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O que é Lei? Para que serve a Lei? A Lei, ou o Direito, existem desde os primórdios da humanidade, é impossível datar um início para esse fenômeno. Ele é inerente ao convívio em sociedade humano, surgindo independente de local, época, cultura e se manifestando das mais variadas formas: simples, complexa, escrita, oral. Normalmente ela surge em acordo com a ética, moral e costumes de determinada sociedade. A palavra “Lei” vem do verbo latino ligare, que significa "aquilo que liga", ou legere, que significa "aquilo que se lê", apesar de definição, numa acepção amplíssima pode ser toda norma jurídica escrita ou não. Já numa acepção ampla, lei é apenas a norma jurídica escrita. Um dos primeiros registros escritos de leis que se tem conhecimento, foi o Código de Hamurabi, escrito pelo rei Hamurábi, aproximadamente em 1700 a.C. Atualmente devido a complexidade que as sociedades humanas foram ganhando com o passar do tempo, podemos observar registros de leis muito mais complexos, detalhados e específicos sobre os mais diversos temas da vida social. Atualmente no Brasil temos um sistema jurídico bastante complexo, que prima principalmente no registro da lei e na interpreção da mesma, sistema que é conhecido como Civil Law, e que confere grande poder à pessoa que cria as normas, no caso o legislador. Já em países como os Estados Unidos que usa como sistema jurídico o Common Law, usa como base principalmente a jurisprudências e os costumes, dando bastante poder ao juíz do sistema. Devido ao nosso sístema legal, encontramos uma infinidade de registros de lei, como a Constituição e o Código Civil, que abordam temas como os princípios da ética, forma de organizaçao do estado, competências, proibições, permissões dos mais diversos assuntos, crimes e suas punições, regras sobre vários aspectos e temas da vida civil. Em suma, as leis são preceitos que regulam a sociedade, definem nossos direitos e deveres, e como devemos nos portar como cidadãos, a fim de harmonizar o convivio entre os indivíduos. Motivos pelo qual o engenheiro deixa de agir na lei Agindo fora da Lei o engenheiro pode ter desde consequências mais simples, como sua imagem prejudicada, até consequências mais graves, como perda do emprego, prisão e consequentes problemas pessoais. Um engenheiro judicialmente condenado e preso, deixa de estar com sua família, não vê seus filhos crescerem e não dialoga com sua esposa. Muitos engenheiros são especialistas em baixar custos de produção, até aí tudo bem, mas alguns chegam até mesmo a ignorar normas de segurança, expondo a riscos obras de engenharia e pessoas. Num mundo competitivo empresas que não baixam custos podem ficar fora do mercado, por isso elas estão preocupadas em contratar profissionais especializados em baratear produtos. Como o mercado é muito dinâmico e muda rapidamente, muitas vezes não dá tempo de se fazer os testes necessários em seus produtos pra que eles tenham bons padrões de qualidade e segurança, chegando ao mercado de forma precária. Um exemplo disso são os veículos que são chamados para recall com certa frequência. Há também obras de engenharia monumentais, como a recente reforma do estádio de futebol Maracanã. Estas obras necessitam de muito planejamento, muitos cálculos e simulações. Tudo deve ocorrer bem, desde a construção até o objetivo final. A segurança das pessoas envolvidas na execução da obra e das pessoas que futuramente a usarão deve ser o principal foco. Aliado a isso são realizados diversos estudos financeiros, ecológicos e sociais. E todo esse planejamento tem prazos exigidos pelos empreendedores ou governo. O profissional tem que agir dentro da lei, seguir normas técnicas, qualquer descuido pode por em risco muitas pessoas. Dependendo da ação do engenheiro, ou da omissão, há diversas consequências pessoais e profissionais. No caso de uma ação judicial, ele pode ter seu registro no CREA cassado, tendo de deixar de atuar na profissão. E caso ele não tenha uma sólida estrutura financeira e psicológica, pode ter sérios problemas pessoais, como problemas com credores, baixa autoestima e depressão. Os motivos que levam o engenheiro a agir fora da Lei não são apenas baratear custos, embora talvez esse seja o principal, mas podem ser também: má formação, relaxo, pressa e influências externas, como o pedido de um amigo ou de um político, ou a ordem de um chefe. Alguns não agem dentro da Lei porque não a conhecem ou apenas não se importam com o estar ou não dentro da Lei. O prazo muito curto também pode ser um motivo, podemos pensar na Copa do Mundo de 2014 no Brasil, são muitas obras gigantescas que são atrasadas, os engenheiros e operários tem que trabalhar exaustivamente, o prazo é curto e as obras tem que estar prontas na hora certa. Há pouco tempo para testes, simulações e mudanças no projeto. Muitas coisas mal planejadas tem que ser executadas assim mesmo. E os engenheiros podem sofrer consequências se algo der errado. É importante que os engenheiros conheçam a Lei e ajam dentro da dela, evitando más consequências pessoais e profissionais. Custos podem ser baixados observando normas técnicas e mantendo a segurança de produtos. Um engenheiro tem de agir com postura, não cedendo a pressão de quem não quer se comprometer com a responsabilidade de produzir produtos ou obras que, além de economicamente viáveis, sejam seguros. Ser engenheiro tem que ser sinônimo de ser responsável. Consequências Urbanas e Socias A legislação para obras de engenharia existe para que um padrão de qualidade seja seguido, garantindo um aumento do bem-estar, da qualidade de vida e da segurança das pessoas que vão usufruir daquela obra. Quando a legislação é desrespeitada temos graves consequências. A nova lei do isolamento acústico em apartamentos veio para garantir a tranquilidade na convivência entre os vizinhos em um prédio. A partir do dia 19/07/2013 todas as construtoras serão obrigadas a implantar um projeto de isolamento acústico nos apartamentos que forem aprovados pelo poder público para serem edificados. Uma lei simples mas que resolve o problema de muita gente, sendo que um dos principais motivos de discussões entre vizinhos é o barulho. Essa lei é só um exemplos das tantas que existem para trazer conforto e tranquilidade a vida da população. Uma notícia que é recorrente nos noticiários é a de prédios irregulares desabando. Esse é um grande problema no Brasil. Alem das leis não serem seguidas há também a falta de fiscalização, e como consequência a segurança de varias pessoas é comprometida, não só na obra irregular como nos arredores também, podendo até mesmo o impacto da queda de um grande prédio causar o desmoronamento de outros que estavam em situação regular. Outro ponto importante a ser mencionado é sobre a legislação de patrimônio histórico, que visa proteger obras de importância histórica e que atraem turistas por seu grande valor cultural e beleza. Quando essa legislação é desrespeitada perdemos parte de nossas raízes. As leis passam por um rigoroso processo de avaliação antes de serem aprovadas e entrarem em vigor, onde todas consequências ao desrespeito delas são consideradas. Por isso elas devem sempre ser obedecidas para evitar por em risco a segurança e o bem-estar da população e também os patrimônios históricos. Realização Pessoal Para o engenheiro agir dentro da lei ele precisa levar em conta os princípios éticos, econômicos,tecnológicos e ambientais compatíveis com as necessidades da sociedade. É importante salientar que o engenheiro precisa, também, seguir a legislação que regulamenta o exercício da engenharia pelo sistema Confea/CREA e os direitos da sociedade. O trabalho é um dos principais fatores que influenciam diretamente a nossa felicidade, pois oferece não só a renda indispensável para nossa sobrevivência e autonomia, como também um sentido extra para a vida. Trabalhar é vital, mas é igualmente importante ser satisfatório, uma vez que a maior parte do dia passamos no trabalho e convivendo com pessoas relacionadas a ele. O trabalho deve ser visto como instrumento de realização e desenvolvimento não apenas para si, mas também como forma de contribuir para a sociedade como um todo. Para o engenheiro, é imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças nos conhecimentos técnicos da engenharia, mas também nos aspectos legais e normativos. Muitos processos ético-disciplinares nos conselhos profissionais acontecem por desconhecimento, negligência. Agindo dentro da lei, o engenheiro passa a agir com uma missão ou um propósito, que é o de servir ou contribuir para a sociedade e ser reconhecido por esta, acarretando assim à sua realização pessoal. O Código de Ética Profissional. Disponível em: <http://www.creasp.org.br/arquivos/publicacoes/codigo_de_etica.pdf>. Acessado em: 22 de Setembro de 2013. GLOCK, RS, e GOLDIM, JR. Ética profissional é compromisso social. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/bioetica/eticprof.htm>. Acessado em 22 de Setembro de 2013. Reconhecimento Profissional Agir dentro da lei é em primeiro lugar uma responsabilidade social. E hoje, a responsabilidade social é uma necessidade para as empresas, pois tornou-se uma exigência dos consumidores mais conscientizados. Ao invés de usar a palavra "desvantagem" creio que o correto seria listar as dificuldades de uma empresa assumir "responsabilidade social". O comportamento ético é componente fundamental para o comportamento socialmente responsável. Portanto, se considerarmos que existem desvantagens para uma empresa atuar com responsabilidade social, seria analogicamente, o mesmo que apontar as desvantagens de um cidadão ser honesto. Uma das explicações para o desvio que alguns engenheiros tomam, em relação à trabalhar fora dos limites legais, são as dificuldades naturais do mercado encontradas ao longo da sua carreira. No entanto, ela pode ser combatida com informação, treinamento e preparo empresarial. Se o profissional não sabe como enfrentar essas dificuldades e passa a agir fora da lei, muito se deve a falta ética pessoal, mas também a formação incompleta do indivíduo em seu período de aprendizado na ensino superior. Cursos de gestão empresarial, marketing, administração de custos, relacionamentos interpessoais, infelizmente, quase sempre não temos nas escolas de engenharia. É preciso aprender uma coisa simples: ganha-se mais trabalhando direito, com a vantagem de que isto nos dá realização profissional, assim como a valorização profissional. A Impunidade Legal, bem como a Impunidade Moral são responsabilidades do sistema e também nossa, de cada profissional individualmente. O sistema precisa criar mecanismos para punir com maior rapidez e rigor os casos de acobertamento. A comunidade de profissionais também precisa ser menos tolerantes com esse desvio moral. As entidades de classe precisam ter uma comissão permanente de "patrulha" e esclarecimento para fazer um "policiamento ostensivo" e impedir que um desvio eventual se torne uma prática profissional permanente. É preciso eliminar a possibilidade de um profissional “acobertador” sentir-se confortável ou seguro. É preciso dar a ele apenas uma saída. O retorno à prática profissional digna e correta. Essa luta é de todos da classe, e não apenas pontual. O Reconhecimento é talvez o único dos fundamentos da valorização profissional que depende muito menos de nós e muito mais dos outros. É, com certeza, uma das coisas mais difíceis de ser obtida. O Reconhecimento Profissional é aquela impagável manifestação do mercado (não apenas do cliente) de que o seu trabalho é diferenciado e valioso. Uma das chaves para o reconhecimento profissional é a paciência, pois geralmente demora um tempo para ter sua carreira profissional reconhecida no mercado. Desvantagens/Vantagens de adotar a Responsabilidade Social e Sustentabilidade. Semelhanças e Diferença entre Responsabilidade Sustentabilidade. Disponível em: <http://eticamauro.blogspot.com.br/> em: 22 setembro 2013.PADILHA, Ênio. VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL. Artigo publicado na newsletter “Três Minutos”. Disponível em: <http://www.eniopadilha.com.br/artigo/29/valorizacao-profissional> em: 22 setembro 2013.
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