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Unidade I TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIODIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Luiz Fernando Ferraz de Rezende Introdução 1. Objeto de estudo: Regras que tratam da instituição, da arrecadação e da fiscalização de tributos. 2. Orientação ao estudante:2. Orientação ao estudante: Texto do direito positivo: Constituição da República – CR. Código Tributário Nacional – CTN. Rever as aulas – reler os textos. Finalidades do Direito Tributário 1. Atividade financeira do Estado: Prestar serviços públicos. Exercer o poder de polícia adm. Intervir na atividade econômica. 2. Promover o bem comum: Construir sociedade livre e justa. Garantir desenvolvimento nacional. Erradicar pobreza e desigualdades. P b d t d Promover bem de todos, sem preconceito. (Art. 3º, CR) Sistema Tributário Nacional – estrutura hierárquica 1 C tit i ã d R úbli1. Constituição da República: Estrutura e organização do Estado. Competência tributária. Princípios e garantias. 2 Códi T ib tá i N i l2. Código Tributário Nacional: Normas gerais em matéria tributária. (Art. 146, CR) 3. Lei: Cria a obrigação tributária Cria a obrigação tributária. 4. Decreto e instruções: Para fiel execução da Lei. (art. 84 - IV e art. 87, parágrafo único, inciso II, da CR) Tributo – definição legal A t 9º L i 4 320/64Art. 9º - Lei 4.320/64 (norma geral de D. Financeiro): “Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e das leis vigentes emtermos da Constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades.” Art. 3º - Lei 5.172/66 (CTN): “Tributo é toda prestação pecuniária buto é toda p estação pecu á a compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” Tributo – elementos Receita pública derivada. Prestação pecuniária. Compulsoriedade. “Ato Lícito” – conteúdo econômico. Legalidade – obrigação prevista em lei. Fiscalização e cobrança – atos administrativos vinculados. Tributo – vínculo dos sujeitos Previsão em lei de situação hipotética (ato lícito com conteúdo econômico). Observa-se concretamente essa situação hipotética. Deflagra-se uma relação jurídica.Deflagra se uma relação jurídica. Vínculo entre sujeito ativo (Estado lato sensu) e o sujeito passivo (particular). Direito de exigir do Estado x dever de honrar a obrigação (pagar) pelo particular. Interatividade A finalidade e razão de ser da existência dos tributos é: a) Penalizar o trabalhador assalariado. b) Promover a eficiência dos serviços públicos. c) Estimular as pessoas a adquiriremc) Estimular as pessoas a adquirirem bens de consumo. d) Obter recursos para o Estado desempenhar as atividades financeiras. e) Promover a separação dos poderes entre Executivo, Legislativo e Judiciário.entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Princípios constitucionais tributários “P i í i é i d fi i ã d t“Princípio é pois, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para exata compreensão e inteligência delascompreensão e inteligência delas, exatamente porque define a lógica e a racionalidade do sistema normativo, conferindo-lhes a tônica que lhe dá sentido harmônico.” (Celso Antonio Bandeira de Melo)( ) Destinatários: Legislador. Chefe do Poder Executivo. Poder Judiciário. Legalidade Quem são os legisladores? Todos os critérios da obrigação tributária devem (obrigatoriamente) estar previstos em lei. Art. 5º - II da CRArt. 5 II da CR Art. 150 - I da CR Arts. 96 e 97 do CTN Cautela: impostos com finalidade extrafiscal – II, IE, IPI, IOF: alíquota fixada por decreto nos limites da lei (Art. 153 §1º da CR). Igualdade T d ã i i t l i Todos são iguais perante a lei, mas essa igualdade no Direito Tributário pressupõe a equivalência econômica/jurídica e também a capacidade contributiva: quem ganha mais ou tem maior patrimônio ou consome, por exemplo bens supérfluos terá maiorpor exemplo, bens supérfluos, terá maior carga tributária. Art. 5º “caput” da CR Art. 150 – II da CR Art. 145 § 1º da CR Art. 153 § 2º - I da CR: progressividade do IR Art. 153 § 3º - I da CR: seletividade do IPI Art. 155 § 2º - III da CR: essencialidade do ICMS Art. 156 § 1º – I da CR: progressividade do IPTU Irretroatividade Em razão da segurança jurídica, uma lei não pode retroagir para alcançar fatos ocorridos antes da sua vigência. A lei tributária vigora para o futuro. Art. 150 – III, letra “a” da CR.Art. 150 III, letra a da CR. Art. 105 do CTN. Anterioridade A lei deve ser previamente divulgada e somente após um período de tempo passará a incidir. Em linhas gerais, a lei publicada em um exercício financeiro (1º de janeiro a 31 dezembro) somente será vigente no primeiro dia do exercício financeiro seguinte. É preciso distinguir: Anterioridade geral: Art. 150-III-b, da CR.Anterioridade geral: Art. 150 III b, da CR. Anterioridade nonagesimal (noventena): Art. 195 § 6º da CR. Anterioridade mitigada: Art. 150-III-c, da CR. Anterioridade – não aplicação 1. Tributos não sujeitos à anterioridade geral (art. 150 § 1º da CR): a) Empréstimo compulsório de guerra/ calamidade. b) Imposto sobre importação.b) Imposto sobre importação. c) Imposto sobre exportação. d) Imposto sobre produtos industrializados. e) Imposto sobre operações financeiras. f) Imposto extraordinário de guerra.) p g Anterioridade – não aplicação 2. Tributos não sujeitos à anterioridade mitigada (art. 150 § 1º da CR): a) Empréstimo compulsório de guerra/ calamidade. b) Imposto sobre importação.b) Imposto sobre importação. c) Imposto sobre exportação. d) Imposto sobre renda. e) Imposto sobre operações financeiras. f) Imposto extraordinário de guerra.) p g g) Não se aplica à lei que fixar a base de cálculo do IPVA e do IPTU. Vedação ao uso de tributo com efeito de confisco Não pode haver, por meio de exigência de tributos, a supressão de um direito, como o da propriedade, da liberdade de trabalho, da liberdade da escolha da profissão, do direito de suceder. É É preciso distinguir o uso fiscal (arrecadatório) do extrafiscal (regulatório). Esse princípio aplica-se aos tributos com efeito fiscal. Art. 150 – IV da CR.Art. 150 IV da CR. Interatividade A i l lt ti dAssinale a alternativa errada: a) A capacidade econômica do contribuinte é relevante para efeito de gradação da carga tributária que o afetará. b) O princípio da legalidade exige que todos os ité i d b i ã t ib tá i t jcritérios da obrigação tributária estejam previstos em lei. c) As contribuições sociais para custeio da seguridade social estão sujeitas à anterioridade geral do art. 150, III-b, da CR. d) A l i t ib tá i t lí t dd) A lei tributária que aumenta as alíquotas do Imposto sobre a Renda está sujeita ao princípio da anterioridade geral do art. 150, III – b da CF. e) Uma alíquota de IPTU de 25% sobre o valor do imóvel é confiscatória, mas alíquota de 25% do ICMS sobre o tabaco não é confiscatória. Espécies tributárias Imposto. Taxas. Contribuição de melhoria. Empréstimos compulsórios. Contribuições: Sociais gerais. Sociais para custeio da seguridade social. De interesse de categoria profissional. D i t ã d íi ô i De intervenção no domínio econômico. Para custeio do serviço de iluminação pública. Imposto É t ib t j t d fl É um tributo cujo evento que deflagra a obrigação de pagá-lo independe de qualquer atuação estatal (tributo não vinculado). Art. 16 CTN. Os atos lícitos que deflagram obrigação de pagar imposto estão todos previstos na CR – arts. 153, 155 e 156. Regra geral: o imposto é criado por meio de lei ordinária, mas quando a Constituição exige, usa-se lei complementar. Ver Art. 153-VII e Art. 69, todos da CR. Impostos extraordinários ou da capacidade residual estão previstos no art. 154 da CR e são de competência da União. Taxa T ib t i l d t ã t t lTributo vinculado a uma atuação estatal, ou seja, o evento que o deflagra tem a participação estatal, qual seja: a) Exercício do poder de polícia adm. b) Prestação de serviço público específico e divisível. Art. 145 – II da CR. Art. 77 do CTN. Art. 78 do CTN. Q alq er pessoa política pode instit ir Qualquer pessoa política pode instituir taxa. A base de cálculo da taxa é diferente da base de cálculo do imposto, conforme Art. 145 § 2º da CR. Contribuição de melhoria Combinação da atuação do Estado (realização de uma obra pública) e a valorização do imóvel do particular (em razão dessa mesma obra). Art. 145 – III da CR. Art. 81 e 82 do CTN. Empréstimo compulsório A compulsoriedade caracteriza a obrigação tributária. Valor arrecadado será oportunamente restituído (natureza de mútuo). Competência exclusiva da União.Competência exclusiva da União. Instituído por lei complementar (Art. 69 CR). Destino dos valores para: ações públicas para combater calamidade, guerra externa investimento relevanteexterna, investimento relevante. Art. 148 da CR. Contribuições Destino da arrecadação está indicado: 1. Sociais gerais: FGTS (Art. 7º-III da CR) e salário educação (Art. 212 § 5º CR). 2. Custeio da seguridade social: art. 195 CR (saúde, previdência e assistência social).(saúde, previdência e assistência social). 3. Interesse de categorias profissionais: conselhos de profissões regulamentadas (art. 148 “caput”). 4. Intervenção no domínio econômico: Art. 149 § 2º e Art 177 § 4º da CR149 § 2º e Art. 177 § 4º da CR. 5. Custeio do serviço de iluminação pública: Art. 149-A da CR. Interatividade Assinale a alternativa correta: a) As contribuições sociais somente podem ser instituídas por lei complementar. b) O serviço de iluminação pública dá margem para cobrança de taxa.margem para cobrança de taxa. c) A obrigação de pagar imposto independe de qualquer ação estatal. d) Mesmo com a desvalorização do imóvel do particular é devida a contribuição de melhoriamelhoria. e) A absorção temporária do poder aquisitivo da população é fundamento para exigir empréstimo compulsório. Competência tributária Poder de tributar (instituir tributo por lei) “A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena [...].” (Art. 6º do CTN) “A competência tributária é indelegávelA competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos [...].” (Art. 7º do CTN) “O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito j público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.” (Art. 8º do CTN) Competência da União – impostos I.I Imposto sobre Importação IE: Imposto sobre a Exportação. IRPF/IRPJ: Imposto sobre Renda Proventos. IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados. IOF: Imposto sobre Operações de Crédito IOF: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro. ITR: Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural. IGF: Imposto Sobre Grandes Fortunas. A t 153 d CR i i I VII Art. 153 da CR, incisos I a VII. Imposto capacidade residual: Art. 154 – I da CR. Impostos extraordinários: Art. 154 – II da CR. Competência dos Estados – impostos ITCMD – imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de bens e direitos Art. 155 – I da CR ICMS – imposto sobre circulação de mercadorias e serviços de comunicação ç ç e de transporte interestadual e intermunicipal. Art. 155 – II da CR Lei Complementar 87/96. IPVA imposto sobre a propriedade de IPVA – imposto sobre a propriedade de veículos automores. Art. 155 – III da CR Competência dos Municípios – impostos IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana. Art. 156 – I da CR Art. 32 do CTN (distinção zona urbana e rural).) ITBI – Imposto sobre a Transmissão inter vivos por ato oneroso de Bens Imóveis. Art. 156 – II da CR ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer NaturezaQualquer Natureza. Art. 156 – III da CR Lei Complementar no.116/03. Imunidades E it õ i t CRExpressas situações previstas na CR que tratam da absoluta incompetência de instituição de impostos: Imunidade recíproca (Art. 150, VI, a). Imunidade dos templos religiosos (Art. 150, VI, b). Imunidade do patrimônio, renda e serviços de: Partidos políticos, fundações, entidades sindicais, instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos. (art. 150 – VI, c da CR e art. 14 do CTN). Imunidade do livro, jornal, revistas e do papel destinado a sua impressão (art. 150 – VI, d). Interatividade A respeito dos empréstimos compulsórios, é correto dizer: a) São da competência dos municípios. b) Podem ser instituídos por lei ordinária. c) Não precisam ser restituídos aos contribuintescontribuintes. d) Exige prévia aprovação de prefeitos e governadores. e) Exige lei complementar para sua instituição. ATÉ A PRÓXIMA!
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