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1 APOSTILA DE TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Para começar, devemos definir o entendemos por estratégia. Podemos definir estratégia como a seleção dos meios empregados para realizar objetivos. Por exemplo, se eu quero aumentar a participação de mercado da minha empresa, qual o caminho (estratégia) que minha empresa deve adotar? Para responder a isso, há inúmeros caminhos possíveis, e cada empresa vai decidir o seu próprio caminho. A estratégia nasce da necessidade de se realizar objetivos em situação de concorrência, como é o caso da guerra, dos jogos e dos negócios. Se na guerra temos o inimigo e o campo de batalhas a serem considerados para conseguirmos tomar o espaço dos inimigos, fica fácil perceber o que ocorrerá nos negócios: devemos também mapear o terreno e conhecer as forças dos “inimigos” e do ambiente, além de nossas próprias forças, para podermos prosperar. Podemos então, usar a seguinte definição de estratégia: é um plano que relaciona as vantagens da empresa com os desafios do ambiente. O desafio da estratégia é adaptar a organização com sucesso no ambiente. Como os gerentes adotam de fato uma estratégia específica para a sua organização? Existem várias estruturas passíveis de serem adotadas pelos gerentes. O referencial mais amplamente aceito e comprovado foi desenvolvido por Michael Porter, da Universidade de Harvard. Porter propõe que nenhuma empresa pode ter um desempenho num nível acima da média, tentando ser tudo para as pessoas. A administração, portanto, precisa selecionar uma estratégia que confiar à sua organização uma vantagem competitiva. A vantagem competitiva é uma capacidade ou circunstância que propicia à organização uma vantagem relativa sobre seus concorrentes. O sucesso de longo prazo de qualquer estratégia requer que sua vantagem competitiva seja sustentável, ou seja, ela deve resistir à erosão provocada pelas ações dos concorrentes ou por mudanças evolutivas no setor. Manter uma vantagem competitiva não é uma tarefa simples. A tecnologia muda e com ela preferências dos clientes. É importante lembrar que algumas vantagens podem ser imitadas. É necessário criar barreiras que dificultem a imitação ou que reduzam as oportunidades de concorrência. Há diversas técnicas tendem a criar barreiras para os concorrentes: uso de patentes e direitos autorais, economias de escala, reduzir preços para obter volume, negociação com fornecedores por meio de contratos de exclusividade, incentivo à políticas governamentais protecionistas, etc. O caminho para desenvolvermos a estratégia é o planejamento estratégico Diversos autores têm diversas idéias a respeito do processo de planejamento, o que faz com que nós escolhamos um para seguir. Uma proposta valiosa pode ser encontrada no livro de Stooner e Freeman, com pequenas alterações: 1) Identificação das metas e estratégias atuais: o que estamos fazendo agora para conseguir nosso espaço no mercado? 2) Análise ambiental: estudar os concorrentes, os clientes, os fornecedores, entre outros fatores. 2 3) Análise de recursos: forças fraquezas da empresa. Depois de olhar par o ambiente, a empresa também se coloca neste ambiente, vendo quais os espaços que ela ocupa em relação às outras empresas. 4) Identificação de Oportunidades e Ameaças: Após isto, o mercado está todo mapeado, e a empresa analisa quem ocupa cada espaço, bem como a força de cada um dos concorrentes e a sua própria força. Com estes dados, a empresa vê quais são os espaços que não estão sendo ocupados, quais os espaços que ela quer tomar dos outros, e quais as ameaças que as outras empresas oferecem. Ou seja, depois de definir os espaços de cada, qual a força de cada uma das empresas e da nossa para se defender e tomar o espaço dos outros? OBS.: Estas 4 etapas iniciais são chamadas também de análise PFOA – Análise dos Pontos Fortes e Fracos, Oportunidades e Ameaças. 5) Análise da extensão das mudanças necessárias: definido quais os lugares que queremos ocupar,qual a distância do que temos hoje para o que queremos ter? Por exemplo, se decidirmos lutar no mercado de preços baixos do mercado. Será que estamos perto disto ou vamos ter que reformular tudo? Qual a distância que estamos da posição desejada? 6) Formulação dos objetivos: com base nesta distância, vamos definir objetivos a serem alcançados, que sejam possíveis. Se a distância detectada no item anterior for muito grande, vamos definir objetivos mais simples a curto prazo para, aos poucos, chegarmos onde desejamos. 7) Tomada de decisão estratégica: com base em onde queremos chegar, vamos desenvolver estratégias, avaliar alternativas, seleciona-las. Em outras palavras, qual o caminho que a nossa empresa vai escolher para atingir os objetivos propostos? Claro que vai depender das forças e fraquezas da empresa para decidir o melhor caminho. Tomando novamente o exemplo para diminuir custos podemos fazer: a) uma reestruturação interna acompanhada de demissões; b) comprar de fornecedores mais baratos; c) aumentar a produção o que traz economias de escala. Qual das três possibilidades vamos escolher? Depende da empresa. Se ela já estiver enxuta, sem possibilidades de reestruturação, fica difícil demitir. Se não houver outros fornecedores, não dá para comprar mais barato, e assim por diante. O caminho escolhido vai depender da empresa e do mercado em que ela está inserida. 8) Implementação da estratégia: colocá-la para funcionar, depois que definir um caminho. 9) Medida e controle do progresso: acompanhar os resultados desta implementação, vendo se os resultados acompanham as previsões, o que pode levar a novos desenvolvimentos do processo inteiro. Destas etapas, vamos estudar mais a fundo apenas duas delas: a análise ambiental (item 2), as forças e fraquezas internas da empresa (item 3) e a tomada de decisão estratégica (item 7), que são decisivas para o programa como um todo. 2) ANÁLISE DO AMBIENTE Podemos entender este ambiente como todas as forças que estão fora da empresa e que se relacionam com ela. Primeiramente vamows dividir este estudo em três partes, chamadas de Análise da Concorrência, Análise do Mercado Consumidor e Outros Segmentos Ambientais. 3 2.1) Análise da Concorrência Para estudar os concorrentes, devemos estudar as características do ramo de negócios, analisar o nível e a variação na lucratividade dos concorrentes, qual a participação de cada empresa nas vendas do setor, qual o faturamento, qual no número de funcionários. De um modo geral, devemos analisar quem são nossos concorrentes, detalhadamente. Mas não podemos nos limitar aos aspectos estruturais, devemos também estudar quais as vantagens competitivas que os concorrentes estão utilizando. Vantagem competitiva, em linhas gerais, é o que a empresa faz para diferenciar seu produto dos demais de um mercado, o que vai fazer com que as pessoas comprem o meu produto em vez de outra marca. Pode ser uma excelente qualidade, um bom atendimento, preço baixo, confiança na marca, o status que uma marca traz, a imagem de inovadora que uma empresa tem, entre muitas possibilidades. Para conseguir respostas a estas perguntas, a empresa vai olhar os dados setoriais (que falam das empresas, suas participações no mercado, etc.) vai fazer pesquisas de mercado (para perguntar às pessoas o que elas acham dos produtos dela e dos concorrentes), vai usar consultores externos, entre outros meios. 2.2) Análise do Mercado Consumidor Para conhecer melhor seus consumidores uma empresa deve analisar: 2.2.1) Demográfico: Isto vai influir muito nas atividades da empresa, se ela vende para jovens, a linguagem é uma, e para idosos é outra; pessoas com superior completo de um jeito, analfabetos de outro, por exemplo. - Crescimento da população mundial:qual a taxa de crescimento em diferentes regiões países, cidade, etc. - Composição da população: sexo, idade, distribuição geográfica, níveis de instrução - Mercados étnicos - Padrões de moradia - Movimentações geográficas da população - Mudança de mercado de massa para micromercados 2.2.2) Psicossocial: qual a classe social das empresas, qual o seu estilo de vida, qual a sua personalidade. Neste item, já estamos em questões mais atuais. Como o grupo influencia o consumo das pessoas, como a personalidade de cada um afeta o seu modo de consumir. 2.2.3) Comportamental: tendências de comportamento ou hábito, ocasião de compra, benefícios preferidos, entre outros itens. Estuda-se, por exemplo, como as pessoas compram. Supérfluos – como doces – compra-se por impulso, ou seja a pessoa olha e compra. Já produtos necessários, como sabão em pó, não são comprados por impulso. Por isso, perto da caixa no supermercado não se vê sabão em pó, mas muitos chocolates entre outros doces. Benefícios preferidos são outro bom exemplo: pode-se dar um desconto, ou dar um brinde, ou dar uma rifa para se ganhar um carro. Estuda-se quais os benefícios que as pessoas desejam. 4 2.3) Outros segmentos Ambientais: este grupo contém vários itens do ambiente que influenciam o dia-a-dia e as decisões da empresa, e que não podem ser esquecidos. Entre eles, temos que considerar as mudanças tecnológicas, as ações e controle do governo, as mudanças nas condições da economia e as mudanças nas normas sociais. Vamos ver cada um deles separadamente. 1. Ambiente Econômico: uma recessão no país pode fazer com que as empresas demitam pessoas, ou um aumento na taxa de juros pode levar a empresa a ver suas dívidas aumentarem, pois os custos dos empréstimos aumentam. Com a economia globalizada a situação fica ainda mais difícil: se os investidores deixam o país, com medo da instabilidade política e econômica do país, pode haver uma crise econômica que afetaria todas as empresas. Acompanhar estas mudanças na situação econômica – que inclui acompanhar jornais, informativos econômicos, além da movimentação mundial – é decisivo para as empresas, o que faz deste fator ambiental algo muito importante. Alguns aspectos deste ambiente - Distribuição de renda - Poupança, endividamento e disponibilidade de crédito 2. Ambiente Natural - Escassez de matérias-primas - Custo mais elevado de energia - Níveis altos de poluição - Mudança no papel dos governos 3. Ambiente Tecnológico:é muito fácil perceber, que no mundo de hoje, as empresas precisam se atualizar tecnologicamente para manter suas possibilidades de mercado. Trabalhar com computadores é cada vez mais exigido das pessoas e das empresas. O CD por exemplo, praticamente acabou com o mercado de vinil. As empresas devem estar atentas as possibilidades tecnológicas que surgem a cada dia. - aceleração no ritmo das mudanças tecnológicas - Oportunidades ilimitadas para a inovação - Variações dos orçamentos de P&D - Regulamentação mais rigorosa 4. Ambiente Político-Legal: Esse ambiente é formado por leis, órgãos governamentais e grupos de pressão. Há um aumento no número destes grupos de interesse. O governo influencia na empresa, pois define as regras da legislação trabalhista, por exemplo, definindo qual a tributação que a empresa deve pagar. Além disso, o governo pode fazer valer uma lei sobre proteção ambiental o que vai influenciar diretamente a empresa, que vai ter que se adaptar a esta nova exigência. 5. Ambiente Sóciocultural: a sociedade muda,mudando o comportamento das pessoas, que influencia a empresa, por exemplo, vemos nos últimos anos, uma valorização da saúde, do diet,e do ambientalismo saudável inferferindo no dia-a-dia das empresas, pois as pessoas exigem isto.. Deste modo, produtos diet e academias de ginástica ganharam espaço, enquanto produtos que engordam ou fazem mal à saúde – como o cigarro – sofrem duros golpes. Outro exemplo: as empresas sabem que a família patriarcal, com o pai mandando e o resto obedecendo, está perdendo força para famílias nas quais a mulher – e até os filhos - participam das decisões, o que faz com que as 5 empresas revejam suas estratégias de marketing, atingindo também estes grupos que eram deixados de lado. - Diferentes visões sobre o mundo, pessoas, de si mesmas, das organizações, da sociedade, da natureza. - Persistência de valores culturais centrais - Existência de subculturas - Mudanças dos valores culturais ao longo do tempo Com isto, terminamos uma primeira maneira de fazer uma análise do ambiente, ou seja, de entender o que ocorre fora da empresa e que interfere nas atividades dela. Mas gostaria também de trazer um outro método de entender este ambiente que complementa esta primeira perspectiva. Estamos falando do modelo das cinco forças de Michael Porter, que apresentamos a seguir. Devemos lembrar que alguns itens já apresentados fazem parte também deste modelo, mas outros não. O Modelo das Cinco Forças Competitivas de Michael Porter Para Porter há cinco forças concorrendo num determinado mercado, que seriam: 1) Concorrentes Potenciais (ameaça de entrada de novos concorrentes): são as empresas que ainda não entraram num mercado, mas que tem todas as chances de entrar quando desejar. Exemplo: a Globo, antes de competir com a Editora Abril, era um concorrente potencial. Para explicar isto, basta lembrar que a Globo já trabalhava com informações, já tem jornalistas, tem um jornal que é distribuído em quase todas as bancas do país (O Globo), sabe como funciona o mercado consumidor, tem capital e confiança do mercado. Para disputar com a Editora Abril (VEJA) era só querer. Quis e surgiu a Época. 2) Poder de barganha dos Compradores: este é um dos aspectos mais importantes. A empresa precisa saber quais os desejos dos compradores, quais as vantagens competitivas que eles estão valorizando, para tentar satisfaze-las. Se a empresa não se preocupar com isso, os consumidores exercerão sua força e comprarão dos concorrentes. Esta é a principal força dos consumidores 3) Poder de barganha dos Fornecedores: tenho que tentar conseguir negociar bem com meus fornecedores. Quando há poucos fornecedores para a empresa, a tendência é que eles tenham bastante força, pois a empresa depende do fornecedor. É o caso das fornecedoras de energia, especialmente antes das privatizações do setor. Já na situação contrária, se a empresa for maior e o fornecedor depender dela, a empresa poderá negociar com maiores forças, como é o caso das automobilísticas. Procurar sempre novos fornecedores, saber qual é o preço e a qualidade e os atrativos de cada um, é uma boa forma da empresa lidar com este decisivo fator ambiental. A busca da parceria também é muito valiosa 4) Ameaça de produtos substitutos: são aqueles que, embora diferentes do produto, tiram mercado dele. As pessoas podem passar a comprar o substituto no lugar no produto. Exemplo fácil de ser identificados são os mercados de chá e café. Embora sejam mercados diferentes, o crescimento de um pode acontecer em cima da queda do outro, pois as pessoas podem vir a tomar café em lugar de chá, e vice-versa. 5) Rivalidade entre os concorrentes de um Mercado: neste item Porter está se referindo aos concorrentes diretos de minha empresa, ou seja, está falando sobre as empresas que disputam o mercado diretamente, já estão no mercado e tem um produto similar. 6 3) FORÇAS E FRAQUEZAS INTERNAS DA EMPRESA 3.1) Análise do desempenho da organização: vamos fazer agora o que já fizemos para os concorrentes, desta vez olhando para a própria empresa. Vamos estudar a participação dos clientes no faturamento, qual a participação no mercador, lucro, número de funcionários, etc. Principalmente vamos tentardescobrir quais são os fatores que contribuem para que nosso produto tenha sucesso em relação aos concorrentes. 3.2) Análise de pontos fortes e fracos: após a etapa anterior, teremos um mapa de todo o mercado, com a posição de cada concorrente e mesmo a nossa. Agora vamos tentar descobrir quais as nossas possibilidades, ou seja: para onde queremos ir (em termos de mercado),com quem lutar de quem se defender. Isto vai ser feito com base na experiência dos nossos executivos, com consultas aos clientes, e comparando com a concorrência. Passemos então à fase 7. 7) TOMADA DE DECISÃO ESTRATÉGICA Nesse item, a empresa deve definir qual o caminho que ela vai escolher para atingir os objetivos traçados, ou seja, como ela vai disputar os mercados com seus concorrentes, sem se esquecer dos outros fatores ambientais. Há várias maneiras diferentes, por exemplo: Seleção de estratégia genérica Pode ser subdivida em estratégia de diferenciação, custos ou nicho: - Estratégias de diferenciação: procurar uma identidade próxima para o produto. Em outras palavras, procurar uma vantagem competitiva para este produto. Qualidade, rapidez no atendimento, status do produto, serviço pós-venda, prestígio, entre muitas outras possibilidades. - Estratégia de liderança de custo: a empresa vai procurar ter o menor custo entre os concorrentes, para poder ter preços menores que a concorrência. Sempre vai haver algumas empresas procurando este tipo de liderança. - Nicho ou foco: a empresa procura ser a melhor em um pedaço de mercado. Ela vai focar em apenas uma pequena parte, especializando-se nesta parte. Pode ser focar um grupo específico de consumidores ou uma determinada região, etc. 7 FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO Costuma se condensa-las em quatro: - Planejamento: abrange a definição das metas da organização, o estabelecimento de uma estratégia global para alcançar essas metas e o desenvolvimento de uma hierarquia completa de planos para integrar e coordenar as atividades - Organização: abrange a determinação das tarefas que serão realizadas, quem irá executa-las, como agrupa-las, quem se reportará a quem e quem tomará as decisões. - Liderança: abrange a motivação dos funcionários, direção das atividades dos outros, seleção do canal de comunicação mais eficaz e solução de conflitos entre os membros. - Controle: envolve o processo de monitoração das atividades para garantir que sejam realizadas conforme o planejado e de correção de quaisquer desvios significativos. Habilidades gerenciais: aptidões ou comportamentos que são fundamentais ao cargo gerencial. 1. Habilidades Gerais: - conceituais: dizem respeito à aptidão mental para analisar e diagnosticar situações complexas, ajudando os gerentes a perceber como as coisas se relacionam e a tomar decisões acertadas. - Interpessoais: incluem a capacidade de trabalhar em equipe, entender e motivar as outras pessoas. - Técnicas - Políticas 2. Habilidades Específicas: - CONTROLE REMOTO DA ORGANIZAÇÃO E DE SEUS RECUROS: Isso implica demonstrar habilidade – tanto nas reuniões de planejamento e distribuição de recursos como na tomada de decisão – na prevenção e na antecipação de mudanças ambientais. - ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO: Nestas habilidades, os gerentes se organizam em torno de tarefas. Em seguida, eles coordenam relações de interdependência entre as tarefas. - TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES: Utilização de canais de informação e comunicação para identificar problemas, compreender um ambiente em transformação e tomar decisões eficazes. - PREVISÃO DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: os gerentes garantem seu próprio crescimento e desenvolvimento pessoal, bem como o de seus funcionários, mediante a aprendizagem contínua no trabalho. - MOTIVAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS E ADMINITRAÇÃO DO CONFLITO: os gerentes reforçam os aspectos positivos da motivação de forma que os funcionários se sintam impelidos a executar o trabalho, eliminando, ao mesmo tempo, os conflitos que possam desmotivá- los. 8 - SOLUÇÃO DE PROBLEMAS ESTRATÉGICOS: Os gerentes assumem a responsabilidade por suas próprias decisões e certificam-se de que os subordinados utilizem efetivamente suas habilidades de tomada de decisão. O gerente como tomador de decisão O gerente como Agente de Mudança O gerente em transformação: O VELHO GERENTE O NOVO GERENTE Opera em clima de previsibilidade e estabilidade Prospera no Caos O chefe O treinador Deseja autoridade Dá poder aos funcionários Acumula informação Compartilha informação Tratas todas as pessoas como iguais É sensível às diferenças Públicos: grupos internos ou externos à organização que possuem interesse na organização (gerentes, funcionários, clientes, acionistas, autoridades locais da comunidade, agências reguladoras e governo, fornecedores) Critérios de eficácia - Parâmetros financeiros - Produtividade - Crescimento - Satisfação do cliente - Qualidade - Flexibilidade - Crescimento e satisfação do funcionário - Aceitação social Podem priorizar critérios relativamente ao poder de cada um e enfatizar diferentes realizações para diferentes públicos. COMPETÊNCIAS PARA A MÉDIA ADMINISTRAÇÃO - Iniciar e implementar mudanças e aprimoramento em serviços, produtos e sistemas - Monitorar, manter e melhorar a entrega de serviços e produtos - Monitorar e controlar o uso dos recursos - Garantir a alocação eficaz dos recursos para as atividades e projetos - Recrutar e selecionar pessoal - Desenvolver equipes, indivíduos e a si mesmo para melhorar o desempenho - Planejar, distribuir e avaliar o trabalho realizado por equipes, indivíduos e a si mesmo - Criar, manter e ampliar as relações eficazes de trabalho - Procurar, avaliar e organizar informações para a ação - Trocar informações para resolver problemas e tomar decisões 9 A NOVA ECONOMIA A VELHA ECONOMIA A NOVA ECONOMIA Fronteiras nacionais limitam a competição As fronteiras nacionais são quase insignificantes na definição dos limites de uma organização A tecnologia reforçar hierarquia rígidas e limita o acesso às informações As mudanças tecnológicas no modo como as informações são geradas, armazenadas, utilizadas e compartilhadas as tornam mais acessíveis As oportunidades de emprego se destinam aos trabalhadores industriais As oportunidades de trabalho se destinam a trabalhadores do conhecimento A população é relativamente homogênea A população é caracterizada pela diversidade cultural A empresa é alienada ao seu ambiente A empresa aceita suas responsabilidades sociais A economia é conduzida por grandes corporações A economia é conduzida por empresas pequenas, empreendedoras Os consumidores adquirem aquilo que as empresas decidem fornecer-lhes As necessidades do cliente conduzem os negócios GLOBALIZAÇÃO Há 30 anos, as fronteiras nacionais podiam isolar as empresas das pressões competitivas estrangeiras, fato que não ocorre nos dias de hoje.Elas perderam quase totalmente o sentido de definição dos limites de uma organização. A globalização não significa apenas fazer negócios além das fronteiras nacionais, significa também aumento da competição para quase todo tipo de organização. As duas principais forças motrizes da globalização foram a procura de novos mercados e os esforços para redução de custos. Se uma empresa planeja crescer, a ampliação das operações para além de suas fronteiras nacionais é uma estratégia lógica. CARACTERÍSTICAS Trata-se de um processo social que promove uma mudança na estrutura política e econômica das sociedades. Economicamente significa uma integração dos mercados em nível mundial. Do ponto de vista do consumidor, em uma primeira análise, a globalizaçãopode significar conforto e interesse econômico, na medida que permite acesso a produtos de qualidade e preços diferenciados. Do ponto de vista social, ela apresenta sinais de ser socialmente cada vez menos inclusiva, ou seja, aumenta a polarização entre países e classes quanto à distribuição de riqueza, renda e emprego. O processo de globalização tornou-se mais rápido e abrangente, envolvendo não só o comércio e capitais, mas também áreas como telecomunicações, finanças e outras, graças à revolução das comunicações, que permitiu uma troca de informações mais eficiente entre os locais mais distantes. A rápida evolução e o crescente uso das tecnologias da informação têm um papel fundamental neste processo de melhoria do comércio e das transações financeiras entre os países. Podemos ver a globalização como um avanço do processo de internacionalização econômica, social, cultural e política que está ocorrendo no mundo, principalmente no capitalista, ao longo dos anos 80. Algumas situações são típicas da globalização como: 10 • a adoção de novas tecnologias e novas formas de se organizar a produção e a gestão nas empresas; • formação de blocos regionais, visando fortalecer o comércio regional, como o Mercosul, NAFTA e União Européia; • aprofundamento do processo de formação de oligopólios, como o da indústria automobilística; • fatores de produção mais baratos - produção em escala - mão-de-obra barateada motivada pela migração das empresas - quebra de barreiras e fronteiras nacionais - comércio em escala mundial • preço mais aceitável; • mais benefícios para o consumidor; • maior oferta de produtos; • expõe a empresa não competitiva; • cria situações de desemprego; e • trabalha com princípios e valores. Há a intensificação dos investimentos no exterior pelos bancos e empresas multinacionais dos países centrais. Existindo uma integração entre as economias dos países, mudanças em um país têm influência em todos os outros, pois há uma reação em cadeia sentida por todos. Quando um país tem problemas, os investidores têm a tendência de retirar seus investimentos de países economicamente instáveis e colocá-los em países que apresentam um retorno mais seguro como os EUA. Portanto, em uma economia globalizada a quebra de um país pode levar outros a quebrarem também. TEMPOS MODERNOS A globalização não é, como se pensa, um fenômeno novo. Ela principia com o Tratado Geral de Tarifas e Comércio (GATT) estabelecido em 1947. Ampara-se na maior velocidade dos transportes e das comunicações. Nos anos 80, com o emprego de satélites e fibras óticas pelos meios de comunicação, o setor produtivo e de negócios teve seus resultados subitamente abreviados e a menor custo, verificando-se o fenômeno do aumento de fluxos de capitais e de atividades comerciais, bem como o incremento de serviços possibilitado pelas infovias. Hoje em dia, as relações comerciais são reguladas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) que substituiu o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt). EMPRESA GLOBAL No cenário já globalizado, podemos identificar, por exemplo, uma empresa francesa com características globalizadas: capital suíço; maquinário coreano; fabricação chinesa; marketing italiano; sócios capitalistas na Polônia, Marrocos e México e vendas realizadas nos EUA. Fica caracterizada a dissolução da nacionalidade da empresa e sua própria personalidade. A empresa vê- se articulada segundo a necessidade e a racionalidade econômica: é a empresa global. Outro ponto importante a se destacar são que as mudanças no modo de produção das mercadorias foram significativas. Auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transportes, as empresas globais instalam suas fábricas em algum país que lhes ofereça as melhores vantagens fiscais, mão-de-obra e matérias-primas baratas. Essa situação ocasionou a transferência de empregos dos países ricos - que possuem altos salários e inúmeros benefícios - para as nações industriais emergentes, como os Tigres Asiáticos. 11 Antes quem tomava as grandes decisões econômicas eram os governos. Agora são as empresas que estão tomando as decisões, são elas que decidem o que, como, quando e onde produzir os bens e serviços que serão consumidos pelo mundo. Nos anos 70 havia algumas centenas de multinacionais; hoje, elas são em torno de 40.000. As 200 maiores empresas mundiais empregam 18,8 milhões de trabalhadores (0,75% da mão-de- obra) e abrangem 25% da atividade econômica mundial! A empresa global fundamenta-se na automação e na robótica. A sua organização é flexível, com grande mobilidade dos seus quadros. ASSALARIADOS A classe assalariada vê-se submetida a modalidades empregatícias e padrões salariais nem sempre aceitáveis. Os salários mais baixos e menos protegidos podem obter trabalho se o lema é “produzir onde a mão-de-obra é barata e vender onde ela é cara”. Os sindicatos demonstram despreparo ao negociar os interesses de seus filiados pois não se adaptaram aos novos desafios impostos pela globalização, não acompanharam o ritmo vertiginoso imposto às empresas pela competitividade e liderança de mercado. Os sindicatos perderam grande parte de seu poder de influência política e econômica, e não conseguem garantir os interesses dos trabalhadores. Os trabalhadores encontram-se em situação desfavorável dentro desta nova ordem mundial; eles não encontram uma maneira de brigar por melhorias nas condições de trabalho, pois neste momento precisam se preocupar mais em se manter empregados. O imenso desemprego existente inibe greves ou protestos, pois poderia resultar, não em vantagens para os trabalhadores, mas em demissões em massa e a contratação de outros empregados por salários menores. Além disso os assalariados enfrentam o chamado desemprego estrutural, quando postos de trabalhos são eliminados. É causado pela crescente concorrência internacional que obriga as empresas a cortar custos, com o objetivo de obter preços sempre menores para os seus produtos, além da automação de vários setores, em substituição à mão de obra humana. SISTEMA FINANCEIRO GLOBAL Este sistema baseia-se na produtividade e lucro máximo. O mercado financeiro é representado pelos gestores dos fundos de pensão e de investimentos que movimentam um capital de 6.000 bilhões (US$), somente nos EUA. O deslocamento deste capital pode causar pânico no mercado financeiro refletindo seriamente na saúde da economia dos demais continentes. FATOS DA GLOBALIZAÇÃO A mobilidade confere à economia financeira lastro maior do que a que cabe à economia produtiva e não há instituições internacionais capazes de regular a ação das empresas globais. O Estado fica desconfortável pois não controla a produção, o câmbio e nem o fluxo de capitais, embora ainda permaneça responsável pela segurança, educação e ordem pública. A globalização é naturalmente invasiva e poderosa e seu poder, abrangente, escapa ao controle das Nações, provocando conflitos entre valores que regem a cada uma, respectivamente. Alguns economistas colocam que o futuro da economia globalizada deste início de século só tem duas alternativas: ou se regulamenta imediatamente, ou sofrerá um crash, pois da maneira que está os governos não conseguem mais deter os movimento do capital internacional. E, conseqüentemente, seu controle sobre a política econômica interna está diminuindo. Tomemos o exemplo mexicano no final de 1994: assim que o governo desvalorizou o peso frente ao dólar, os investidores sacaram vários bilhões aplicados no país, que precisou ser socorrido pelo FMI e pelo governo dos EUA. Os governos também estão perdendo a capacidade de proteger o emprego e a renda das pessoas. Se um 12 país estabelece uma legislação que protege e encarece o trabalho, é provavelmente excluído da listade muitos projetos de investimento. Conseqüências da globalização A transformação do mundo numa grande aldeia global, sem fronteiras, em que todos possam compartilhar interesses pessoais, inovações tecnológicas e científicas, num desenvolvimento equilibrado de todas as nações, são algumas das conseqüências prometidas pela globalização. Porém, algumas das conseqüências que se tem visto são o desemprego, a perda do poder do Estado frente ao mercado, o fortalecimento da dominação de alguns países sobre outros, entre outros aspectos. A globalização tem um custo alto para o Estado e também para a própria sociedade, que arca com um ônus muito alto: o desemprego, que atinge não só os países em desenvolvimento, como também os países desenvolvidos Alguns estudiosos consideram que devido à revolução tecnológica deste fim de século e as novas filosofias políticas e econômicas, é inevitável que a sociedade assalariada seja enormemente prejudicada com a globalização. Outra conseqüência perversa da globalização é a perda do poder do Estado frente aos grupos econômicos. Para ilustrar as conseqüências desse processo, vejamos a recente fusão entre os bancos Citicorp e Travellers que, juntos, somam capital de U$ 700 bilhões, valor que supera em três vezes o total de reservas internacionais do Japão (US$ 200 bilhões), segunda maior potência mundial. Segundo pesquisa do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de São Paulo, em 1994 as maiores empresas do mundo (Mitsubishi, Mitsui, Sumitomo, General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nissho e Shell) obtêm um faturamento de 1,4 trilhão de dólares. Esse valor eqüivale à soma dos PIBs do Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela e Nova Zelândia. As conseqüências deste processo são alarmantes, pois nunca houve tamanha concentração de renda e exclusão social. Ao contrário do que acontecia no início do século XX, a classe trabalhadora não encontra mais no Estado a garantia de seus direitos individuais e trabalhistas, que se encontram condicionados ao capital. Algumas das possíveis soluções para resolver estes problemas passam por propostas como a regulamentação da economia nacional, criação de novas leis trabalhistas e incentivo a programas de valorização da cidadania.
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