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Poderes da Administração Caderno Administrativo

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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
PROLEGÔMENOS
 Nomenclatura - Os Poderes da Administração também podem ser chamados de 
Poderes Administrativos. 
 
 Conceito - Poderes da Administração (ou Poderes Administrativos) é 
Prerrogativa/Instrumento que o Estado tem para a perseguição do Interesse 
Público, podendo ser de 4 Tipos: Poder Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder 
Regulamentar e Poder de Polícia (vamos estudá-los detalhadamente à frente).
✤ Exemplo - Imagine que um Servidor Público praticou uma Infração 
Funcional. Nesse caso, a Regra é aplicar uma Sanção. Nesse contexto, 
Penalizar esse Servidor é exercício do Poder Disciplinar, e o esse Poder 
Disciplinar é o instrumento de que o Estado dispõe para a busca do 
Interesse Público (o Poder Disciplinar é um Poder da Administração, e o 
Poder da Administração é uma Prerrogativa/Instrumento de que o Estado 
dispõe para a perseguição do Interesse Público).
 Materialização - De que maneira os Poderes da Administração (Poder 
Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder Regulamentar e Poder de Polícia) se 
materializam? Considerando o que dissemos anteriormente (que o Poder da 
Administração ou Poder Administrativo é uma Prerrogativa/Instrumento para a 
perseguição do Interesse Público), o Poder da Administração materializar-se-á com 
a prática de um Ato Administrativo. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
1
... assim como o Poder 
Hierárquico, o Poder 
Regulamentar e o Poder de 
Polícia...
✤ Poder da Administração e Ato Administrativo - O Poder da 
Administração é Abstrato, é Instrumental, e quando o Estado realiza esse 
Poder, ele o faz por meio de Ato Administrativo. Assim, quando esse Poder 
da Administração (que é Abstrato) se realiza (se materializa), o Estado 
pratica Atos Administrativos. 
★ Exemplo - Imagine o Poder de Polícia (espécie de Poder da 
Administração), que pode controlar a velocidade em uma 
determinada Avenida. Se o Motorista ultrapassa essa Velocidade 
Máxima Permitida, o radar vai bater a foto e ele vai ser penalizado. 
Dentro desse contexto, o raciocínio é simples: O Poder da 
Administração (no caso, o Poder de Polícia) está no ato de 
estabelecer e controlar a Velocidade, e a partir do momento em que o 
Agente desrespeita essa Velocidade Máxima Permitida, ele deverá 
ser penalizado com a aplicação de um Multa, que por sua vez 
representa a prática de um Ato Administrativo. 
Conclusão - O Poder da Administração (Poder Hierárquico, Poder 
Disciplinar, Poder Regulamentar e Poder de Polícia) é Abstrato e 
serve como uma Prerrogativa/Instrumento para o atendimento do 
Interesse Público, e ele se concretiza com a realização de Atos 
Administrativos. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
2
 Diferença entre Poderes da Administração e Poderes do Estado - Mas qual é a 
diferença entre Poderes da Administração e Poderes do Estado? Nossa! Vamos 
ver que são Institutos completamente diferentes:
✤ Poderes da Administração - É a Prerrogativa/Instrumento que o Estado 
dispõe para a consecução do Interesse Público, podendo ser um Poder 
Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder Regulamentar ou um Poder de Polícia, 
caracterizando-se por um Poder Abstrato que, quando se concretiza, o faz 
por meio de Ato Administrativo.
✤ Poderes do Estado - Os Poderes do Estado são o Poder Executivo, o 
Poder Legislativo e o Poder Judiciário, ou seja, quando falamos em Poderes 
do Estado temos que nos lembrar que são Elementos Estruturais do Estado, 
ou seja, Elementos Orgânicos ou Elementos Organizacionais.
CARACTERÍSTICAS - As Características que seguem são Gerais, aplicando-se para 
todos os Poderes da Administração (Poder Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder 
Regulamentar, Poder de Polícia).
 Dever-Poder - Apesar do nome “Poder da Administração” ou “Poder 
Administrativo” estamos falando de um Poder-Dever, ou seja, estamos nos 
referindo a uma Obrigação. Logo, os Poderes da Administração não são uma 
Faculdade, mas um Dever Obrigacional do Administrador, eis que estamos diante 
de um Exercício Obrigatório.
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
3
Dever-Poder
=
Poder-Dever
A Expressão “Dever-Poder” vem 
de Celso Antônio Bandeira de 
Mello, pois ele entende que o 
Dever é mais importante, razão 
pela qual deve vir em 1º Lugar. 
✤ Exemplo 1 - Se existiu uma Infração Funcional por parte de um Servidor 
Público, o Administrador Público terá que aplicar uma Sanção e, para tanto, 
terá que instaurar um Procedimento Administrativo para investigar o caso. E 
isso é uma Obrigação, e não nem uma Faculdade e nem uma Liberalidade. 
É um Dever-Poder! 
✤ Exemplo 2 - Se o Administrador Público estabeleceu a Velocidade 
Máxima Permitida na Avenida, e o Particular a desrespeitou, o Administrador 
Público terá que aplicar Multa. E isso é uma Obrigação, e não nem uma 
Faculdade e nem uma Liberalidade. É um Dever-Poder! 
 
 Irrenunciável - Se o Poder da Administração (ou Poder Administrativo) é de 
exercício obrigatório, o Poder da Administração é irrenunciável (não se pode abrir 
mão dele em nenhuma hipótese). Essa Irrenunciabilidade do Poder da 
Administração decorre de 2 Elementos importantes:
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
4
✤ Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público - O nosso 
Administrador Público exerce Função Pública, ou seja, ele exerce Atividade 
em nome e no interesse do Povo e, como tal, não pode abrir mão desse 
Instrumento (O Direito não é dele, por isso que não pode renunciar). E isso é 
a mais pura manifestação do Princípio da Indisponibilidade do Interesse 
Público.
✤ Princípio Geral do Direito - O Administrador de hoje não pode criar 
obstáculos ou entraves para a Futura Administração. E uma eventual 
Renúncia ao Poder significaria criar entraves para o futuro, especialmente 
quando se fala em Lei de Responsabilidade Fiscal (se o Administrador 
Público abre mão dessa ferramenta, ou seja, desse Poder da Administração, 
ele pode comprometer a futura Administração).
Observação - O Fato de o Administrador Público não poder 
renunciar ao Poder da Administração não quer dizer, por exemplo 
que ele sempre tenha que condenar o Servidor Público, ou que 
sempre tenha que penalizar o Cidadão! O Administrador Público 
não pode renunciar ao Poder da Administração (não pode 
renunciar ao Poder Hierárquico, ao Poder Disciplinar, ao Poder 
Regulamentar e nem ao Poder de Polícia) mas, no caso concreto, 
ora o Estado vai punir, ora o Estado não vai punir. (o que não se 
admite é abrir mão dessa ferramenta). 
 Exercício dentro dos Limites da Lei - O exercício de um Poder da Administração 
(Poder Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder Regulamentar e Poder de Policia) 
está condicionado ao Limites Legais. Mas que Limites Legais são esses?
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
5
✤ Autoridade Competente - Praticar um Poder da Administração dentro 
dos Limites da Lei significa que o Agente tem que ser a Autoridade 
Competente para realizá-lo. 
★ Regra de Competência - Como é que eu faço para saber se o 
Agente é ou não Competente para a prática daquele Poder 
Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder Regulamentar ou Poder de 
Polícia (ou seja, para a práticas daqueles “Poderes da Administração” 
ou “Poderes Administrativos”)? A Competência sempre decorre da 
Lei, ou seja, aRegra de Competência sempre decorre da Previsão 
Legal, eis que é a Lei que diz quem é a Autoridade Competente.
✤ Necessidade, Adequação, Proporcionalidade - O Ato do Administrador 
Público, dentro do exercício do Poder da Administração, precisa observar o 
trinômio Necessidade, Adequação e Proporcionalidade (eu preciso ter uma 
Medida Adequada + eu preciso dela + ela está na dose correta). 
★ Exemplo - Imagine que temos uma passeata tumultuosa, cujos 
manifestantes estão acabando com o Bem Público (estão destruindo 
tudo por onde passam: derrubando Postes de Iluminação, quebrando 
os Bancos da Praça, danificando as Câmeras de Segurança, etc.) 
Nesse caso, o Poder Público pode dissolver a Passeata? Ora, é claro 
que o Poder Público pode acabar com a aquela Passeata, desde que 
isso seja feito pela Autoridade Competente e que a Medida de 
Dissolução da Passeata respeite o trinômio Necessidade, Adequação, 
Proporcionalidade. 
 Responsabilização - Sempre que falarmos em exercício dos “Poderes da 
Administração” ou “Poderes Administrativos” (Poder Hierárquico, Poder Disciplinar, 
Poder Regulamentar e Poder de Polícia), caberá Responsabilização quando o 
nosso Administrador Público não respeitar os Limites da Lei.
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
6
Lembre-se que quando falamos 
em Limites da Lei temos que 
lembrar de 2 Elementos:
- Autoridade Competente
- Trinômio Necessidade, 
Adequação, Proporcionalidade
✤ Exemplo - Vamos pegar o mesmo exemplo da Passeata que indicamos 
acima: temos uma passeata tumultuosa, cujos manifestantes estão 
acabando com o Bem Público (estão destruindo tudo por onde passam: 
derrubando Postes de Iluminação, quebrando os Bancos da Praça, 
danificando as Câmeras de Segurança, etc.). Nesse caso, digamos que para 
dissolver a Passeata o Administrador Público tenha resolvido matar 200 
Pessoas. É óbvio que essa medida é Inadequada, Desnecessária e 
Desproporcional, e por não terem sido respeitados os Limites da Lei o 
Administrador Público deverá ser Responsabilizado. 
✤ Ato Passível de Responsabilização - O exercício de um Poder da 
Administração (Poder Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder Regulamentar e 
Poder de Polícia) pode gerar a Responsabilização do Administrador Público 
se não forem observados os Limites da Lei. Mas isso pode advir de:
★ Ação - Ocorre quando o Administrador Público pratica o Ato em 
desacordo com a Lei, ou seja, sem a observância do trinômio 
Necessidade/Adequação/Proporcionalidade) ou, ainda, sem ser a 
Autoridade Competente para realizá-lo, conforme vimos 
anteriormente. 
★ Omissão Ocorre quando o Administrador Público não tomar as 
providências que deveriam ter sido adotadas, ou seja, aqui, diante de 
um Dever-Poder, o Administrador Público simplesmente nada faz 
quando tinha a obrigação de agir. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
7
✤ Abuso de Poder - Se estamos estudando a característica da 
Responsabilização que se encontra presente no exercício do Poder da 
Administração (ou Poder Administrativo), é importante saber que sempre 
que um Administrador Público ultrapassa os Limites da Lei, indo além 
daquilo que lhe era Permitido, restará configurado o Abuso de Poder. Nesse 
sentido, existem 2 Modalidades de Abuso de Poder:
★ Abuso de Poder por Excesso de Poder - O Abuso de Poder por 
Excesso de Poder acontece quando o Administrador Público é 
Competente para agir, mas ele ultrapassa os Limites da sua 
Competência. 
✴ 1º Exemplo - Há Abuso de Poder por Excesso de Poder 
quando: o Delegado de Polícia recebe uma Ordem de Prisão 
e, ao abri-la, pensa: “Ótimo! Sou a Autoridade Competente 
para realizar essa Prisão, mas vou aproveitar para dar uma 
surra nesse Sujeito” (isso, ele não pode fazer).
✴ 2º Exemplo - Em um Aeroporto, um Administrador Público 
pode fazer a Fiscalização das Pessoas por meio de Detector 
de Metais (ele tem competência para isso), mas não pode 
mandar o cidadão ficar pelado para revistá-lo adequadamente.
✴ 3º Exemplo - Em um Aeroporto, o Administrador Público, ao 
fazer o Controle Alfandegário de Voos Internacionais, pode 
retirar tudo o que estiver na sua mala, mas não pode expor o 
cidadão ao ridículo (não pode olhar as coisas com deboche). 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
8
★ Abuso de Poder por Desvio de Finalidade
✴ Nomenclatura - O Abuso de Poder por Desvio de 
Finalidade pode ser chamado por:
๏ Vício Ideológico
๏ Vício Subjetivo
✴ Conceito - O Abuso de Poder por Desvio de Finalidade (ou 
Vício Ideológico ou, ainda, Vício Subjetivo) é um Defeito na 
Vontade. Aqui, o Administrador Público é competente para 
realizar aquele Ato, mas a sua Vontade é Viciada. 
✴ Comprovação - De que maneira é comprovado o Desvio de 
Poder por Desvio de Finalidade? Isso é uma grande 
dificuldade, porque o Desvio de Finalidade é um Vício na 
Vontade que está na cabeça do Administrador Público, 
conforme veremos nos exemplos que seguem.
✴ Exemplos
๏ 1º Exemplo - O Delegado de Polícia recebe em suas 
mãos uma Ordem de Prisão e, ao abri-la, percebe que 
se trata de um desafeto seu (são inimigos desde a 
Infância). O Delegado de Polícia, sabendo que o seu 
maior inimigo vai se casar na semana que vem, deixa 
para cumprir a Ordem de Prisão quando o Noivo sobe 
ao Altar, apenas para constrangê-lo e submetê-lo a uma 
situação vexatória. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
9
A Vontade é Viciada
Note que a vontade do Delegado 
de Polícia não era prender, que é 
uma competência sua, e sim 
submeter o Agente a uma 
situação vexatória.
๏ 2º Exemplo - O Delegado de Polícia recebe em suas 
mãos uma Ordem de Prisão e, ao abri-la, percebe que 
se trata de um desafeto seu (são inimigos desde a 
Infância). O Delegado de Polícia, sabendo que o seu 
maior inimigo vai tomar posse em um importante Cargo 
Público na próxima semana, deixa para cumprir a 
Ordem de Prisão quando o Agente está tomando Posse 
em Solenidade, apenas para constrangê-lo e submetê-
lo a uma situação vexatória. 
๏ 3º Exemplo - O Governador de Estado tem uma Filha 
Princesinha, que foi criada dentro de uma redoma. 
Quando ela fica Adolescente, começa a namorar um 
Sujeito que, por acaso, é Servidor Público. O 
Governador, querendo romper o relacionamento do 
casal, resolver remover aquele Servidor Público para o 
fim do mundo. Note que o Governador de Estado pode 
realizar a remoção de um Servidor Público, mas ele o 
fez não para atender ao Interesse Público, e sim para se 
vingar do pobre rapaz. 
CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES DA ADMINISTRAÇÃO - Essa Classificação 
que segue é feita de acordo com o Grau de Liberdade do Administrador Público. Cuida-se 
de uma Classificação proposta por Hely Lopes Meirelles (Doutrina Tradicional). Vamos 
estudá-la porque ainda cai muito em Concurso Público.
 Classificação - De acordo com a Doutrina Tradicional, os Poderes da 
Administração podem ser divididos em:
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
10
Note que a vontade do Delegado 
de Polícia não era prender, que é 
uma competência sua, e sim 
submeter o Agente a uma 
situação vexatória.
✤ Poder Vinculado - O Poder Vinculado é aquele em que o Administrador 
Público não tem Liberalidade na sua Decisão, nem Juízo de Valor, nem 
Conveniência e nem Oportunidade. Isso significadizer que, preenchidos os 
Requisitos Legais, o Administrador Público é obrigado a praticar o Ato. 
★ 1º Exemplo - Licença para Construir - Se o Agente cumprir todos 
os Requisitos Legais para obter a sua Licença para Construir, o 
Administrador Público é obrigado a concedê-la, eis que estamos 
diante de um Ato Vinculado que, por ser assim, não é passível de 
Liberdade, Juízo de Valor, Conveniência ou Oportunidade. 
★ 2º Exemplo - Concessão de Aposentadoria - Se um determinado 
Servidor Público tem 60 anos de idade com 35 anos de contribuição, 
o Administrador Público sendo, pois, obrigado a concedê-la, eis que 
estamos diante de um Ato Vinculado que, por ser assim, não é 
passível de Liberdade, Juízo de Valor, Conveniência ou 
Oportunidade.
★ 3º Exemplo - Licença para Dirigir - Se o Agente completou 18 anos 
e realizou com satisfação todas as Provas Habilitatórias, ele tem 
Direito de receber a sua Carteira de Habilitação, pois uma vez 
preenchidos os Requisitos Legais, o Administrador Público é obrigado 
a concedê-la, eis que estamos diante de um Ato Vinculado que, por 
ser assim, não é passível de Liberdade, Juízo de Valor, Conveniência 
ou Oportunidade.
Conclusão - Quando estivermos diante de um Ato Vinculado, a 
própria Lei estabelecerá os Requisitos que, uma vez cumpridos, 
aquele Pedido deverá ser Deferido pela Administração Pública (aqui, 
em Ato Vinculado, não se pode falar em Indeferimento pelo 
Administrador Público quando tiver havido o cumprimento dos 
Requisitos Legais). 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
11
✤ Poder Discricionário - O Poder Discricionário é aquele em que o 
Administrador Público tem Liberdade em sua Decisão, admite Juízo de 
Valor, bem como análise de Conveniência e de Oportunidade. 
★ Limites da Lei e Conduta Arbitrária - Certo. Quando falamos em 
Poder Discricionário, sabemos que o Administrador Público tem 
Liberdade em sua Decisão, sabemos que ele fará um Juízo de Valor 
ao analisar um determinado Pedido e sabemos, ainda, que ele deverá 
fazer uma análise de Conveniência e de Oportunidade para deferir ou 
indeferir determinado Pleito. Sim, o Administrador Público, dentro do 
Poder Discricionário, tem tudo isso, mas dentro dos Limites da Lei. 
Isso implica dizer que se o Administrador Público extrapolar esses 
Limites Legais, a conduta será considerada Arbitrária 
★ Exemplos 
✴ Exemplo 1 - Permissão de Uso de Bem Público - Digamos 
que o Dono de um Bar resolva colocar mesinhas na calçada. 
Acontece que a calçada é um Bem Público. Mas eu posso 
colocar mesinhas na calçadas? Claro que sim, desde que a 
Administração Pública autorize (aqui temos o que chamamos 
de Permissão de Uso de Bem Público). Diante de um 
Requerimento dessa natureza, o Administrador Público 
analisará, com Liberdade, se deferirá ou não esse Pedido, 
fazendo um Juízo de Valor e a apreciação da Conveniência e 
da Oportunidade naquele caso concreto. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
12
A Conduta Arbitrária é aquela 
que não respeita os Limites da 
Lei. Se estivermos diante de uma 
Conduta Arbitrária, ela não será 
considerada Discricionária (a 
Conduta Discricionária é aquela 
em que o Administrador Público, 
diante da sua Liberdade de 
Decisão, respeita os Limites da 
Lei). 
✴ Exemplo 2 - Autorização para Circulação de Veículos acima 
das Medidas Normais - Digamos que uma Pessoa precise 
transportar uma carga muito grande pelas ruelas de um 
determinado Município. Nesse caso, o Administrador Público, 
analisando o caso concreto com Liberdade, fazendo um Juízo 
de Valor e verificando a Oportunidade e a Conveniência, 
poderá autorizar ou não aquele transporte. Alias, isso tem até 
um nome (olha que lindo!): Autorização para Uso de Veículo 
acima das Medidas Normais. 
 Crítica - Porque a Doutrina Moderna critica essa Classificação dos Poderes da 
Administração proposta pela Doutrina Tradicional? Pelas seguintes razões:
✤ 1ª Razão - Os Autores Modernos entendem que um Poder não é nem 
completamente Vinculado e nem completamente Discricionário, o que 
significa dizer que um mesmo Poder pode ser, ao mesmo tempo, ora 
Vinculado, ora Discricionário. 
✤ 2ª Razão - Quando falamos no Poder da Administração (Poder 
Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder Regulamentar e Poder de Polícia) 
temos que ter claro que, por ser Abstrato, a sua concretização acontece por 
meio de Atos Administrativos. Isso quer dizer que não é o Poder da 
Administração que é Vinculado ou Discricionário, e sim o Ato Administrativo 
utilizado para o exercício desse Poder. 
Observação - Assiste razão à Doutrina Moderna. Mas estudamos 
essa Classificação dos Poderes da Administração, proposta pela 
Doutrina Tradicional, apenas porque ela ainda cai muito em 
Concurso Público. Mas é só por isso! 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
13
Sempre que falamos em 
Doutrina Moderna, temos que nos 
remeter a Celso Antônio Bandeira 
de Mello.
Sempre que falamos em 
Doutrina Tradicional, temos que 
nos remeter a Hely Lopes 
Meirelles.
ESPÉCIES - A partir de agora, vamos estudar os Tipos de Poderes da Administração 
(Poder Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder Regulamentar, Poder de Polícia). 
 Poder Hierárquico
✤ Conceito - Quando falamos em Poder Hierárquico, a palavra chave é a 
Hierarquia. Essa modalidade de Poder da Administração é a que permite ao 
Administrador Público estruturar, escalonar, hierarquizar os Quadros da 
Administração (na verdade, o Administrador Público, por meio do Poder 
Hierárquico, definirá quem manda e quem obedece).
✤ Consequências - Quais são as consequências do exercício desse Poder 
Hierárquico? O que acontece dentro dessa Hierarquia? Uma vez 
hierarquizado os nosso Quadros, o que vai acontecer? Quais são os 
desdobramentos? Se eu tenho quem manda e quem obedece, aparecem as 
seguintes consequências: 
★ Dar ordens - Essa aqui é a consequência mais óbvia de todas 
pois, quando falamos que há os que mandam e há os que obedecem, 
pressupõe-se a existência de Ordens (Hierarquia pressupõe Ordem)
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
14
Celso Antônio Bandeira de 
Mello chama de Poder do Hierarca
★ Fiscalizar o cumprimento das Ordens - Se o Administrador 
Público, dentro do exercício do Poder Hierárquico, pode dar Ordens, 
é claro que ele também poderá fiscalizar a execução daquilo que foi 
determinado ao Subordinado.
★ Revisar atos de seus Subordinados - Se o Administrador Público 
pode dar Ordens aos seus Subordinados e Fiscalizar o cumprimento 
dessas tarefas, é claro que o Administrador Público também poderá 
fazer uma Revisão dos Atos praticados pelos seus Subordinados. 
★ Delegar Competência - Dentro da lógica do Poder Hierárquico, é 
fácil visualizar que o Chefe pode transferir uma determinada 
Competência para alguns de seus Subordinados.
★ Avocar Competência - Se um determino Subordinado tiver 
Competência para determinado Ato, o seu Chefe, obviamente, pode 
avocá-la, assumindo o Núcleo de Responsabilidade de seus 
Subordinados. 
Observação - Qual é a explicação da Delegação de Competência e 
da Avocação de Competência? Ora, é simples: presente a 
Hierarquia, é possível tanto a Delegação da Competência 
quanto a Avocação da Competência.
★ Aplicar Sanção/Penalidade - Lembre-se que estamos dentro do 
Poder Hierárquico, que é uma espécie de Poder da Administração. 
Agora, raciocine: Se o Subordinado não cumprir a Ordem quelhe foi 
dada, o que o Chefe pode fazer em face dele? Pode aplicar Sanção 
ou Penalidade. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
15
✴ Relação entre o Poder Hierárquico e o Poder Disciplinar 
- Ainda não estudamos o Poder Disciplinar, mas aplicar 
Sanção ou Penalidade a um Servidor Público não tem mais 
cara de ser Poder Disciplinar do que Poder Hierárquico? Pois 
é... É que aplicar uma Sanção ou Penalidade a um Servidor 
Público é tanto um Poder Disciplinar quanto um Poder 
Hierárquico, pois o Poder Disciplinar decorre do exercício do 
Poder Hierárquico.
 Poder Disciplinar
✤ Conceito - O Poder Disciplinar decorre da existência de Poder 
Hierárquico. Essa modalidade de Poder da Administração é a que permite 
ao Administrador Público aplicar uma Sanção ou Penalidade pela prática de 
uma Infração Funcional.
✤ Abrangência - Mas quem é que se submete ao Poder Disciplinar da 
Administração Pública? De acordo com a Doutrina, o Poder Hierárquico 
atingirá aqueles que estão na Intimidade da Administração. E como é que 
sei quem são as Pessoas que estão na Intimidade da Administração 
Pública? 
★ Aqueles que estão no Exercício de uma Função Pública - O 
Poder Disciplinar abrange aqueles que estão no exercício de uma 
Função Pública (Agentes Públicos).
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
16
★ Aqueles que estão sujeitos às Regras da Administração 
Públicas - O Poder Disciplinar abrange aquele Particular que está 
sujeito às Regras da Administração Pública (aquele que, por exemplo, 
ainda que Particular, está prestando um Serviço Público). 
Observação - O fato de o Particular desrespeitar o Limite de 
Velocidade Máxima Permitida em determinada Avenida e que, por 
esse motivo, é penalizado com multa, configura o Poder Disciplinar? 
Não! Por que? Porque esse Particular não está na Intimidade da 
Administração. Aqui, temos que ter muito cuidado porque o Poder 
Disciplinar não vai atingir um Particular qualquer (como nesse 
exemplo), mas apenas o Particular que estiver dentro da 
intimidade da Administração Pública. Então, se Multa de Trânsito 
não é Poder Disciplinar, é o que? Multa de Trânsito é Poder de 
Polícia. 
✤ Natureza Jurídica - Qual é a Natureza Jurídica do Poder Disciplinar? 
Aqui, temos uma visão da Doutrina Tradicional (Hely Lopes Meirelles) e uma 
visão da Doutrina Moderna (Celso Antônio Bandeira de Mello). Vejamos:
★ Doutrina Tradicional - Para a Doutrina Tradicional, o Poder 
Disciplinar é, em Regra, um Poder Discricionário. 
★ Doutrina Moderna - Para a Doutrina Moderna, o Poder Disciplinar 
até é Discricionário, mas nem sempre. Como assim? Qual é a lógica 
da Doutrina Moderna? Para a Doutrina Moderna, se o Servidor 
Público praticou uma Infração, isso representará, com toda a certeza, 
o exercício de Poder Disciplinar (até aqui, tudo igual). Partindo disso, 
veja: 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
17
Só para relembrar: O Poder 
Discricionário é aquele em que o 
Administrador Público tem a 
Liberdade de Decidir, realiza um 
Juízo de Valor, e também analisa 
a Conveniência e a Oportunidade. 
✴ 1º Momento - Se a Autoridade Superior tomou 
conhecimento da prática da Infração por parte de um Servidor 
Público, ela Deve ou Pode instaurar o Processo? Ora, 
investigar a prática de uma Infração é um Dever, ou seja, 
instaurar o Processo é uma Obrigação do Administrador 
Público, um Dever, logo, uma Decisão Vinculada. 
✴ 2º Momento - Durante a produção do conjunto probatório 
processual, o Administrador Público deverá definir qual foi a 
Infração Praticada. Mas a definição da Infração é uma 
providência Vinculada ou Discricionária? No Direito 
Administrativo, as Infrações Funcionais são definidas de 
maneira diferente do Direito Penal. Aqui, as Infrações 
Funcionais são definidas com um Conceito Vago e 
Indeterminado. Logo, a definição desse Conceito dependerá 
sempre de um Juízo de Valor, portanto estamos falando de 
uma Decisão Discricionária. 
๏ Exemplo 1 - No Art. 132 da Lei 8.112/90 - A demissão 
será aplicada nos seguintes casos: [...] V - Incontinência pública e conduta 
escandalosa na repartição [...] temos o que se chama por 
Conduta Escandalosa. Uma determinada Servidora 
Pública vai trabalhar com uma micro-saia e com um 
micro top. Nesse caso, a Servidora Pública está 
praticando conduta escandalosa? E se ela for uma 
Servidora Pública do Estado que trabalha como salva-
vidas em uma Praia? Note que para saber se estamos 
ou não diante de uma Conduta Escandalosa, eu tenho 
que fazer um Juízo de Valor (considerando os Conceitos 
Vagos e Indeterminados das Infrações Administrativas, 
eu tenho que, necessariamente, olhar para o caso 
concreto e fazer um Juízo de Valor).
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
18
Só para relembrar: O Poder 
Vinculado é aquele que não abre 
espaços para a Liberdade de 
Decidir, não comporta Juízo de 
Valor e nem admite análise de 
Conveniência e de Oportunidade. 
Assim, o Administrador Público 
cinge-se ao preenchimento dos 
Requisitos da Lei. 
Dentro do Direito Penal, 
quando estamos diante de 
Crimes, temos sempre a 
descrição de uma Conduta 
(verbo).
๏ Exemplo 2 - É possível punir um Servidor Público por 
Ineficiência, de acordo com a Lei 8.112/90. Em uma 
determinada Repartição Pública, tenho um Servidor 
Público que despacha 10 Processos na semana e, um 
outro Servidor Público que só despacha 1 Processo por 
semana. Nesse caso, esse Servidor Público está 
cometendo alguma Infração Disciplinar? Aqui, 
obviamente, temos que fazer um Juízo de Valor (e nisso 
reside a Discricionariedade do Administrador Público). 
Assim, se o Servidor Público que despacha 1 Processo 
por semana, que é composto por 10 mil páginas, é claro 
que esse Servidor Público não pode ser considerado 
improdutivo.
✴ 3º Momento - Seguindo a lógica da Doutrina Moderna, o 
Administrador Público pode aplicar a Pena que quiser? Não! A 
escolha da Sanção é uma Decisão Vinculada somente 
podendo escolher aquelas previamente determinadas em lei. 
 Poder Regulamentar
✤ Conceito - Essa modalidade de Poder da Administração é a que permite 
ao Administrador Público normatizar, disciplinar e regulamentar questões 
complementares à Previsão Legal, buscando a sua fiel execução. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
19
Maria Sylvia Zanella Di Pietro 
utiliza outro nome para o Poder 
Regulamentar: Poder Normativo. 
Isso porque o nome “Poder 
Regulamentar” amarra muito a 
Regulamento, e por isso ela 
entende que o nome correto é 
“Poder Normativo”.
...em que há Poder Vinculado na 
Decisão de investigar uma 
Infração Administrativa, e há um 
Poder Discricionário diante dos 
Conceitos Abertos, Vagos e 
Indeterminados das Infrações 
Administrativas que exigem um 
Juízo de Valor.
✤ Objetivo - O Administrador Público não tem Capacidade Legislativa e 
nem Capacidade Política, então, o Poder Regulamentar tem como objetivo 
normatizar, disciplinar e regulamentar as Regras complementares à 
Previsão Legal buscando sua fiel execução. 
Cuidado - O exercício do Poder Regulamentar não substitui a Lei, 
apenas a complementa. E por complementá-la, busca a sua fiel 
execução (sua melhor aplicação).
★ Exemplo - O Art. 37, XXI da CF/88 - A administração pública direta e indireta 
de qualquer dos Poderesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
e, também, ao seguinte: [...] XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de 
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da 
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. traz ao 
Administrador Público o Dever de Licitar. Dentro desse contexto, o 
Art. 1º da Lei 10.520/02 (Lei do Pregão) - Para aquisição de bens e serviços 
comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta 
Lei. Parágrafo único.  Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste 
artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. estabelece que o 
Pregão deve ser utilizado para Bens e Serviços Comuns, que é 
aquele que pode ser conceituado com Expressão Usual de Mercado. 
Com a mais absoluta certeza, essa Lei depende de Complementação 
para saber o que é Expressão Usual de Mercado. Diante disso, um 
Ato no exercício do Poder Regulamentar complementa essa Previsão 
Legal, ao tempo em que permite a sua fiel 
execução.
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
20
✤ Instrumentos de Manifestação do Poder Regulamentar
★ Portarias
★ Instruções Normativas
★ Resoluções
★ Deliberações
★ Regimentos
★ Regulamentos - Os Regulamentos constituem a principal ideia do 
Poder Regulamentar, por isso vamos aprofundar o seu Estudo.
✴ Diferença entre o Regulamento e o Decreto - Sempre que 
um Ato normatiza determinada situação, estaremos diante de 
um Regulamento (ou seja, o Regulamento decorre do 
conteúdo desse Ato Normativo). Quando o meu Regulamento 
(ato que normatiza determinada situação) é publicado no 
Diário Oficial da União, por exemplo, ele ganha uma moldura, 
que é o que chamamos por Decreto. 
Conclusão - Analisando a diferença entre o Regulamento e o 
Decreto, é correto afirmar que se tem no Conteúdo um 
Regulamento, e na Forma um Decreto (Publicação do 
Regulamento). Para ficar ainda mais simples: Decreto é a Forma, 
Regulamento é o Conteúdo.
๏ Todo Regulamento é um Decreto - Sim, é verdade 
que todo Regulamento é um Decreto. Como assim? É 
que o Regulamento é sempre um Ato Normativo e, 
quando ele é publicado recebe a “roupagem” de 
Decreto. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
21
๏ Nem todo Decreto tem Conteúdo de Regulamento 
- Sim, é verdade, pois existem Decretos que não 
regulamentam nada, como acontece com o Decreto de 
Nomeação de Servidor Público, sendo este um exemplo 
clássico de Decreto sem conteúdo de Regulamento. 
Observação - Aqui, um aspecto importante: se o conteúdo do 
Decreto for um Regulamento (ou seja, um Ato que Normatiza), o 
ideal é chamar esse Decreto de Decreto Regulamentar.
 
Regulamento Decreto = Decreto Regulamentar
✴ Diferença entre o Regulamento e Lei - há duas diferenças 
significativas:
๏ 1º Diferença - Quanto ao Processo Legislativo
• Lei - A Lei é feita por meio de um Processo 
Legislativo rigoroso, Público, com Deliberações 
Parlamentar e Executiva, além de muitas outras 
formalidades. 
• Regulamento - O Regulamento não é feito via 
Procedimento, ou seja, ele não possui qualquer 
formalidade e também não há deliberações.
๏ 2º Diferença - Quanto aos Legitimados para a sua 
Elaboração:
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
22
Decreto Regulamentar 
É um Decreto que contém um 
Regulamento, ou seja, é um 
Decreto que que contém um Ato 
Normativo.
• Lei - Quem faz Lei é a Casa Legislativa, na qual 
existem diversos Representantes de vários 
interesses, classes sociais, regiões, grupos, etc. 
Assim, a Casa Legislativa tem, em tese o 
interesse de toda a Sociedade.
• Regulamento - Diferentemente, o Regulamento 
é feito, em Regra, pelo Chefe do Poder 
Executivo. Por essa razão, é fácil notar que 
dentro de um Regulamento não existe a mesma 
Representatividade de uma Casa Legislativa. 
Conclusão - O Regulamento surgiu com o objetivo inicial de vir 
como um Regulamento Executivo, voltado para dar fiel execução à 
Lei. Entretanto, com a mais absoluta certeza, a Lei é melhor do que 
o Regulamento em razão do elemento “Representatividade”, eis 
que ela é feita pela Casa Legislativa que, como tal, representa o 
interesse de toda a Sociedade, além de ter um Procedimento de 
Elaboração mais rigoroso, mais solene, mais seguro. 
✴ Tipos de Regulamento - Quando recorremos ao Direito 
Comparado, verificamos que existem 2 Tipos de Regulamento: 
Regulamento Executivo e Regulamento Autônomo.
๏ Regulamento Execut ivo - Des t ina -se à 
complementação da Previsão Legal (a Lei), buscando 
sua fiel execução (esse é o exercício do Poder 
Regulamentar, pois é isso que se espera dele). E ele é a 
Regra. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
23
Também chamado de Decreto 
Regulamentar
• Fundamento de Validade - O Decreto 
Regulamentar (ou Regulamento Executivo) tem 
seu Fundamento de Validade na Lei, e é o Art. 
84, IV da CF/88 - Compete privativamente ao Presidente da 
República: (...) IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, 
bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel 
execução que autoriza o Chefe do Poder Executivo 
a expedi-lo. 
• Exemplo - A Lei 10.520/02 instituiu o Pregão 
como uma Modalidade de Licitação, e o seu 
Regulamento decorreu do Decreto 5.450/2005 
(Decreto Regulamentar). 
๏ Regulamento Autônomo - Atualmente, no Brasil, há 
também o que se chama por Regulamento Autônomo, 
que é uma Exceção. Ao invés de ele Complementar/
Executar a Lei, o Regulamento Autônomo faz o papel da 
própria Lei. 
• Fundamento de Validade - O Regulamento 
Autônomo tem o seu Fundamento de Validade 
não na Lei, mas na própria Constituição Federal 
(claro! Ora, se o Regulamento Autônomo faz o 
papel da Lei, isso significa que não há Lei 
anterior).
Observação - O Decreto Autônomo ou Regulamento Autônomo não 
é Lei, mas exerce o papel da Lei. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
24
Também chamado de Decreto 
Autônomo ou Decreto 
Regulamentar Autônomo.
• Exemplo - Normalmente, o Cargo Público é 
criado por Lei (à exceção da Assessoria do Poder 
Legislativo). Se a Regra é a criação por Lei, em 
tese, esse Cargo Público deveria ser extinto por 
Lei. Mas o Art. 84, VI, “b” da CF/88 - Art. 84. Compete 
privativamente ao Presidente da República: (...) VI – dispor, 
mediante decreto, sobre: [...] b) extinção de funções ou cargos 
públicos, quando vagos; admite que se o cargo estiver 
vago, ele pode ser extinto por Decreto 
Regulamentar Autônomo (Autônomo porque não 
depende de uma Lei Anterior; por ocupar o lugar 
da Lei; e por ter o seu Fundamento de Validade 
na própria CF/88). 
• Admissibilidade - Admite-se o Decreto 
Regulamentar Autônomo? A matéria é divergente:
- Hely Lopes Meirelles - Entende queadmite-se o Decreto Regulamentar 
Autônomo em qualquer hipótese. Ou seja, 
cabe o Decreto Regulamentar Autônomo 
sempre que o Administrador Público 
quiser.
- Celso Antônio Bandeira de Mello - 
Entende que não pode haver Decreto 
Regulamentar Autônomo em nenhuma 
h i p ó t e s e . I s s o p o r q u e e s t a m o s 
engatinhando na Democracia, e dar ao 
Chefe o Poder Executivo uma ferramenta 
como essa é um Perigo (basta lembrar o 
que os Ex-Presidentes da República 
fizeram com as Medidas Provisórias 
anteriormente).
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
25
- STF - O STF passou a admiti-lo, no 
Brasil, a partir da Emenda Constitucional 
32/01, que deu nova redação ao Art. 84, VI 
da CF/88 - Art. 84. Compete privativamente ao 
Presidente da República: (...) VI – dispor, mediante 
decreto, sobre: a) organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar aumento de 
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) 
extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
Assim, é possível o Decreto Regulamentar 
Autônomo (como uma excepcionalidade) 
em 2 casos:
 Organizar a Estrutura da 
Administração Pública
 Extinguir Cargo Vago
 
Observação - Alguns Doutrinadores admitem a possibilidade de 
Decreto Regulamentar Autônomo para criação de Área de 
Preservação Permanente, nos termos do Art. 225, §1º, III da CF/88, 
- Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e 
futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público: [...] III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e 
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção [...]; 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
26
 Poder de Polícia
✤ Conceito - O Poder de Polícia significa restringir, frenar, limitar a atuação 
do Particular em nome do Interesse Público. O Poder de Polícia é, pois a 
busca de um Bem-Estar Social. Mas como é que se atinge esse Bem-Estar 
Social? Vamos compatibilizar os Interesses, ou seja, vamos arrumar o que 
quer o Interesse Público e o que quer o Interesse Privado, e compatibilizar.
✤ Abrangência - No exercício do Poder de Polícia, estamos falando 
basicamente da definição do Direito à Liberdade e do Direito à Propriedade. 
★ Direito à Liberdade - Imagine que o Poder Público defina que a 
Avenida “X” terá a Velocidade Máxima de “Y” Km/h. De agora em 
diante, o Particular não pode mais dirigir de qualquer jeito, eis que 
houve uma Limitação da Liberdade;
✴ Descabimento de Indenização - Quando falamos em 
Poder de Polícia no aspecto da Restrição da Liberdade, vem a 
seguinte pergunta: Diante do Poder de Polícia, você tem 
Direito a Liberdade? Sim, mas dentro de um Bem Estar Geral. 
Mas eu queria andar naquela Avenida a 100 Km/h, mas só me 
deixaram andar a 60 Km/h. Note que o Poder de Policia não 
retira a sua Liberdade, mas apenas define a forma de exercê-
la. Por isso que não há que se falar em Indenização (se não 
retiramos o Direito, a consequência natural é a de que não há 
Dever de Indenizar por parte do Poder Público).
★ Direito à Propriedade - Imagine que o Poder Público estabeleça 
que, de agora em diante, à Beira-Mar, só se admitem prédios novos 
com no máximo 6 andares, e a Administração Pública assim 
entendeu diante Regras Ambientais, Regras de Circulação do Ar e 
Regras Urbanísticas. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
27
✴ Descabimento de Indenização -Quando falamos em Poder 
de Polícia no aspecto da Restrição da Propriedade, vem a 
seguinte pergunta: Diante do Poder de Polícia, você tem 
Direito a Propriedade? Sim, mas dentro de um Bem Estar 
Geral. Mas eu queria construir um Prédio com 20 andares, 
mas só me deixaram construir 8 andares. Note que o Poder de 
Policia não retira a sua Propriedade, mas apenas define a 
forma de exercê-la. Por isso que não há que se falar em 
Indenização (se não retiramos o Direito, a consequência 
natural é a de que não há Dever de Indenizar por parte do 
Poder Público).
✤ Taxa de Polícia - O exercício do Poder de Polícia não atinge diretamente 
a pessoa do Particular, e sim as Atividades do Particular, os Bens do 
Particular, os Interesses do Particular. Agora imagine que pelo exercício do 
Poder de Polícia, há a possibilidade de o Poder Público cobrar a chamada 
Taxa de Polícia. 
★ Embasamento Legal - A Taxa de Polícia é, antes de qualquer 
coisa, uma Taxa, e como Taxa, é um Tributo, logo temos que recorrer 
ao Art. 78 do CTN - Considera-se poder de polícia atividade da administração pública 
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à 
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
28
★ Diligência - A Taxa é um Tributo Vinculado a uma Contraprestação 
Estatal. Logo, a Taxa de Polícia tem que ter uma Contraprestação 
Estatal (pois Taxa de Polícia é uma das modalidades de Taxa do 
Direito Tributário). Mas o que eu cobro na Taxa? Eu resolvi construir 
uma Casa maravilhosa e, para isso, preciso de uma Licença para 
Construir. O Poder Público, para conceder essa Licença para 
Construir, tem que ir ao Terreno e ver se eu cumpri todas as Regras 
estabelecidas (limite do Terreno, preservação ambiental, etc). Nesse 
contexto, a Taxa de Polícia corresponde a essa Diligência. Logo, se a 
Taxa é um Tributo Vinculado, o valor dessa Taxa de Polícia tem que 
ser exatamente o valor da Diligência. 
✤ Hipóteses - O Poder de Polícia aparece em 3 Situações. Vejamos:
★ Poder de Polícia Preventivo - Quando a Administração Pública 
elabora Atos Normativos que definem Regras de Segurança (ao 
estabelecer, por exemplo que a Velocidade Máxima na Avenida “X” 
será de “Y Km/h”), Regras Sanitárias (ao estabelecer, por exemplo, 
que os Estabelecimentos de Comércio Alimentício não podem ter 
baratas e ratos), etc., estamos diante de um Poder de Polícia que 
previne um Dano Maior, pois isso cuida-se de um Poder de Polícia 
Preventivo. 
★ Poder de Polícia Fiscalizador - Se o Poder Público definir que a 
Velocidade Máxima na Avenida “X” será de “Y Km/h”, ele também 
deverá fazer a Fiscalização para verificar se as Pessoas estão 
cumprindo aquela Regra. Outro Exemplo: Será que o Pacote de 1 
Quilo de Arroz tem mesmo 1 Quilo? Isso é a manifestação do Poder 
de Polícia Fiscalizador. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
29
Observe que quando falamos 
em Poder de Polícia Preventivo, 
ele está ligado à elaboração de 
Atos Normativos e à Prevenção de 
um Dano Maior.
★ Poder de Polícia Sancionador ou Repressivo - E se o Sujeito 
desrespeitar a Regra estabelecida pela Administração Pública, ele 
teráque aplicar uma Sanção, como acontece, por exemplo, com a 
Multa de Trânsito, Apreensão do Pacote de Arroz que indica ao 
consumidor que pesa 1 Quilo quando, na verdade, pesa menos do 
que isso, etc. Assim, em outras palavras, o Poder de Polícia 
Sancionador ou Repressivo é um Poder de Polícia com Ato Punitivo.
✤ Identificação do Poder de Polícia - Para saber se estamos diante de um 
Poder de Polícia ou não, temos que analisar se a atuação do Poder Público 
decorre da Supremacia Geral (caso em que será Poder de Polícia) ou da 
Supremacia Especial (caso em que não será Poder de Polícia). Como 
assim? Vamos compreender isso melhor a parir da definição dessas 2 
Supremacias:
★ Supremacia Geral - A Supremacia Geral significa a atuação do 
Poder Público que independe de Vínculo Jurídico anterior (ou seja, 
haverá o Poder de Polícia quando a atuação da Administração 
Pública independer de Relação Jurídica Anterior). Vejamos alguns 
exemplos que representam a atuação da Administração Pública em 
Exercício do Poder de Polícia:
✴ Exemplo 1 - Uma Pessoa vai para os EUA, traz um montão 
de “muamba”, sofre Controle Alfandegário no momento do seu 
Desembarque e é multado. Esse é um caso de Poder de 
Polícia porque a atuação do Poder Público, em relação àquele 
Particular, não exigia uma Relação Jurídica Anterior. Como 
assim? Aquele Viajante tinha que ser Servidor Público para 
sofrer Controle Alfandegário? Não! Isso porque todas as 
Pessoas podem sofrer Controle Alfandegário.
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
30
O Exercício do Poder de Polícia 
tem como Fundamento a 
Supremacia Geral
✴ Exemplo 2 - O Poder Público definiu que a Velocidade 
Máxima na Avenida “X” será de “Y Km/h”. Esse é um caso de 
Poder de Polícia porque a atuação do Poder Público, em 
relação àquele Particular, não exigia uma Relação Jurídica 
Anterior. Como assim? Aquele Motorista tinha que ser Servidor 
Público para se submeter à Regra do Poder Público? Não! Isso 
porque todas as Pessoas podem sofrer Multa por desrespeitar 
as Regras de Trânsito.
✴ Exemplo 3 - Choveu muito e isso gerou uma área com 
grandes riscos de desabamento. Diante disso, o Poder Público 
vai até aquele Particular e manda desocupar a área. Esse é 
um caso de Poder de Polícia porque a atuação do Poder 
Público, em relação àquele Particular, não exigia uma Relação 
Jurídica Anterior. Como assim? Aquele Morador tinha que ser 
Servidor Público para se submeter à Regra do Poder Público? 
Não! Isso porque todas as Pessoas podem ser obrigadas a 
abandonar as suas Casas de houver um Risco de 
Desabamento.
★ Supremacia Especial - A Supremacia Especial significa a atuação 
do Poder Público que depende de Vínculo Jurídico anterior (nesse 
caso aqui, não haverá o Poder de Polícia quando a atuação da 
Administração Pública depender de Relação Jurídica Anterior). 
Vejamos alguns exemplos que representam a atuação da 
Administração Pública fora do Exercício do Poder de Polícia (esses 
casos que seguem aqui não são Poder de Polícia, não representam 
Poder de Polícia): 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
31
✴ Exemplo 1 - O Estado celebra um Contrato com uma 
Empresa Privada para entrega de Merenda Escolar. De uma 
hora para a outra, a Empresa deixa de cumprir aquela 
obrigação, e passa a prestar o Serviço de maneira 
insatisfatória. Nesse caso, a Administração Pública pode 
retomar o Serviço e aplicar a Penalidade à Empresa. Veja que 
esse não é um caso de Poder de Polícia porque a atuação do 
Poder Público, em relação àquele Particular, exigia uma 
Relação Jurídica Anterior. Como assim? Aquela Penalidade 
por Descumprimento Contratual não poderia ser aplicada a 
qualquer Pessoa, mas apenas àquela Empresa que houvera 
descumprido os seus Termos, o que pressupõe uma Relação 
Jurídica anterior entre o Particular e a Administração Pública, 
logo, não há que se falar em Poder de Polícia.
✴ Exemplo 2 - Um Aluno de uma Escola Pública Municipal, 
durante o recreio, coloca uma Bomba no Banheiro, que 
explode e causa uma série de Danos àquela Municipalidade. 
Em razão disso, o Aluno é expulso. Veja que esse não é um 
caso de Poder de Polícia porque a atuação do Poder Público, 
em relação àquele Aluno, exigia uma Relação Jurídica Anterior. 
Como assim? Aquela Penalidade de Expulsão não poderia ser 
aplicada a qualquer Pessoa, mas apenas àquele Aluno que, 
para ser expulso pressupunha a existência de uma matrícula 
prévia (isto é, um Vínculo com a Escola Pública Municipal), 
logo, não há que se falar em Poder de Polícia.
✴ Exemplo 3 - Um Servidor Público desvia dinheiro da 
Administração Pública e, por conta disso, é demitido. Veja que 
esse não é um caso de Poder de Polícia porque a atuação do 
Poder Público, em relação àquele Servidor Público, exigia uma 
Relação Jurídica Anterior. Então, o que é isso? É Poder 
Disciplinar. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
32
✤ Tipos
★ Regra - O Poder de Polícia é, em Regra, um Poder Negativo 
porque ele costuma trazer uma Abstenção. Assim, ele é Negativo 
porque, na sua maioria, traz em seu conteúdo uma Obrigação de Não 
Fazer, ou seja, uma Abstenção. Exemplo: não ultrapassar o Limite de 
Velocidade, não desrespeitar Regras Sanitárias, não construir mais 
de 20 andares em determinado local, etc.
★ Exceção - Em alguns casos, o Exercício do Poder de Polícia pode 
determinar uma Obrigação de Fazer, como acontece, por exemplo, 
com as Chuvas que assolaram o Rio de Janeiro e que a 
Administração Pública determinou que área fosse desocupada pelos 
Moradores. Nesse caso, tivemos um Poder Comissivo.
✤ Transferência ao Particular - É possível transferir o Poder de Polícia ao 
Particular? O STF, na ADI 1717, já se manifestou no sentido de que não se 
admite a Delegação do Poder de Polícia ao Particular, em nome da 
Segurança Jurídica (imagine um Particular recolhendo carteira de Conselho 
de Classe de outro Particular? Seria uma grande zona!). Agora, temos que 
ter um outro cuidado: A Jurisprudência admite que se pode dar ao Particular 
os Atos Materiais de Polícia (também chamados de Atos Instrumentais do 
Poder de Polícia). Como assim? A Aplicação de uma Multa de Trânsito é 
Poder de Polícia, e como tal, não pode ser delegado ao Particular; Por outro 
lado, a instalação e manutenção de Radares de Velocidade é um Ato 
Material de Polícia (ou seja, é um Ato Instrumental do Poder de Polícia) e 
como tal, pode ser transmitido ao Particular (eu posso contratar um 
Particular para instalar um Redutor de Velocidade de onde, dele, partirão 
diversas multas pelo descumprimento das Regras estabelecidas). 
★ Poder de Polícia - O Poder de Polícia não pode ser delegado ao 
Particular, diante da Insegurança Jurídica que isso causaria. 
Exemplo: Não se transfere ao Particular o Poder de Aplicar a Multa. 
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
33
★ Atos Materiais de Polícia - Os Atos Materiais de Polícia podem 
ser delegados ao Particular, como acontece com o sistema de radar 
para controle de velocidade. Eles podem acontecer em 2 momentos:
✴ Ato Material de Polícia Preparatório - São aqueles Atos 
Materiais que preparam o Ato Jurídico do Poder de Polícia. 
Exemplo: o Radar bate uma foto do meu veículo que trafegava 
em velocidade acima da permitida. Esse ato de bater a foto 
realizado por um Particular (Ato Material de Polícia 
Preparatório) será encaminhado para a Administração Pública 
que, por sua vez, executaráo Poder de Polícia (aplicará a 
Multa).
✴ Ato Material de Polícia Posterior - São aqueles Atos 
Materiais posteriores ao Exercício do Poder de Polícia. 
Exemplo: o Poder Público decidiu realizar uma desocupação 
no Estado do Rio de Janeiro em virtude dos Riscos de 
Desabamento. Isso foi decidido pelo Poder Público e ponto 
final (isso é Poder de Polícia, e não pode ser Delegado). Para 
executar essa Decisão, a Administração Pública contrata uma 
Empresa para remover as famílias da área e derrubar as casas 
(e isso é Ato Material de Polícia Posterior). 
✤ Características Gerais - De uma maneira geral, são características do 
Poder de Polícia:
★ Discricionariedade - Em Regra, o Poder de Polícia é 
Discricionário. Como assim? A Administração Pública poderá escolher 
para aquela Avenida uma Velocidade Máxima de 60 Km/h, ou de 80 
Km/h, ou de de 50 Km/h, etc. A Discricionariedade sempre acontece 
dentro dos limites da Lei.
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
34
A Responsabilidade pelos Atos 
Materiais de Polícia (ou Atos 
Instrumentais de Polícia) que 
foram delegados ao Particular 
continuam sob a 
Responsabilidade da 
Administração Pública. 
✴ Exceção - Em alguns casos, o Poder de Polícia será 
Vinculado, como acontece, por exemplo, com a Licença para a 
Construção de Casa (se a Pessoa não cumprir os requisitos 
estabelecidos pelo Poder Público para construir, ela não obterá 
a Licença pretendia, mas se ela cumpri-los, será concedida a 
Licença para construir)
★ Autoexecutoriedade - A Administração Pública pode praticar os 
Atos independentemente do Poder Judiciário. Como assim? O Poder 
Público pode praticar o Poder de Polícia sem a presença do Poder 
Judiciário. Exemplo: a Administração Pública quando determina, no 
exercício do Poder de Polícia, que uma área será desocupada em 
virtude dos Riscos de Desabamento, não é necessário Suprimento 
Judicial para executar aquela Decisão. 
★ Coercibilidade ou Imperatividade - A Coercibilidade ou a 
Imperatividade também pode ser chamada de Obrigatoriedade, e isso 
significa que o Particular terá que obedecer independentemente da 
sua vontade 
✤ Polícia Administrativa - O Poder de Polícia traz a chamada “Polícia 
Administrativa”. Acontece que Polícia Administrativa é completamente 
diferente de Polícia Judiciária. Vamos entender isso:
★ Polícia Administrativa - É dentro da Polícia Administrativa que se 
encontra o Poder de Polícia que estamos tratando aqui. Ela tem por 
finalidade a busca do Bem-Estar Social. Não há um Órgão Específico, 
cabendo a toda a Administração Pública, na qualidade de Polícia 
Administrativa, o exercício do Poder de Polícia.
★ Polícia Judiciária - É aquela Polícia que volta-se à aplicação da 
Lei Penal. Assim, a Polícia Judiciária centra-se na contenção da 
conduta criminosa, buscando a Segurança Pública. A Polícia 
Judiciária é exercida pela Polícia Civil.
Administrativo Ana Patrícia Nogueira 
35
A Polícia Administrativa se 
desmembra em vários Núcleos da 
Administração, de acordo com a 
Atuação daquele Órgão Público, 
como acontece com caça e a 
pesca, questões sanitárias, 
tráfego, trânsito, medicamento, 
bebidas alcoólicas, pesos e 
medidas, construções edilícias.
Isso significa dizer, em outras 
palavras, que o Poder de Polícia 
(Polícia Administrativa) é 
encontrado em vários contextos 
diferentes: Polícia de Tráfego e 
Trânsito; Polícia Sanitária; Polícia 
de Caça e Pesca; Polícia de 
Divertimentos Públicos, etc.

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