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FARMACOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO DPOC A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) compreende um espectro de doenças que inclui bronquite crônica e enfisema. O comprometimento do fluxo livre do ar, principalmente durante a expiração, indica a presença de uma obstrução que caracteriza as doenças obstrutivas crônica. Bronquite crônica – inflamação de excesso de muco. Enfisema – os alvéolos crescem, se unem e perdem a elasticidade e a força para expulsar o ar, o que dificulta a respiração. Os mecanismos que causam a obstrução dos pulmões são basicamente dois: os bronquíticos, ou seja, a inflamação dos brônquios (edema) e os enfisematosos (alvéolos perdem a elasticidade). ASMA Reação inflamatória que ocorre em surtos. Nos períodos de crise, os brônquios estão mais fechados, mas voltam ao normal se o indivíduo estiver bem medicado e não se expuser aos agentes irritantes, o que permite aos portadores da doença viver normalmente. Portanto, como a asma não provoca obstrução permanente, compõe uma classificação distinta das doenças obstrutivas crônicas. DPOC X ASMA A asma manifesta-se geralmente em pacientes mais jovens e a DPOC em pessoas com mais de 40 anos; A DPOC associa-se fortemente ao fumo e a asma nem sempre; A falta de ar quando do esforço físico é muito mais comum na DPOC do que na asma; Os sintomas da DPOC são progressivos e, geralmente, pioram com a idade, enquanto os sintomas da asma são, regra geral, mais episódicos e repetitivos com o passar do tempo; Finalmente, ao passo que os fenômenos inflamatórios são uma parte fundamental da asma, sabe-se muito menos acerca da inflamação na DPOC. ASMA Segundo o Consenso Brasileiro, a “asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar”. PATOFISIOLOGIA DA ASMA 1. Entram em contato com o estímulo. 2. O alergeno entra em contato com as vias respiratórias e encontram as células de defesa, as que já estão no tecido pulmonar – mastócitos. 3. Vai ocorrer reação cruzada – o antígeno vai se ligar ao IGe na superfície do mastócito. 4. Mastócito vai ser ativado e vai fazer a desgranulação, vai liberar histamina e outros mediadores. 5. Os mediadores vão ativar as células que estão ali na região e vão atrair outras células. O processo inflamatório característico da asma. O processo inflamatório ocasiona lesões nas células epiteliais. Descamação dessas células, o epitélio pulmonar fica alterado, perde algumas células. Nesse epitélio tem fibras neurais também e quando temos descamação, essas fibras ficam mais expostas – isso contribui para a hiper-responsividade das vias aéreas. Qualquer estímulo que chegar vai ativar mais o músculo que vai sofrer broncoconstrição. Entre os mediadores destacam-se: Histamina Leucotrienos Mastócitos Prostaglandinas TNFα Macrófagos NO Interleucinas Linfócitos Paciente normal – possui a passagem de ar normal. Paciente asmático Inflamação – Possui inflamação e edema; produção de muco espesso. Broncoconstrição – passagem de ar estreita. Os objetivos principais do tratamento da asma são: – Controlar sintomas – Prevenir limitação crônica ao fluxo aéreo – Permitir atividades normais – trabalho, escola e lazer – Manter função pulmonar normal ou a melhor possível – Evitar crises, idas à emergência e hospitalizações – Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para alívio – Minimizar efeitos adversos da medicação – Prevenir a morte TRATAMENTO DA ASMA • Agonistas dos receptores beta2-adrenérgicos (simpatomiméticos) • Metilxantinas • Parassimpaticolíticos (anticolinérgicos) • Antagonistas ou inibidores dos leucotrienos • Cromonas • Glicocorticóides AGONISTAS DOS RECEPTORES BETA2-ADRENÉRGICOS Classificação quanto ao tempo de ação Drogas de curta duração ( ação aguda) – duração e 4 a 6 horas: salbutamol, terbutalina, fenoterol. Longa duração ( profilaxia) – duração até 12 horas: salmeterol, formoterol. Curta duração: salbutamol (Aerolin, Aerogold, Salbutamax), fenoterol (Berotec, Bromotec, Bromifen), terbutalina (Bricanyl); Longa duração: salmeterol (Serevent), formoterol (Foraseq, Symbicort); • Relaxamento da musculatura lisa dos brônquios e broncodilatação; • Brônquios: alta quantidade de receptores beta2; • Agonistas beta2: inibem a liberação de mediadores inflamatórios; • Uso crônico dessensibiliza receptores beta2 Ação dos Simpatomiméticos Beta2 na Asma: a noradrenalina se liga ao receptor β2 do músculo liso, ativando a adenilatociclase. Com isso, converte ATP em AMPc (2º mensageiros), consequentemente abre o canal de K+ e fecha o canal de Ca+ (despolarização). Assim, ocorrendo a broncodilatação. Simpatomiméticos – Efeitos Adversos: Taquicardia(ação sobre ß1); irritação da mucosa da faringe (depende muito da formulação), só ocorre com aplicação aerossol (nebulímetros); ansiedade e tremores (raro); hiperglicemia quando utilizado na forma de xaropes, Comprimidos; o uso crônico dessensibiliza os receptores β-2. METILXANTINAS Teofilina (Codrinan, Talofilina, Teolong), Aminofilina (complexo teofilina:etilenodiamina, Aminofilin®; Aminoliv®; Asmafin®; Asmapen®). As metilxantinas são broncodilatadoras, mas apresentam efeitos menos intensos quando comparadas com os agonistas Beta2. Mecanismo de ação: Inibidores de fosfodiesterase. Também inibem a translocação de cálcio e bloqueiam o receptor da adenosina, reduzindo a inflamação e promovendo broncodilatação. 1- Inibição da fosfodiesterases – aumento de AMPc. PDEs (fosfodiesterases) inibe AMPc e o degrada, portanto a xantina age inibindo a PDEs. 2- Adenosina modula a adrenalina. A xantina diminui a ação da adenosina. Efeitos Adversos: apresentam baixa margem de segurança; sintomas gastrointestinais; arritmias cardíacas poderão ocorrer em “overdoses”; tremores e agitação psicomotora ocorrem em crianças. PARASSIMPATOLÍTICOS/ ANTICOLINÉRGICOS Ipratrópio (Atrovent, Duovent), tiotrópio (Spiriva),oxitrópio (Oxivent); Bloqueiam a broncoconstrição causada pelo estímulo vagal sobre os receptores muscarínicos (M3) da musculatura lisa dos brônquios; Início lento (associação com agonistas ß2 de início rápido); Ipratrópio: derivado quaternário da atropina, eficaz na asma desencadeada por fatores emocionais (via neural colinérgica) e em crises asmáticas de “esforços”. CROMONAS • Cromoglicato sódico (Intal) e nedocromil (Tilade); • Não apresentam ação broncodilatadora; • Atuam na fase inflamatória, estabilizam a membrana dos mastócitos, inibindo a liberação de histamina; • Seus efeitos antiinflamatórios parecem envolver o bloqueio dos canais de cloro e recrutamento de eosinófilos • Inibem a resposta precoce e tardia a exposição de alérgenos e o broncoespasmo induzido por exercício e frio. ANTAGONISTAS E INIBIDORES DOS LEUCOTRIENOS • Zileutona (Zyflo): inibidor da 5-lipoxigenase; • Zafirlucaste (Accolate), montelucaste (Singulair), pranlucaste: antagonistas seletivos dos receptores dos cisteinil-LTs (ação broncoconstritora); • Os antileucotrienos têm efeito antiinflamatório e, com uso prolongado, reduzem a hiper- responsividade das vias aéreas; • Previnem broncoconstrição induzida por exercício e pelo ácido acetilsalicílico. GLICOCORTICÓIDES • Inalatórios: Beclometasona (beclosol, Clenil), budesonida (Busonid, Budemax, Pulmicort), flunisolida (Flunitec, Innovent),fluticasona (Flixonase aquoso, Flixotide, Seretide); • Sistêmicos: prednisona (Meticorten), dexametasona (Decadron), etc. Mecanismo de ação: inibição da síntese de mediadores inflamatórios liberados por leucócitos no tecido pulmonar; redução da permeabilidade vascular; diminuem o acúmulo pulmonar de células inflamatórias; antagonizam a hiper-responsividade brônquica à histamina, Ach e alérgenos. Efeitos Adversos: Boca seca; ardência na faringe; candidíase (redução com uso de espaçador); supressão do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal; aumento da glicemia; não deve ser usado no 1º trimestre da gravidez. RENAME Componente básico: Adrenérgicos inalatórios - Salbutamol. Descongestionantes para uso tópico – Budesonida Medicamentos inalatórios para doenças respiratórias obstrutivas – Beclometasona; Ipratrópio. Componente especializado: Adrenérgicos inalatórios – Fenoterol, Formoterol, Formoterol + Budesonida, Salmeterol. Medicamentos inalatórios para doenças respiratórias obstrutivas: Budesonida. Asma Ipratrópio Beclometasona (inalatório) Hidrocortisona (injetável - EV) – indicado em crises agudas não respondentes a ß-2 adrenérgico Prednisolona (oral, forma líquida) – uso pediátrico mais comum Prednisona (oral) Salbutamol/Albuterol (inalatório – ação 2-20 min) Rinite alérgica sazonal (febre do feno), perene e não-alérgica glicocorticoides e NaCl 0.9%. FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA TOSSE TOSSE Existem dois mecanismos de depuração para proteção das vias aéreas com relação à entrada de partículas procedentes do meio externo. O primeiro é o clearance mucociliar, através do qual os movimentos ciliares impulsionam uma fina camada de muco com partículas a serem depuradas. A tosse, ocorrendo por meio de ato reflexo, é o segundo mecanismo envolvido neste sistema de proteção das vias aéreas inferiores, podendo ser voluntária ou involuntária. CAUSAS DA TOSSE: Irritação da mucosa; acúmulo de secreção; presença de material estranho; crescimento anômalo de células no pulmão ou nos brônquios; refluxo gastroesofágico; doenças respiratórias: sinusite, asma, bronquite. FUMO: O fumo é a principal causa de tosse, pelas seguintes razões: aumenta o volume de muco produzido pelos brônquios; causa irritação física e química das mucosas; destrói os cílios que cobrem o revestimento interno do brônquios; facilita o acúmulo de material estranho às vias aéreas. CLASSIFICAÇÃO DA TOSSE Tosse aguda (até 3 semanas); Tosse sub-aguda (3 a 8 semanas); Tosse crônica (mais que 8 semanas). TIPOS DE TOSSE Há dois tipos de tosse: a tosse seca e a tosse produtiva; É a presença ou não de muco que estabelece a diferença; Na tosse produtiva a secreção se movimenta e é eliminada; Na seca, esse catarro parece não existir. É importante avaliar se a tosse é, realmente, seca ou se a secreção não flui por desidratação ou tratamento incorreto. TRATAMENTO DA TOSSE: hidratação; expectorantes, (eficácia discutível), que facilitam o transporte do muco; sedativos da tosse, em geral com codeína ou outra substância análoga, que inibem o reflexo de tosse; xaropes broncodilatadores: eficientes para quem apresenta broncoespasmo e devem ser prescritos; não bloquear a tosse produtiva, pois ela ajuda a eliminar o catarro do sistema respiratório; Secreção acumulada aumenta o risco de contrair bronquite ou pneumonia. Atenção quanto ao aspecto da secreção: Quando é aquosa e clara, está geralmente associada a alergias, infecções virais das vias respiratórias superiores, asma ou irritações provocadas pelo fumo; secreção mais espessa, de coloração amarelada ou esverdeada, pode indicar bronquite, sinusite ou pneumonia; ss cores marrom e vermelha indicam presença de sangue e sugerem irritações graves, como pneumonia, tuberculose ou câncer de pulmão. MUCOLÍTICOS/EXPECTORANTES Para a tosse produtiva; Capacidade de modificar a produção e secreção de muco, sua natureza e composição e/ou sua interação com o epitélio ciliado; Ex.: guaifenesina (Xarope Vick®), bromexina (Bisolvon®), ambroxol (Mucosolvan®), n- acetilcisteína (Fluimucil®) ANTITUSSÍGENOS Para tratamento da tosse seca Antitussígenos de ação periférica A dropropizina e seu enantiômero levodropropizina reduzem a sensibilidade das fibras C vagais. Antitussígenos de ação central O dextrometorfano, o clobutinol e o fendizoato de cloperastina têm ação não narcótica no tronco encefálico. O dextrometorfano é agonista do receptor não opioide sigma- 1 e antagonista do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA) do glutamato. Há registro de intoxicação fatal por dextrometorfano em criança. O clobutinol retarda a repolarização ventricular e é arritmogênico . Já houve relato de anafilaxia pelo medicamento . O fendizoato de cloperastina é sedativo da tosse e também tem ação periférica, dessensibilizando as aferências vagais traqueobrônquicas. Interage com inibidores da MAO. Antitussígenos narcóticos (morfina e codeína) agem primariamente nos receptores opioides no núcleo do trato solitário. A codeína é um dos antitussígenos mais eficazes, porém comumente provoca efeitos colaterais (náuseas, constipação intestinal) e pode causar dependência. Os antitussígenos de ação central podem potencializar o efeito depressor do SNC do álcool, hipnóticos e sedativos. FARMACOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO Antiulcerosos Antieméticos Anticonstipantes e antiflatulentos Antidiarréicos ANTIULCEROSOS SECREÇÃO GÁSTRICA • O estômago secreta cerca de 2,5 L de suco gástrico por dia; • A secreção de ácido gástrico é um processo contínuo e complexo, regulado por múltiplos fatores centrais e periféricos; • As células parietais gástricas secretam o HCl através da “bomba de prótons” (ATPase K+ / H+) • Existem três secretagogos endógenos: Histamina, Acetilcolina e Gastrina. • Somatostatina (produzida pela células D do antro): inibe a secreção de hormônios GI (gastrina, CCK, secretina, motilina); • A PGE2 e PGI2 inibem a secreção de HCl e estimulam a produção e secreção de muco e íons bicarbonato que protegem a mucosa; • As barreiras ao refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago constituem a principal defesa esofágica (esfíncter esofágico inferior); - A formação da úlcera péptica envolve: presença do H. pylori, desequilíbrio entre a secreção de HCl e os protetores – muco, bicarbonato, PGE2 ... FÁRMACOS USADOS PARA INIBIR OU NEUTRALIZAR A SECREÇÃO DE ÁCIDO GÁSTRICO Inibidores da bomba de prótons Antagonistas dos receptores H2 Antiácidos comuns e outras drogas Antibióticos (específicos para H. pylori) 1- INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS: Reduzem a secreção gástrica por inibição irreversível da H+ K+ ATPase da célula parietal gástrica. • Lansoprazol, omeprazol, rabeprazol, pantoprazol. • Possuem eficácia similar em doses comparáveis; • São pró-fármacos, ativados em presença de ácidos (nos canalículos secretores ácidos). A forma ativa reage, por ligação covalente, com grupos -SH de cisteínas do domínio extracelular da H+, K+ -ATPase; • Ocorre inibição irreversível da bomba, mas em regime de dose diária única, número significativo de bombas (70%) só é irreversivelmente inibido entre 2 a 5 dias; • Recomenda-se a administração cerca de 30 min antes das refeições. Farmacocinética dos inibidores da bomba de prótons • Degradados rapidamente em pH ácido no lúmen gástrico; • Formulações: • Grânulos encapsulados ou comprimidos para liberação entérica (liberação em meio alcalino para não degradar); • Preparações intravenosas (pantoprazol ou lanzoprazol); • Os compostos são rapidamente absorvidos, altamente ligados a proteínas e extensivamente metabolizados,no fígado, pelo sistema citocromo P450. • A t1/2 plasmática é de 1 a 2 horas, mas a duração de ação é maior (de 24 a 48h). Interações dos inibidores da bomba de prótons: por inibirem algumas enzimas hepáticas citocromo P450, diminuem a metabolização de benzodiazepínicos, varfarina, fenitoína e outros fármacos. Toxicidade no uso com dissulfiram. Reações Adversas: Mais comuns: náusea, dor abdominal, constipação, flatulência e diarréia. Outros: miopatias, artralgias, dor de cabeça e exantemas na pele. 2- ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2: Antagonismo competitivo reversível de receptores H2 para a histamina nas células parietais, inibindo a secreção de HCl na luz estomacal. De maneira indireta, também inibem o estímulo da gastrina sobre as células parietais. •cimetidina, ranitidina, famotidina Farmacocinética dos antagonistas dos receptores H2: rápida absorção após administração oral; pouca ligação às proteínas plasmáticas; 10 a 35% sofrem metabolismo hepático; excreção renal. Reações adversas: Mais comuns (< 3 %): Diarréia, dor de cabeça, sonolência, fadiga, dor muscular, constipação; SNC - confusão, delírio, halucinação, fala arrastada e cefaléias (mais comuns em idosos). Menos comuns: uso prolongado de cimetidina em altas doses: ginecomastia em homens, galactorréia em mulheres, redução da contagem de espermatozóides e impotência reversível; atravessam placenta e são excretados no leite cimetidina inibe as enzimas do citocromo P450 e altera metabolismo e concentração de fármacos. 3- ANTIÁCIDOS NaHCO3 •Rapidamente absorvido pelo estômago e hidrossolúvel; • As cargas de álcali e de sódio podem representar risco para pacientes com insuficiência cardíaca ou renal. CaCO3 •Dependendo do tamanho da partícula e estrutura do cristal, pode neutralizar o H+ rapidamente; • Liberação de CO2 dos antiácidos contendo bicarbonato e carbonato pode causar distensão abdominal e náuseas, flatulências e eructação; • O cálcio pode induzir secreção ácida de rebote. Mg(OH)2 e Al(OH)3 (Magaldrato) • O magaldrato é um complexo aluminado de hidroximagnésio que é rapidamente convertido no ác. gástrico em Mg(OH)2 (de reação rápida) e Al(OH)3 (de reação lenta), os quais são pouco absorvidos, ocasionando efeito sustentado. • A combinação deles proporcionam capacidade neutralizante equilibrada; • Assim como outros antiácidos, por alterar o pH gástrico e urinário, forma compostos insolúveis com outros fármacos, alterando velocidade de dissolução e absorção, biodisponibilidade e eliminação renal. Problema com o uso crônico de Antiácidos: Efeito Rebote – Após a interrupção do uso, a Cloridria reflexa é intensa. Trata-se de um assunto controverso, pois não ocorre em todos os pacientes. 4- DROGAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DA INFECÇÃO POR HELICOBACTER PYLORI Bacilo Gram – que pode estar envolvido com a fase Crônica da Úlcera Também é importante na úlcera duodenal Consenso internacional para o tratamento da úlcera com erradicação do Helicobacter: inibidor da bomba de prótons (omeprazol), amoxicilina, clarotromicina. Em pacientes alérgicos a penicilina, substitui-se a amoxicilina pelo metronidazol. DROGAS PROTETORAS DA MUCOSA GÁSTRICA Subcitrato Coloidal de Bismuto (dicitrato de bismuto coloidal) - Também é ativo contra o H. pylori - Ação protetora da mucosa Ação: adsorve a pepsina, estimulando a produção de PGs e bicarbonato pelo estômago. - Efeitos adversos mais importantes: vômitos, escurecimento da mucosa oral (língua) e das fezes. Sucralfato • Na lesão na mucosa induzida por ácido, a hidrólise de proteínas da mucosa mediada pela pepsina contribui para a erosão e ulceração da mucosa. • Este processo pode ser inibido por polissacarídeos sulfatados. • AÇÃO CITOPROTETORA DO SUCRALFATO: inibição da hidrólise das proteínas da mucosa pela pepsina; estímulo da produção local de prostaglandina e fator de crescimento epidérmico (EGF); ligação aos sais biliares. Interação: Deve ser ingerido 1 hora antes das refeições, com estômago vazio, uma vez é ativado por ácido. O uso simultâneo de antiácidos deve ser evitado por pelo menos meia hora após o uso de sucralfato. Efeitos Adversos: Constipação (2%). Deve ser evitado em pacientes com insuficiência renal, pois pode haver risco de sobrecarga de alumínio; pode inibir a absorção de outros fármacos (fenitoína, digoxina, cetoconazol e fluorquinolonas) por formar uma camada viscosa no estômago. RENAME Componente básico: Antiácidos: Hidróxido de Al Medicamentos para úlcera péptica e doença do refluxo esofágico: Ranitidina, Omeprazol. ANTIEMÉTICOS • A ação de vomitar e a sensação de náuseas que a acompanha são consideradas reflexos protetores que ajudam a livrar o estômago e o intestino das substâncias tóxicas e impedir sua ingestão subsequente. • Principais causas do vômito: psicogênicas (anorexia/bulimia), dor (principalmente cardíaca e abdominal), doença intracraniana, medicamentos e toxinas, gravidez, distúrbios metabólicos, vômitos cíclicos da infância, retenção gástrica, obstrução alta do intestino delgado, inflamação, isquemia ou perfuração das vísceras, peritonite, entre outras. Antagonistas dos receptores H1 Antagonistas muscarínicos Glicocorticóides Antagonistas dos receptores D2 Antagonistas dos receptores 5-HT3 Canabinóides 1- ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H1 Cinarizina, ciclizina, meclizina, dimenidrato e prometazina Eficazes contra náuseas e vômitos decorrentes de cinetose e da presença de irritantes no estômago. Não são eficazes contra substâncias que atuam diretamente na ZGQ. Causam sonolência e sedação. 2- ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS Hioscina (escopolamina) Eficaz para profilaxia e tratamento de cinetose. Pode ser administrada por via oral ou adesivo transdérmico. Causa xerostomia e visão embaçada. É menos sedativa que os anti-histamínicos. 3- GLICOCORTICÓIDES Dexametasona e metilprednisolona Eficazes para controlar a êmese associada a agentes citotóxicos. Mecanismo de ação ainda é desconhecido. Parece envolver o bloqueio de PGs. 4- ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES D2 FENOTIAZINAS Clorpromazina, trifluoroperazina, proclorperazida Eficazes para controlar a êmese associada ao câncer, náuseas matinais intensas na gravidez, uremia, gastrenterite viral, radioterapia, agentes citotóxicos, opióides, anestésicos e outros fármacos. Mecanismo de ação é principalmente pelo antagonismo de receptores D2 na ZGQ , mas também podem bloquear receptores histamínicos e muscarínicos Administração por via oral, intravenosa ou retal. METOCLOPRAMIDA Metoclopramida Eficaz para controlar a êmese associada a uremia, radioterapia, agentes citotóxicos, e distúrbios gastrintestinais Mecanismo de ação é pelo antagonismo de receptores D2 na ZGQ , mas também apresenta ações periféricas (procinético). Efeitos indesejáveis incluem: distúrbios do movimento, cansaço, sonolência, inquietação motora, torcicolo espasmódico, estimula liberação de prolactina, galactorréia, distúrbios menstruais. DOMPERIDONA Domperidona Eficaz para controlar a êmese associada a agentes citotóxicos e distúrbios gastrintestinais Mecanismo de ação é pelo antagonismo de receptores D2 periféricos (não atravessa a BHE), causando menos efeitos indesejáveis centrais do que a metoclopramida. 5- Antagonistas dos receptores 5-HT3 Ondansetrona, granisetrona Eficazes para controlar a êmese associada a agentes citotóxicos, radiação e em pós-operatório. Mecanismo de ação é pelo antagonismo de receptores 5-HT3 na ZGQ. Administrados por via oral ou parenteral Efeitos adversos: cefaléia, desconforto gastrintestinal Preço elevado 6- CANABINÓIDES Nabilona Eficaz para controlar a êmese associada a agentes citotóxicose agentes que estimulam a ZGQ. Mecanismo de ação ainda não está definido, mas parece envolver receptores opióides. Administrada por via oral Efeitos adversos: sonolência, vertigens, boca seca, alterações no humor, hipotensão postural. Alguns pacientes relataram alucinações e reações psicóticas. RENAME – ANTIEMÉTICOS E ANTINAUSEANTES Componente básico: ondansetron, metilprednisolona, dexametasona. ANTICONSTIPANTES - Evacuação do conteúdo intestinal. Laxantes: ação leve (fezes ainda formada, semi-sólidas). Purgativos ou catárticos: ação intensa (fezes líquidas). Farmacodinâmica: aumento o conteúdo de água nas fezes Retenção H2O e eletrólitos na luz intestinal - ação hidrofílica ou osmótica ( aumentam volume, facilitam propulsão) Diminuindo a absorção efetiva de água e eletrólitos na mucosa intestinal (aumentam trânsito por causa da massa do líquido). Aumenta a atividade propulsora com ação primária. Formadores de massa Catático Amolecedores do bolo fecal Purgativos estimulantes Purgativos osmóticos 1- Formadores de Massa: expansores do bolo fecal Fibras dietéticas: farelo Fibra de Psylliem – excreção de gordura nas fezes ( liga aos ácidos biliares) Vantagens: aumento de secreção de substâncias armazenadas na bile ( metabolizar gordura), aumento da degradação do colesterol no fígado, redução LDL plasmático, primeira linha para constipação simples, diminui pressão intra luminal retosigmóide, evita sintomas da síndrome do intestino irritável e diverticulite colônica, Metamucil Bio Fibe® 2- Catáticos: formadores de massa ( laxantes salinos) Hidróxido de Mg/ Leite de magnésia (Mg (OH)2+ H2O) Mg: estimulação da colescistocinina: aumento de água e sais na lluz intestinal. Ação rápida: obstipação temporária, lavagem intestinal (endoscopia, radiológicos). Deve-se manter ingestão de líquido – perda de nutrientes. Obstipação refratária a outros tratamentos. Sulfato de Mg 3- Amolecedores do bolo fecal: umectantes/ emolientes. - Sulfossuccionato sódico de dioctila ( DOSS) - Detergente aniônico Amolece as fezes por acúmulo efetivo de água na luz intestinal. - Laxante suave - Desvantagens: cólica, dor abdominal, amargo (náuseas), hepatotoxicidade com uso prolongado. Cellubril®, Doslax® Oléo Mineral – “Placebo” 2/3 dias por via oral – penetra e amacia as fezes, diminuindo a reabsorção de água. 4- Purgativos estimulantes Difenilmetano: Ducolax Fenolftaleína – proibida (causa câncer) Mecanismo de ação: Inibe Na/ K ATPase da membrana basolateral das células das vilosidades. Redução do transporte de Na+ e de água no intestino. Doses altas: desequilíbrio heletrolítico: diminuição da pressão arterial. Contra indicação: uso rotineiro, longo prazo, gravidez ( estimulação uterina), obstrução intestinal subaguda ou crônica. Reações alérgicas: erupções cutâneas ( síndrome de Stevens – Johnson). 5- Purgativos osmóticos Osmose – de onde tem mais para onde tem menos. ( transporte passivo) Glicerol: estimulação da atividade propulsora do cólon por atração osmótica da água. Vantagem: não tem desequilíbrio hidroeletrolítico. Efetivo: pacientes não respondentes a terapia de fibras e ao aumento de atividade física. Dose: ajustada até o amolecimento das fezes. Via retal (supositórios) Efeitos indesejáveis: latência de vários dias, desidratação. Lactulose (dissacarídeo frutose/Lactose- lactose/galactose) Não é ingerida, nem absorvida no intestino delgado. Naúseas, aumento de gases, decomposto no cólon por bactérias. ANTICONSTIPANTES – INDICAÇÕES CLÍNICAS: constipação funcional ( produção infrequente de fezes); pacientes acamados; evitar esforço na defecação ( hérnia, hemorroidea, cirurgias); preparação do instestino para procedimentos; envenenamento por alimentos/ drogas; após anti-helminticos (tênia). CONTRA INDICAÇÃO: dor abdominal, cólicas e náuseas. ANTIFLATULENTOS Gases: queixa GI comum: flatulência, eructação, distenção abdominal, sensação de plenitude. Simeticona: antiespumante capaz de romper bolhas de ar, produzindo o volume de gases GI. DIARREIA - Causa inespecífica. Boa parte das diarreias são tratadas com soro. Medidas terapêuticas: tratamento a depleção hídrica, choque e acidose, manutenção da nutrição, terapia farmacológica. Drogas antidiarreicas Drogas antimicrobianas 1- Drogas antidiarreicas. - diarreia aquosa sem muco ou sangue. Desidratação, vômito frequente, pouca ou nenhuma febre, causada por bactérias enteroxigênicas não invasivas: cólera, salmonela, rotavírus. Tratamento: Soro ( maioria dos casos). 2- Drogas antimicrobianas - Fezes levemente moles, de menos volume com sangue. Desidratação lleve, febre, dor abdominal, sem vômito. Causa: microorganismos no enteroinvasivas: E.coli (enterobacterias). Tratamento: antimicrobianos. DROGAS ANTIDIARREICAS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS INTESTINAIS INFLAMATÓRIAS: Colite ulcerativa: inflamação da mucosa intestinal ( parte externa da mucosa). Doença de Crohn: inflamação transmural: GI, geralmente região íleo-cecal. DROGAS – RENAME: Sulfassalazina ( salazopyrin ®): absorvida somente no cólon após clivagem dos componentes por bactérias locais. Mesalazina/Mesalamina ( Mesacol®): Comprimido- sensível ao pH-revestido. Início de liberação no íleo e término no cólon. Capsula: liberação retardada. Início da liberação no intestino delgado e término no cólon. FÁRMACOS QUE ATUAM NA DIIC: Subsalicilato de bismuti ( diarreia do viajante) – saneamento precário. Ação antissecretória ( da resposta inflamatória), anti-inflamatória e antimicrobianos. Atropina (Diarreia nervosa, induzida por fármaco, SCI): antiespasmódico ou espamolítico, diminuição da motilidade. Atroveran ® Octreotida- “somastotatina sintética”: antissecretor análogo da somastatina (inibição da secreção e vários hormônios GI (gastrina, secretina, etc). Carcinoide, diarreia da AIDS, cirurgia gástrica. Diminuição do fluxo sanguíneo GI. Sandostatin® Farmacologia do Sistema Endócrino Diabetes melito é alteração metabólica de etiologia múltipla, caracterizada por hiperglicemia crônica e alterações do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas, resultantes de defeitos em secreção insulina, ação de insulina ou ambas. CLASSIFICAÇÃO DOS DIABETES Diabetes tipo I: deficiência absoluta de insulina pancreática Diabetes tipo II: resistência à insulina ou defeito de secreção de insulina Diabetes gestacional: diagnosticado geralmente no terceiro trimestre, caracterizado por diminuição fisiológica de sensibilidade à ação da insulina Outros tipos de DM (raros): induzida por fármacos. Tipo de metabolismo Células hepáticas Células adiposas Músculo Metabolismo de Carboidratos Diminui a Gliconeogênese e Glicogenólise Aumenta a Glicólise e Glicogênese Aumenta a Captação de Glicose e a Síntese de glicerol Aumenta a Captação de Glicose, Glicólise e Glicogênese Metabolismo de lipídeos Aumenta a Lipogênese e diminui a Lipólise Aumenta a Síntese de Triglicerídeos e Síntese de ácidos graxos e diminui a Lipólise Metabolismo das proteínas Diminuí a Degradação de proteínas Aumenta a Captação de Aminoácidos e Síntese de proteínas COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO DM: Microvasculares: nefropatia, neuropatia, retinopatia Macrovasculares: doença arterial coronariana, doença vascular periférica, doença cerebrovascular. No Brasil, cerca de 55% das mortes associadas a DM são causadas com complicações cardiovasculares. CLASSIFICAÇÃO Diabetes tipo I: deficiência absoluta de insulina pancreática Diabetes tipo II: resistência à insulina ou defeito de secreção de insulina. TRATAMENTOObjetivos terapêuticos: diminuir os sintomas associados à doença, prevenir complicações agudas, prevenir complicações crônicas, reduzir a taxa de mortalidade associada a DM. Utilizam-se medidas não farmacológicas (dieta e exercícios físicos) e farmacológicas (fármacos antiobesidade, antidiabéticos orais e insulinoterapia). Recomenda-se que o tto não- farmacológico (dieta e exercícios físicos) seja realizado por pelo menos 3 meses antes da terapia farmacológica. Diabetes tipo I: insulinas, como intuito de mimetizar a secreção endógena, sendo um nível basal mais baixo, secretado entre as refeições, durante a noite e em jejum e um nível mais alto pós-prandial. Para tanto usa-se insulinas para terapia basal (1 ou 2 injeções de insulina de ação intermediária ou prolongada) e terapia prandial (injeções diárias de insulinas de ação rápida, administradas junto às refeições). Alternativa: bomba de infusão de insulina. FARMACOCINÉTICA DAS INSULINAS: Insulinas são destruídas no TGI: administração parenteral, geralmente por via subcutânea, mas pode ser intravenosa ou intramuscular em situações de emergência; Metabolização hepática e excreção renal; Efeitos adversos: hipoglicemia, aumento de peso, edema, hipersensibilidade cutânea, reação no local da injeção. Diabetes tipo II: tratamento inicia-se com antidiabéticos orais em monoterapia. Se necessário, acrescentar outro medicamento oral ou insulina. Secretagogos da insulina: sulfoniluréias e glinidas Sensibilizadores da insulina: biguanidas e glitazonas -glicosidase Agonista receptor do GLP-1 Inibidores da DPP-4 1- Sulfoniluréias Clorpropamida Tolbutamida Tolazamida primeira geração Aceto-examida Gliburida Glibenclamida Glipizida segunda geração Gliclazida Glimepiride Sulfoniluréias e Glinidas Mecanismo de ação: bloqueio dos canais de potássio sensíveis ao ATP nas ilhotas de Langerhans. Despolarização e influxo de cálcio, através dos canais de cálcio voltagem – dependente. Liberação de insulina. Meglitinidas: Repaglinida e nateglinida; Mecanismo de ação igual ao das sulfoniluréias Biguanidas Metformina: combate a resistência à insulina; Mecanismo de ação: aumenta a captação de glicose e a utilização no músculo esquelético (redução da resistência à insulina) e diminui a produção hepática de glicose (gliconeogênese) por mecanismos dependentes de PKA. Redução de LDL e VLDL; Não causa hipoglicemia, é anti- hiperglicêmica!
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