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Módulo I

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Dosimetria da Pena
(...) a pena justa será somente a pena necessária (Von Liszt) 
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Caráter da Pena
Retributivo
Preventivo
Ressocializador
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Princípios aplicados à pena
Princípio da Individualização da Pena (Art. 5º, XLVI, CF), in verbis:
“A lei regulará a individualização da pena ...”
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Princípios aplicados à pena
Princípio da Proporcionalidade ou Razoabilidade
Princípio da Intranscendência (Art. 5º, XLV, CF) in verbis:
“nenhuma pena passará da pessoa do condenado...”
Princípio da Humanidade 
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Critério Trifásico de Fixação da Pena
Art. 68, CP:
“A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento”. 
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Primeira fase: Análise da circunstâncias judiciais
Circunstâncias constantes do art. 59 do CP. 
Ao final da primeira fase é fixada a pena-base.
Segunda fase: Análise das circunstâncias legais
Circunstâncias agravantes ou atenuantes previstas nos arts. 61 e segs. do CP
Ao final fixa-se a pena provisória
Terceira fase: Análise das causas de aumento ou diminuição de pena,
Encontradas na parte geral e parte especial 
São expressas por frações (aumenta-se da metade, diminui-se de dois terços, etc)
A pena resultante deste processo será a pena final
1
3
2
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Primeira fase
Circunstâncias Judiciais (Art. 59, CP)
Análise, criteriosa, de cada uma das oito circunstâncias judiciais 
Individualiza a pena para cada réu e para cada infração penal praticada 
Sentença sem fundamento para valoração das circunstâncias judiciais ou que não indica os elementos dos autos que formaram o convencimento do Juiz quanto a essa valoração padece de nulidade 
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Primeira fase
1. Culpabilidade 
Dimensionar a culpabilidade pelo grau de intensidade da reprovação penal
Dois dos elementos da culpabilidade: 
o potencial conhecimento da ilicitude 
a exigibilidade de conduta diversa 
Atenção: O fato de o acusado ter agido livre e conscientemente não pode fundamentar a exasperação da pena-base, pois, se a ação não fosse consciente e deliberada, inexistiria dolo. 
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Primeira fase
2. Antecedentes
Reincidência
“Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior”.
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Primeira fase
2. Antecedentes
Para Cezar Roberto Bitencourt , por antecedentes “deve-se entender os fatos anteriores praticados pelo réu, que podem ser bons ou ruins”. Os “maus antecedentes”, conclui: seriam “aqueles fatos que merecem a reprovação da autoridade pública e que representam expressão de sua incompatibilidade para com os imperativos ético-jurídicos”.
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Primeira fase
2. Antecedentes
Processos em curso, inquéritos em andamento, sentenças condenatórias ainda não confirmadas, simples indiciamento em inquérito policial, dentre outros, podem ser considerados maus antecedentes?
Posição do STF e STJ: Apenas sentenças transitadas em julgado, e que não sejam aptas a caracterizar a agravante genérica do art. 61, I, do CP (reincidência), podem ser consideradas para efeito de exacerbação da pena-base. 
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Primeira fase
3. Conduta Social 
Inadaptação ao convívio ordeiro
Bom relacionamento do agente perante a sociedade
Destaca-se, para analise, três campos da vida: familiar, laborativo e religioso
Deve-se analisar: o modo de agir do agente nas suas ocupações, sua cordialidade ou agressividade, egocentrismo ou prestatividade, rispidez ou finura de trato, seu estilo de vida honesto ou reprovável 
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Primeira fase
3. Conduta Social 
Não bastam meras conjecturas
É necessário que se ponderem as provas produzidas nos autos: a palavra das testemunhas que conviveram com réu, eventuais declarações, atestados, abaixo-assinados, etc... 
Demonstração de um comportamento habitual. 
fato isolado na vida do condenado não revela sua conduta social, que é sempre permanente. 
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Primeira fase
4. Personalidade 
Índole do agente, sua maneira de agir e de sentir, seu grau de senso moral, ou seja, a totalidade de traços emocionais e comportamentais do indivíduo
“Personalidade desajustada", "ajustada", "agressiva", "impulsiva", "boa" ou "má“
É necessário fundamento baseado no conjunto probatório
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Primeira fase
4. Personalidade 
Elementos para valoração: laudos psiquiátricos, informações trazidas pelos depoimentos testemunhais e, ainda, a própria experiência do Magistrado em seu contato pessoal com o réu
Não havendo, elementos suficientes não deve, o juiz, hesitar em declarar que não há como valorar essa circunstância 
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Primeira fase
5. Motivos 
Fonte propulsora da vontade criminosa 
Não se trata, portanto, de analisar a intensidade de dolo ou culpa
médico que facilita a morte do paciente, diante de seu desmedido e agudo sofrimento, possui motivo menos reprovável.
agente que mata o irmão, para que seja o único sucessor do patrimônio do ascendente, motivo mais reprovável. 
Os motivos diversos dos normais à espécie delitiva, portanto, é que devem ser valorados pelo Magistrado 
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Primeira fase
6. Circunstâncias do Crime 
São os elementos do fato delitivo, acessórios ou acidentais, não definidos na lei penal. 
Franco:o lugar do crime, o tempo de sua duração, o relacionamento existente entre autor e vítima, a atitude assumida pelo delinqüente no decorrer da realização do fato criminoso 
É mais censurável a conduta do agente que matou alguém na igreja ou na casa da vítima do que aquele que a matou em sua própria casa. 
É menos censurável o agente que se demonstrou sinceramente arrependido da prática delitiva do que aquele que comemorou o evento embriagando-se.
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Primeira fase
7. Consequências do Crime 
Avaliação do grau de intensidade da lesão jurídica causada à vítima ou a seus familiares
Conseqüência Material: suscetível de avaliação econômica
Conseqüência Moral
Não se pode considerar como conseqüência desfavorável do crime de homicídio, a perda de uma vida 
O fato de o agente ter ceifado a vida de um pai de família numerosa é mais censurável do que a conduta daquele que assassinou uma pessoa solteira. 
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Primeira fase
8. Comportamento da Vítima
Inovação trazida com a Reforma da Parte Geral do Código Penal, em 1984.
É preciso perquirir em que medida a vítima, com a sua atuação, contribuiu para a ação delituosa.
Muito embora o crime não possa de modo algum ser justificado, não há dúvida de que em alguns casos a vítima, com o seu agir, contribui ou facilita o agir criminoso,
Essa circunstância refletirá favoravelmente ao agente na dosimetria da pena
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Primeira fase
8. Comportamento da Vítima
Algumas condutas da vítima: vítima instiga, provoca, desafia ou facilita a conduta delitiva do agente
Obs: A injusta provocação da vítima é causa de diminuição de pena:
a ser sopesada somente na terceira etapa da dosimetria, como ocorre no homicídio (art. 121, §1º, do CP) e nas lesões corporais (art. 129, §4º, do CP).
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Primeira fase
8. Comportamento da Vítima
Para Túlio Lima Vianna: 
Não será considerado favorável ao agente o comportamento da vítima pela "mera roupa provocante com a qual desfila a moça em local ermo, pois ninguém é obrigado a trajar-se com recato"
Por outro lado, a moça que aceita ir ao motel com um rapaz e lá, desiste da relação no último momento, certamente contribui para a prática do estupro
Conclui o autor que: "a clara diferença entre os dois comportamentos das vítimas está na absoluta passividade do primeiro e na atividade do segundo". 
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Observações Importantes 
A pena-base deve ser fixada entre os limites previstos em abstrato no tipo penal;
A pena-base não pode ser estabelecida acima do mínimo legal sem motivação idônea, apenas com base em referências vagas e genéricas;
 Cada uma das circunstâncias judiciais deve ser analisada,
podendo esta análise considerá-la favorável, desfavorável ou neutra (a neutralidade às vezes decorre da própria impossibilidade de valoração de determinada circunstância);
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Observações Importantes 
Não podem ser valorados negativamente quando integrar: definição típica, quando caracterizar circunstância agravante ou causa especial de aumento de pena;
Caso haja a presença de mais de uma circunstância qualificadora, apenas uma delas deverá ser utilizada para qualificar o crime;
Uma mesma circunstância não pode receber valoração em fases distintas, seja da tipificação ou qualificação do crime, seja da dosimetria da pena, sob pena de se incorrer em bis in idem;
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Observações Importantes 
O ponto de partida para a fixação da pena-base é a pena mínima prevista no tipo, a partir daí aplicando-se as circunstâncias judiciais. Desse modo, não havendo circunstâncias judiciais desfavoráveis a pena-base deve permanecer no mínimo;
 Quando a mesma circunstância for aplicável a mais de uma fase da dosimetria deverá ser utilizada uma só vez, e na última fase em que couber. 
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Observações Importantes 
Valor quântico para cada circunstância:
Não há disposição legal
Jurisprudência estabelece em 1/6 da pena mínima in abstrato
Critério mais justo de 1/8 em relação ao intervalo situado entre os valores da pena mínima e máxima.
Fixação do ponto médio (principal, inferior e superior)
Deve-se majorar ou reduzir, apenas, dentro dos limites legais
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Aplicação Prática 
Verifica-se de o crime ocorreu em sua forma simples ou qualificada;
Fixação do ponto médio (opcional);
Obtenção do valor de 1/8 do intervalo entre a pena abstrata mínima e máxima;
Análise das circunstâncias judiciais;
Dosagem de cada circunstância;
Fixação da pena-base.
Obs: Fundamentação imprescindível.

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