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Apostila Contabilidade Avançada-Encarte I(1)

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Encarte I 
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
Material Didático 
 
 
Contabilidade 
Avançada 
 
noções preliminares 
demonstrações contábeis 
método da equivalência patrimonial 
consolidação de demonstrações contábeis 
correção monetária integral 
provisões e reservas 
exercícios de fixação 
 
 
 
 
 
Prof. Paulo Henrique Alves Parreira 
 
 
Goiânia, Fevereiro de 2008 
 Material Didático Elaborada pelo Professor Orismar Parreira Costa 
Material Didático de Contabilidade Avançada 
Paulo Henrique Alves Parreira 
1 
ÍNDICE 
 
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................................................................2 
I – NOÇÕES PRELIMINARES ...............................................................................................................................................................3 
1. Introdução ....................................................................................................................................................................................3 
3. Objetivos ......................................................................................................................................................................................3 
2. Técnicas contábeis ......................................................................................................................................................................4 
II – ESTUDO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ..........................................................................................................................5 
1. Demonstrações obrigatórias para todas as empresas ...............................................................................................................5 
2. Demonstrações obrigatórias para determinadas empresas .....................................................................................................19 
3. Outras demonstrações de caráter gerencial.............................................................................................................................22 
4. Outras considerações importantes sobre as demonstrações contábeis ..................................................................................26 
5. Outras considerações importantes sobre as sociedades por ações ........................................................................................29 
III – INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS E PERMANENTES..............................................................................................................33 
1. Tipos de investimentos ............................................................................................................................................................33 
2. Contabilização de investimentos temporários .........................................................................................................................34 
3. Principais motivos que justificam investimentos permanentes em outras empresas ..............................................................35 
IV – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS PERMANENTES.................................................................................................................36 
1. Método de Custo de Aquisição – MCA....................................................................................................................................36 
2. Método da Equivalência Patrimonial – MEP............................................................................................................................36 
3. Demonstração dos efeitos dos métodos MCA e MEP.............................................................................................................36 
4. Contabilização das operações básicas de participações permanentes em outras empresas ................................................37 
V – MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL ............................................................................................................................36 
1. Algumas definições..................................................................................................................................................................38 
2. Determinação do valor dos investimentos relevantes em outras empresas ...........................................................................41 
3. Técnica de elaboração ............................................................................................................................................................45 
4. Contabilização do resultado da equivalência patrimonial........................................................................................................45 
5. Contabilização no MEP de alguns tipos de variações no investimento e no PL da coligada ou controlada ...........................45 
6. Variação na porcentagem de participação ..............................................................................................................................46 
7. Patrimônio líquido das investidas ............................................................................................................................................47 
8. Companhias no exterior...........................................................................................................................................................47 
9. Resultados não realizados de operações intercompanhias ....................................................................................................47 
10. Eliminação de resultados não realizados de operações intercompanhias ............................................................................49 
12. Ágio e deságio na aquisição de participação societária ........................................................................................................49 
13. Amortização do ágio e deságio .............................................................................................................................................51 
VI – CONSOLIDAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...........................................................................................................52 
1. Conceito...................................................................................................................................................................................52 
2. Aplicabilidade...........................................................................................................................................................................52 
3. Técnicas de consolidação .......................................................................................................................................................53 
4. Eliminações de saldos e transações .......................................................................................................................................53 
5. Participações minoritárias em controladas ..............................................................................................................................63 
6. Impostos na consolidação .......................................................................................................................................................65 
7. Outros ajustes na consolidação...............................................................................................................................................68 
8. Forma de evidenciação da consolidação ................................................................................................................................69VII – ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA......................................................................................................................................................70 
1. Objetivo....................................................................................................................................................................................70 
2. Tipos e características.............................................................................................................................................................70 
VIII – CORREÇÃO MONETÁRIA INTEGRAL......................................................................................................................................73 
1. Conceito e importância ............................................................................................................................................................73 
2. Faculdade de adoção da sistemática ......................................................................................................................................73 
3. Outras razões para adoção da sistemática .............................................................................................................................74 
4. Outros aspectos legais e contábeis.........................................................................................................................................75 
5. Metodologia da sistemática .....................................................................................................................................................75 
6. Exemplo simplificado da sistemática .......................................................................................................................................77 
IX – PROVISÕES E RESERVAS.........................................................................................................................................................81 
1. Distinção entre provisões e reservas .....................................................................................................................................81 
2. Alguns tipos de provisões ......................................................................................................................................................82 
3. Classificação das reservas.....................................................................................................................................................84 
X – EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO..........................................................................................................................................................85 
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................................................................112 
Material Didático de Contabilidade Avançada 
Paulo Henrique Alves Parreira 
2 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
Acreditando que o material possa se constituir em relevante recurso didático no desenvolvimento 
do conteúdo programático da disciplina Contabilidade Avançada, procurou-se contemplar os principais tópicos 
desta área contábil, destacando-se: um aprofundamento no estudo das demonstrações contábeis; os ajustes 
essenciais dessas demonstrações (avaliação de investimentos permanentes, provisões e outras formas de 
destinação de resultado, e consolidação de demonstrações contábeis, entre outros), para melhor refletir a real 
situação do patrimônio e adequar-se às normas internacionais de contabilidade; além da resolução de vários 
exercícios fixação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia, Agosto de 2007. 
 
 
 
Material Didático de Contabilidade Avançada 
Paulo Henrique Alves Parreira 
3 
I – NOÇÕES PRELIMINARES 
1. INTRODUÇÃO 
O processo ensino-aprendizagem inerente à disciplina Contabilidade Avançada enseja o estudo, 
a pesquisa e o debate acerca de alguns conhecimentos considerados complexos e estratégicos no contexto 
dessa importante ciência social, que é a Contabilidade. 
Pode-se sintetizá-la ou ementá-la como sendo o estudo dos ajustes e técnicas de elaboração 
das demonstrações contábeis no contexto dos conhecimentos específicos da Contabilidade Superior, assim 
considerados em função do nível de complexidade e aprofundamento que a sua adoção exige dos 
profissionais envolvidos. 
Destacam-se como temas principais da Contabilidade Avançada: 
� Investimentos temporários e permanentes; 
� Avaliação de investimentos pelo método da equivalência patrimonial; 
� Consolidação de demonstrações contábeis; 
� Reavaliação de ativos; 
� Provisões e reservas; 
� Transações entre partes relacionadas; 
� Concentração e extinção de sociedades (fusão, incorporação, cisão, etc); 
� Operações entre matriz e filiais. 
Para melhor caracterizar a importância do assunto em discussão no âmbito educacional e 
empresarial, busca-se a ajuda dos ilustres professores e consultores José Hernandez Perez Junior e Luís 
Martins de Oliveira, que em seu livro intitulado Contabilidade Avançada: Teoria e Prática, publicado pela 
Editora Atlas, destacam que "... apesar do extraordinário avanço experimentado pela Contabilidade no Brasil 
nas últimas décadas, principalmente após a promulgação da Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), 
ainda há muito trabalho pela frente, no sentido de fazer com que a Contabilidade praticada atualmente entre 
nós alcance o padrão vigente nas economias mais desenvolvidas e, como uma das conseqüências naturais, 
os profissionais e acadêmicos desta Ciência no Brasil alcancem o mesmo elevado "status" desfrutado 
principalmente pelos colegas americanos e ingleses e de outras nações do primeiro mundo". 
Perez Junior e Oliveira continuam, afirmando que "... o processo de globalização dos mercados 
exige, cada vez mais, padrões contábeis internacionais para atender as exigências feitas para a captação de 
recursos externos por parte das empresas locais e para melhor entendimento das demonstrações contábeis 
por parte dos investidores estrangeiros". 
Para eles, "... a economia brasileira, principalmente com a estabilidade econômica propiciada 
pelo Plano Real, vem recebendo volumes expressivos de capitais do exterior, onde diversas multinacionais 
dirigiram grandes parcelas de capital para o Brasil, ampliando suas subsidiárias ou adquirindo empresas já 
constituídas, além do fluxo de capital diretamente aportado no Brasil pelos investidores estrangeiros". 
Ainda, segundo os citados autores, "... são exatamente esses, os principais fatores que fazem 
com que cresça entre os contabilistas a necessidade da harmonização dos procedimentos contábeis e do 
nível de divulgação feito pelas empresas de capital aberto. Tais fatores, de fato, implicam que estudantes, 
contadores, auditores, professores e demais envolvidos com a Contabilidade necessitem cada vez mais de 
treinamento mais rigorosos e, conseqüentemente, material bibliográfico adaptado aos desafios dos tempos 
modernos". 
2. OBJETIVOS 
Consoante a exigência de caráter técnico-acadêmico, o objetivo principal da disciplina 
Contabilidade Avançada é a capacitação do aluno para a execução de procedimentos de ajustes e 
elaboração de demonstrações contábeis de natureza específica, mediante a aplicação dos conhecimentos 
avançados no contexto das técnicas contábeis da escrituração e da demonstração, de modo a que ele seja 
capaz de pesquisar, analisar, debater e compreender, dentre aqueles já relacionados na introdução, os 
seguintes procedimentos contábeis: 
Material Didático de Contabilidade Avançada 
Paulo Henrique Alves Parreira 
4 
� A utilização do método da equivalência patrimonial para avaliação de investimentos 
permanentes da empresa em coligadas e controladas; 
� A constituição de provisões e outras formas de destinaçãode resultados, como as reservas 
de lucros; 
� A elaboração de demonstrações contábeis consolidadas de grupos de empresas, como 
instrumento gerencial e informativo; 
� A elaboração de demonstração contábil em moeda de poder aquisitivo constante (correção 
monetária integral – CMI). 
Para desenvolver os conteúdos programáticos, se propõe a abordagem dos temas sob variados 
aspectos, tais como: conceitos, tipos, métodos, técnicas, dispositivos legais (envolvendo normas e incidências 
tributárias), estudos de casos, resolução de exercícios e outros procedimentos, visando a construção de uma 
consciência crítica e técnica das pessoas envolvidas no processo ensino-aprendizagem relativo aos temas 
propostos. 
3. TÉCNICAS CONTÁBEIS 
Sabendo-se que a Contabilidade é uma ciência e que a mesma é conceituada e estudada de 
forma abstrata, constata-se que a sua materialização ou concretização se dá através de suas técnicas, quais 
sejam: 
� Escrituração Contábil, que é a técnica contábil exercida com a finalidade de efetuar o 
registro, através do lançamento, dos fenômenos ou fatos que afetam o patrimônio de uma entidade. Saliente-
se que estes fenômenos para se constituírem em objeto da escrituração devem ser passíveis de valoração 
monetária; 
� Demonstração Contábil, também chamada de evidenciação, é a técnica que se encarrega 
de informar aos usuários da informação contábil a situação do patrimônio e suas mutações. Através de 
demonstrações e outros relatórios, as pessoas que mantêm relação de interesse com a entidade, são 
providas com as informações contábeis indispensáveis ao processo decisório; 
� Auditoria Contábil, que constitui-se num conjunto de procedimentos técnicos exercidos com 
o objetivo de emitir parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis, buscando a confirmação da 
veracidade das informações sobre a posição patrimonial e financeira e sobre o resultado das operações e 
recursos de uma entidade; 
� Análise Contábil, é a técnica que permite, através da utilização de instrumentos diversos, a 
decomposição, a comparação e a interpretação das demonstrações contábeis ou gerenciais e suas 
extensões, com vistas a avaliar o desempenho e as tendências da entidade, para atender determinado 
objetivo. 
Resumindo: 
TÉCNICAS 
CONTÁBEIS 
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
Registra os fatos contábeis produzidos pelo patrimônio 
DEMONSTRAÇÃO CONTÁBIL 
Elabora relatórios contábeis sobre o patrimônio 
AUDITORIA CONTÁBIL 
Verifica a expressão de verdade dos relatórios contábeis 
ANÁLISE CONTÁBIL 
 Decompõe, compara e interpreta os relatórios contábeis 
Material Didático de Contabilidade Avançada 
Paulo Henrique Alves Parreira 
5 
II – ESTUDO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
1. DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS PARA TODAS AS EMPRESAS 
Segundo a NBC T-31, as demonstrações contábeis são aquelas extraídas dos livros, registros e 
documentos que compõem o sistema contábil de qualquer tipo de Entidade, devendo na sua elaboração serem 
observados os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) aprovados pelo Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC). 
A atribuição e responsabilidade técnica do sistema contábil da Entidade cabem, exclusivamente, a 
contabilista registrado no CRC2. 
As demonstrações contábeis devem especificar sua natureza, a data e/ou o período e a Entidade 
a que se referem, cujo grau de revelação deve propiciar o suficiente entendimento do que cumpre demonstrar, 
inclusive com o uso de notas explicativas, que, entretanto, não podem substituir o que é intrínseco às 
demonstrações. 
De conformidade com o art. 176 da Lei nº 6.404, de 15.12.1976 (DOU de 17.12.1976), e outros 
dispositivos legais emanados dos órgãos encarregados da normatização dos procedimentos contábeis, as 
empresas estão sujeitas à elaboração e publicação (para as sociedades por ações) das seguintes 
demonstrações contábeis: 
� Balanço Patrimonial (BP); 
� Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
� Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); 
� Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). 
NOTA: por força do § 6º do art. 176 da citada lei (com nova redação dada pelo art. 1º da Lei nº 9.457, de 05.05.1997 – 
DOU de 06.05.1997), a companhia fechada, e as demais empresas, com patrimônio líquido, na data do 
balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), não será obrigada à elaboração e publicação 
da demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR). 
1.1. BALANÇO PATRIMONIAL 
Segundo o novo conceito emanado da NBC T-3, o balanço patrimonial é a demonstração contábil 
destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio 
Líquido da entidade3. 
Assim, esta demonstração contábil representa graficamente a estática patrimonial, evidenciando 
claramente os elementos patrimoniais. Pode-se comparar o balanço patrimonial como uma fotografia (estática) 
do patrimônio de uma entidade em determinado momento. 
O balanço patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido, sendo: 
� Ativo - compreende as aplicações de recursos representadas por bens e direitos; 
� Passivo - compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com 
terceiros; 
� Patrimônio Líquido - compreende os recursos próprios da Entidade e seu valor é a diferença 
entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo menos Passivo). Portanto, o valor do Patrimônio Líquido pode 
ser positivo, nulo ou negativo. Quando o valor do Patrimônio Líquido for negativo, este é também denominado de 
"Passivo a Descoberto". 
Na situação em que o patrimônio líquido for negativo, este deve ser demonstrado após o ativo, 
sendo o seu valor final denominado de Passivo a Descoberto. 
1.1.1. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS 
 
1
 A NBC T-3 é a Norma Brasileira de Contabilidade que dispõe sobre conceito, conteúdo, estrutura e nomenclatura das 
demonstrações contábeis, a qual foi aprovada pela Resolução CFC nº 686, de 14/12/1990, do Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC). 
2
 CRC - Conselho Regional de Contabilidade, órgão pertencente ao sistema CFC, responsável pelo registro e fiscalização dos 
profissionais de contabilidade. 
3
 Esta nova conceituação foi introduzida pela Resolução CFC nº 847, de 16/06/1999, que alterou a citada Resolução CFC nº 
686/90. 
Material Didático de Contabilidade Avançada 
Paulo Henrique Alves Parreira 
6 
Os elementos patrimoniais, de conformidade com a Lei nº 6.404/76, são classificados no 
Balanço Patrimonial da seguinte forma: 
1.1.1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO ATIVO 
No Ativo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos 
nelas registrados, nos seguintes grupos e subgrupos: 
A) ATIVO CIRCULANTE 
� Disponibilidades, as contas representativas dos recursos financeiros disponíveis da 
empresa. Exemplos: 
� Caixa; 
� Bancos c/Movimento; 
� Aplicações de Liquidez Imediata. 
� Realizável a Curto Prazo, as contas representativas dos direitos e bens realizáveis até o 
final do exercício social subseqüente ao do encerramento do balanço ou de conformidade com o ciclo 
operacional da empresa. Exemplos: 
� Duplicatas a Receber; 
� Duplicatas Descontadas (credora); 
� Provisão para Devedores Duvidosos (credora); 
� Títulos a Receber; 
� Estoques. 
� Despesas do Exercício Seguinte, as contas que representem aplicações de recursos em 
despesas do exercício seguinte (despesas antecipadas). Exemplos: 
� Aluguéis Antecipados; 
� Seguros a Apropriar; 
� Encargos Financeiros a Apropriar. 
B) ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
� As contas representativas de bens e direitos realizáveis após o final do exercício social 
seguinte ao do encerramento do balanço ou de acordo com o ciclo operacionalda empresa. Exemplos: 
� Imóveis Destinados à Venda; 
� Cauções Contratuais a Longo Prazo. 
� As contas representativas de bens e direitos oriundos de negócios não usuais realizados com 
coligadas, controladas, proprietários, sócios, acionistas e diretores, independentemente do vencimento ou prazo 
de realização. Exemplos: 
� Empréstimos a Sócios; 
� Empréstimos à Empresas do Grupo. 
C) ATIVO PERMANENTE 
ATENÇÃO!!! 
A divisão do grupo patrimonial Ativo Circulante retrodescrita (subgrupos Disponibilidades, Realizável a Curto 
Prazo e Despesas do Exercício Seguinte) está em consonância com as disposições da Lei nº 6.404/76, 
porém a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica nº 3 (NBC-T-3), do Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC), prevê a divisão do Ativo Circulante nos seguintes subgrupos: 
� Disponível; 
� Créditos; 
� Estoques; 
� Despesas Antecipadas; 
� Outros Valores e Bens. 
Material Didático de Contabilidade Avançada 
Paulo Henrique Alves Parreira 
7 
� Investimentos, as contas representativas de direitos por participações permanentes em 
outras sociedades e os bens e direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, e que não se 
destinem à manutenção das atividades da empresa. Exemplos: 
� Ações de Outras Empresas; 
� Provisões para Perdas (credora); 
� Obras de Arte; 
� Imóveis não de Uso ou de Renda. 
� Imobilizado, as contas representativas dos bens e direitos que sejam destinados à 
manutenção das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial 
ou comercial. Exemplos: 
� Imóveis; 
� Instalações; 
� Móveis e Utensílios; 
� Veículos; 
� Marcas e Patentes; 
� Jazidas de Minérios; 
� Plantações; 
� Semoventes; 
� Depreciações, Amortizações e Exaustões Acumuladas (credoras). 
� Diferido, as contas representativas dos gastos ou aplicações de recursos em despesas que 
beneficiarão a empresa por mais de um exercício social, ou seja, contribuirão para a formação do resultado de 
vários exercícios. Exemplos: 
� Gastos Pré-Operacionais; 
� Gastos com Organização e Expansão; 
� Despesas com Desenvolvimento de Novos Produtos; 
� Benfeitorias em Imóveis de Terceiros; 
� Juros Pagos ou Devidos aos Proprietários antes do Início das Atividades da Empresa; 
� Amortizações Acumuladas (credoras). 
1.1.1.2. CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO PASSIVO 
No Passivo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade dos 
elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
A) PASSIVO CIRCULANTE 
� As contas representativas das obrigações da empresa, inclusive financiamentos para 
aquisição de Ativo Permanente, que tenham prazos de vencimentos até o final do exercício social subseqüente 
ao de encerramento do balanço ou de acordo com o ciclo operacional da empresa. Exemplos: 
� Fornecedores; 
� Encargos Sociais a Recolher; 
� Impostos a Recolher; 
� Títulos a Pagar; 
� Empréstimos e Financiamentos Bancários. 
B) PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
� As contas representativas das obrigações da empresa com vencimentos após o término do 
exercício social seguinte ao do encerramento do balanço ou conforme o ciclo operacional da empresa. 
Exemplos: 
� Impostos a Recolher; 
� Títulos a Pagar; 
� Empréstimos e Financiamentos em Moeda Nacional ou Estrangeira. 
Material Didático de Contabilidade Avançada 
Paulo Henrique Alves Parreira 
8 
C) RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 
� As contas representativas das receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos ou 
despesas a elas correspondentes. 
� As principais características deste grupo de contas são: 
� a inexigibilidade para com terceiros (mesmo que haja desfazimento do negócio não há 
obrigatoriedade de devolução da importância recebida); 
� ser considerada como receita de exercícios futuros em função dos princípios contábeis 
da Realização da Receita e do Regime de Competência de Exercícios. Exemplos: 
• Aluguéis Recebidos Antecipadamente; 
• Comissões Recebidas Antecipadamente; 
• Custos ou Despesas Correspondentes às Receitas (devedoras). 
NOTA: por força do Regulamento do Imposto de Renda, as empresas que exploram atividades de 
incorporação e venda de imóveis devem enquadrar neste grupo os recebimentos antecipados e 
respectivos custos. 
D) PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
� As contas representativas dos seguintes valores: 
� dos investimentos dos proprietários na empresa; 
� das reservas oriundas de lucros obtidos pela empresa; 
� das reservas provenientes de reavaliação de ativos. 
� As contas pertencentes ao Patrimônio Líquido serão distribuídas nos seguintes subgrupos: 
� Capital Social, as contas representativas do valor do capital subscrito e da parcela ainda 
não integralizada ou realizada. Exemplos: 
• Capital Social; 
• Capital Social a Realizar ou Integralizar (devedora). 
� Reservas de Capital, as contas que representam valores recebidas que não transitaram 
pelo seu resultado como receitas e outros. Exemplos: 
• Ágio na Emissão de Ações; 
• Produto da Alienação de Partes Beneficiárias; 
• Produto da Alienação de Bônus de Subscrição; 
• Prêmios na Emissão de Debêntures; 
• Doações e Subvenções para Investimentos; 
• Incentivos Fiscais. 
� Reservas de Reavaliação, as contas representativas das contra partidas de aumentos de 
valor atribuídos a elementos do Ativo em virtude de novas avaliações, com base em 
laudo técnico. Exemplos: 
• Reavaliação de Imóveis; 
− Reavaliação de Imóveis Próprios; 
− Reavaliação de Imóveis de Controladas; 
• Reavaliação de Recursos Naturais; 
• Reavaliação de Participações Societárias. 
� Reservas de Lucros, as contas que representam lucros obtidos pela empresa e retidos 
com finalidade específica. Essa retenção pode se dar por imposição legal, por 
determinação estatutária ou por propósitos aprovados pelos proprietários da empresa. 
Exemplos: 
• Reserva Legal; 
• Reservas Estatutárias; 
− Reserva para Aumento de Capital; 
− Reserva para Resgate de Debêntures; 
− Reserva para Resgate de Partes Beneficiárias; 
− Reserva para Amortização de Ações; 
• Reservas para Contingências; 
• Reservas para Expansão ou Planos para Investimentos 
• Reservas de Lucros a Realizar; 
• Reservas para Dividendos Obrigatórios. 
Material Didático de Contabilidade Avançada 
Paulo Henrique Alves Parreira 
9 
� Lucros ou Prejuízos Acumulados, as contas representativas de resultados obtidos, 
porém retidos sem finalidade específica (quando lucros), ou à espera de absorção futura 
(quando prejuízos). Assim, os lucros ou prejuízos do exercício são transferidos para 
conta Lucros ou Prejuízos Acumulados e lá permanecem até se tomar decisão sobre a 
destinação do lucro ou amortização do prejuízo. Exemplos: 
• Lucros Acumulados; 
• Prejuízos Acumulados (opcional). 
1.1.2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS 
Consoante a Lei nº 6.404/76, no Balanço Patrimonial os elementos serão avaliados mediante os 
seguintes critérios: 
1.1.2.1. AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS DO ATIVO 
A entidade avaliará seus bens e direitos: 
� Os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados como 
investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for menor, devendo ser excluídos os já 
prescritos e feitas as provisões necessárias para ajustá-lo ao valor provável de realização, facultado o aumento 
do custo de aquisição, até o limite do valor do mercado, para registro de correção monetária, variação cambial 
ou juros acrescidos; 
� Os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim 
como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, 
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; 
� Os investimentos em participação no capital social de outras sociedades,ressalvadas a 
hipótese de avaliação pelo método da Equivalência Patrimonial (art. 248 da Lei nº 6.404/76) e as demonstrações 
consolidadas (art. 250 da Lei nº 6.404/76), pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis 
na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será 
modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; 
� Os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às 
perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, 
quando este for inferior; 
� Os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da 
respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; 
� O ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas que registrem a 
sua amortização. 
Para efeito de avaliação dos elementos do ativo, considera-se como valor de mercado: 
� Das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, 
mediante compra no mercado; 
� Dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no 
mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; 
� Dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros. 
A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas 
seguintes contas: 
� Depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens 
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; 
� Amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de 
direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração 
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; 
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10 
� Exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de 
direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. 
Outras considerações previstas em lei: 
� Os recursos aplicados no ativo diferido serão amortizados periodicamente, em prazo não 
superior a 10 (dez) anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em que passem a ser usufruídos 
os benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital aplicado quando abandonados os 
empreendimentos ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que essas atividades não poderão 
produzir resultados suficientes para amortizá-los; 
� Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor 
de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. 
1.1.2.2. AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS DO PASSIVO 
A entidade dever avaliar os elementos do passivo: 
� As obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive imposto de renda a 
pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço; 
� As obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas 
em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; 
� As obrigações sujeitas a correção monetária serão atualizadas até a data do balanço. 
1.1.3. RESUMO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
I – O PL está subdividido em: 
1. Capital Social 
2. Reservas de Capital 
3. Reservas de Reavaliação 
4. Reservas de Lucros 
5. Lucros ou Prejuízos Acumulados 
6. Ações em Tesouraria (S/A) ou Quotas Liberadas (Ltda) 
7. Lucros ou Dividendos distribuídos antecipadamente 
II – São classificadas como Reservas de Capital: 
1. Ágio na Emissão de Ações 
2. Produto da Alienação de Partes Beneficiárias 
3. Produto da Alienação de Bônus de Subscrição 
4. Prêmios na Emissão de Debêntures 
5. Doações e Subvenções para Investimentos 
6. Incentivos Fiscais 
III – As Reservas de Capital somente podem ser utilizadas para: 
1. Absorção dos prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros 
2. Resgate, reembolso ou compra de ações 
3. Resgate de partes beneficiárias 
4. Incorporação ao Capital Social 
5. Pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada 
IV – O Lucro Líquido do Exercício pode ter a seguinte destinação: 
1. Capitalização de Lucros 
2. Compensação de Prejuízos 
3. Formação de Reservas de Lucros 
4. Distribuição de Dividendos 
5. Outras 
V – As Reservas de Lucros são: 
1. Reserva Legal 
2. Reservas Estatutárias 
3. Reservas para Contingências 
4. Reserva de Lucros para Expansão ou Reservas de Planos para Investimentos 
5. Reserva de Lucros a Realizar 
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11 
6. Reserva de Lucros para Dividendos Obrigatórios 
VI – São tipos de Reservas Estatutárias: 
1. Reserva para Aumento de Capital 
2. Reserva para Resgate de Debêntures 
3. Reserva para Resgate de Partes Beneficiárias 
4. Reserva para Amortização de Ações 
VII – Os Lucros a Realizar representam a soma dos seguintes itens: 
1. O aumento do valor de investimentos em coligadas e controladas, avaliados pela equivalência 
patrimonial 
2. O lucro em vendas a longo prazo, cujo prazo de recebimento ocorrerá após o término do 
exercício seguinte, como por exemplo, na venda de bens do ativo permanente. 
 
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12 
A seguir, modelo de balanço patrimonial: 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
CIRCULANTE 
DISPONIBILIDADES 
Caixa e Bancos Conta Corrente 
Aplicações de Liquidez Imediata 
CRÉDITOS 
Clientes 
(-) Duplicatas Descontadas 
(-) Provisão para Devedores Duvidosos 
Adiantamentos a Fornecedores 
Impostos a Compensar 
Investimentos Temporários 
ESTOQUES 
Estoque de Mercadorias para Revenda 
Estoque de Matéria-Prima 
DESPESAS ANTECIPADAS 
Prêmios de Seguros a Apropriar 
OUTROS VALORES E BENS 
Bens Não Destinados a Uso 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
VALORES A RECEBER 
Clientes 
(-) Provisão para Devedores Duvidosos 
Empréstimos a Coligadas e Controladas 
Empréstimos Compulsórios da Eletrobrás 
INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS 
Títulos e Valores Mobiliários 
Participações Não-Permanentes 
DESPESAS ANTECIPADAS 
Prêmios de Seguros a Apropriar 
PERMANENTE 
INVESTIMENTOS 
Participações em Sociedades Controladas 
Obras de Arte 
Imóvel Não de Uso - de Renda 
(-) Depreciações Acumuladas 
IMOBILIZADO 
Terrenos 
Máquinas, Aparelhos e Equipamentos 
Móveis e Utensílios 
Veículos 
Marcas, Direitos e Patentes Industriais 
(-) Depreciações Acumuladas 
(-) Amortizações Acumuladas 
Obras em Andamento 
DIFERIDO 
Pesquisas e Desenvolvimento de Produtos 
Gastos de Reorganização 
(-) Amortizações Acumuladas 
 
CIRCULANTE 
OBRIGAÇÕES DE FUNCIONAMENTO 
Fornecedores 
Obrigações Trabalhistas e Sociais 
Obrigações Tributárias 
Adiantamentos de Clientes 
Dividendos a Pagar 
OBRIGAÇÕES DE FINANCIAMENTOS 
Empréstimos Bancários 
Títulos a Pagar 
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
Empréstimos e Financiamentos 
Retenções Contratuais 
Títulos a Pagar 
Provisão para Imposto Renda Diferido 
RESULTADOS EXERCÍCIOS FUTUROS 
Receitas de Exercícios Futuros 
(-) Custos ou Despesas Correspondentes 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
CAPITAL SOCIAL 
Capital Subscrito 
(-) Capital a Realizar 
RESERVAS DE CAPITAL 
Reservas de Incentivos Fiscais 
Subvenções para Investimentos 
Doações para Investimentos 
RESERVAS DE REAVALIAÇÕES 
Reavaliação de Ativos Próprios 
Reavaliação de Ativos de Controladas 
RESERVAS DE LUCROS 
Reserva Legal 
Reserva Estatutária 
Reserva para Contingências 
Reservade Lucros a Realizar 
LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 
Lucros Acumulados 
(-) Prejuízos Acumulados 
 
 
 
 
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13 
RESUMO DA ESTRUTURA PATRIMONIAL 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
1. CIRCULANTE 
• Neste grupo são classificados os bens e direitos com previsão ou expectativa 
de realização até o final do exercício social seguinte ao do encerramento do 
balanço, devendo ser, segundo a Lei nº 6.404/76, dividido nos seguintes 
subgrupos: 
− Disponibilidades 
− Realizável a Curto Prazo 
− Despesas do Exercício Seguinte 
• Segundo a NBC-T-3 do CFC, é dividido nos seguintes subgrupos: 
− Disponível 
− Créditos 
− Estoques 
− Despesas Antecipadas 
− Outros Valores e Bens 
2. REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
• Neste grupo são classificados os bens e direitos com previsão ou expectativa 
de realização após o final do exercício social seguinte ao do encerramento do 
balanço. 
• Embora sem uma definição legal sobre divisão, este grupo pode ser dividido 
nos mesmos subgrupos do Ativo Circulante, exceto o Disponível. 
3. PERMANENTE 
• Neste grupo são classificados os bens de permanência duradoura, destinados 
ao funcionamento normal da empresa, assim como os direitos exercidos com 
essa finalidade, devendo ser, segundo a Lei nº 6.404/76, dividido nos seguintes 
subgrupos: 
− Investimentos 
− Imobilizado 
− Diferido 
 
1. CIRCULANTE 
• Neste grupo são classificadas as obrigações com vencimento ou previsão de 
exigibilidade para até o final do exercício social seguinte ao do encerramento do 
balanço, devendo ser, embora sem uma definição legal, dividido nos seguintes 
subgrupos: 
− Obrigações de Funcionamento 
− Obrigações de Financiamentos 
− Outras Obrigações e Provisões 
2. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
• Neste grupo são classificadas as obrigações com vencimento para após o final do 
exercício social seguinte ao do balanço, sendo, embora sem definição legal, 
dividido nos seguintes subgrupos: 
− Obrigações de Funcionamento 
− Obrigações de Financiamentos 
− Outras Obrigações e Provisões 
3. RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS 
• Neste grupo são classificadas as receitas já recebidas que efetivamente devem ser 
reconhecidas em resultados nos exercícios futuros, deduzidas dos custos ou 
despesas correspondentes, devendo ser, embora sem uma definição legal, dividido 
nos seguintes subgrupos: 
− Receitas Recebidas Antecipadamente 
− Custos ou Despesas Correspondentes 
4. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
• Neste grupo são classificados os investimentos e demais recursos dos 
proprietários no patrimônio da empresa, devendo ser, segundo a Lei nº 6.404/76, 
dividido nos seguintes subgrupos: 
− Capital Social 
− Reservas de Capital 
− Reservas de Reavaliação 
− Reservas de Lucros 
− Lucros ou Prejuízos Acumulados 
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14 
1.2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
A presente peça expositiva demonstra a dinâmica patrimonial, cuja elaboração se dá com a 
finalidade de evidenciar os vários elementos que formam o resultado econômico da entidade, representados 
pelas receitas e pelos rendimentos auferidos no período, independentemente de sua realização em moeda, e 
pelos custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos e que mantenham correspondência com 
aquelas receitas e rendimentos. 
Portanto, a Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo ordenado das receitas obtidas 
e das despesas incorridas pela empresa durante o exercício social, dispostas graficamente de forma vertical e 
dedutiva, isto é, das receitas subtraem-se as despesas com vistas a apurar o resultado econômico do período, 
que pode ser lucro ou prejuízo. 
Por força do art. 187 da Lei nº 6.404/76, na DRE devem ser evidenciadas, de forma ordenada e 
resumida, as operações realizadas durante o exercício social de modo a destacar o resultado líquido do período. 
Para tanto, as receitas e despesas serão discriminadas obedecendo os seguintes grupos de contas: 
� Receita Bruta de Vendas e Serviços 
� Deduções da Receita Bruta 
� Receita Liquida de Vendas e Serviços 
� Custo das Vendas e Serviços 
� Resultado (Lucro ou Prejuízo) Bruto 
� Despesas Operacionais 
� Resultado (Lucro ou Prejuízo) Operacional Líquido 
� Resultados Não Operacionais 
� Resultado (Lucro ou Prejuízo) antes dos Tributos 
� Provisões para Tributos 
� Resultado antes das Participações e Contribuições 
� Participações e Contribuições 
� Resultado (Lucro ou Prejuízo) Liquido do Exercício 
� Lucro ou Prejuízo por Ação 
 
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15 
A seguir, modelo de demonstração do resultado do exercício: 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS 
Vendas de Produtos 
Vendas de Mercadorias 
Serviços Prestados 
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
Impostos Incidentes sobre Vendas 
Impostos Incidentes sobre Serviços 
Vendas Canceladas 
Abatimentos sobre Vendas 
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS 
CUSTOS DAS VENDAS E SERVIÇOS 
Custo dos Produtos Vendidos 
Custo das Mercadorias Vendidas 
Custo dos Serviços Prestados 
RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) BRUTO 
DESPESAS OPERACIONAIS 
Despesas com Vendas 
Despesas Administrativas e Gerais 
Despesas Tributárias 
Despesas Financeiras 
(-) Receitas Financeiras 
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS 
Prejuízos em Participações Societárias (Equivalência Patrimonial) 
Lucros em Participações Societárias (Equivalência Patrimonial) 
Dividendos e Rendimentos de Outros Investimentos 
RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) OPERACIONAL LÍQUIDO 
RESULTADO NÃO OPERACIONAL 
Ganhos e Perdas de Capital nos Investimentos 
Ganhos e Perdas de Capital no Imobilizado 
RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) ANTES DOS IMPOSTOS 
Provisão para Imposto de Renda 
Contribuição Social sobre Lucro 
RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) ANTES DAS PARTICIPAÇÕES E 
CONTRIBUIÇÕES 
Debêntures 
Empregados 
Administradores 
Partes Beneficiárias 
Fundos de Assistência a Empregados 
RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 
LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO 
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QUADRO–RESUMO ILUSTRATIVO DA APURAÇÃO DO LUCRO 
(deduções, participações e destinações do resultado do exercício) 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO CÁLCULOS EXTRACONTÁBEIS 
1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA Deduções 
� Vendas de Mercadorias 3.050.000 Provisão para Contribuição Social 
2. DEDUÇÕES E ABATIMENTOS 1. Ajustes do Resultado do Exercício: 
� Vendas Anuladas 50.000 Resultado do Exercício antes do IR 532.500 
� Descontos Incondicionais Concedidos - a) Exclusões: 
� ICMS sobre Vendas 540.000 � Resultado positivo da avaliação de 
� PIS sobre Faturamento 19.500 investimentos pelo valor do PL 90.000 
� COFINS 60.000 (669.500) � Dividendos 40.230 
3. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1-2) 2.380.500 b) Adições (não ocorrem) 
4. CUSTOS OPERACIONAIS = Base de Cálculo da Provisão 402.270 
� Custo das Mercadorias Vendidas (1.000.000) 2. Cálculo da Provisão: 
5. LUCRO OPERACIONAL BRUTO (3-4) 1.380.500 CS = 402.270 x 10 / 100 = 40.227 
6. DESPESAS OPERACIONAIS 
� Despesas com Vendas 321.000 Provisão para Imposto de Renda – LALUR 
� Despesas Financeiras 19.000 1. Ajustes do Resultado do Exercício: 
� (-) Receitas Financeiras (80.000) Resultado do Exercício antes do IR 532.500 
� Despesas Administrativas 701.000 a) Adições: 
� Outras Despesas Operacionais 20.000 (981.000) � Excesso de retiradas 9.773 
7. OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 34.000 � Multas Fiscais 10.000 
8. LUCRO (PREJUÍZO) OPERACIONAL (5-6+7) 433.500 b) Exclusões: 
9. RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 125.000 � Receitas de participações societárias 90.000 
10. DESPESASNÃO OPERACIONAIS (26.000) c) Compensações: 
11. RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DA PROVISÃO � Prejuízos Acumulados (Fiscal) 150.000 
PARA O IMPOSTO DE RENDA (8+9-10) 532.500 = Lucro Real 312.273 
12. PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (40.227) 2. Cálculo do valor da Provisão: 
13. PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA (78.068) IR = Lucro Real x 25 / 100 = 312.272 x 25 / 100 = 78.068 
14. RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS O IMPOSTO 
DE RENDA (11-12-13) 414.205 Participações 
15. PARTICIPAÇÕES � Resultado do Exercício após o IR 414.205 
� Debêntures 41.420 � (-) Prejuízos Acumulados (Contábil) - 
� Empregados 37.278 � = Base de Cálculo para Debêntures 414.205 
� Administradores 33.550 � (-) Participações de Debêntures (10%) 41.420 
� Partes Beneficiárias 30.195 � = Base de Cálculo p/ Participações de Empregados 372.785 
� Contribuições p/ Instituições ou � (-) Participações de Empregados (10%) 37.278 
Fundos de Assistência ou � = Base de Cálculo Participações de Administradores 335.507 
Previdência de Empregados 27.176 (169.619) � (-) Participações de Administradores (10%) 33.550 
16. LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (14-15) 244.586 � = Base de Cálculo das Partes Beneficiárias 301.957 
17. LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO DO CAPITAL 0,53170 � (-) Participações das Partes Beneficiárias (10%) 30.195 
 � = Base de Cálculo para Contribuições 271.762 
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS � (-) Contribuições de Empregados (10%) 27.176 
1. SALDO NO INÍCIO DO PERÍODO 120.000 � = Lucro Líquido do Exercício 244.586 
2. (+ ou -) AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES - 
3. SALDO AJUSTADO 120.000 Destinações 
4. (+ ou -) LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO 244.586 Base de Cálculo 
5. (+) REVERSÃO DE RESERVAS - � Lucro Líquido do Exercício 244.586 
6. SALDO À DISPOSIÇÃO 364.586 � Reserva Legal (5%) 12.229 
7. DESTINAÇÃO DO EXERCÍCIO � Reservas Estatutárias 9.783 
� Reserva Legal 12.229 � Dividendos a Pagar 73.375 95.387 
� Reservas Estatutárias 9.783 
� Reservas para Contingências - 
� Outras Reservas - 
� Dividendos Obrigatórios (R$ 0,15951 p/ ação) 73.375 
8. SALDO NO FIM DO EXERCÍCIO 269.199 
 
DISPOSITIVOS LEGAIS 
� Provisão para Contribuição Social: Lei nº 7.689, de 15/12/88. 
� Provisão para Imposto de Renda: art. 6º do Decreto-Lei nº 1.598, de 
26/12/77 e RIR. 
� Participações: art. 190 da Lei nº 6.404, de 15/12/76. 
� Reserva Legal: art. 193 da Lei nº 6.404, de 15/12/76. 
NOTA: quadro extraído do livro Contabilidade Geral Fácil, de Osni Moura 
Ribeiro, Editora Saraiva, 1ª edição – 1997. 
� Reservas Estatutárias: art. 194 da Lei nº 6.404, de 15/12/76, que faculta ao 
estatuto fixar critérios para determinar a base de cálculo. No nosso exemplo, 
utilizamos o próprio Lucro Líquido do Exercício. 
� Dividendos: art. 202 da Lei nº 6.404/76, que também faculta ao estatuto fixar 
critérios para determinar a sua base de cálculo. No nosso exemplo, 
utilizamos o próprio Lucro Líquido do Exercício. 
 
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17 
1.3. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 
Esta demonstração contábil evidencia de forma precisa o lucro líquido obtido em determinado 
exercício social, a destinação ou distribuição dada a este. Enfim, demonstra toda a movimentação registrada na 
conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, constituindo-se num instrumento de integração entre o balanço 
patrimonial e a demonstração do resultado. 
Assim, ela permite a evidenciação dos dividendos distribuídos e das deduções para formação de 
reservas patrimoniais ou sua reversão, entre outras movimentações passíveis de ocorrer com os lucros obtidos 
pela empresa. 
Conforme disposição da Lei nº 6.404/76, a demonstração das movimentações ocorridas na conta 
Lucros ou Prejuízos Acumulados da empresa deve ser apresentada da seguinte forma: 
� Saldo no Início do Exercício 
� Ajustes de Exercícios Anteriores 
� Parcela de Lucros Incorporada ao Capital 
� Reversões de Reservas 
� Lucro (Prejuízo) do Exercício 
� Destinação do Lucro 
� Saldo No Final do Exercício 
A seguir, modelo da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados: 
 
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 
SALDO NO INÍCIO DO EXERCÍCIO 
AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 
Efeitos da Mudança de Critério Contábil 
Retificação de Erros de Exercícios Anteriores 
PARCELA DE LUCROS INCORPORADA AO CAPITAL 
REVERSÕES DE RESERVAS 
De Contingências 
De Lucros a Realizar 
LUCRO (PREJUÍZO) DO EXERCÍCIO 
DESTINAÇÃO DO LUCRO 
Constituição de Reservas 
Reserva Legal 
Reserva de Contingências 
Reservas Estatutárias 
Reserva para aumento de capital 
Reserva para resgate de debêntures 
Reserva para resgate de partes beneficiárias 
Reserva para amortização de ações 
Reservas para Expansão ou Planos para Investimentos 
Reserva de Lucros a Realizar 
Reserva para Dividendos Obrigatórios 
Dividendos a Distribuir (R$ p/ação) 
SALDO NO FINAL DO EXERCÍCIO 
1.4. DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS 
Esta demonstração visa apresentar as informações relativas às operações de financiamento e 
investimento em determinado período, buscando, também, evidenciar as modificações na posição financeira da 
empresa. 
Como os fenômenos contábeis são capazes de provocar alterações de ordem qualitativa e 
quantitativa em mais de um elemento do patrimônio ao mesmo tempo, ela se presta a indicar a movimentação 
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18 
dos elementos patrimoniais não circulantes com reflexos nos elementos circulantes, bem como demonstra a 
variação ocorrida no valor do capital circulante da empresa. 
A seguir, é apresentada a estrutura da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos: 
� Origens de Recursos 
� Aplicações de Recursos 
� Aumento ou Redução do Capital Circulante Líquido 
� Demonstração da Variação do Capital Circulante Líquido 
A seguir, modelo de demonstração das origens e aplicações de recursos: 
 
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS(*) 
ORIGENS DE RECURSOS 
DAS OPERAÇÕES 
Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício 
Despesas Não Desembolsáveis 
Depreciações 
Amortizações 
Exaustões 
Provisões para Prováveis Perdas 
Resultado da Equivalência Patrimonial 
Variações nos Resultados de Exercícios Futuros 
DOS PROPRIETÁRIOS 
Realização de Capital Social 
Contribuições para Reservas de Capital 
DE TERCEIROS 
Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo 
Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo 
APLICAÇÕES DE RECURSOS 
Aumento do Ativo Investimentos 
Aquisição de Direitos do Ativo Imobilizado 
Aumento do Ativo Diferido 
Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo 
Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo 
Dividendos Distribuídos 
AUMENTO (REDUÇÃO) DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 
DEMONSTRAÇÃO DA VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 
ATIVO CIRCULANTE 
Início do Exercício (-) Final do Exercício (=) Variação 
PASSIVO CIRCULANTE 
Início do Exercício (-) Final do Exercício (=) Variação 
AUMENTO (REDUÇÃO) DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 
1.5. NOTAS EXPLICATIVAS 
As notas explicativas são informações complementares às demonstrações contábeis (contábeis), 
representando parte integrante destas, necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos 
resultados do exercício, nos termos do § 4º do art. 176 da Lei nº 6.404/76. 
Podem ser expressas tanto na forma descritiva como na de quadros analíticos, ou mesmo 
englobando outras demonstrações que forem necessárias ao melhor e mais completo esclarecimento das 
demonstrativos contábeis. 
As notas explicativas podem ser usadas para descrever práticas contábeis utilizadas pela 
empresa, para explicações adicionais sobre determinadas contas ou operações específicas e ainda para 
composiçãode detalhes de certas contas. 
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19 
Outro aspecto a ser considerado é que a menção de um erro contábil numa Nota Explicativa 
não justifica esse erro; é interessante sua menção para esclarecimento do leitor das demonstrações contábeis, 
porém o erro persiste, apesar de mencionado em nota explicativa. 
Consoante o § 5º do citado artigo, as notas explicativas que acompanham as demonstrações 
contábeis, devem indicar o seguinte: 
� Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos 
cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos 
ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; 
� Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes; 
� O aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (reavaliações de 
ativos); 
� Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e 
outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
� A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; 
� O número, espécies e classes das ações do capital social; 
� As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
� Os ajustes de exercícios anteriores; 
� Os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam a vir 
a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. 
Como se verifica, a Lei das S.A estabelece nove casos expressos que devem ser mencionados 
em notas explicativas, todavia, a menção dessas nove possibilidades de notas representa o elenco básico a ser 
seguido pelas empresas, sendo que pode haver situações em que sejam necessárias outras notas explicativas 
adicionais, além das previstas em lei. 
2. DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS PARA DETERMINADAS EMPRESAS 
Em função da natureza e características da entidade, bem como em decorrência de atos legais 
oriundos de outros órgãos disciplinadores dos procedimentos contábeis, mais especificamente da Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM), as companhias de capital aberto (empresas que têm seus valores mobiliários 
negociados em bolsas de valores ou em mercado de balcão) estão sujeitas a elaborarem e publicarem as 
seguintes demonstrações contábeis: 
� Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, substitui a Demonstração dos Lucros 
ou Prejuízos Acumulados e é exigida por força da Instrução CVM nº 59, de 22.12.1986 (DOU ; 
� segundo a NBC T 3.5, baixada pelo Conselho Federal de Contabilidade através da 
Resolução CFC 686/90 (com nova redação dada pela Resolução CFC 887/00), a DMPL 
é aquela destinada a evidenciar as mudanças, em natureza e valor, havidas no 
Patrimônio Líquido da entidade, num determinado período de tempo; 
� esta demonstração evidencia a movimentação de todas as contas do grupo do 
Patrimônio Líquido durante o exercício encerrado, ao contrário da Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA que mostra a movimentação somente da conta 
Lucros ou Prejuízos Acumulados.; 
� dessa forma, ela é de grande utilidade em função de demonstrar de forma abrangente o 
capital próprio da empresa no início e no fim do exercício social, constituindo-se em 
importante elemento para elaboração da Demonstração das Origens de Aplicações de 
Recursos e para avaliação dos investimentos permanentes (pela investidora) em 
coligadas e controladas; 
� a rigor, a elaboração desta demonstração obedece as mesmas técnicas adotadas na 
DLPA, isto é, todas as movimentações ocorridas nas contas do Patrimônio Líquido são 
demonstradas, partindo dos saldos do final do exercício anterior, registrando os 
aumentos ou diminuições durante o período e chegando aos saldos atuais. 
A seguir, um modelo de demonstração das mutações do patrimônio líquido: 
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20 
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
RESERVAS DE 
CAPITAL 
RESERVAS DE LUCROS 
DESCRIÇÃO DOS 
ELEMENTOS 
CAPITAL 
REALI-
ZADO 
Ágio 
Emissão 
de Ações 
Incen-
tivos 
Fiscais 
Subven-
ções p/ 
Investi-
mentos 
Reserva 
para 
Contin-
gência 
Reservas 
Estatu-
tárias 
Reserva 
para 
Expan-são 
Reserva 
Legal 
Reserva 
de Lucros 
a Realizar 
LU-
CROS 
ACUMU
-LADOS 
TOTAL 
SALDOS EM ___/___/___ 
AJUSTES DE EXERCÍCIOS 
ANTERIORES (NE. Nº) 
Mudança de critérios 
contábeis 
Retificação de erros 
AUMENTOS DE CAPITAL 
Com lucros e reservas 
Por subscrição realizada 
REVERSÕES DE 
RESERVAS 
De Contingências 
De Lucros a Realizar 
LUCRO LÍQUIDO DO 
EXERCÍCIO 
DESTINAÇÃO DO LUCRO 
Reservas 
Dividendos ($ por ação) 
 
SALDOS EM ___/___/___ 
� Demonstrações Contábeis Consolidadas, que, nos termos dos arts. 249 e 250 da Lei nº 
6.404/76 e da Instrução CVM nº 247/96 (vigência: demonstrações relativas ao exercício social findo a partir de 
01.12.96), devem ser elaboradas e divulgadas, juntamente com suas demonstrações contábeis, pela companhia 
aberta que tiver mais de 30% do valor de seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades 
controladas e pela sociedade de comando de grupo de sociedades (holding) que inclua companhia aberta. 
A seguir, modelos de balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício consolidados: 
 
BALANÇO CONSOLIDADO 
ELIMINAÇÕES E 
AJUSTES 
DESCRIÇÃO DOS 
ELEMENTOS 
CONTROLADORA 
S/A 
CONTROLADA 
S/A 
DÉBITO CRÉDITO 
SALDOS 
CONSOLIDADOS 
ATIVO 
Disponibilidades 
Valores a Receber 
Estoques 
Investimentos 
Imobilizado 
Depreciação Acumulada 
 
TOTAL 
PASSIVO 
Valores a Pagar 
Participação Minoritária no Capital 
Reservas de Capital 
Reservas de Lucros e Lucros 
Acumulados 
 
TOTAL 
 
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21 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO CONSOLIDADA 
ELIMINAÇÕES E 
AJUSTES 
DESCRIÇÃO DOS 
ELEMENTOS 
CONTROLA-
DORA S/A 
CONTRO-
LADA S/A 
DÉBITO CRÉDITO 
SALDOS 
CONSOLIDADOS 
RECEITA BRUTA DE VENDAS 
Custos das Vendas 
LUCRO BRUTO 
Despesas Operacionais 
LUCRO OPERACIONAL 
Impostos sobre o Lucro 
LUCRO LÍQUIDO TOTAL DO GRUPO 
Participação Minoritária nos Resultados 
da Controlada S/A 
LUCRO LÍQUIDO CONSOLIDADO 
 
 
� Demonstração Contábil em Moeda de Capacidade Aquisitiva Constante (também 
denominada de Demonstração Financeira com Correção Monetária Integral), recomendada para a companhia 
aberta nos termos da Instrução CVM nº 191, de 15.07.1992 (DOU de 17.07.92). Já a Instrução CVM nº 248, de 
29.03.1996, tornou facultativa, a partir de março de 1996, a elaboração e divulgação desta demonstração, em 
função de que os arts. 4º e 5º da Lei nº 9.249/95 extinguiram a correção monetária, inclusive para fins 
societários. 
A seguir, modelos de balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício em moeda de 
poder aquisitivo constante (correção monetária integral – CMI): 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Elementos Legislação Societária 
Correção 
Monetária 
Integral 
Elementos Legislação Societária 
Correção 
Monetária 
Integral 
CIRCULANTE CIRCULANTE 
Disponibilidades Fornecedores 
Aplicações Financeiras Empréstimos 
Clientes Obrigações Tributárias 
Estoques 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
PERMANENTE Capital 
Imobilizado Reservas de Capital 
Depreciação Acumulada Lucros Acumulados 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
Elementos Legislação Societária Correção Monetária Integral 
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS 
Vendas de Mercadorias 
Vendas de Serviços 
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOSLUCRO BRUTO 
Despesas Operacionais 
Ganhos em Itens Monetários 
Perdas em Itens Monetários 
LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 
RESULTADO NÃO OPERACIONAL 
RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS 
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 
NOTA: por força da Resolução CFC nº 900, de 22.03.2001, baixada pelo Conselho Federal de Contabilidade, é 
considerada compulsória a aplicação do Princípio da Atualização Monetária, previsto no art. 8º da Resolução 
CFC nº 750/93, quando a inflação acumulada no triênio for de 100% ou mais. A inflação acumulada será 
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22 
calculada com base no Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), apurado mensalmente pela Fundação 
Getúlio Vargas (FGV). A aplicação compulsória do Princípio da Atualização Monetária deverá ser amplamente 
divulgada nas notas explicativas às demonstrações contábeis. 
3. OUTRAS DEMONSTRAÇÕES DE CARÁTER GERENCIAL 
Embora ainda não exigidas pela legislação societária, a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) e 
a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), constituem-se em importantes instrumentos de controle gerencial 
das mutações patrimoniais, permitindo ao administrador a identificação e acompanhamento de todos os fluxos 
de entradas e saídas de caixa, bem como dos elementos que produzem a riqueza na empresa. Eis algumas 
considerações sobre estas demonstrações: 
� Demonstração do Fluxo de Caixa, apresenta a modificação no saldo de disponibilidades de 
uma entidade durante determinado período, por meio dos fluxos de recebimentos e pagamentos financeiramente 
concretizados, sendo esta última uma das particularidades da DFC, ou seja, sua elaboração pelo regime de 
caixa, de forma contrária às demonstrações contábeis exigidas pela Lei 6.404-76, que são elaboradas pelo 
regime de competência. 
O fluxo de caixa é uma informação de relevância como complemento das Demonstrações 
Contábeis. 
A empresa pode ter lucros fantásticos e vendas ascendentes, mas, se não tiver um fluxo de caixa 
adequado, corre o risco de não ter sua continuidade amparada. 
O conceito de caixa a ser utilizado engloba o dinheiro em caixa e bancos, bem como os 
equivalentes de caixa, assim considerados os investimentos altamente líquidos: 
� que sejam, de imediato, conversíveis em caixa, conforme definição da empresa, e que 
devem constar em nota explicativa (podendo incluir aplicações com vencimento de até 
três meses); e 
� que estejam tão próximos do vencimento que não exista risco de mudança de valor em 
função de alteração na taxa de juros. 
A DFC utiliza a classificação do fluxo de caixa em três grupos: atividades operacionais, atividades 
de investimento e atividades de financiamento, da seguinte forma: 
� atividades operacionais - este grupo inclui todas as transações ou outros eventos não 
definidos como atividades de investimento ou financiamento. Atividades operacionais 
geralmente envolvem a produção e venda de produtos, e a prestação de serviços. 
Quando o avaliamos por diversos anos, o fluxo de caixa operacional indica, em extensão, 
que atividades operacionais têm gerado mais caixa do que o que se têm usado. 
� atividades de investimento - a aquisição de ativos não-circulantes, particularmente 
bens imóveis, instalações fabris e equipamentos, usualmente representa a maior 
destinação de dinheiro das empresas. A entidade, na sua continuidade operacional, é 
forçada, em determinadas circunstâncias, a substituir ativos não-circulantes por outros 
ativos semelhantes, e ativos adicionais, na intenção de incrementar os negócios e 
desenvolver-se. Desse modo, a empresa obtém parte de sua necessidade de caixa para 
adquirir ativos não-circulantes pela venda dos ativos que estão sendo substituídos. De 
qualquer maneira, é certo que as entradas de caixa raramente cobrem a totalidade dos 
custos das novas aquisições. 
� atividades de financiamento - a empresa também consegue dinheiro por meio de 
empréstimos a curto e longo prazo e de emissão de ações representativas do capital. Ela 
utiliza o caixa para pagamento de dividendos aos acionistas, para amortizar os 
empréstimos e resgate de ações próprias nas mãos do público. 
As empresas podem escolher entre apresentar o fluxo de caixa pelo método indireto ou direto, 
mas são incentivadas a usar o segundo: 
� o método indireto é aquele no qual os recursos provenientes das atividades 
operacionais são demonstrados com base no lucro líquido, ajustado pelos itens 
considerados nas contas de resultado e que não afetam o caixa da empresa; 
� o método direto é aquele no qual são demonstrados os recebimentos e pagamentos 
provenientes das atividades operacionais da empresa, em vez do lucro líquido ajustado. 
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23 
A seguir, os modelos da DFC: 
FLUXO DE CAIXA – MÉTODO DIRETO FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO 
Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa 
Fluxo de caixa das atividades operacionais: 
Venda de mercadoria e serviços (+) 
Pagamento de fornecedores (-) 
Salários e encargos sociais dos empregados (-) 
Dividendos recebidos (+) 
Impostos e outras despesas legais (-) 
Recebimento de seguros (+) 
Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) 
 
Fluxo de caixa das atividades de investimento: 
Venda de imobilizado (+) 
Aquisição de imobilizado (-) 
Aquisição de outras empresas (-) 
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) 
Fluxo de caixa das atividades de financiamento: 
Empréstimos líquidos tomados (+) 
Pagamento de leasing (-) 
Emissão de ações (+) 
Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-
) 
Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalentes de 
caixa 
Caixa e equivalentes de caixa – início do ano 
Caixa e equivalentes de caixa – final do ano 
Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa 
Fluxo de caixa das atividades operacionais: 
Lucro líquido (+) 
Depreciação e amortização (+) 
Provisão para devedores duvidosos (+) 
Aumento/diminuição em fornecedores (+/-) 
Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-) 
Aumento/diminuição em contas a receber (-/+) 
Aumento/diminuição em estoques (-/+) 
Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) 
Fluxo de caixa das atividades de investimento: 
Venda de imobilizado (+) 
Aquisição de imobilizado (-) 
Aquisição de outras empresas (-) 
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) 
Fluxo de caixa das atividades de financiamento: 
Empréstimos líquidos tomados (+) 
Pagamento de leasing (-) 
Emissão de ações (+) 
Caixa líquido das atividades de financiamento 
(+/-) 
Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalentes de 
caixa 
Caixa e equivalentes de caixa - início do ano 
Caixa e equivalentes de caixa - final do ano 
NOTA: texto extraído do material publicado na Revista Brasileira de Contabilidade, ano XXVI, nº 105, de julho de 1997, elaborado por Egberto Lucena 
Teles, contador, mestrando em contabilidade e controladoria pela FEA/USP. 
� Demonstração do Valor Adicionado (DVA), que evidencia o valor das riquezas criadas pela 
sociedade, bem como sua efetiva distribuição, constituindo-se em ferramenta importante para os vários grupos 
de usuários da informação contábil (internos e externos), que não pode ser obtida com clareza nas 
demonstrações tradicionais, razão pela qual a DVA está ganhando cada vez mais adeptos em vários países. 
Portanto, a DVA apresenta o valor adicionado ou valor agregado, que significa a riqueza criada por uma entidade 
num determinado período de tempo, que via de regra é de um ano. A exemplo do PIB de cada país, a soma das 
importâncias agregadas representa, na verdade, a soma das riquezas criadas pela empresa. 
Fatores que evidenciam a importância da elaboração da DVA: 
� algumas nações exigem que as empresas internacionais que desejem se instalar no país 
demonstrem qual o valor adicionado que pretendemgerar, pois para esses países pode 
não ser interessante a empresa produzir muito importando muito, sendo que o 
fundamental é medir a nova riqueza produzida, ou seja, o valor adicionado ao país, bem 
como a forma de distribuição dessa riqueza; 
� alguns estados e municípios, antes da concessão de incentivos fiscais, analisam o 
projeto de instalação da empresa, incluindo nessa análise o montante do possível valor a 
ser adicionado e sua efetiva distribuição, na forma de pagamento de mão-de-obra, 
serviços de terceiros, impostos, juros e lucros. O montante a ser agregado e a forma de 
sua distribuição podem, na maioria das vezes, se constituírem no principal elemento de 
decisão para conceder ou não os incentivos fiscais, vez que a obtenção e distribuição do 
valor adicionado representa o valor da efetiva riqueza produzida e distribuída pela 
empresa, provocando, assim, crescimento econômico efetivo na área municipal ou 
estadual; 
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24 
� assim, a DVA deve indicar de forma clara e precisa a parte da riqueza que pertence 
aos sócios ou acionistas, a que pertence aos demais capitalistas que financiam a 
empresa (capital de terceiros), a que pertence aos empregados e finalmente a parte que 
fica com o governo; 
� na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) a parte de terceiros, formada pelos 
capitalistas, empregados e governo, é considerada como despesa ou custo, pois do 
ponto de vista dos proprietários, esses valores distribuídos representam redução do lucro 
e, de conseqüência, redução da parcela que cabe a cada dono da empresa; 
� dessa forma, a DRE e a DVA apresentam enfoques bem diferentes e objetivam fornecer 
informações sob distintos pontos de vista, o que as torna complementares e 
imprescindíveis, pois a elaboração e divulgação de ambas atende de forma eficaz a 
necessidade que os usuários possuem de informações adicionais em relação às 
demonstrações contábeis obrigatórias. 
Como se pode perceber, a DVA tem como objetivo principal fornecer uma visão bem abrangente 
sobre a real capacidade de uma sociedade produzir riqueza, isto é, agregando valor ao seu patrimônio, e sobre a 
forma de como distribui essa riqueza entre os diversos fatores da produção (trabalho, capital próprio ou de 
terceiros, governo). No Brasil, embora seja incipiente a sua utilização e divulgação, pois ainda não é obrigatória 
pela legislação societária, a DVA costuma ser inserida por algumas empresas como informação adicional nos 
Relatórios da Administração ou como Nota Explicativa às demonstrações contábeis. 
São fatores que demonstram a necessidade de elaboração da DVA: 
� a DRE identifica apenas a parcela da riqueza criada que de fato permanece na empresa 
na forma de lucro, não identificando as demais gerações de riquezas, os chamados 
valores agregados; 
� as outras demonstrações legais também não são capazes de indicar: 
• quanto de valor - riqueza - a empresa está agregando às mercadorias ou insumos adquiridos; 
• quanto e de que forma foram distribuídos os valores adicionados, isto é, não identifica de que 
forma as riquezas produzidas pela empresa foram distribuídas. 
A seguir são identificados os elementos que compõem a DVA: 
� valor adicionado, que é calculado pela diferença entre o valor das vendas brutas, 
deduzido do valor das vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, e 
o total dos insumos adquiridos de terceiros, como o custo das mercadorias vendidos, 
matéria-prima e demais insumos de produção, serviços adquiridos de terceiros, etc. 
� distribuição do valor adicionado, cuja soma deve ser igual à soma do valor adicionado, 
considera os seguintes valores: 
• mão-de-obra de terceiros; 
• encargos sociais; 
• impostos e contribuições; 
• juros, aluguéis e outras remunerações de terceiros; 
• lucro líquido, inclusive a parcela não distribuída; 
NOTA: quanto aos valores relativos à depreciação, amortização e exaustão, vários países e autores consideram-nos 
como valores adicionados retidos, sendo que neste trabalho essas parcelas aparecem como redutoras do 
Valor Adicionado Bruto, formando o Valor Adicionado Líquido. 
� lucro líquido, é a parcela do valor adicionado que pertence aos proprietários, englobando 
na verdade os lucros totais (distribuídos e retidos). Os lucros retidos devem aparecer na 
DVA dentro do subgrupo acionistas ou sócios, para indicar qual o montante da parcela 
que compõe o valor adicionado que efetivamente pertence aos donos; 
� resultados de participações societárias, onde são identificados os rendimentos de 
participações societárias avaliadas pela equivalência patrimonial ou pelo custo de 
aquisição (ganhos na equivalência patrimonial ou receita de dividendos), os quais não 
representam geração de valor adicionado, devendo ser considerados como 
transferências de riquezas geradas pela sociedade investida; 
� receitas financeiras, que também não representam criação de riqueza pela empresa, mas 
sim resultam da aplicação do capital em negócios de terceiros, os quais produziram 
riqueza e transferiram uma parcela da mesma para a empresa, a títulos de juros. Tais 
receitas devem ser somadas ao valor adicionado pela empresa, formando um montante 
denominado de valor adicionado à disposição da entidade. 
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25 
A seguir, uma representação gráfica da DFC: 
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
I - Geração do Valor Adicionado - Elementos: 
Receitas Operacionais e Não Operacionais 
(-) Custos das Mercadorias, Produtos e Serviços Vendidos 
(-) Serviços adquiridos de terceiros 
(-) Materiais e insumos, energia, comunicação, propaganda, etc. 
(-) Outros valores 
(=) Valor Adicionado Bruto 
(-) Despesas de Depreciação, amortização e exaustão 
(=) Valor Adicionado Líquido 
(+) Valores remunerados por terceiros (juros, aluguéis e outros) 
(=) Valor Adicionado à Disposição da Empresa 
II - Distribuição do Valor Adicionado 
Remuneração do trabalho 
Remuneração do governo (impostos e contribuições) 
Remuneração do capital de terceiros (juros, aluguéis, etc) 
Remuneração do capital próprio (dividendos e lucros retidos) 
Outros 
(=) Total do valor distribuído (igual ao total gerado) 
NOTA: este texto sobre a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) foi extraído do livro Contabilidade Avançada e Análise das Demonstrações 
Financeiras, dos professores Silvério das Neves e Paulo E. V. Viceconti, publicado pela Editora Frase, 7ª Edição, fev/1998. 
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26 
4. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRES AS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS 
A seguir são relacionadas diversas considerações relevantes acerca do estudo das 
demonstrações contábeis (contábeis), cujos conteúdos foram extraídos da legislação ordinária e das demais 
normas regulamentadoras da ciência contábil no Brasil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Também integram o Ativo Imobilizado os recursos aplicados ou já destinados a bens 
daquela natureza, mesmo que ainda não estejam em operação, mas que se destinem a 
tal finalidade, tais como construção e importações em andamento”. 
“Na Demonstração do Resultado do Exercício não transitam despesas e receitas de 
exercícios anteriores. Esses valores se integram ao patrimônio da empresa através da 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido”. 
“A
 D
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