguagens influenciam a literatura e vice‑versa. As linguagens da televisão, do 
cinema, dos quadrinhos e da propaganda, desde o seu surgimento, foram deixando marcas em textos 
literários e jornalísticos, pois passaram a fazer parte do nosso cotidiano. O processo é recíproco.
Há textos em que é quase possível enxergar uma cena de filme. Cada vez mais as narrativas 
contemporâneas vêm incorporando essa maneira “cinematográfica” de contar uma história.
143
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Entrei no apartamento ainda perplexo, chutando sem querer um telegrama 
sob a porta. Peguei‑o, fui para a cama e liguei a TV. Entrevistavam Castilho, 
o ministro toureiro que prometia vida melhor aos brasileiros. Tateei o 
telegrama sem a menor disposição de abri‑lo já que, segundo os últimos 
acontecimentos, nele sim estaria a passagem para uma mudança, para uma 
(temida?) transformação. Imagens da infância. Lembranças, família, Brasil...
Abri o telegrama.
Precisamos muito de você.
Volte, por favor.
Sandra C.
(PAIVA, 1992.)
Devolvo a chave para o porteiro. Pego um táxi. Levo no bolso o maço de dinheiro 
que me deram. O outro bolso está pesado de fichas de telefone. Já decidi o 
hotel para onde vou, um que fica na rua Buarque de Macedo, no Flamengo. 
Nunca estive lá. No caminho compro uma pequena mala, seis cuecas, seis 
camisas, uma calça, creme de barbear e gilete (FONSECA, 1994).
 observação
Nas narrativas, sempre há muitos diálogos, conversas, e também alguém 
dizendo algo que outra pessoa (personagem) falou. Vamos entender então 
como usar o discurso direto e o discurso indireto.
 Saiba mais
Algumas narrações lembram as histórias infantis e os contos de fadas. 
Relembre‑as em <http://www.lendorelendogabi.com/contos/contos_
fabulas.htm>.
8.3 Discurso direto e discurso indireto
Quando vamos escrever o que foi escrito ou dito por outra pessoa, podemos fazê‑lo exatamente 
como a pessoa disse, repetindo as palavras. Esse é o discurso direto.
Exemplo:
“O aumento dos combustíveis não poderá ultrapassar o índice anualizado da inflação”, disse o 
ministro da Fazenda.
144
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on-
 0
4/
05
/1
1
Dessa forma, as palavras do ministro foram reproduzidas da mesma forma como ele as pronunciou. Outra 
possibilidade seria escrever o que o ministro disse de outra maneira, de forma indireta. Este é o discurso indireto:
O ministro da Fazenda disse que o aumento dos combustíveis não poderá ser maior do que o índice 
anualizado da inflação.
“No discurso indireto, há o uso de conjunções (que) e os verbos podem ser alterados quanto aos 
tempos e modos” (NADÓLSKIS, 2009, p. 167).
8.3.1 Discurso direto
Exemplos:
– Gostaria muito de comprar um carro novo neste ano – ele me disse isso em 2006.
– O vício do álcool é altamente prejudicial à saúde – afirmou a dra. Rosane.
– Durante todo o verão, continuarei trabalhando aqui – disse ele.
– Acredito que meu chefe não volte hoje – disse a secretária.
– Foi algo muito agradável – alegrou‑se ela.
– Eu ia ajudar, mas o dinheiro logo acabou – justificou‑se.
– Já tinha feito o exercício – disse Carol.
8.3.2 Discurso indireto
Exemplos:
Em 2006, ele me disse que gostaria muito de comprar um carro novo naquele ano.
A dra. Rosane afirmou que o vício do álcool é altamente prejudicial à saúde.
Ele disse que durante todo o verão continuará trabalhando lá.
A secretária disse que não acredita que o seu chefe volte hoje.
Ela alegrou‑se ao dizer que havia sido algo muito agradável.
Justificou‑se que ajudaria, mas que o dinheiro havia acabado.
Carol disse que já tinha feito o exercício.
145
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
8.3.3 Discurso indireto livre
O discurso indireto livre também é chamado de semi‑indireto. Nele, “a fala da personagem 
ou parte dela inclui‑se no discurso indireto pelo qual o autor apresenta os fatos” (NADÓLSKIS, 
2009, p. 168). Além disso, a fala não é diferenciada nem por aspas nem graficamente do discurso 
indireto do narrador, e não é introduzida por um verbo de declaração (falou, declarou, disse, 
argumenta etc.).
Vidas secas
Entregue aos arranjos da casa, regando os craveiros e as panelas de 
losna, descendo ao bebedouro com o pote vazio e regressando com 
o pote cheio, deixava os filhos soltos no barreiro, enlameados como 
porcos. E eles estavam perguntadores, insuportáveis. Fabiano dava‑se 
bem com a ignorância. Tinha o direito de saber? Tinha? Não tinha 
(RAMOS, 1991).
O conto da ilha desconhecida
Contudo, no caso do homem que queria um barco, as coisas não se 
passaram bem assim. Quando a mulher da limpeza lhe perguntou pela 
nesga da porta, Que é que tu queres, o homem, em lugar de pedir, como 
era o costume de todos, um título, uma condecoração, ou simplesmente 
dinheiro, respondeu, Quero falar ao rei, Já sabes que o rei não pode 
vir, está na porta dos obséquios, respondeu a mulher, Pois então vai lá 
dizer‑lhe que não saio daqui até que ele venha, pessoalmente, saber o que 
quero, rematou o homem, e deitou‑se ao comprido no limiar, tapando‑se 
com a manta por causa do frio. Entrar e sair, só por cima dele. Ora, isto 
era um enorme problema, se tivermos em consideração que, de acordo 
com a pragmática das portas, ali só se podia atender um suplicante de 
cada vez, donde resultava que, enquanto houvesse alguém à espera de 
resposta, nenhuma outra pessoa se poderia aproximar a fim de expor as 
suas necessidades ou as suas ambições. À primeira vista, quem ficava a 
ganhar com este artigo do regulamento era o rei, dado que, sendo menos 
numerosa a gente que o vinha incomodar com lamúrias, mais tempo ele 
passava a ter, e mais descanso, para receber, contemplar e guardar os 
obséquios [...] (SARAMAGO, 1997).
Esse tipo de discurso é o mais difícil de ser redigido e alguns autores dizem que nele, que não tem 
nenhum tipo de marcação, o autor capta o pensamento da personagem em um texto em terceira 
pessoa, sem dar nenhum sinal disso, sem aspas, sem travessão, nada. É muito comum em textos 
contemporâneos.
146
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
 Saiba mais
Conheça o livro Todos os nomes, de José Saramago. Ele escreve esse livro 
do começo ao fim sem dividir os parágrafos, sem separar os diálogos nem os 
discursos diretos dos indiretos.
Vamos praticar os discursos direto e indireto.
A seguinte frase está escrita em discurso direto. Como ficaria no discurso indireto?
Direto: “Voltarei às 12h30, se a reunião terminar antes”, disse o coordenador geral.
Indireto: O coordenador geral disse que voltaria às 12h30 se a reunião terminasse antes.
Agora, o contrário, do discurso direto para o indireto:
Claudiana afirmou: “Todas as empresas poderão ressarcir os impostos que foram pagos naquela 
ocasião”.
No discurso indireto ficaria assim:
Todas as empresas poderão ressarcir os impostos que foram pagos naquela ocasião, afirmou Claudiana.
8.4 Dissertação
Dissertação é uma forma de redação em que se apresentam considerações a respeito de um tema 
para expor, explanar, explicar ou interpretar ideias. Caracteriza‑se pela reflexão, por vocabulário próprio, 
proposições e enunciados (ANDRADE; HENRIQUES, 2004).
8.4.1 Dissertação expositiva
É a apresentação e discussão de uma ideia, de um assunto ou de uma doutrina, de forma ordenada. 
Nesse tipo de texto, não se tem o objetivo de convencer ninguém a fazer algo; ele não utiliza, portanto, 
argumentos para isso.
Na dissertação expositiva, o autor apenas informa o leitor sobre determinado tema, sem o propósito 
de convencimento, não é importante obter adesões ao seu ponto de vista.
Exemplo
O sistema presidencial de governo nasceu nos Estados Unidos com a 
constituição de 1787, na Convenção de Filadélfia. Sua formação teórica 
147
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
foi precedida de fato histórico; não sendo, pois, obra de nenhum arranjo 
ou convenção teórica. Sustenta‑se que o presidencialismo é o poder 
monárquico na versão republicana. O presidencialismo, ao contrário do 
parlamentarismo, é demarcado por uma rígida separação de Poderes, 
assentada na independência orgânica e na especialização funcional.
Fonte: <http://www.clubjus.com.br>. Acesso em: 17 out. 2010.
8.4.2 Dissertação argumentativa
Nesse tipo de texto, apresentam‑se o debate e a discussão de uma ideia, assunto ou doutrina. O 
objetivo é influenciar e persuadir, conquistar o leitor da mensagem. Possui, por isso, argumentos que 
levam o leitor a mudar de ideia em relação a algo ou a adotar outra forma de pensamento, e tantas 
outras possibilidades.
A dissertação divide‑se em três partes, segundo Andrade e Henriques (2004):
• Introdução, apresentação ou prólogo – em que se apresenta a ideia, objeto das considerações do 
autor para situar o leitor dentro do assunto a ser desenvolvido.
• Desenvolvimento, análise ou explanação – parte que trata do assunto de forma completa 
com a apresentação dos fatos, ideias, argumentos exigidos. É a fase de reflexão, e apoia‑se em 
testemunhos, exemplos, autoridades, estatísticas etc.
• Conclusão ou fecho – é a síntese que encerra o trabalho, com a reafirmação da ideia central, 
apontada no início. Deve estar apoiada no que foi dito anteriormente.
Esquema de uma dissertação:
• Introdução: no primeiro parágrafo, vocêdeverá expor o problema e o caminho a ser seguido no 
texto para expô‑lo ou para defender algum ponto de vista a respeito dele.
• Desenvolvimento: aqui, encontram‑se os argumentos, as opiniões, as estatísticas, os fatos e os 
exemplos. Ao apresentá‑los, você deve sempre se direcionar para um lado da questão, um ângulo 
de visão, uma opinião específica. Essa opinião deve ser anteriormente pensada e analisada, a fim 
de que se possa fazer uma boa argumentação ou exposição.
• Conclusão: nesse momento, você deixa claro o objetivo da sua dissertação, expõe o ponto de vista 
defendido ou a conclusão da sua exposição de forma que se arrematem todos os argumentos 
utilizados durante a construção do texto (ARAÚJO, 2010).
Os melhores textos dissertativos da atualidade são os editoriais dos jornais. Procure lê‑los para 
aprender a fazer boas dissertações.
148
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Veja um exemplo de dissertação argumentativa:
Ficha Limpa não pode ignorar Constituição
É definitivamente lamentável que a onda de indignação despertada na 
sociedade brasileira pela votação do Supremo Tribunal Federal (STF) que 
adiou a vigência da Lei da Ficha Limpa para a eleição de 2012 não passe de 
um tsunami cívico inócuo. Pois não produzirá efeitos nem contra a corrupção 
do serviço público nem no fortalecimento da democracia.
Cai no vazio por dois motivos básicos e óbvios: a causa não é sólida e 
a mobilização é festiva e efervescente. Se esse tipo de ira coletiva se 
manifestasse na rejeição a outros malfeitos dos homens públicos, ele seria 
mais nobre, mais útil e mais efetivo. Desafinando mais uma vez o coro dos 
descontentes, aqui proponho uma reflexão retrospectiva e aprofundada 
para chegar à autêntica raiz de nossos problemas institucionais. E destes, 
mais grave do que a improbidade administrativa – que a lei condena, mas 
não alcança – é a impunidade generalizada.
O prestígio e a ineficácia da Lei da Ficha Limpa são frutos dos mesmos 
enganos. Um deles foi a tentação de tentar tornar a Constituição a panaceia 
universal, capaz de resolver as distorções sociais e curar as doenças crônicas 
de nossa organização política. Se se contém um paradoxo numa frase 
curta – do tipo “a lei é dura, mas é lei” –, o que dizer, então, da enxúndia 
produzida pelos constituintes ansiosos em corrigir a História do Brasil com 
boas intenções, que, como lembrava minha arguta avó, sempre terminam 
debaixo de sete palmos de terra em algum cemitério – daqueles que João 
Cabral retratou em seus poemas?
[...]
A Lei da Ficha Limpa não é melhor do que as outras só por ter sido originada 
numa mobilização popular e avalizada por milhões de assinaturas de pessoas 
que não legislam diretamente, mas o fazem de maneira indireta pela voz de 
representantes por elas escolhidas nas urnas. Ao contrário, como resulta de 
um benemérito, mas superficial, desejo de extinguir a corrupção, o que não 
pode ser feito por uma penada, consolidou uma série de providências de 
aparência sedutora, mas perigosas na vigência. Em suma, a lei é ambiciosa e 
mal feita, uma mistura fatídica de vontade de fazer o bem não importando 
a quem atingir.
É necessário o primado da probidade para o exercício do poder público, 
mas não convém sobrepô‑lo a outros direitos da cidadania. Por exemplo: 
ninguém aceitaria que agora, no meio do campeonato estadual, a 
149
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Federação Paulista de Futebol substituísse a fórmula que adotou (de 
um octogonal decisivo) para definir o campeão pelo sistema de pontos 
corridos, empregado no Brasileirão. Não se trata de decidir qual é o melhor 
sistema. Trata‑se, isso sim, de partir do pressuposto insubstituível de 
não mudar uma regra no meio da competição. Se isso vale num torneio 
esportivo, como não valeria na mais importante disputa cívica, o processo 
em que o cidadão indica quem legislará e quem governará? Portanto, se 
o STF fez mal ao permitir que, em 2010, o eleitor votasse sem saber se 
poderia, ou não, eleger certo candidato, deixando em aberto a decisão 
sobre a validade da Lei da Ficha Limpa na eleição do ano passado, agiu 
bem ao dar primazia ao conceito da regra que não pode ser mudada e ao 
respeito à decisão do eleitor, no exercício do soberano direito de escolher 
quem o representa.
[...]
Outra questão fundamental a ser avaliada pela última instância judiciária 
é a negação pela Lei da Ficha Limpa da presunção de inocência concedida 
a quem não houver tido a condenação passada em julgado, ou seja, 
reconhecida em todas as instâncias do Poder Judiciário. Aqui está em 
jogo o célebre conceito da dúvida a favor do réu (in dubio pro reo). A 
obrigação do STF é dirimir a questão antes de o eleitor ter de tomar a 
decisão (NÊUMANE, 2011).
Este é um texto argumentativo. O editorialista vai elencando as razões de sua indignação com a 
atitude do STF. O assunto apresenta‑se no primeiro parágrafo. Nos parágrafos subsequentes, aparecem 
os argumentos. A conclusão aparece no parágrafo que começa com “É necessário o primado” e vai até 
o final.
8.5 esquema comparativo dos três tipos de texto
Observe as principais diferenças entre os três tipos de texto:
 Descrição Narração Dissertação
Conteúdo 
específico
Retrato verbal – imagem: 
aspectos que caracterizam, 
singularizam o ser ou objeto 
descrito.
Fatos – pessoas e ações que 
geram o fato e as circunstâncias 
em que este ocorre: tempo, 
lugar, causa, consequência etc.
Ideias – exposição, debate, 
interpretação, avaliação. 
Explicar, discutir, interpretar, 
avaliar ideias.
Faculdade 
humana
• Observação. 
• Percepção. 
• Relativismo desta percepção.
• Imaginação (fatos fictícios). 
• Pesquisa. 
• Observação (fatos reais).
Predomínio da razão, reflexão, 
raciocínio, argumentação.
150
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
Trabalho de 
composição 
• Coleta de dados. 
• Seleção de imagens, aspectos 
– os mais singularizantes. 
• Classificação – enumeração 
das imagens e/ou aspectos 
selecionados.
• Levantamento (criação ou 
pesquisa) dos fatos. 
• Organização dos elementos 
narrativos (fatos, personagens, 
ambiente, tempo e outras 
circunstâncias). 
• Classificação – sucessão.
• Levantamento das ideias. 
• Definição do ponto de vista 
dissertativo: exposição, discussão, 
interpretação.
Formas Descrição subjetiva: criação, 
estrutura mais livre.
Descrição objetiva: precisão, 
descrição e modo científico.
Narração artística: 
subjetividade, criação, fatos 
fictícios. 
Narração objetiva: fatos reais, 
fidelidade.
Dissertação científica: 
objetividade, coerência, solidez 
na argumentação, ausência de 
intervenções pessoais, emocionais, 
análise de ideias. 
Dissertação literária: 
criatividade e argumentação. 
Quadro 7 – Diferenças entre os três tipos de texto
Fonte: <www.lanavision.com>. Acesso em: 17 out. 2010.
 Saiba mais
Leia o texto O bê‑á‑bá da unificação gráfica da língua portuguesa, de 
Leoni, disponível em: <http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/o‑be‑a‑ba‑da
‑unificacao‑grafica‑da‑lingua‑portuguesa/>.
 Resumo
Nesta unidade IV, você teve contatocom muitas informações que irão 
ajudá‑lo a escrever melhor. Aprendeu a importância do planejamento para 
escrever bem e da necessidade da clareza, da coerência e da coesão nos 
textos escritos. Você aprendeu as formas para construir os seguintes tipos 
de texto: descrição, narração e dissertação.
A comunicação empresarial é uma área estratégica e deve 
ser tratada como tal pelas empresas, e ensinada dessa forma aos 
funcionários. Cada uma das pessoas que têm contato com um cliente 
é o porta‑voz da empresa, e por essa razão precisa estar preparado 
para ser “a cara da empresa”. De nada adianta altos investimentos 
em comunicação em geral, como propaganda, merchandising, rádio, 
etc., se as pessoas que devem atender bem e ouvir o cliente não 
estiverem preparadas para isso. Atividades de comunicação interna 
e de endomarketing facilitam esse processo.
Do mesmo modo, conhecer o cliente, ouvi‑lo e atendê‑lo da melhor 
forma possível é uma obrigação da empresa. Assim, escrever melhor, falar 
151
ComuniCação empresarial
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
melhor, entender melhor foram os objetivos desta disciplina, que certamente 
abriu novos horizontes em seus conhecimentos.
 exercícios
Questão 1. Considere o seguinte trecho de uma peça publicitária veiculada no rádio e as afirmações 
que seguem.
“Olha, aqui estão as fotos da viagem. Na verdade, a água não era tão marrom assim, era clara, verde, 
límpida...
Cuidado com o que você imprime. Use impressoras HP.”
I. O uso do advérbio “tão” provoca incoerência no texto, pois há contradição com a informação de 
que a água era clara e verde.
II. Seria mais adequado, para a intenção do anúncio, substituir a frase “cuidado com o que você 
imprime” por “cuidado com a impressora que você usa”.
III. Há, no anúncio, a presença da função apelativa da linguagem.
Está correto o que se afirma em:
A) I, II e III.
B) Somente I e II.
C) Somente I e III.
D) Somente II e III.
E) Somente I.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das afirmativas
I. Afirmativa correta.
Justificativa: “tão” é um advérbio de intensidade que determina quão marrom era a água, o que é 
contraditório com o restante do texto.
II. Afirmativa correta.
Justificativa: o anúncio pretende transmitir a ideia de que a impressora HP é de boa qualidade. 
Assim, a pessoa deve ter cuidado com a impressora que irá utilizar e não com o que vai imprimir.
152
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 0
2/
05
/1
1 
- 
2ª
 r
ev
isã
o:
 T
at
ia
ne
 -
 D
ia
gr
am
ad
or
: E
ve
rt
on
 -
 0
4/
05
/1
1
III. Afirmativa correta.
Justificativa: a função apelativa (centrada no receptor) aparece com o uso do verbo no imperativo 
e do pronome “você”.
Questão 2. Considere o trecho a seguir e assinale a alternativa em que a alteração do parágrafo por 
meio da inclusão de conectivos não tenha modificado o sentido do texto original.
“O governo federal e o Estado de Mato Grosso do Sul devem ser responsabilizados por omissão 
no episódio das mortes de crianças indígenas da comunidade caiuá. O primeiro caso letal ocorreu no 
dia 11 de janeiro. Todavia, apenas no último final de semana chegaram à área três médicos e quatro 
nutricionistas” (FOLHA DE S.PAULO, 2005).
A) Apenas no último final da semana chegaram à comunidade caiuá três médicos e quatro 
nutricionistas, pois o primeiro caso letal ocorreu no dia 11 de janeiro e, por isso, o governo federal 
e o Estado de Mato Grosso do Sul devem ser responsabilizados por omissão no episódio das 
mortes de crianças indígenas.
B) O governo federal e o Estado de Mato Grosso do Sul devem ser responsabilizados por omissão 
no episódio das mortes de crianças indígenas da comunidade caiuá, pois o primeiro caso letal 
ocorreu no dia 11 de janeiro, além do que apenas no último final da semana chegaram à área três 
médicos e quatro nutricionistas.
C) Em virtude de o primeiro caso letal na comunidade caiuá ter ocorrido no dia 11 de janeiro, apenas 
no último final da semana chegaram à área três médicos e quatro nutricionistas, uma vez que o 
governo federal e o Estado de Mato Grosso do Sul devem ser responsabilizados por omissão no 
episódio das mortes de crianças indígenas.
D) O governo federal e o Estado de Mato Grosso do Sul devem ser responsabilizados por omissão no 
episódio das mortes de crianças indígenas da comunidade caiuá, isso porque apenas no último 
final da semana chegaram à área três médicos e quatro nutricionistas, embora o primeiro caso 
letal tenha ocorrido no dia 11 de janeiro.
E) O primeiro caso letal ocorreu no dia 11 de janeiro, portanto três médicos e quatro nutricionistas 
chegaram à área apenas no último final de semana, porque o governo federal e o Estado do 
Mato Grosso do Sul devem ser responsabilizados por omissão no episódio das mortes de crianças 
indígenas da comunidade caiuá.
Resolução desta questão na Plataforma.
FIguRAS E ILuSTRAçõES
Figura 1
TWO‑PEOPLE‑TALKING‑LOGO.JPG. Largura: 600 pixels. Altura: 600 pixels. 1,96 MB. Formato JPEG. Disponível 
em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Two‑people‑talking‑logo.jpg>. Acesso em: 11 abr. 2011.
Figura 2
FILE551263252097.JPG. Largura: 620 pixels. Altura: 412 pixels. 85 KB. Formato JPEG. Disponível em: 
<http://morguefile.com/archive/display/645078>. Acesso em: 11 abr. 2011.
Figura 3
FILE0001382919230.JPG. Largura: 443 pixels. Altura: 620 pixels. 83 KB. Formato JPEG. Disponível em: 
<http://www.morguefile.com/archive/display/89776>. Acesso em: 11 abr. 2011.
Figura 4
FILE000991513316.JPG. Largura: 620 pixels. Altura: 465 pixels. 32 KB. Formato JPEG. Disponível em: 
<http://www.morguefile.com/archive/display/171573>. Acesso em: 11 abr. 2011.
Figura 5
600PX‑NO_SMOKING_SYMBOL.SVG.PNG. Largura: 600 pixels. Altura: 600 pixels. 33 KB. Formato PNG. 
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:No_smoking_symbol.svg?uselang=pt‑br>. 
Acesso em: 11 abr. 2011.
Figura 6
800PX‑US_NAVY_040825‑N‑1755G‑003_PULITZER_PRIZEWINNING_PHOTOGRAPHER_JERRY_
GAY_OF_BLAINE%2C_WASH.%2C_DISCUSSES_HIS_PHOTOGRAPHIC_TECHNIQUES_DURING_A_
PROFESSIONAL_DEVELOPMENT_PRESENTATION_TO_LOCAL_MILITARY_PHOTOGRAPHERS.JPG. Largura: 
800 pixels. Altura: 521 pixels. KB. Formato JPEG. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/
File:US_Navy_040825‑N‑1755G‑003_Pulitzer_Prize‑winning_photographer_Jerry_Gay_of_Blaine,_
Wash.,_discusses_his_photographic_techniques_during_a_professional_development_presentation_
to_local_military_photographers.jpg>. Acesso em: 11 abr. 2011.
Figura 7
FILE00029400867.JPG. Largura: 620 pixels. Altura: 451 pixels. 84 KB. Formato JPEG. Disponível em: 
<http://www.morguefile.com/archive/display/66705>. Acesso em: 11 abr. 2011.
153
154
Figura 8
FILE00066307576.JPG. Largura: 620 pixels. Altura: 500 pixels. 92 KB. Formato JPEG. Disponível em: 
<http://www.morguefile.com/archive/display/37555>. Acesso em: 11 abr. 2011.
Figura 9
ORLANDELI. Image001.jpg?w=500&h=168. Largura: 482 pixels. Altura: 177 pixels. 39 KB. Formato 
JPEG. In: SANTOS, G. L. Disponível em: <http://migre.me/4lnyR>. Acesso em: 25 abr. 2011.
Figura 10
FILE8871263244366.JPG. Largura: 521 pixels. Altura: 620 pixels. 104 KB. Formato JPEG. Disponível em: 
<http://morguefile.com/archive/display/644924>. Acesso em: 11 abr. 2011.
Figura 11
FILE0001078186606.JPG. Largura: 620 pixels. Altura: 465 pixels. 65 KB. Formato JPEG. Disponível em: 
<http://www.morguefile.com/archive/display/67163>. Acesso em: 11 abr. 2011.
Figura 12
AIR_MICRONESIA_PILOT_AND_FOUR_STEWARDESSES.JPG.

Outros materiais