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CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 1 3ª Aula Curso Direito do Trabalho TRT- RN (21ª) Olá pessoal, Já estamos na terceira aula de nosso curso! Hoje iremos estudar rescisão do contrato de trabalho! Peço a atenção especial de vocês para o tema justa causa que é muito abordado em provas de concursos públicos. Temas: Rescisão do contrato de trabalho: justas causas; despedida indireta; dispensa arbitrária; culpa recíproca; indenização. Aviso prévio. 3.1. Rescisão do Contrato de Trabalho: Para que um contrato de trabalho termine será necessário ocorrer manifestação de vontade de uma das partes, das duas partes ou ocorrer algum fato que possa acarretar na sua terminação, como, por exemplo, a morte do empregado. Os doutrinadores utilizam diversos termos para tratar deste tema, que vão desde terminação, cessação, extinção, até dissolução do contrato de trabalho. As principais hipóteses de terminação do Contrato de Trabalho por prazo indeterminado são: ¾ Resilição: É uma forma de extinção do contrato de trabalho, na qual nenhuma das partes deu um motivo para isto. a) Dispensa imotivada/ sem justa causa do empregado: Neste tipo de dispensa o empregado não deu motivo para que o empregador o dispensasse. b) Pedido de demissão pelo empregado: É um direito potestativo do empregado, uma declaração unilateral e receptícia de vontade, feita pelo empregado ao empregador, com o objetivo de extinguir o contrato de trabalho, sem que o empregador tenha dado motivo. Ao dizer que esta declaração é receptícia, estamos dizendo que o destinatário dela é certo (empregador) e ela somente irá aperfeiçoar-se quando o empregador tomar ciência dela. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 2 c) Distrato: é a hipótese de resilição contratual em que o contrato de trabalho é extinto por mútuo acordo, tendo o empregado direitos iguais aos da dispensa imotivada deliberada pelo empregador, em face do princípio de proteção ao hipossuficiente. ¾ Resolução: A resolução é a extinção do contrato quando o empregado ou o empregador cometem justa causa ou culpa recíproca, estabelecidos nos artigos 482, 483 e 484 da CLT. ⇒ Dispensa por justa causa (art. 482 da CLT) ⇒ Despedida indireta (art. 483 da CLT) ⇒ Culpa recíproca (art. 484 da CLT) ¾ Rescisão: É a ruptura do contrato de trabalho por nulidade quando o objeto for ilícito. Exemplificando: Podemos citar o contrato celebrado com o apontador de jogo de bicho (OJ 199 da SDI-1 do TST) e a contratação de trabalhador pela administração pública sem a prestação de concurso público (Súmula 363 do TST). Súmula 363 do TST A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS. O art. 37, II da Constituição Federal estabelece a obrigatoriedade de concurso público para a investidura em cargos, empregos ou funções públicas na administração direta, indireta, autárquica e fundacional. A Súmula 363 do TST estabelece as verbas que serão devidas guando reconhecida a nulidade de um contrato de trabalho com a Administração, sem a prévia existência de um concurso público. São elas: os depósitos do FGTS e os salários referentes às horas trabalhadas. ¾ Força Maior: Trata-se de um evento não-previsto pelo empregador, um evento da natureza, como por exemplo, a chuva, a inundação, um incêndio. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 3 A extinção do contrato poderá ocorrer em razão da paralisação definitiva ou temporária do trabalho em virtude de ato de autoridade municipal, estadual ou federal ou em razão de promulgação de lei que impossibilite a continuação do contrato (Factum Principis). O Factum Principis, previsto no art. 486 da CLT, é uma subespécie de força maior. Art. 486 da CLT - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável. § 1º - Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente artigo, o tribunal do trabalho competente notificará a pessoa de direito público apontada como responsável pela paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, alegue o que entender devido, passando a figurar no processo como chamada à autoria. § 2º - Sempre que a parte interessada, firmada em documento hábil, invocar defesa baseada na disposição deste artigo e indicar qual o juiz competente, será ouvida a parte contrária, para, dentro de 3 (três) dias, falar sobre essa alegação. § 3º - Verificada qual a autoridade responsável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á por incompetente, remetendo os autos ao Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual correrá o feito nos termos previstos no processo comum. ¾ Morte do empregador pessoa física ou do empregado: É uma forma de extinção do contrato do trabalho que não foi prevista pelas partes e neste caso não será devido o aviso prévio e nem a indenização de 40% do montante depositado no FGTS. ¾ Extinção da Empresa ou do estabelecimento: No caso de extinção da empresa serão devidas ao empregado todas as parcelas decorrentes da extinção (Súmulas 44 e 388 do TST). Súmula 44 do TST A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 4 Súmula 388 do TST A Massa Falida não se sujeita à penalidade do art. 467 e nem à multa do § 8º do art. 477, ambos da CLT. Antes de falar da Justa Causa, vou citar os princípios aplicáveis à terminação do contrato de trabalho, são eles: a) O princípio da continuidade da relação de emprego: Informa tal princípio que se deve presumir que o contrato de trabalho tenha validade de por tempo indeterminado, sendo exceção o contrato de trabalho por prazo determinado, pois a permanência do vínculo empregatício com a inserção do trabalhador na estrutura empresarial é da gênese do Direito do Trabalho. Súmula 212 O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado b) O princípio do in dúbio pró-operário: Caracteriza-se este princípio pelo fato de que quando o empregador estiver em dúvida em relação a qual norma aplicar ele deverá aplicar a norma que for mais favorável ao empregado. Hipóteses de terminação do contrato de trabalho Resilição Resolução Rescisão CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 5 c) O princípio da irrenunciabilidade dos direitos: O empregado não poderá renunciar a um direito trabalhista que lhe seja assegurado, portanto ele não poderá, por exemplo, renunciar ao aviso prévio ou á indenizaçãocompensatória de 40% do valor depositado no FGTS, quando ele for dispensado sem justa causa. d) O princípio da norma mais favorável: Caracteriza-se por ser um princípio, em virtude do qual, independente da sua hierarquização na escala das normas jurídicas aplicar-se-á que for mais favorável ao trabalhador. 3.2. Justa Causa: Justa causa é a prática de um ato pelo empregado que quebrará a fidúcia da relação empregatícia, ou seja, a confiança entre empregado e empregador, permitindo-se que ele seja dispensado sem o recebimento de alguns direitos trabalhistas. A dispensa por justa causa ocorrerá somente nas hipóteses previstas em lei, pois o ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema taxativo, ou seja, somente nas hipóteses em que a lei permitir é que o empregado poderá ser dispensado por justa causa. Tal fato decorre do princípio da continuidade da relação de emprego, já estudado anteriormente É vedado ao empregador anotar na CTPS do empregado a penalidade de justa causa aplicada, sob pena de ser compelido a indenizá-lo por dano moral. Já estudamos anteriormente que o empregador detém alguns poderes no contrato de trabalho, dentre eles podemos citar: o poder disciplinar, o poder de comando e o poder de fiscalizar a prestação de serviços de seu empregado. Sendo assim, o empregador terá o direito de fiscalizar a forma como o empregado está trabalhando e se for necessário aplicar-lhe punição (Poder Disciplinar). São consideradas punições disciplinares: a) advertência escrita ou verbal: Também denominada de admoestação, censura ou repreensão, objetiva punir as faltas leves bem como as reincidentes. Exemplificando: atrasos, faltas injustificadas, etc. b) suspensão disciplinar: Quando o empregado praticar faltas mais graves, o empregador poderá suspendê-lo por até 30 dias, conforme estabelece o art. 474 da CLT. Trata-se de um período de suspensão contratual no qual o empregado não receberá o salário e nem prestará o trabalho. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 6 É importante frisar que caso a suspensão extrapole os 30 dias consecutivos importará no rompimento do contrato de trabalho sem justa causa. c) Justa causa: Segundo o jurista Evaristo de Moraes Filho, justa causa é todo ato doloso ou culposo que faça desaparecer a confiança e a boa-fé que deva entre as partes existir, tornando impossível o prosseguimento da relação de emprego. Outro conceito importante de justa causa é o do jurista Maurício Godinho Delgado, pois para ele justa causa é a ruptura por ato culposo do empregado. O jurista, ainda, diferencia a Justa causa da despedida indireta que é a ruptura por ato faltoso do empregador. Portanto, justa causa nada mais é do que a prática de um ato pelo empregado que quebrará a fidúcia da relação empregatícia, ou seja, a confiança entre empregado e empregador. A Justa causa é a pena máxima que um empregador poderá aplicar ao seu empregado, sendo permitida, somente, nos casos expressos no art. 482 da CLT e em lei. Art. 482 da CLT Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 7 k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a segurança nacional. Explicando e exemplificando: a) Improbidade: é a violação de dever moral por parte do empregado, abrange tudo o que é desonesto e que o empregado pratique; b) Incontinência de conduta ou mau procedimento: vida irregular, conduta incompatível com o cargo ocupado, desregramento de conduta sexual. c) Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço: É importante frisar que neste caso é imprescindível a existência conjunta de dois requisitos para que possa ser aplicada ao empregado a justa causa: a ausência de permissão do Ressalta-se que caso a concorrência for prejudicial ao serviço ser concorrência com a empresa. d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena: É importante tomar cuidado com a necessidade de ocorrer o trânsito em julgado da sentença e de não ter ocorrido a suspensão da execução da pena, o que a doutrina chama de “sursis”. Assim caso tenha ocorrido a suspensão da pena não poderá ser o empregado dispensado por justa causa. e) Desídia no desempenho das respectivas funções: Desídia seria uma síntese de faltas leves, como por exemplo, as modalidades de culpa como imprudência, negligência ou imperícia. k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a segurança nacional. Explicando e exemplificando: a) Improbidade: é a violação de dever moral por parte do empregado, abrange tudo o que é desonesto e que o empregado pratique; b) Incontinência de conduta ou mau procedimento: vida irregular, conduta incompatível com o cargo ocupado, desregramento de conduta sexual. c) Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço: É importante frisar que neste caso é imprescindível a existência conjunta de dois requisitos para que possa ser aplicada ao empregado a justa causa: a ausência de permissão do empregador e constituir concorrência para a Ressalta-se que caso a concorrência for prejudicial ao serviço ser concorrência com a empresa. d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena: É importante tomar cuidado com a necessidade de ocorrer o trânsito em julgado da sentença e de não ter ocorrido a suspensão da execução da pena, o que a doutrina chama de “sursis”. Assim caso tenha ocorrido a suspensão da pena não poderá ser o empregado dispensado por justa causa. e) Desídia no desempenho das respectivas funções: Desídia seria uma síntese de faltas leves, como por exemplo, as modalidades de culpacomo imprudência, negligência ou imperícia. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 8 Observem abaixo, uma questão da banca CESPE! (UnB/CESPE - Exame de Ordem 2008.2) Antônio, contratado como vigilante noturno de uma instituição financeira, abandonou, em duas oportunidades distintas, sem justificativa, seu posto de trabalho, por cerca de 30 minutos, para resolver questões particulares, fato comprovado por testemunhas. Na situação hipotética apresentada, a atitude de Antônio, para fins de despedida por justa causa, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, é considerada A) abandono de emprego. B) ato de improbidade. C) ato de indisciplina ou de insubordinação. D) desídia no desempenho de suas funções. Comentários: Desídia seria uma síntese de faltas leves como as faltas praticadas por imprudência, negligência ou imperícia. Exemplo 1: Um empregado que dirigi um caminhão em alta velocidade e por impudência causa um acidente. Exemplo 2: Um empregado que é negligente em suas funções desempenhando-a de forma leviana, que não presta atenção ao elaborar relatórios calculando sob quaisquer valores e não sob os vetores reais da empresa. Exemplo 3: Um médico, empregado de uma clínica, que ao engessar o braço de um paciente, o faz de forma incorreta, causando seqüelas na paciente. f) Embriaguez habitual ou em serviço: Ressalta-se que a embriaguez em serviço basta ocorrer um a única vez, porém fora do serviço será preciso afetar o desempenho do empregado no trabalho, portanto terá que ser habitual. g) Violação de segredo da empresa: A doutrina questiona se é necessário haver o prejuízo para a empresa com a violação. Porém para uma prova objetiva basta considerar que a simples violação de segredo da empresa, por si só, já acarretaria a aplicação da penalidade de justa causa. h) ato de indisciplina ou de insubordinação: Indisciplina é o descumprimento de ordens genéricas, ou seja, dirigidas a todos os empregados. Insubordinação é o descumprimento de ordens específicas, dirigida diretamente a um empregado individualmente. Porém, o empregado não estará obrigado a cumprir ordens ilegais, moralmente ilegítimas, que o diminuam ou o coloquem em grave risco. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 9 i) abandono de emprego: Configura-se com a existência dos seguintes requisitos: a) faltas reiteradas consecutivas; b) faltas injustas e não abonadas; c) “animus abandonandi”, ou seja a intenção de abandonar. j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem: Praticado contra as pessoas que freqüentam o estabelecimento, como os clientes, por exemplo. k) ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem: Praticado contra empregadores e prepostos. l) prática constante de jogos de azar: a prática reiterada de jogos de azar dará ensejo à aplicação da pena de justa causa ao obreiro. DICA: Há autores que defendem a gradação das penas para que a justa causa possa ser aplicada. Porém a corrente majoritária entende que basta apenas um fato gravíssimo para que o empregado seja dispensado por justa causa, independente de ter sido advertido antes. São requisitos para aplicação da justa causa ao obreiro: ¾ Gravidade da falta: A gravidade da falta deverá ser analisada “in concreto”, ou seja, com elementos objetivos e subjetivos ligados à personalidade do agente, tais como: a) tempo de serviço do empregado; b) ficha funcional do empregado; c) intenção do empregado; d) local e época do fato; dentre outros. ¾ Contemporaneidade ou Imediatidade: Também denominada simultaneidade caracterizando-se pelo fato de que a punição deverá ser contemporânea ao fato que a ensejou, sob pena de acarretar-se o perdão tácito. Falta não punida é considerada falta perdoada. Exemplificando: Rogério provocou briga em serviço e agrediu, injustamente, Jair, seu colega de trabalho. Em conseqüência, a empresa empregadora puniu Rogério com cinco dias de suspensão. Embora não tenha cometido mais nenhuma falta, após o decurso de um ano, Rogério foi despedido por justa causa, sob a alegação da já mencionada agressão a Jair. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 10 Na situação descrita a empresa não poderia punir Rogério uma vez que um dos requisitos para aplicação da Justa causa é a imediatidade e também porque a falta praticada já foi punida com a penalidade de suspensão. ¾ Vedação da dupla punição: É o princípio do “Non bis in idem”, ou seja, para cada falta praticada somente poderá ocorrer uma única punição. Exemplificando: Leonardo, empregado da empresa XX Ltda., após criticar seu superior hierárquico de forma contundente e com uso de expressões depreciativas, recebeu uma advertência por escrito. Sendo assim, ele não poderá ser dispensado por justa causa uma vez que o seu empregador já lhe aplicou a pena disciplinar de advertência. Na hipótese de seu empregador dispensá-lo por justa causa em razão da prática de ato lesivo da honra e boa fama disciplinado pelo art. 482, K da CLT ele estaria aplicando uma dupla punição para um mesmo fato, o que é vedado. Trata-se do princípio do “non bis in idem”, ou seja, uma falta praticada pelo empregado somente poderá ser punida uma vez, assim para cada fato gerador da justa causa deverá ocorrer apenas uma punição. ¾ Proporcionalidade: Na aplicação da justa causa o empregador deverá observar uma relação proporcional entre a falta praticada e a pena aplicada. Para falta leve deverá ser aplicada uma pena leve, como por exemplo, advertência. ¾ Ausência de perdão: O perdão é a ausência de punição para o ato faltoso cometido pelo empregado e poderá ser tácito ou expresso. ¾ Motivo determinante: Prevalece a teoria subjetiva quando ao motivo exposto para a aplicação da justa causa, o que significa dizer que o empregador ficará vinculado ao motivo que determinou a justa causa. ¾ Não discriminação ou tratamento igual: Quando dois ou mias empregados praticarem a mesma falta o empregador não poderá puni-los de forma diferente, sob penas de violar o princípio constitucional da não-discriminação. Os tipos legais enumerados no art. 482 da CLT são os da justa causa praticada pelo empregado e os do art. 483 da CLT são os da Justa causa praticada pelo empregador. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 11 A Justa causa é a pena máxima que um empregador poderá aplicar ao seu empregado, sendo permitida somente nos casos expressos no art. 482 da CLT e em alguns casos tipificados em lei. Portanto para a corrente majoritária as hipóteses de justa causa são taxativas na lei, significando dizer que o empregador somente poderá dispensar o seu empregado por justa causa nas hipóteses em que a lei prevê. Os tipos legais de justa causa estão contidos nos arts. 158, 240, 482, 508 da CLT e 7º do Decreto 95247/87, 15 da Lei 7.783/89, art. 433, II da CLT, art. 6º - A da Lei 5.859/72, art. 13 da Lei 6.19/74 e em algumas leis esparsas. O art. 158 da CLT dispõe que é ato faltoso do empregado a recusa injustificada de usar os equipamentos deproteção individual. O art. 240 do mesmo diploma legal dispõe que em caso de urgência e acidentes nas estradas de ferro, a recusa dos ferroviários em prestar horas extraordinárias é considerada justa causa. Já o art. 508 estabelece que será considerada justa causa do bancário, a falta contumaz no pagamento de dívidas legalmente exigíveis. 3.3. Despedida Indireta: Ocorrerá a despedida indireta ou rescisão indireta, quando a falta grave é cometida pelo empregador. As causas estão tipificadas no art. 483 da CLT. Art. 483 da CLT O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 12 § 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,quando tiver de desempenhar obrigações legais incompatíveis com a continuação do serviço. § 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho. § 3º - Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo. Súmula 13 do TST O só pagamento dos salários atrasados em audiência não ilide a mora capaz de determinar a rescisão do contrato de trabalho. 3.4. Dispensa Arbitrária: A estabilidade do empregado é um fato que impede que ele seja dispensado sem justa causa, e ainda assim quando precedido por inquérito para apurar falta grave previsto pela Súmula 379 do TST. Súmula 379 do TST O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. Lembrando que a estabilidade é uma espécie do gênero garantia de emprego, observem o que diz a Súmula 348 do TST. Súmula 348 do TST É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos. Súmula 339 do TST I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 13 Súmula 369 do TST I - É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador, na forma do § 5º do art. 543 da CLT. II - O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de dirigentes sindicais, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. III- O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. OJ 369 da SDI-1 do TST O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, submetidos a processo eletivo. OJ 365 do TST Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT). Súmula 396 do TST I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego. II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT. Súmula 378 do TST I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 14 OJ 253 da SDI-1 do TST O art. 55 da Lei nº 5.764/71 assegura a garantia de emprego apenas aos empregados eleitos diretores de Cooperativas, não abrangendo os membros suplentes. Súmula 244 do TST I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem justa causa. 3.5. Culpa Recíproca: A culpa recíproca prevista no art. 484 da CLT, ocorre quando tanto o empregado quanto o empregador praticam Justa causa tipificadas nos artigos 482 e 483 da CLT. • Súmula 14 TST Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho o empregado tem direito a 50% do valor do aviso prévio, do décimo-terceiro salário e das férias proporcionais. • 20% da indenização compensatória do FGTS. Art. 484 da CLT Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade. Súmula 14 do TST Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.¾ Culpa Recíproca: • Saldo de salários; • Férias vencidas acrescidas de 1/3; • 50% Férias proporcionais acrescidas de 1/3; • 50% do aviso prévio; • 50% 13º salário proporcional; • FGTS acrescido de 20% de indenização compensatória. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 15 Verbas devidas: Com o objetivo de facilitar a memorização de vocês em relação ao tema elaborei um roteiro no qual as hipóteses de terminação do contrato de trabalho, já aparecem com as respectivas verbas devidas. Sendo assim, apresento abaixo as hipóteses de cessação do contrato de trabalho, seja por prazo determinado ou indeterminado, bem como as respectivas verbas devidas. Quadro esquemático da terminação contratual: Contratos de Prazo Indeterminado ¾ Na dispensa sem justa causa do empregado, ele fará jus aos seguintes direitos: • Aviso prévio trabalhado ou Indenizado; • Saldo de salários; • Indenização das férias integrais não gozadas simples ou em dobro, acrescidas do terço constitucional; • Indenização das férias proporcionais acrescidas do terço constitucional; • 13º salário; • Indenização compensatória de 40% sobre FGTS; • Levantamento do saldo existente na conta vinculada do FGTS; • Recebimento das guias do seguro-desemprego; • Indenização adicional de 1 salário mensal quando dispensado nos 30 dias que antecedem a data base de sua categoria. ¾ No pedido de demissão o empregado terá o dever de dar o aviso prévio, sob pena de o empregador descontar os salários correspondentes a este período. Fará jus aos seguintes direitos: • Saldo de salários; • Indenização das férias integrais não gozadas simples ou em dobro acrescidas do terço constitucional; • Indenização da féria proporcionais acrescidas do terço constitucional, mesmo que o empregado não tenha completado 1 ano de empresa. (S. 171 e 261 TST); • 13º salário. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 16 ¾ Na demissão por Justa causa o empregado terá direito: • Saldo de salários; • Férias integrais simples ou em dobro acrescidas de 1/3. Atenção: O empregado quando é demitido por Justa Causa não fará jus aos seguintes direitos: • FÉRIAS PROPORCIONAIS; • AVISO PRÉVIO; • 13º SALÁRIO; • LEVANTAMENTO DE FGTS; • 40% DE INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA; • GUIAS CD/SD. ¾ Na despedida indireta o empregado fará jus às seguintes verbas trabalhistas: • Saldo de salários; • Férias vencidas acrescidas de 1/3; • Férias proporcionais acrescidas de 1/3; • Aviso prévio; • 13º salário integral e proporcional; • FGTS acrescido de 40%; • Seguro desemprego. ¾ Culpa Recíproca: • Saldo de salários; • Férias vencidas acrescidas de 1/3; • 50% Férias proporcionais acrescidas de 1/3; • 50% do aviso prévio; • 50% 13º salário proporcional; • FGTS acrescido de 20% de indenização compensatória. ¾ Força Maior: • Saldo de salários; • Férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3; • 13º salário proporcional; • FGTS acrescido de 20%; • Seguro desemprego. Contratos de Prazo Determinado: ¾ Despedida por justa causa antes do termo final: • Saldos de salários; • Férias vencidas acrescidas de 1/3. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 17 ¾ Pedido de Demissão: • Saldo de Salários; • Férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3; • 13º salário proporcional; • Indenização ao empregador (art. 480 da CLT). ¾ Força Maior: • Saldo de Salários; • Férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3; • 13º salário proporcional; • 50% Indenização prevista no art. 479 da CLT; • FGTS; • Seguro desemprego. ¾ Culpa Recíproca: • Saldo de salários; • Férias vencidas acrescidas de 1/3; • 50% féria proporcionais acrescidas de 1/3; • 50% do 13º salário proporcional; • FGTS; • 50% da indenização prevista no art. 479 da CLT. ¾ Aposentadoria: ¾ Aposentadoria compulsória: É aquela modalidade de aposentadoria requerida pelo empregador quando o empregado completar 70 anos (homem) e 65 anos (mulher), quando o empregado completar o número mínimo de carência exigido pela legislação previdenciária. • Saldo de salários; • Férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3; • Aviso prévio; • 13º salário proporcional; • FGTS acrescido de 40%; • PIS. ¾ Aposentadoria espontânea com rompimento do contrato: A aposentadoria espontânea somente será considerada causa de extinção do contrato de trabalho, quando o empregado não permanecer prestando serviços a seu empregador após aposentar-se. Caso contrário ela não será considerada forma de extinção do contrato de trabalho. • Saldo de salários; • Férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3; • Desconto do aviso prévio devido ao empregador; • 13º salário; • Aviso prévio; • PIS. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 18 OJ 361 da SDI- 1 do TST A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral. 3.6. Indenização: Art. 479 da CLT Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato. Parágrafo único - Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Art. 480 da CLT Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem. § 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições. Art. 481 da CLT Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Art. 484 da CLT Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade. Art. 485 da CLT - Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os empregados terão direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os arts. 477 e 497. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 19 Art. 486 da CLT - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável. § 1º - Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente artigo, o tribunal do trabalho competente notificará a pessoa dedireito público apontada como responsável pela paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, alegue o que entender devido, passando a figurar no processo como chamada à autoria. § 2º - Sempre que a parte interessada, firmada em documento hábil, invocar defesa baseada na disposição deste artigo e indicar qual o juiz competente, será ouvida a parte contrária, para, dentro de 3 (três) dias, falar sobre essa alegação. § 3º - Verificada qual a autoridade responsável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á por incompetente, remetendo os autos ao Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual correrá o feito nos termos previstos no processo comum. Súmula 7 do TST A indenização pelo não-deferimento das férias no tempo oportuno será calculada com base na remuneração devida ao empregado na época da reclamação ou, se for o caso, na da extinção do contrato. 3.7. Aviso Prévio: É a comunicação antecipada de uma parte à outra do desejo de rescindir o contrato de trabalho, sem justa causa, com a antecedência a que estiver obrigada por lei. O aviso prévio prescinde de forma especial, podendo ser dado verbalmente ou por escrito. É importante respeitar o prazo mínimo de 30 dias previsto no art. 7º, XXI da CF/88. Art. 7º XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; Até a presente data não há uma lei estabelecendo o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, previsto na Constituição federal. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 20 Assim, o prazo mínimo do aviso prévio será de 30 dias e não há que se falar em aviso prévio proporcional. Portanto, o aviso prévio proporcional é norma de eficácia contida e dependerá de regulamentação legal. Neste sentido temos a Orientação Jurisprudencial 84 da SDI- 1 do TST. OJ 84 da SDI- 1 do TST A proporcionalidade do aviso prévio, com base no tempo de serviço, depende da legislação regulamentadora, visto que o art. 7º, inc. XXI, da CF/1988 não é auto-aplicável. A natureza jurídica do aviso prévio é ato unilateral, receptício e potestativo. No Direito do Trabalho o aviso prévio é utilizado, em regra nos contratos de prazo indeterminado, nas hipóteses de resilição do contrato de trabalho (terminação imotivada), assim toda vez que um dos contratantes (empregado ou empregador) em um contrato de prazo indeterminado quiser sem motivo romper o vínculo contratual deverá comunicar à outra parte com certa antecedência. O empregador está obrigado a pagar o valor correspondente ao período de aviso prévio quando não quiser que o seu empregado trabalho durante este período. É o que a doutrina denomina de aviso prévio indenizado, ou seja, o empregado recebe, mas não trabalha. Embora o aviso prévio seja um instituto típico de um contrato de prazo indeterminado, pois nos contratos de prazo determinado as partes já ajustaram, desde o início o seu término, há exceção na qual o aviso prévio poderá incidir nos contratos de prazo determinado quando existir previsão de cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão prevista no art. 481 da CLT e S. 163 do TST. Art. 481 da CLT Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Súmula 163 do TST Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481 da CLT. Logo, se houver no contrato por prazo determinado a cláusula assecuratória do art. 481 da CLT, toda vez que alguma das partes quiser romper o contrato sem motivo antes de seu termo final, aplicar-se-á as regras do contrato por prazo indeterminado sendo devido aviso prévio. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 21 Art. 487 da CLT Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: I - 8 (oito) dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior; (Derrogado pela CF/88) II - 30 (trinta) dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. § 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. ' § 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses de serviço. § 4º - É devido o aviso prévio na despedida indireta. § 5o - O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado. § 6o - O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio, beneficia o empregado pré-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente os salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu tempo de serviço para todos os efeitos legais. Art. 488 da CLT O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral. Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II do art. 487 desta Consolidação. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 22 Art. 489 da CLT Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração. Parágrafo único - Caso seja aceita a reconsideração ou continuando a prestação depois de expirado o prazo, o contrato continuará a vigorar, como se o aviso não tivesse sido dado. Art. 490 da CLT O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado, praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida. O aviso prévio é obrigatório nas cessações dos contratos de prazo indeterminado e nos contratos de prazo determinado que contenham a cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão. Art. 491 da CLT O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo. Aproveito para transcrever para vocês algumas Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST que estão sendo abordadas nas provas de concurso público em relação ao aviso prévio. Súmula 44 do TST A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio. Súmula 276 do TST O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado.O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego. Súmula 163 do TST Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481 da CLT. Súmula 230 do TST É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 23 Súmula 348 do TST É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos. Súmula 380 do TST Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil de 2002 à contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do vencimento. Súmula 369, V, do TST O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. OJ 367 da SDI-1 do TST O prazo de aviso prévio de 60 dias, concedido por meio de norma coletiva que silencia sobre alcance de seus efeitos jurídicos, computa-se integralmente como tempo de serviço, nos termos do § 1º do art. 487 da CLT, repercutindo nas verbas rescisórias. OJ 14 da SDI-1 do TST Em caso de aviso prévio cumprido em casa, o prazo para pagamento das verbas rescisórias é até o décimo dia da notificação de despedida. Súmula 305 do TST O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição para o FGTS. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 24 3.8. Questões CESPE sem comentários: 1. (TRT- Analista Judiciário- Execução de Mandados - 1.ª Região - 2008) Caso ocorra a rescisão contratual no período de 30 dias que antecede à data-base, o pagamento das verbas rescisórias com o salário já corrigido afasta o direito à indenização adicional. 2. (UnB/CESPE – TRT/1.ª Região - Analista Judiciário – Área: Judiciária – Execução de Mandados/ 2008) Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% do valor do aviso prévio e do décimo terceiro salário, não lhe sendo devidas férias proporcionais. 3. (TRT / 16. Região - Analista Judiciário – Área: Judiciária/2005) Durante o período de férias escolares, José e dois amigos resolveram montar um pequeno bar em uma praia. Alugaram um imóvel e contrataram cinco trabalhadores por prazo determinado, para as funções de cozinheiro, copeiro e garçom. Findas as férias, José e seus sócios resolveram encerrar as atividades, dispensando os trabalhadores sem pagar o aviso prévio e a indenização de 40% do FGTS. Insatisfeitos, os trabalhadores propuseram ações na justiça do trabalho. Nessa situação, os trabalhadores não terão direito aos benefícios postulados, pois são plenamente válidos os contratos temporários celebrados. 4. (TRT 5. ª Região - Analista Judiciário – Área: Judiciária – Execução de Mandados/2008) Durante o aviso prévio, se a rescisão do contrato de trabalho tiver sido promovida pelo empregador, será assegurada ao empregado a redução de duas horas diárias em sua jornada de trabalho, sem prejuízo ao recebimento do salário integral. 5. (TRT 5. ª Região - Analista Judiciário – Área: Judiciária – Execução de Mandados/2008) A jurisprudência considera ser prescricional o prazo de 30 dias para a instauração de inquérito judicial para apuração de falta grave de empregado estável, prazo este que se conta a partir da suspensão do trabalhador. 6. (Analista Judiciário - Área Administrativa/TRT-9ª Região/2007) O empregado pode considerar rescindido o contrato de trabalho sempre que o empregador ou qualquer preposto patronal o ofenderem moral ou fisicamente. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 25 7. (Analista Judiciário – Área Adm./ TRT 5 ª Região/2008) Acerca de suspensão, interrupção e rescisão de contrato de trabalho, julgue. Considere a seguinte situação hipotética. Antônio, auxiliar de serviços gerais de determinado supermercado, foi flagrado subtraindo a quantia de R$ 1.000,00 de um dos caixas do estabelecimento. Nessa situação, Antônio praticou um ato de improbidade, o que constitui justa causa para a rescisão do contrato. 8. (Analista Judiciário – Área Administrativa/ TRT 5 ª Região/2008) A condenação criminal de um empregado constitui motivo para a rescisão do contrato de trabalho por justa causa. 9. (CETURB – ES – 2010) Em uma rescisão, serão consideradas férias vencidas simples aquelas que ainda estão, dentro do período concessivo do empregador, mas que não foram gozadas pelo empregado. Já as férias vencidas dobradas seriam aquelas que, além de não terem sido gozadas pelo empregado, estão fora do período concessivo do empregador, por isso devendo ser remuneradas em dobro. 10. (CETURB – ES – 2010) Em uma rescisão provocada por culpa recíproca, não há que se falar em verbas indenizatórias. Dessa forma, o empregado terá direito a saldo de salário, férias vencidas e proporcionais, acrescidas de um terço, 13º salário proporcional, além do direito de sacar o FGTS mais 40%. Nesse caso, o aviso prévio é indevido. 11. (CETURB – ES – 2010) No aviso prévio trabalhado, há uma redução da jornada em duas horas diárias ou sete dias corridos sem prejuízo da remuneração. No entanto, é facultado ao empregado trabalhar a jornada normal de oito horas e converter as duas horas que seriam da redução, em pecúnia, haja vista que o labor efetivamente foi prestado. 12. (SERPRO/2010) Durante a vigência de seu contrato de trabalho, Mariana se casou em cerimônia civil no dia 13/4/2010. Nessa situação, Mariana terá direito a justificar suas faltas na empresa em que trabalha até o dia 18/4/2010. 13. (UnB/CESPE – SERPRO/2010) Manoel foi contratado no dia 15/08/2009, por uma marcenaria, para prestar serviço como auxiliar de marceneiro. No dia 4/4/2010, Manoel foi chamado para cumprir o serviço militar. Nessa situação, o afastamento obrigatório de Manoel é causa justificadora da rescisão contratual com a marcenaria. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 26 14. (TRT 5ª Região – Analista Judiciário/2008) Durante o aviso prévio, se a rescisão do contrato de trabalho tiver sido promovida pelo empregador, será assegurada ao empregado a redução de duas horas diárias em sua jornada de trabalho, sem prejuízo ao recebimento do salário integral. 15. (TRT 5ª Região – Analista Judiciário/2008) A jurisprudência considera ser prescricional o prazo de 30 dias para a instauração de inquérito judicial para apuração de falta grave de empregado estável, prazo este que se conta a partir da suspensão do trabalhador. 16. (Exame de Ordem 2009.1) É indevido o aviso prévio na despedida indireta. 17. (OAB - Exame de Ordem 2007-3) A partir do mês de agosto de 2007, a empresa Pedra Branca Ltda., onde trabalha Alberto, deixou de pagar os salários dos empregados, alegando sérias dificuldades financeiras, mas sempre sustentando que viabilizaria novos contratos para resolver a crise. Durante 4 meses seguidos, Alberto trabalhou sem receber os salários. Alberto pode pleitear na justiça do trabalho a rescisão indireta do seu contrato de trabalho,por descumprimento das cláusulas contratuais por parte do empregador. _________________________________________________ Marque no quadro abaixo o gabarito que você assinalou e em seguida recorte este quadro e confira os erros e acertos ao final desta aula, onde consta o quadro com o gabarito das questões. Gabarito do aluno: 1. 6. 11. 2. 7. 12. 3. 8. 13. 4. 9. 14. 5. 10. 15. 16. 17. ________________________________________________ CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 27 3.9. Questões CESPE comentadas: 1. (TRT- Analista Judiciário- Execução de Mandados - 1.ª Região - 2008) Caso ocorra a rescisão contratual no período de 30 dias que antecede à data-base, o pagamento das verbas rescisórias com o salário já corrigido afasta o direito à indenização adicional. ERRADA. Súmula 314 do TST Se ocorrer a rescisão contratual no período de 30 (trinta) dias que antecede à data-base, observado a Súmula nº 182 do TST, o pagamento das verbas rescisórias com o salário já corrigido não afasta o direito à indenização adicional prevista nas Leis nºs 6.708, de 30.10.1979 e 7.238, de 28.10.1984. 2. (UnB/CESPE – TRT/1.ª Região - Analista Judiciário – Área: Judiciária – Execução de Mandados/ 2008) Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% do valor do aviso prévio e do décimo terceiro salário, não lhe sendo devidas férias proporcionais. ERRADA. A culpa recíproca prevista no art. 484 da CLT, ocorre quando tanto o empregado quanto o empregador praticam Justa causa, tipificadas nos artigos 482 e 483 da CLT. Art. 484 da CLT Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade. Súmula 14 do TST Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. ¾ Culpa Recíproca (Direitos Pertinentes): • Saldo de salários • Férias vencidas acrescidas de 1/3 • 50% Férias proporcionais acrescidas de 1/3 • 50% do aviso prévio • 50% 13º salário proporcional • FGTS acrescido de 20% de indenização compensatória CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 28 3. (TRT / 16. Região - Analista Judiciário – Área: Judiciária/2005) Durante o período de férias escolares, José e dois amigos resolveram montar um pequeno bar em uma praia. Alugaram um imóvel e contrataram cinco trabalhadores por prazo determinado, para as funções de cozinheiro, copeiro e garçom. Findas as férias, José e seus sócios resolveram encerrar as atividades, dispensando os trabalhadores sem pagar o aviso prévio e a indenização de 40% do FGTS. Insatisfeitos, os trabalhadores propuseram ações na justiça do trabalho. Nessa situação, os trabalhadores não terão direito aos benefícios postulados, pois são plenamente válidos os contratos temporários celebrados. CERTA. Trata-se se atividadede empresarial de caráter transitório. Art. 443 da CLT O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. § 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; Por serviços cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo, devemos entender que a necessidade da mão-de-obra é transitória para a empresa. Tal fato ocorrerá quando houver excesso de demanda para substituição de pessoal ou para atender período transitório da atividade. Exemplificando: O empregado que será contratado para cobrir as férias ou a licença-médica de outro empregado. b) de atividades empresariais de caráter transitório; CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 29 Por atividade empresarial de caráter transitório devemos entender a transitoriedade da atividade da empresa que de tempos em tempos ficará paralisada e não a atividade do empregado. Exemplificando: Um restaurante de praia que somente funciona durante a época de alta temporada. Outro exemplo fábricas de chocolates que somente funcionam na época da páscoa ou também fábricas de panetones que somente funcionam durante o período natalino 4. (TRT 5. ª Região - Analista Judiciário – Área: Judiciária – Execução de Mandados/2008) Durante o aviso prévio, se a rescisão do contrato de trabalho tiver sido promovida pelo empregador, será assegurada ao empregado a redução de duas horas diárias em sua jornada de trabalho, sem prejuízo ao recebimento do salário integral. CERTA. Podemos conceituar o instituto do aviso prévio como sendo a comunicação antecipada de uma parte à outra, do desejo de rescindir o contrato de trabalho, sem justa causa, com a antecedência a que estiver obrigada por lei. A natureza jurídica do aviso prévio é ato unilateral, receptício e potestativo. O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral, quando a rescisão tiver sido promovida pelo empregador. É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias, podendo neste caso optar por faltar ao serviço por 7 (sete) dias corridos. O empregador não poderá substituir o período acima mencionado pelo pagamento destas horas, conforme estabelece a Súmula 230 do TST. Súmula 230 do TST É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 30 5. (TRT 5. ª Região - Analista Judiciário – Área: Judiciária – Execução de Mandados/2008) A jurisprudência considera ser prescricional o prazo de 30 dias para a instauração de inquérito judicial para apuração de falta grave de empregado estável, prazo este que se conta a partir da suspensão do trabalhador. ERRADA. Súmula 62 do TST O prazo de decadência do direito do empregador de ajuizar inquérito em face do empregado que incorre em abandono de emprego é contado a partir do momento em que o empregado pretendeu seu retorno ao serviço. Características do Aviso Prévio Direito Potestativo (É uma faculdade das partes contratantes de romper o vínculo empregatício) Direito Receptício (O aviso prévio irá produzir efeitos quando o seu destinatário o receber) Direito Irrenunciável (O empregado não poderá renunciar ao aviso prévio, em regra) Há a exceção da Súmula 276 que é quando ele obtiver um novo CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVAwww.pontodosconcursos.com.br 31 6. (Analista Judiciário - Área Administrativa/TRT-9ª Região/2007) O empregado pode considerar rescindido o contrato de trabalho sempre que o empregador ou qualquer preposto patronal o ofenderem moral ou fisicamente. ERRADA. Diz o art. 483 da CLT que o empregado poderá considerar rescindido o contrato de trabalho e pleitear a devida indenização, dentre outros motivos, quando o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, exceto em caso de legítima defesa própria ou de outrem. O errado da questão é o “sempre”. Atenção: Em provas da CESPE, apenas uma palavra poderá acarretar o erro da questão. 7. (Analista Judiciário – Área Adm./ TRT 5 ª Região/2008) Acerca de suspensão, interrupção e rescisão de contrato de trabalho, julgue. Considere a seguinte situação hipotética. Antônio, auxiliar de serviços gerais de determinado supermercado, foi flagrado subtraindo a quantia de R$ 1.000,00 de um dos caixas do estabelecimento. Nessa situação, Antônio praticou um ato de improbidade, o que constitui justa causa para a rescisão do contrato. CERTA. Vamos relembrar as hipóteses de justa causa, porque é importante que vocês dominem este tema.Transcreverei um trecho de minhas aulas. a) Improbidade: é a violação de dever moral por parte do empregado, abrange tudo o que é desonesto e que o empregado pratique; b) Incontinência de conduta ou mau procedimento: vida irregular, conduta incompatível com o cargo ocupado, desregramento de conduta sexual. c) Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço: É importante frisar que neste caso é imprescindível a existência conjunta de dois requisitos para que possa ser aplicada ao empregado a justa causa: a ausência de permissão do empregador e constituir concorrência para a empresa. Ressalta-se que caso a concorrência for prejudicial ao serviço ser concorrência com a empresa. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 32 d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena: É importante tomar cuidado com a necessidade de ocorrer o trânsito em julgado da sentença e de não ter ocorrido a suspensão da execução da pena, o que a doutrina chama de “sursis”. Assim caso tenha ocorrido a suspensão da pena não poderá ser o empregado dispensado por justa causa. e) Desídia no desempenho das respectivas funções: Desídia seria uma síntese de faltas leves, como por exemplo, as modalidades de culpa como imprudência, negligência ou imperícia. f) Embriaguez habitual ou em serviço: Ressalta-se que a embriaguez em serviço basta ocorrer um a única vez, porém fora do serviço será preciso afetar o desempenho do empregado no trabalho, portanto terá que ser habitual. g) Violação de segredo da empresa: A doutrina questiona se é necessário haver o prejuízo para a empresa com a violação. Porém para uma prova objetiva basta considerar que a simples violação de segredo da empresa, por si só, já acarretaria a aplicação da penalidade de justa causa. h) ato de indisciplina ou de insubordinação: Indisciplina é o descumprimento de ordens genéricas, ou seja, dirigidas a todos os empregados. Insubordinação é o descumprimento de ordens específicas, dirigida diretamente a um empregado individualmente. Porém, o empregado não estará obrigado a cumprir ordens ilegais, moralmente ilegítimas, que o diminuam ou o coloquem em grave risco. i) abandono de emprego: Configura-se com a existência dos seguintes requisitos: a) faltas reiteradas consecutivas; b) faltas injustas e não abonadas; c) “animus abandonandi”, ou seja a intenção de abandonar. j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem: Praticado contra as pessoas que freqüentam o estabelecimento, como os clientes, por exemplo. k) ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem: Praticado contra empregadores e prepostos. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 33 l) prática constante de jogos de azar: a prática reiterada de jogos de azar dará ensejo à aplicação da pena de justa causa ao obreiro. 8. (Analista Judiciário – Área Administrativa/ TRT 5 ª Região/2008) A condenação criminal de um empregado constitui motivo para a rescisão do contrato de trabalho por justa causa. ERRADA. A condenação criminal, por si só, não é motivo que acarretará a aplicação da justa causa. Será necessário ocorrer o trânsito em julgado da sentença e de não ter ocorrido a suspensão da execução da pena, o que a doutrina chama de “sursis”. 9. (CETURB – ES – 2010) Em uma rescisão, serão consideradas férias vencidas simples aquelas que ainda estão, dentro do período concessivo do empregador, mas que não foram gozadas pelo empregado. Já as férias vencidas dobradas seriam aquelas que, além de não terem sido gozadas pelo empregado, estão fora do período concessivo do empregador, por isso devendo ser remuneradas em dobro. CERTA. Período Concessivo de férias é aquele período de até doze meses, que após os doze meses anteriores completos de aquisição do direito às férias, o empregador deverá conceder o gozo das mesmas. Art. 134 da CLT As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. § 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos. § 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqüenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. Período aquisitivo de férias são os doze meses de vigência do contrato de trabalho, no qual o empregado adquirirá o direito às férias. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 34 As férias poderão ser integrais quando o empregado trabalhar os doze meses ou proporcionais, que ocorrerá a cada período incompleto de férias na proporção 1/12 por mês de serviço ou fração superior a 14 dias, conforme estabelece o art. 146 da CLT. Quando as férias não forem concedidas nos doze meses a contar do término do período aquisitivo elas deverão ser concedidas em dobro. Art. 137 da CLT Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. § 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. § 2º - A sentença dominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. § 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo. É importante destacar a Súmula 81 do TST estabelece que quando os dias de férias forem gozados após o período legal de concessão, o empregador deverá remunerar em dobro apenas o tempo que ultrapassar o período concessivo. Súmula 81 doTST Os dias de férias gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados em dobro. Exemplificando: Aníbal começou a trabalhar para a empresa XX em 10/02/2004, sendo assim em 10/02/2005 ele teria adquirido o direito ao gozo de 30 dias de férias que deverão ser gozadas até 10/02/2006 (Período Concessivo). Suponhamos que ele tenha iniciado o gozo de suas férias em 01/02/2006, neste caso ele teria direito a receber em dobro o período de 11/02/2006 em diante. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 35 10. (CETURB – ES – 2010) Em uma rescisão provocada por culpa recíproca, não há que se falar em verbas indenizatórias. Dessa forma, o empregado terá direito a saldo de salário, férias vencidas e proporcionais, acrescidas de um terço, 13º salário proporcional, além do direito de sacar o FGTS mais 40%. Nesse caso, o aviso prévio é indevido. ERRADA. Súmula 14 do TST Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. 11. (CETURB – ES – 2010) No aviso prévio trabalhado, há uma redução da jornada em duas horas diárias ou sete dias corridos sem prejuízo da remuneração. No entanto, é facultado ao empregado trabalhar a jornada normal de oito horas e converter as duas horas que seriam da redução, em pecúnia, haja vista que o labor efetivamente foi prestado. ERRADA. O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral, quando a rescisão tiver sido promovida pelo empregador. É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias, podendo neste caso optar por faltar ao serviço por 7 (sete) dias corridos. O empregador não poderá substituir o período acima mencionado pelo pagamento destas horas, conforme estabelece a Súmula 230 do TST. Súmula 230 do TST É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes. 12. (SERPRO/2010) Durante a vigência de seu contrato de trabalho, Mariana se casou em cerimônia civil no dia 13/4/2010. Nessa situação, Mariana terá direito a justificar suas faltas na empresa em que trabalha até o dia 18/4/2010. ERRADA. De acordo com o art. 473 da CLT, Mariana terá direito a 3 dias consecutivos de ausência em virtude de casamento. Portanto, ela deverá retornar no dia 16 de Abril. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 36 13. (UnB/CESPE – SERPRO/2010) Manoel foi contratado no dia 15/08/2009, por uma marcenaria, para prestar serviço como auxiliar de marceneiro. No dia 4/4/2010, Manoel foi chamado para cumprir o serviço militar. Nessa situação, o afastamento obrigatório de Manoel é causa justificadora da rescisão contratual com a marcenaria. ERRADA. O contrato de Manuel estará suspenso e por isto, não é motivo para rescisão contratual o afastamento para prestar o serviço militar. Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar, ou de outro encargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte do empregador. § 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado. § 2º - Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação. § 3º - Ocorrendo motivo relevante de interesse para a segurança nacional, poderá a autoridade competente solicitar o afastamento do empregado do serviço ou do local de trabalho, sem que se configure a suspensão do contrato de trabalho. § 4º - O afastamento a que se refere o parágrafo anterior será solicitado pela autoridade competente diretamente ao empregador, em representação fundamentada com audiência da Procuradoria Regional do Trabalho, que providenciará desde logo a instauração do competente inquérito administrativo. § 5º - Durante os primeiros 90 (noventa) dias desse afastamento, o empregado continuará percebendo sua remuneração. 14. (TRT 5ª Região – Analista Judiciário/2008) Durante o aviso prévio, se a rescisão do contrato de trabalho tiver sido promovida pelo empregador, será assegurada ao empregado a redução de duas horas diárias em sua jornada de trabalho, sem prejuízo ao recebimento do salário integral. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 37 CERTA. 15. (TRT 5ª Região – Analista Judiciário/2008) A jurisprudência considera ser prescricional o prazo de 30 dias para a instauração de inquérito judicial para apuração de falta grave de empregado estável, prazo este que se conta a partir da suspensão do trabalhador. ERRADA. Trata-se de prazo decadencial. Súmula 62 do TST O prazo de decadência do direito do empregador de ajuizar inquérito em face do empregado que incorre em abandono de emprego é contado a partir do momento em que o empregado pretendeu seu retorno ao serviço. 16. (Exame de Ordem 2009.1) É indevido o aviso prévio na despedida indireta. ERRADA. Art. 487 da CLT Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: § 4º - É devido o aviso prévio na despedida indireta. 17. (OAB - Exame de Ordem 2007-3) A partir do mês de agosto de 2007, a empresa Pedra Branca Ltda., onde trabalha Alberto, deixou de pagar os salários dos empregados, alegando sérias dificuldades financeiras, mas sempre sustentando que viabilizaria novos contratos para resolver a crise. Durante 4 meses seguidos, Alberto trabalhou sem receber os salários. Alberto pode pleitear na justiça do trabalho a rescisão indireta do seu contrato de trabalho, por descumprimento das cláusulas contratuais por parte do empregador. CERTA. Ocorrerá a falta grave cometida pelo empregador, quando este praticar quaisquer das hipóteses descritas abaixo: Estão tipificadas no art. 483 da CLT. CURSO ONLINE – DIREITO DO TRABALHO P/ TRT 21ª REGIÃO – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSORA DEBORAH PAIVA www.pontodosconcursos.com.br 38 � Forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato. Exemplos: o empregador exigir que a mulher carregue 40 quilos de peso, sendo que a lei determina o máximo de 20 quilos. � For tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo. � Correr perigo manifesto de um mal considerável. � Não cumprir o empregador as obrigações do contrato. � Praticar o empregador ou seus prepostos contra ele ou pessoas de sua família ato lesivo da honra e boa fama. � Empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem. � O empregador reduzir o seu trabalho por peça ou por tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. A nossa aula chegou ao final! Espero vocês para a próxima
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