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OAB Administrativo Aula 18 Responsabilidade do Estado

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Aula 18
Responsabilidade do Estado
Prof. Wander Garcia
1. Evolução histórica
1.1. Fase da Irresponsabilidade: Estado não responde por danos causados aos particulares, já que o poder sobe-rano dos reis era divino – “The King can do no wrong”
1.2. Fase Civilista: Estado só responde se dano for cau-sado por culpa ou dolo de um funcionário estatal; ex: um motorista da Prefeitura bebe muito e atropela alguém
1.3. Fase Publicista:
a) culpa administrativa: Estado só responde se dano tiver origem num serviço defeituoso; ex: um buraco na rua, não recapeado pelo Estado, propicia acidente
- Foco não é a culpa do funcionário, mas a falha do serviço
b) risco administrativo: Estado responde objetivamente pelos danos que causar, para que haja igualdade nos ônus e encargos sociais; ex: bala perdida da PM fere alguém
2. Modalidades de responsabilidade
2.1. Objetiva:
a) atos comissivos das pessoas de direito público
	(art. 37, § 6º, da CF)
b) atos comissivos das pessoas de direito privado prestadoras de serviço público
	 (art. 37, § 6º, da CF)
c) condutas que, pela sua natureza, são de risco
	(art. 927, p. único, do CC)
2.2. Subjetiva:
a) condutas omissivas das pessoas de direito público e das pessoas de direito privado prestadoras de serviço público 
- a responsabilidade dependerá da demonstração de que o serviço é defeituoso (“falta do serviço”): i) não funcionou, ii) funcionou atrasado ou iii) funcionou mal
exs: buraco na pista, falta de limpeza de bueiros 
b) condutas comissivas ou omissivas das pessoas de direito privado não prestadoras de serviço público (art. 186 do CC) – verifica culpa/dolo do agente
c) responsabilidade pessoal dos agentes públicos (art. 37, § 6º, da CF) – verifica culpa/dolo do agente
3. Requisitos da responsabilidade objetiva
3.1. Conduta: ato de agente de pessoa de direito pú-blico ou de direito privado prestadora de serviço público
- não discute culpa/dolo, nem se serviço é defeituoso
3.2. Dano indenizável
a) dano certo: é o existente, e não apenas o eventual
b) dano especial: é o que atinge pessoas em particular
c) dano anormal: é o que ultrapassa as dificuldades comuns da vida em sociedade
3.3. Nexo de causalidade
- Admitem-se excludentes de responsabilidade: caso for-tuito, força maior, culpa exclusiva da vítima ou de ter-ceiro
- Teoria adotada: Risco Administrativo; não Risco Integral!
4. Responsabilidade das Concessionárias de Serviço Público
a) modalidade: objetiva
b) beneficiários: usuários do serviço + terceiros não usuários (STF se pacificou nesse sentido)
c) responsabilidade do Estado: é subsidiária em relação à prestadora de serviço público
5. Responsabilidade do Tabelião e do Registrador
a) modalidade: objetiva (art. 37, § 6º, da CF)
b) beneficiários: usuários do serviço + terceiros não usuários
c) responsabilidade do Estado: é subsidiária em relação ao delegatário do serviço público
6. Responsabilidade por Ato Legislativo
a) regra: não responde
b) exceções:
- lei inconstitucional 
- lei de efeitos concretos
7. Responsabilidade por Ato Judicial
a) regra: não responde
b) exceções:
- juiz agir com dolo, fraude ou prevaricar (art. 133, CPC) 
- prisão além do tempo (art. 5º, LXXV, da CF)
- erro judiciário: i) reconhecido em revisão criminal; ii) erro grave (prisão sem qualquer envolv. no crime)
8. Responsabilidade do agente público
a) regra: responde por culpa ou dolo
b) responsabilidade direta: não é cabível acionar diretamente o agente público, ou seja, não cabe responsabilidade “per saltum” deste; prejudicado deve ingressar com ação diretamente contra o Estado e este pode denunciar da lide
c) Denunciação da lide do Estado face ao agente:
- Não é obrigatória
- Estado deve imputar fato culposo ou doloso
9. Prescrição
a) Prescrição em geral contra a Fazenda Pública: 5 anos (Decreto 20.910/32)
b) Prescrição em geral para a reparação civil: 3 anos (CC)
- Jurisprudência está dividida
Assinale a alternativa correta: 
a) o Brasil adota a Teoria do Risco Integral em matéria de responsabilidade do Estado
b) a responsabilidade do Estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo necessário averiguar se a conduta do agente público é culposa ou dolosa
c) os agentes públicos respondem subjetivamente pelos danos causados por conduta sua, na qualidade de agentes públicos, não sendo possível, porém, que estes sejam acionados diretamente pela vítima 
d) o Estado não responde por atos legislativos, pois estes não podem ser considerados atos ilícitos
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