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1 1 Belo Horizonte 2013 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Roteiro de Estudos PROF. ANDRÉ LUIZ LOPES ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 2 2 I - SEGURIDADE SOCIAL CONCEITO – “conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.” – art. 194 da CF. A definição constitucional da Seguridade Social a subdivide em três áreas: • Saúde; • Assistência social; • Previdência social. 1. SAUDE: “é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” - art. 196 a 200 da CF. O acesso à saúde independe de pagamento e é irrestrito, inclusive para os estrangeiros que não residam no país, não sendo necessário efetuar quaisquer contribuições para ter acesso ao atendimento, sendo administrada pelo SUS – Sistema Único de Saúde, vinculado ao Ministério da Saúde, que é financiado através de recursos do orçamento da seguridade social elaborados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, além de outras fontes. 2. PREVIDÊNCIA SOCIAL – Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; Vide Lei 7.998/1990 (Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT). IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. Vide arts. 167, XI e 195, II CF. Vide Lei 8.213/1991 (Planos de Benefícios da Previdência Social). Vide Dec. 3.048/1999 (Regulamento da Previdência Social). Para atender estes princípios, a Lei 8.213/91 instituiu os seguintes benefícios – Art. 18: Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho expressas em benefícios e serviços: I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; 3 3 b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de contribuição; Alínea "c" com redação dada pela Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006, DOU de 15.12.2006, em vigor na data de sua publicação. d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade; h) auxílio-acidente; i) (Revogada pela Lei nº 8.870, de 15.04.1994, DOU de 16.04.1994, em vigor desde sua publicação); II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão. III - quanto ao segurado e dependente: a) (Revogada pela Lei nº 9.032, de 28.04.1995, DOU de 29.04.1995, em vigor desde a publicação); b) serviço social; c) reabilitação profissional. 3. ASSISTÊNCIA SOCIAL – Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Vide Lei 8.213/1991 (Planos de Benefícios da Previdência Social). Vide Lei 8.742/1993 (Organização da Assistência Social). Vide Lei 8.909/1994 (Prestação de serviços por entidades de assistência social, entidades beneficentes de assistência social e entidades de fins filantrópicos - Conselho Nacional de Assistência Social). Vide Lei 9.429/1996 (Certificado de Entidades de Fins Filantrópicos). A assistência social garante o benefício de 01 salário mínimo ao idoso e/ou deficiente que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê- la provida por sua família – Art. 20 da Lei 8.742/93 - Lei Orgânica da Assistência Social, conhecida como LOAS. O parágrafo terceiro deste artigo prescreve que considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal "per capita" seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. O art. 34 da Lei 10.741/03 – Estatuto do Idoso, dita que aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 01 (um) salário- 4 4 mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS. II - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA – A competência legislativa sobre a seguridade social é privativa da União, conforme dispõe o art. 22, XXIII da C.F., sendo ela responsável pela normatização dos aspectos básicos e gerais da seguridade social, incluindo saúde, previdência social e assistência social, podendo os Estados e Distrito Federal legislar concorrentemente sobre a previdência social – art. 24, XII da C.F. III - PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES: • Constituição Federal; • Lei 8.212/1991 (Organização da seguridade social e Plano de Custeio); • Lei 8.213/1991 (Planos de Benefícios da Previdência Social); • Lei 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social); • Dec. 3.048/1999 (Regulamento da Previdência Social); • Lei 11.457 DE 16.03.2007 (Criação da Secretaria da Receita Federal do Brasil); IV - INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS - aplicação da norma mais favorável ao segurado. V - COMPETÊNCIAS DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL - SRFB E DO AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL - AFRFB – Art. 33 da Lei 8.212/91, art. 229 a 237 do Decreto 3.048/99, Lei 10.593/02 e art. 5º da Lei 11.457/07. Até outubro/04 competia ao INSS – Instituto Nacional do Seguro Social – arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais dos segurados e das empresas, incidentes sobre a remuneração dos trabalhadores, bem como as contribuições incidentes a título de substituição. A Medida Provisória 222 de 04/10/04, convertida na Lei 11.098/05, atribuiu ao Ministério da Previdência Social as competências tributárias do INSS, com a criação da Secretaria da Receita Previdenciária – SRP, criada para preparar o órgão para a fusão do Fisco Previdenciário com a Receita Federal com a finalidade de dar mais efetividade à fiscalização dos tributos federais, fato levado a tento com a aprovação da Lei 11.457/07, criando a SRFB e os cargos de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e Analista Tributário da Receita Federal do Brasil. Com essa Lei o INSS passou a ser responsável, unicamente, pela administração dos benefícios previdenciários, enquanto à SRFB compete as atividades correlacionadas a arrecadação, fiscalização, normatização e cobrança de tributos previdenciários,sendo sua prerrogativa o exame da contabilidade da empresa. 5 5 Os Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil têm livre acesso a todas as dependências ou estabelecimentos da empresa, podendo efetuar a verificação física dos segurados em serviço, para confronto com os registros e documentos da empresa, podendo requisitar livros, notas técnicas e demais documentos necessários ao perfeito desempenho de suas funções, cabendo a estes, ainda: “I - no exercício da competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil e em caráter privativo: a) constituir, mediante lançamento, o crédito tributário e de contribuições; b) elaborar e proferir decisões ou delas participar em processo administrativo-fiscal, bem como em processos de consulta, restituição ou compensação de tributos e contribuições e de reconhecimento de benefícios fiscais; c) executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive os relacionados com o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros, documentos, materiais, equipamentos e assemelhados; d) examinar a contabilidade de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais contribuintes, não se lhes aplicando as restrições previstas nos arts. 1.190 a 1.192 do Código Civil e observado o disposto no art. 1.193 do mesmo diploma legal; e) proceder à orientação do sujeito passivo no tocante à interpretação da legislação tributária; f) supervisionar as demais atividades de orientação ao contribuinte; II - em caráter geral, exercer as demais atividades inerentes à competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil.” Incumbe ao Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil: “I - exercer atividades de natureza técnica, acessórias ou preparatórias ao exercício das atribuições privativas dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil; II - atuar no exame de matérias e processos administrativos, ressalvado o disposto na alínea "b" do inciso I do caput deste artigo; III - exercer, em caráter geral e concorrente, as demais atividades inerentes às competências da Secretaria da Receita Federal do Brasil.” VI - NATUREZA JURÍDICA DAS CONTRIBUIÇÕES – Em regra, as contribuições sociais estão submetidas ao lançamento por homologação, previsto no art. 150 do C.T.N., que reza que o pagamento antecipado do tributo por sujeito passivo extingue o crédito tributário sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento, sendo estas classificadas como tributo – art. 149 e 149-A da C.F. “Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” 6 6 VII - PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL – art. 194, § único CF. 1. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE • implícito para RGPS, mas EC 41 explicitou para RPPS. • solidariedade entre gerações. 2. UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO a) universalidade da cobertura – objetiva – A seguridade deve abranger todas as contingências sociais que geram necessidade de proteção social das pessoas. b) universalidade do atendimento – subjetiva – Todas as pessoas serão indistintamente acolhidas pela seguridade social. 3. UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS • artigo 7º CF - não há diferenças entre os direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais. 4. SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS A seguridade tem caráter social cujo objetivo é distribuir rendas, principalmente para as pessoas de baixa renda. Ex.: salário família, auxílio-reclusão – devidos exclusivamente a segurados de baixa renda. 5. IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS – art. 201, § 4º CF. • garante ao segurado a irredutibilidade do valor nominal do seu benefício. 6. EQÜIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO • todos contribuem - princípios da isonomia e da capacidade contributiva. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTAS P/ FINS RECOLHIMENTO (%) Até R$ 1.247,11 8,00% De R$ 1.274,12 até R$ 2.078,52 9,00% De R$ 2.078,53 até R$ 4.157,05 11,00% *Valores conforme Portaria Interministerial MPS/MF nº 11, de 09 de janeiro de 2013. 7. DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO – art. 195 CF • diversas fontes = segurança do sistema. 8. CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO • gestão quadripartite – participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo nos órgãos colegiados – CNPS – Conselho Nacional de Previdência Social, órgão superior de deliberação colegiada. VIII - PRESCRIÇÃO - A perda do direito pela SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil – de executar judicialmente o crédito previdenciário já constituído, em virtude de não tê-lo exercido dentro do prazo legal definido em lei, contra o sujeito passivo é de 7 7 10 (dez) anos contados da sua constituição definitiva - art. 45 e art. 46 da Lei nº 8.212/91. Prescreve em 05 (cinco) anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas, restituições ou diferenças devidas pela previdência social, ações relativas a acidente de trabalho, salvo direito de menores, incapazes e ausentes. IX - FONTES DE CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL – Art. 195 da C.F. “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: Vide art. 12, Emenda Constitucional nº 20/1998. Vide Lei 7.689/1988 (Contribuição Social sobre o lucro das pessoas jurídicas). Vide Lei 7.894/1989 (Contribuição para FINSOCIAL e PIS/PASEP). Vide LC 70/1991 (Contribuição para financiamento da Seguridade Social). Vide Lei 9.316/1996 (Altera a legislação do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Vide Lei 9.363/1996 (Crédito presumido do IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS). Vide Lei 9.477/1997 (Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI). I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; Vide arts. 114, § 3º, e 167, XI, CF. b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; Inciso I com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998, DOU 16.12.1998, em vigor na data de sua publicação. A Lei Complementar nº 70, de 30.12.1993, institui contribuições para financiamento da Seguridade Social e eleva alíquota da contribuição social sobre o lucro das instituições financeiras. II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; Inciso II com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998, DOU 16.12.1998, em vigor na data de sua publicação. Vide arts. 114, § 3º, e 167, XI, CF. III - sobre a receita de concursos de prognósticos; Vide art. 4º, Lei 7.856/1989 (Destinação da renda de concursosde prognósticos). IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.” Inciso IV acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003, DOU de 31.12.2003. 8 8 X - REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL • Regime Geral da Previdência Social – RGPS; • Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS; • Regime de Previdência Complementar (servidores públicos e previdência complementar). REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS - É o regime de previdência social de organização estatal, contributivo e compulsório, administrado pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, sendo as contribuições arrecadadas, fiscalizadas, cobradas e normatizadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, criada pela Lei 11.457/07, chamada de Super-Receita XI - SEGURADOS DO RGPS – REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Os beneficiários do RGPS são classificados em segurados e dependentes, sendo segurados as pessoas físicas vinculadas à Previdência Social, com idade mínima de 16 (dezesseis) anos de idade, salvo os aprendizes a partir de 14 (quatorze) anos. Já os dependentes são todas as pessoas que dependam do segurado economicamente. Os segurados do RGPS dividem-se em dois grupos: Segurados obrigatórios e Segurados facultativos. 1. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: • EMPREGADO – pessoa física que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter não eventual, subordinada às ordens de um empregador mediante remuneração. Art. 12, I da Lei 8.212/91, art. 9º, I do Decreto 3.048/99 e art. 6º, IN SRP 003/2005. • EMPREGADO DOMÉSTICO – É o trabalhador que presta serviços de natureza contínua, mediante remuneração, à pessoa, à família ou a entidade familiar, no âmbito da residência desta, em atividade sem fins lucrativos. Art. 12, II da Lei 8.212/91, art. 9º, II do Decreto 3.048/99 e art. 8º, IN SRP 003/2005. • CONTRIBUINTE INDIVIDUAL – É em regra a pessoa física que recolhe individualmente, por conta própria, suas contribuições. Art. 12, V da Lei 8.212/91, art. 9º, V do Decreto 3.048/99 e art. 9º, IN SRP/2005. • TRABALHADOR AVULSO – É aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas. Art. 12, VI da Lei 8.212/91, art. 9º, VI do Decreto 3.048/99 e art. 7º, IN SRP/2005. • SEGURADO ESPECIAL – É o produtor, o parceiro, o meeiro e os arrendatários rurais, o pescador artesanal e seus assemelhados, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou 9 9 companheiros e filhos maiores de dezesseis anos de idade ou a eles equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo. Art. 195, §8º da C.F, art. 12, VII da Lei 8.212/91, art. 9º, VII do Decreto 3.048/99 e art. 10, IN SRP/2005. 2. SEGURADOS FACULTATIVOS: É qualquer pessoa, maior de 16 (dezesseis) anos de idade, que se filia facultativamente ao RGPS, mediante contribuição, que exerce atividade que não se enquadra como segurado obrigatório nem esteja participante do regime próprio de previdência social. Art. 14 da Lei 8.212/91, art. 11 do Decreto 3.048/99 e art. 5º, IN SRP/2005. XII - FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO – A inscrição é o ato formal que identifica o segurado na Previdência Social, representando o mero cadastro no RGPS, mediante comprovação de dados pessoais. Já a filiação ao regime previdenciário é o marco da relação jurídica entre os segurados e a Previdência Social do qual decorrem direitos e obrigações. O simples exercício de atividade remunerada implica automaticamente na filiação do segurado obrigatório, significando a inscrição a formalização desse vínculo no cadastramento no banco de dados da Previdência Social. Art. 11 §§ 2º a 4º do Decreto 3.048/99 e art. 18 a 20 do Decreto 3.048/99. Inscrição do dependente: art. 22, RPS. “A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do requerimento do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos:” O Cadastro Nacional de Informação Social – CNIS é destinado a registrar informações de interesse da Administração Pública Federal e dos beneficiários da Previdência Social. Todos os segurados são identificados pelo Número de Identificação do Trabalhador – NIT, que é único, pessoal e intransferível, independentemente de alterações de categoria profissional, e formalizado pelo Documento de Cadastramento do Trabalhador – DCT. XIII - SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO – Art. 28 da Lei 8.212/91 e art. 214 do Decreto 3.048/99 As contribuições dos trabalhadores e tomadores de serviços para o regime Geral da Previdência Social sobre uma base denominada salário-de-contribuição, que é utilizada no cálculo do valor da maioria dos benefícios. CONCEITO - Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados 10 10 a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; Inciso I com redação dada pela Lei nº 9.528 de 10.12.1997, DOU de 11.12.1997, em vigor desde a publicação. II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para a comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração; III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5º; Inciso III com redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999, DOU de 27.11.1999, em vigor desde sua publicação. IV - Para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo a que se refere o § 5º. Inciso IV com redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999, DOU de 27.11.1999, em vigor desde sua publicação. LIMITES PARA O SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO - Art. 28, §§3º E 5º da Lei 8.212/91, art. 214, §§3º e 5º do Decreto 3.048/99. O salário-de-contribuição tem limites máximo e mínimo para a incidência das contribuições mensais dos trabalhadores. Somente os segurados e um tipo de tomador de serviços, o empregador doméstico, utilizam tais limites para calcular seus recolhimentos mensais para a Previdência. As empresas e entidades a elas equiparadas não sofrem qualquer limitação para o cálculo da base de contribuição, utilizando, então, o salário-de-contribuição integral. • O limite mínimo corresponde ao piso salarial, legal ou normativo da categoria, ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado, e o tempo efetivo durante o mês. • O valor do limite máximo do salário-de-contribuição é publicado mediante portaria do Ministério da Previdência Social, sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios. Atualmente, esse valor é de R$ 4.157,05. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTAS P/ FINS RECOLHIMENTO (%) Até R$ 1.247,11 8,00% De R$ 1.274,12 até R$ 2.078,52 9,00% De R$ 2.078,53 até R$ 4.157,05 11,00% *Valores conforme Portaria Interministerial MPS/MF nº 11, de 09 de janeiro de 2013.11 11 FATO GERADOR – O fato gerador da obrigação previdenciária é a remuneração paga ou creditada pelos serviços prestados pelo segurado, nascendo nesse momento, o fato gerador correspondente à obrigação tributária do empregador e do empregado de contribuírem para a seguridade social. a) SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO, TRABALHADOR AVULSO E EMPREGADO DOMÉSTICO – Art. 33, §5º da Lei 8.212/91, art. 198 do Decreto 3.048/99 e art. 216, §5º do Decreto 3.048/99. As alíquotas de contribuição destes trabalhadores são progressivas. Quanto maior a remuneração, mais elevado será o percentual incidente, respeitando os limites mínimos e máximos, que não é cumulativo. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTAS P/ FINS RECOLHIMENTO (%) Até R$ 1.247,11 8,00% De R$ 1.274,12 até R$ 2.078,52 9,00% De R$ 2.078,53 até R$ 4.157,05 11,00% *Valores conforme Portaria Interministerial MPS/MF nº 11, de 09 de janeiro de 2013. EXEMPLOS DE CONTRIBUIÇÕES DAS CLASSES ACIMA NOME CATEGORIA REMUNERAÇÃO ALÍQUOTA CONTRIBUIÇÃO MARIA EMP. DOMÉSTICA R$678,00 8,00% R$54,24 FLÁVIA EMPREGADA R$1.250,00 9,00% R$112,50 JOÃO TRAB. AVULSO R$4.000,00 11,00% R$440,00 ANDRÉ EMPREGADO R$6.000,00 11,00% R$457,27 Importante registrar que nem sempre o contribuinte é o responsável pelo recolhimento de suas contribuições. Neste contexto, o art. 30 da Lei 8.212/91 prescreve que a empresa é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado e do trabalhador avulso a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração até o dia 10 do mês subseqüente à prestação do serviço. Já o empregador doméstico deve recolher a contribuição até o dia 15 do mês seguinte. O segurado que possui mais de um vínculo deverá comunicar a todos os seus empregadores, mensalmente, a remuneração recebida em cada trabalho, a fim de que o empregador possa apurar corretamente o salário-de-contribuição sobre o qual deverá incidir a contribuição social previdenciária do segurado, bem como a alíquota a ser aplicada (art. 78, IN 003/SRP). Esta regra também é aplicada ao trabalhador avulso que prestar serviço, concomitantemente, como empregado (art. 78, §4º, IN 003/SRP). 12 12 EMPRESA REMUNERAÇÃO 1º DESCONTO VALOR DESCONTADO VALOR RESIDUAL A SER DESCONTADO PELA 2ª EMPRESA MAGNESITA S/A R$4.000,00 R$440,00 R$17,27 ÚTIL S/A R$1.000,00 R$80,00 R$377,27 Dom Helder R$3.000,00 R$330,00 R$127,27 BANCO ITAÚ R$6.000,00 R$457,27 - Descontar as contribuições dos trabalhadores e não repassar à Previdência constitui crime de apropriação indébita – art. 168-A do Código Penal. b) SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO – Art. 21 da Lei 8.212/91, art. 4º e 5º da Lei 10.666/03, art. 199 e 199-A do Decreto 3.048/99, art. 216, II e XII do Decreto 3.048/99, 216, §§15, 20 a 31I do Decreto 3.048/99 e 216-A do Decreto 3.048/99. O contribuinte individual, via de regra, tem sua contribuição descontada da sua remuneração, com retenção da alíquota de 11% desta, quando prestar serviço à empresa ou entidade a ela equiparada, até o limite do teto do salário-de-contribuição (R$4.157,05). A empresa fica obrigada a efetuar o recolhimento desta retenção, juntamente com a sua contribuição mensal, até o dia 10 do mês subseqüente à prestação do serviço. Tratando-se de entidade beneficente de assistência social “isenta” das contribuições sociais patronais, a alíquota de retenção a ser aplicada é de 20%. A cooperativa de trabalho é obrigada a descontar 11% do valor da quota distribuída ao cooperado, referentes ao serviço por ele prestado a pessoas jurídicas e 20% em relação aos serviços prestados a pessoas físicas, devendo recolher o produto desta arrecadação até o dia 15 do mês seguinte. Caso a cooperativa contratar contribuintes individuais a ela não filiados, deve efetuar a retenção, como qualquer empresa, da alíquota de 11%. Caso o contribuinte individual preste serviços à pessoa física, deve efetuar pessoalmente o recolhimento da alíquota de 20% até o dia 15 do mês subseqüente. Já quanto ao contribuinte facultativo, a alíquota de contribuição será de 20% sobre o respectivo salário-de-contribuição. c) SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO ESPECIAL – Art. 195, §8º da C.F, art. 25 da Lei 8.212/91 e art. 200 do Decreto 3.048/99. Como a atividade agrícola deste segurado somente gera renda no período da colheita, motivo pelo qual a Constituição Federal o autorizou a recolher sua contribuição com base em um percentual incidente sobre a venda da produção rural. A alíquota de contribuição é de 2% sobre o bruto arrecadado com a comercialização da produção rural, acrescida de 0,1% para o custeio do GILRAT - 13 13 Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho, que permitirá receber o benefício do auxílio-acidente. Também deve adicionalmente contribuir com a alíquota de 0,2% para o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, totalizando, portanto, a alíquota de 2,3% sobre a produção e não sobre o salário-de-contribuição. Por força desta forma diferenciada de contribuir, o segurado especial terá como forma de cálculo de seu benefício equivalente ao salário mínimo, podendo, facultativamente, da mesma forma do contribuinte individual, pagando mensalmente a alíquota de 20% sobre o salário-de-contribuição que escolher, podendo, assim, Receber benefícios superiores a um salário mínimo. Importante registrar que esta faculdade não retira o segurado especial da condição de segurado obrigatório. No caso do segurado especial vender sua produção à pessoa jurídica, esta fica obrigada a reter a alíquota de 2,3% do valor bruto da produção e repassá-la à Previdência até o dia 10 do mês subseqüente, não gerando a exportação da produção rural obrigações tributárias – art. 149, §2º da C.F (imunidade às exportações). XIV - CONTRIBUIÇÕES DOS TOMADORES DE SERVIÇOS São as contribuições dos empregadores, das empresas e entidades a elas equiparadas, sendo as contribuições sociais destes incidentes na: a) folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) receita ou faturamento; c) lucro. Somente as contribuições sobre a folha de pagamento e demais rendimentos são classificados como contribuições previdenciárias, já que são destinadas unicamente ao custeio dos benefícios da previdência social – art. 167, XI da C.F. As contribuições sobre a receita ou faturamento (PIS e COFINS) e as incidentes sobre o lucro (CSLL – Contribuição Sobre o Lucro Líquido) destinam-se ao financiamento de toda a seguridade social, incluindo as áreas da saúde, previdência social e assistência social. 1. CONTRIBUIÇÕES DOS EMPREGADORES DOMÉSTICOS – Art. 15, II da Lei 8.212/91, art. 211 do Decreto 3.048/99, art. 216, VIII do Decreto 3.048/99 e art. 216, §§5º, 16 e 18 do Decreto 3.048/99. A alíquota de contribuição é de 12% do salário registrado na carteira de trabalho e previdência social – CTPS, observados os limites mínimo (R$678,00) e máximo (R$4.157,05). O empregador doméstico é obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado doméstico e recolhê-la, juntamente com a parcela a seu cargo, até o dia 15 do mês subseqüente à prestação do serviço. No período da licença maternidade da empregada doméstica, cabe ao empregador doméstico apenas o recolhimento da contribuição a seu cargo – 12% - 14 14 visto que o salário maternidade é pago diretamente pelo INSS, que já desconta a contribuição do segurado empregado doméstico. ATIVIDADE REMUNERA ÇÃO ALÍQUOTA EMPREGADODESCONTO EMPREGADO ALÍQUOTA EMPREGA DOR CONTRIBUI ÇÃO EMPREGA DOR VALOR TOTAL DEVIDO PELO EMPREGADOR AO INSS Cozinheira R$678,00 8,00% R$54,24 12,00% R$81,36 R$135,60 Motorista R$1.250,00 9,00% R$112,50 12,00% R$150,00 R$262,50 Governanta R$6.000,00 11,00% R$457,27 12,00% R$457,27 R$914,54 2. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA E EQUPARADOS a) SOBRE A REMUNERAÇÃO DE EMPREGADOS E AVULSOS • Contribuição básica para o custeio do RGPS – Art. 22, I, §6º da Lei 8.212/91 e art. 201, I e §6º do Decreto 3.048/99. As empresas e seus equiparados devem contribuir com a alíquota de 20% sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados empregados e avulsos que lhes prestem serviço durante o mês, sendo o fator gerador a prestação de serviços. No caso das instituições financeiras, é devido, complementarmente, uma contribuição adicional de 2,5% sobre a remuneração dos empregados e avulsos, totalizando a alíquota de 22,5%. • Contribuição para o custeio do SAT/GILRAT – parcela básica – Art. 22, II, §1º da Lei 8.212/91 e art. 202 do Decreto 3.048/99. O termo SAT – Seguro de Acidente de Trabalho era utilizado pela redação original dôo art. 22, II da Lei 8.212/91. Com a alteração do texto, a momenclatura foi modificada para GILRAT – Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho. Para o financiamento dos benefícios ocasionados por acidente de trabalho e das aposentadorias especiais, foi criada a contribuição para o SAT/GILRAT, incidente sobre a remuneração paga ou creditada pelas empresas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e avulsos que lhes prestem serviço, com as seguintes alíquotas: a) 1% para as empresas cuja atividade tem risco de acidente de trabalho leve; b) 2% para as empresas cuja atividade tem risco de acidente de trabalho médio; c) 3% para as empresas cuja atividade tem risco de acidente de trabalho alto. A relação das atividades e o grau de risco de acidente de trabalho está discriminada no Anexo V do Decreto 3.048/99. • Contribuição adicional ao SAT/GILRAT para o custeio das aposentadorias especiais – Art. 57, §§6º e 7º da Lei 8.213/91 e art. 202, §1º do Decreto 3.048/99. 15 15 A aposentadoria especial é devida aos segurados empregados, avulsos e contribuintes individuais filiados à cooperativa de trabalho que tenham trabalhado durante 15, 20 e 25 anos, conforme o caso, em condições especiais que prejudiquem a saúde e a integridade física. As alíquotas do GILRAT serão acrescidas de 6%, 9% ou 12%, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado, a serviço da empresa, ensejar a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, incidindo exclusivamente sobre a remuneração dos segurados expostos aos agentes nocivos, que são: • Físicos – Ruídos, vibrações, calor, umidade, eletricidade, dentre outros; • Químicos – Poeiras, fumos, gases, vapores nocivos, dentre outros; • Biológicos – Microorganismos como bactérias, parasitas, vírus, dentre outros. Exemplo: A padaria P&C possui 09 empregados, sendo que apenas 02 destes exercem a atividade expostos ao agente nocivo calor, totalizando a folha de pagamento em R$8.000,00 – sendo R$2.500,00 pagos a estes 02 empregados. Sabendo que a alíquota de SAT/GILRAT é de 3% e que os padeiros têm direito à aposentadoria especial de 25 anos de contribuição, o valor da contribuição patronal deve ser de R$1.990,00. DESCRIÇÃO VALOR PAGAMENTO PARCELA BÁSICA 20% x 8.000,00 = R$1.600,00 PAGAMENTO PARCELA DO GILRAT 03% x 8.000,00 = R$240,00 PAGAMENTO ADICIONAL DO GILRAT 06% x 2.500,00 = R$150,00 TOTAL CONTRIBUIÇÃO PATRONAL R$1.990,00 • Contribuição para outras entidades e fundos (“terceiros”) – Art. 240 da C.F e art. 274 do Decreto 3.048/99. O art. 240 da Constituição Federal dispõe que é possível instituir a cobrança de contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinada às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculada ao sistema sindical (“terceiros”). A contribuição para “terceiros” é incidente sobre as remunerações pagas ou creditadas aos empregados e segurados avulsos que prestem serviços à empresa. Estas entidades são: FNDE (salário-educação), INCRA, SESI, SENAC, SESC, SEBRAE, SENAT, SEST, SESCOOP, SENAR, DPC e Fundo Aeroviário. Estas receitas não são da seguridade social ou previdência social, mas, utilizada a mesma base de cálculo das contribuições destinadas à Previdência Social, a SRFB recebeu a missão de arrecadar, fiscalizar e cobrar estas contribuições, repassando-as para cada entidade – art. 3º, §4º da Lei 11.457/07, sendo a Previdência Social 16 16 remunerada com o percentual de 3,5% do montante arrecadado, exceto sobre o salário-educação, cujo percentual é de 1%. A empresa somente vai recolher para “terceiros” relacionados com sua atividade, conforme relação do Anexo XIX da IN SRP 003/05, e respectivas alíquotas – Anexo II da IN SRP 003/05. • Contribuição sobre o 13º salário dos empregados – Art. 214, §§6º e 7º e art. 214, §§1º a 3ª todos do Decreto 3.048/99. A gratificação natalina – 13º salário – integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo do salário de benefício, devendo as contribuições da empresa e segurado ser calculadas separadamente das contribuições incidentais sobre a remuneração de dezembro. b) CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA E EQUIPARADOS SOBRE AS REMUNERAÇÕES DOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS – Art. 22, III da Lei 8.212/91, art. 1º, §2º da Lei 10.666/03 e art. 201, II e §6º do Decreto 3.048/99. As empresas e equiparados devem contribuir com a alíquota de 20% sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados contribuintes individuais que lhes prestem serviço durante o mês. No caso das instituições financeiras é devido, complementarmente, uma contribuição adicional de 2,5%, totalizando uma alíquota de 22,5%. c) CONTRIBUIÇÃO DA COOPERATIVA DE PRODUÇÃO Cooperativas de produção são aquelas em que os associados contribuem com serviços laborativos ou profissionais para a produção em comum de bens, quando a cooperativa detenha os meios de produção, sendo estas equiparadas à empresa para fins de pagamento das contribuições previdenciárias, e, os cooperados, contribuintes individuais. Assim, quando a cooperativa de produção remunerar os cooperados a ela filiados, deve contribuir com a alíquota de 20%, e, quando remunerar os empregados que trabalham na administração da cooperativa, deve pagar todas as contribuições patronais pertinentes (20% + SAT/GILRAT + terceiros), podendo ter acréscimo de 6%, 9% ou 12% de adicional no caso de cooperados exercerem atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após, 15, 20 ou 25 anos de contribuição – art. 1º, §2º da Lei 10.666/03. d) CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA SOBRE OS SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERATIVAS DE TRABALHO E CONTRIBUIÇÃO DA COOPERATIVA DE TRABALHO – Art. 22, IV da Lei 8.212/91, art. 1, §1º da Lei 10.666/03 e art. 201, III e §6º do Decreto 3.048/99. A empresa deve pagar contribuição previdenciária de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços de cooperados por intermédio de 17 17 cooperativas de trabalho, e, no caso de contratação de profissionais filiados a estas cooperativas para exercerem atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde e a integridade física, contribuem adicionalmente com a alíquotas de 5%, 7% ou 9%, nos casos em que os agente nocivo enseje direito à aposentadoria especial de 15, 20 ou 25 anos – art. 1º, §1º da Lei 10.666/03. 3. CONTRIBUIÇÃO SUBSTITUTIVA DA PARTE PATRONALAs empresas contribuem para a Previdência Social, utilizando como base de cálculo, a folha de remuneração dos trabalhadores que lhes prestam serviços, podendo esta base ser alterada em razão da atividade econômica do contribuinte (art. 195, §9º da C.F), passando a empresa a contribuir para o RGPS sobre uma base diferenciada, sendo estas atividade as: a) ASSOCIAÇÕES DESPORTIVAS QUE MAMTÊM EQUIPE DE FUTEBOL PROFISSIONAL – Art. 22, §§6º a 10 da Lei 8.212/91 e art. 205 do Decreto 3.048/99 A contribuição empresarial das associações desportivas que mantêm equipe de futebol profissional corresponde a 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo o território nacional, em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, além de 5% da receita de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos (art. 22, §6º da Lei 8.212/91). Caso a associação desportiva contrate contribuinte individual, deverá pagar 20% sobre sua remuneração, da mesma forma que contratando cooperativa de trabalho deverá recolher 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura. b) PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA – Art. 22-B e 25 da Lei 8.212/91 e art. 205 do Decreto 3.048/99. A contribuição do produtor rural pessoa física, em substituição à parte patronal relativa à prestação de serviços de empregados e avulsos, é de: • 2% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural; • 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural para fins de financiamento das prestações por acidente de trabalho (SAT/GILRAT). O produtor rural deve ainda recolher 0,2% para o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, 2,5% para o FDNE (salário-educação) e 0,2% para o INCRA, todas incidentes sobre a folha de pagamento de empregados e avulsos. c) PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA – Art. 25 da Lei 8.870/94 e art. 201, IV do Decreto 3.048/99. A contribuição do produtor rural pessoa jurídica, em substituição à parte patronal relativa à prestação de serviços de empregados e avulsos, é de: • 2,5% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural; 18 18 • 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural para fins de financiamento das prestações por acidente de trabalho (SAT/GILRAT). O produtor rural pessoa jurídica deve ainda recolher 0,25% para o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, 2,5% para o FDNE (salário-educação) e 0,2% para o INCRA, todas incidentes sobre a folha de pagamento de empregados e avulsos. d) AGROINDÚSTRIA – Art. 22-A da Lei 8.212/91 e art. 201-A do Decreto 3.048/99. A agroindústria é o produtor rural pessoa jurídica cuja atividade econômica é a industrialização da própria produção, podendo, adicionalmente, industrializar produção adquirida de terceiros. A contribuição da agroindústria, em substituição à parte patronal, incidente sobre a prestação de serviços de empregados e avulsos, é de: • 2,5% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural; • 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural para fins de financiamento das prestações por acidente de trabalho (SAT/GILRAT). A agroindústria deve ainda recolher 0,25% para o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, 2,5% para o FDNE (salário-educação) e 0,2% para o INCRA, todas incidentes sobre a folha de pagamento de empregados e avulsos. 4. OUTRAS RECEITAS DA SEGURIDADE SOCIAL – Art. 27 da lei 8.8212/91 e art. 213 do Decreto 3.048/99. O art. 27 da Lei 8.212/91 elenca outras fontes de recursos que alimentam a seguridade social: I - as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; III - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; V - as doações, legados subvenções e outras receitas eventuais; VI - 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal; VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal; VIII - outras receitas previstas em legislação específica. XV - PARCELAS INTEGRANTES E NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO- DE-CONTRIBUIÇÃO - Art. 214, §§ 2º, 6º a 9º do Decreto 3.048/99. 19 19 XVI- SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO – Art. 31 do Decreto 3.048/99 CONCEITO: é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os regidos por normas especiais, exceto o salário- família, a pensão por morte, o salário-maternidade e os demais benefícios de legislação especial. O cálculo do salário-de-benefício pode levar em conta ou não uma variável denominada Fator Previdenciário, dependendo do benefício a ser requerido pelo segurado, que leva em conta a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar. BENEFÍCIO FILIADOS ATÉ 28/11/99 A PARTIR DE 29/11/99 Aposentadoria por idade e por tempo de serviço Média aritmética de 80% dos maiores salários-de- contribuição de todo o período contributivo desde julho/94, corrigidos mês a mês, multiplicado pelo fator previdenciário. Média aritmética de 80% dos maiores salários-de- contribuição de todo período contributivo, corrigidos mês a mês, multiplicado pelo fator previdenciário. Aposentadoria especial, por invalidez, auxílio- doença e auxílio-acidente Média aritmética de 80% dos maiores salários-de- contribuição de todo o período contributivo desde julho/94, corrigidos mês a mês Média aritmética de 80% dos maiores salários-de- contribuição de todo período contributivo, corrigidos mês a mês Auxílio-doença e após invalidez Contando o segurado com menos de 60% do número de meses desde julho/94, até a data de início do benefício, corresponderá à média aritmética simples. Contando o segurado com menos de 144 contribuições até a data de início do benefício, corresponderá à média aritmética simples. Aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e aposentadoria especial 1 - Contando o segurado com menos de 60% de contribuição no período de julho/94 até a data de início do benefício, o divisor a ser considerado no cálculo da média aritmética não poderá ser inferior a 60% desse mesmo período. 2 – Contando com 60% a 80% de contribuições no período de julho/94 até a data de início do benefício, aplica-se a média - 20 20 aritmética simples. XVII - BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Os benefícios previdenciários são prestações pagas, em dinheiro, aos trabalhadores ou a seus dependentes. Alguns deles substituem a remuneração do trabalhador que ficou, por algum motivo, impedido de exercer a sua atividade. Outros são oferecidos como complementação de rendimentos do trabalho ou, até mesmo, independentemente do exercício da atividade. São eles: 1. PAGOS AOS SEUS SEGURADOS a) APOSENTADORIAS • APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – Art. 42 a 47 da Lei 8.213/91, art. 43 a 50 do Decreto 3.048/99 e art. 201 a 212 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. Conceito – A aposentadoria por invalidez será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, sendo-lhepaga enquanto permanecer nessa condição, fato que dependerá da verificação da condição de incapacidade, mediante exame médico- pericial a cargo da Previdência Social. Beneficiários – Todos os segurados (empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado especial e o facultativo). Requisito – Incapacidade permanente para o trabalho ou para a atividade habitual, mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social. Carência – 12 contribuições mensais se for o caso de aposentadoria comum e nenhuma carência no caso de aposentadoria por invalidez acidentária e algumas doenças. Renda mensal – 100% do salário de benefício, tendo o acréscimo de 25% se o segurado necessitar de assistência permanente de outra pessoa, podendo, portanto, ultrapassar o limite do salário-de-contribuição. Início do pagamento – Concluindo a perícia médica pela existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria será devida ao empregado a partir do 16º dia do afastamento da atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias. Ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias. 21 21 No caso do segurado encontrar-se em gozo de auxílio-doença, o benefício de aposentadoria por invalidez será devido a contar do dia imediato ao ato da cessação do auxílio-doença. Suspensão do pagamento – Se o segurado não comparecer à perícia médica periódica ou a convocação do INSS. Cessação do pagamento – Quando ocorrer a recuperação da capacidade para o trabalho, a transformação em aposentadoria por idade ou a morte do segurado. Também quando o segurado voltar voluntariamente à atividade. • APOSENTADORIA POR IDADE – Art. 201, §7º, II da C.F., art. 48 a 51 da Lei 8.213/91, art. 51 a 55 do Decreto 3.048/99 e art. 213 a 221 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. Conceito – A aposentadoria por idade é uma prestação previdenciária paga mensalmente ao segurado que complementar 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, reduzindo a idade para 60 anos, se homem, e para 55 se mulher, no caso de trabalhadores rurais. A redução de 05 anos também se aplica ao segurado garimpeiro que trabalhe em regime de economia familiar. Beneficiários – Todos os segurados (empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado especial e o facultativo). Requisito – Idade de 65 anos para o homem e 60 para a mulher, com redução de 05 anos para os trabalhadores rurais, homens e mulheres. Carência – 180 contribuições mensais. Renda mensal – 70% do salário de benefício + 1% a cada grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%. Início do pagamento – Para o empregado e empregado doméstico, a partir da data de desligamento do emprego, quando requerido até 90 dias deste fato; ou a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo de 90 dias. Para os demais segurados, a partir da data de entrada do requerimento. Suspensão do pagamento – Cumpridos os requisitos não há situação que gere a sua suspensão. Cessação do pagamento – Quando ocorrer a morte do segurado. • APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – Art. 201, §7º, I da C.F., art. 52 a 56 da Lei 8.213/91, art. 56 a 63 do Decreto 3.048/99 e art. 222 a 233 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. 22 22 Conceito – É o benefício pago aos segurados que completarem 35 anos de contribuição, se homens, e 30 anos, se mulher, para o RGPS. Beneficiários – Todos os segurados, exceto o especial, quando não contribui como individual. Requisito – 35 anos de contribuição para homens, e 30 para a mulher, com redução de 05 anos para os professores de ensino fundamental e médio. Carência – 180 contribuições mensais. Renda mensal – Integral:100% do salário de benefício aos 35 anos de contribuição para homens, e 30 para a mulher, sem limite de idade. Proporcional (para os segurados ao RGPS antes de 16/12/98): 70% do salário de benefício aos 30 anos de contribuição para os homens, e 25 para a mulher, acrescendo 5% por cada grupo de 12 contribuições, até o limite de 100% do salário de benefício. Início do pagamento – Para o empregado e empregado doméstico, a partir da data de desligamento do emprego, quando requerido até 90 dias deste fato; ou a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo de 90 dias. Para os demais segurados, a partir da data de entrada do requerimento. Suspensão do pagamento – Cumpridos os requisitos não há situação que gere a sua suspensão. Cessação do pagamento – Quando ocorrer a morte do segurado. • APOSENTADORIA ESPECIAL – Art. 57 e 58 da Lei 8.213/91, art. 64 a 70 do Decreto 3.048/99 e art. 234 a 273 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. Conceito – É o benefício pago ao segurado que tenha trabalhado durante 15, 20 e 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou sua integridade física. Beneficiários – Segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais filiados à cooperativa de trabalho e produção. Requisito – Exercício do trabalho sujeito à exposição contínua e habitual a agentes nocivos físicos, químicos ou biológicos, durante 15, 20 ou 25 anos. Carência – 180 contribuições mensais. Renda mensal – 100% do salário de benefício. 23 23 Início do pagamento – Para o empregado: a partir da data do desligamento do emprego, quando requerido até 90 dias deste fato; ou a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo de 90 dias do desligamento. Para os demais segurados (avulso e cooperados), a partir da data de entrada do requerimento. Suspensão do pagamento – Retorno ao trabalho que exponha o segurado a agentes nocivos (embora a lei trate como cessação). Cessação do pagamento – Quando ocorrer a morte do segurado. b) SALÁRIOS • SALÁRIO-FAMÍLIA – Art. 65 a 70 da Lei 8.213/91, art. 81 a 92 do Decreto 3.048/99 e art. 288 a 292 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. Conceito – É o benefício pago aos trabalhadores e aposentados de baixa renda, para ajudar na manutenção dos dependentes. O salário-família é devido, mensalmente, na proporção do respectivo número de dependentes, menores de 14 anos ou inválidos de qualquer idade. Observação: São equiparados aos filhos os enteados e os tutelados, estes desde que não possuam bens suficientes para o próprio sustento, devendo a dependência econômica de ambos ser comprovada. Beneficiários – Somente segurados empregados (exceto o doméstico) e trabalhadores avulsos; Aposentados por invalidez e idade e os aposentados de outras modalidades, a partir de 65 anos, se homem, e 60, se mulher; o trabalhador rural aposentado por idade. Requisito – Ter filho menor de 14 anos ou inválido de qualquer idade; Ser segurado de baixa renda – até R$971,33. Carência – Nenhuma. Renda mensal – De acordo com a Portaria Interministerial MPS/MF nº 11, de 09 de janeiro de 2013, o valor do salário-família será de R$33,14 por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, para quem ganhar até R$646,24. Para o trabalhador que receber de R$646,24 até R$971,33 o valor do salário-família por filho deaté 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade será de R$23,35. Início do pagamento – No ato da apresentação da documentação pertinente (certidão de nascimento, carteira de vacinação anual, até 06 anos, atestado de freqüência escolar semestral, dos 07 aos 13 anos, e termo de compromisso). A invalidez de filho ou equiparado maior de 14 anos de idade deve ser verificada através de exame médico-pericial a cargo da Previdência Social. 24 24 Suspensão do pagamento – Na falta da entrega da renovação da documentação mencionada. Cessação do pagamento – a) Com a morte do filho ou equiparado; b) quando o filho ou equiparado completar 14 anos, salvo o inválido; c) pelo desemprego do segurado ou término do trabalho avulso; d) pela recuperação da capacidade do filho inválido. • SALÁRIO-MATERNIDADE – Art. 71 a 73 da Lei 8.213/91, art. 93 a 103 do Decreto 3.048/99 e art. 293 a 310 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. Conceito – É o período remunerado ao descanso da mulher trabalhadora, em virtude de nascimento de seu filho ou adoção. Este período é 120 dias, podendo ser prorrogado em casos excepcionais. Beneficiários – Todas as seguradas. Requisito – Ser segurada; Parto, aborto e adoção. Carência – Sem carência para a segurada empregada, avulsa e empregada doméstica. Com carência de 10 contribuições mensais para as seguradas contribuintes individuais e facultativas; A segurada especial deverá comprovar o exercício de atividade rural nos últimos 10 meses imediatos anteriores ao requerimento do benefício, mesmo que de forma descontínua. Renda mensal – Segurada empregada: renda mensal igual a sua remuneração integral (não está sujeita a teto); Trabalhadora avulsa: renda mensal igual a sua remuneração integral (não está sujeita a teto); Segurada empregada doméstica: valor correspondente ao seu último salário-de-contribuição; Segurado especial: consiste em 01 salário mínimo; Seguradas contribuinte individual e facultativa: 1/12 da soma dos 12 últimos salários-de-contribuição, apurados em período não superior a 15 meses, limitado ao limite máximo do salário-de-contribuição. Início do pagamento – 28 dias antes do parto ou a partir do dia do parto. Em caso de abortamento e adoção, a partir da data do requerimento. Suspensão do pagamento – Cumpridos os requisitos, não há. Cessação do pagamento – a) Em caso de parto: 120 dias depois do dia do início; b) Em caso de abortamento não criminoso; depois de 02 semanas; c) Em caso de adoção: Até 01 ano: 120 dias após o dia de início; de 01 a 04 anos: 60 dias após o dia de início; de 04 a 08 anos: 30 dias após o dia de início. c) AUXÍLIOS • AUXÍLIO-DOENÇA –Art. 19 a 23 da Lei 8.213/91, art. 59 a 64 da Lei 8.213/91, art. 71 a 80 e 337 do Decreto 3.048/91 e art. 274 a 287 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. 25 25 Conceito – É o benefício recebido pelo segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual, por mais de 15 dias consecutivos. Beneficiários – Todos os segurados. Requisito – Ser segurada; Parto, aborto e adoção. Carência – 12 contribuições mensais ou nenhuma para acidentes e algumas doenças específicas em lista elaborada pelo Ministério da Saúde e da Previdência Social. Renda mensal – 91% do salário-de-benefício. Início do pagamento – Empregados: A contar do 16º dia de afastamento da atividade, quando requerida até o 30º dia ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e o requerimento decorrerem mais de 30 dias. Demais segurados: A contar da data de início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre estas datas passarem mais de 30 dias. Suspensão do pagamento – Quando o segurado não comparecer à perícia médica periódica, ou à convocação do INSS. Cessação do pagamento – Quando cessar a incapacidade ou pela transformação em aposentadoria por invalidez ou em auxílio-acidente. • AUXÍLIO-ACIDENTE – Art. 86 da lei 8.213/91, art. 104 do Decreto 3.048/99 e art. 311 a 317 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. Conceito – É a indenização a que o segurado tem direito quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüela definitiva que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. Beneficiários – Somente segurados empregados, trabalhadores avulsos e segurados especiais. Requisito – Acidente de qualquer natureza que cause redução da capacidade para o trabalho. Carência – Sem carência. Renda mensal – 50% do salário-de-benefício, podendo ser inferior a um salário mínimo. Início do pagamento – A partir do primeiro dia da cessação do auxílio-doença originário. Suspensão do pagamento – Em caso de retorno da mesma doença que o originou. 26 26 Cessação do pagamento – No momento da aposentadoria ou pela morte do segurado. 2. PAGOS AOS DEPENDENTES • PENSÃO POR MORTE – Art. 74 a 79 da Lei 8.213/91, art. 105 a 115 do Decreto 3.048/99 e art. 318 a 330 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. Conceito – É o benefício devido aos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não. Beneficiários – Dependentes de todas as categorias de segurados. Requisito – Morte do segurado e qualidade de segurado deste. Carência – Sem carência. Renda mensal – 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data do falecimento, rateada em partes iguais entre os dependentes. Início do pagamento – A contar da data do óbito, quando requerida até 30 dias depois deste; da data da ocorrência, em caso de catástrofe, acidente ou desastre, se requerida até 30 dias desta; do requerimento do benefício protocolizado após o prazo previsto nas alíneas “a” e “b”; da decisão judicial, no caso de morte presumida. Suspensão do pagamento – Quando o dependente inválido não comparecer ao exame médico-pericial. Cessação do pagamento – a) Pela morte do pensionista; b) ao completar 21 anos, salvo se for inválido, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensino superior; c) para pensionista inválido, pela cessação da invalidez, verificada em exame médico-pericial a cargo da Previdência Social. • AUXÍLIO RECLUSÃO – Art. 80 da Lei 8.213/91, art. 116 a 119 do Decreto 3.048/99 e art. 331 a 344 da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 45 de 06/08/10. Conceito – É o benefício devido aos dependentes do segurado de baixa renda, recolhido à prisão. 27 27 Beneficiários – Dependentes de todas as categorias de segurados. Requisito – Recolhimento do segurado à prisão sob o regime fechado ou semi- aberto, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio- doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, desde que seu último salário-de-contribuição seja inferior ou igual a R$971,33. Carência – Sem carência. Renda mensal – 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu recolhimento à prisão, rateada em partes iguais entre os dependentes. Na situação acima, o salário-de-benefício corresponderá à média dos 80% maiores salários-de- contribuição do período contributivo, a contar de julho de 1994. Para o segurado especial (trabalhador rural), o valor do auxílio-reclusão será de um salário-mínimo, se o mesmo não contribuiu facultativamente.Início do pagamento – Será fixado, na data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido até 30 dias depois desta, ou na data do requerimento, se posterior, salvo se o dependente for menor de 16 anos, quando será pago a partir da data do recolhimento, até 30 dias após completar esta idade. Suspensão do pagamento – a) No caso de fuga; b) recebimento de auxílio- doença; c) Se o dependente deixar de apresentar atestado trimestral, firmado pela autoridade competente; d) quando o segurado deixar a prisão por livramento condicional, por cumprimento da pena em regime aberto ou por prisão albergue. Cessação do pagamento – a) Pela perda da qualidade de dependente, com a extinção da última cota individual; b) Se o segurado passar a receber aposentadoria; c) Pelo óbito do segurado; d) na data da soltura. XVIII - SERVIÇOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Os serviços da previdência social buscam apoiar os segurados no exercício da sua atividade ou na relação com a Previdência Social e com a própria sociedade, sendo eles: • Serviço social; • Habilitação e reabilitação profissional; • Perícia médica. BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL- LOAS A Constituição Federal dispõe em seu art. 203, V a “a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por 28 28 sua família,”, considerando como idoso a pessoa que tenha 65 anos de idade – Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03. A Lei 8.742/1993 - Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS instituiu o benefício de prestação continuada, tendo como requisitos: • Ser deficiente ou idoso (65 anos de idade) – art. 34 da Lei 10.741/03; • comprovação de não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família; • renda familiar mensal per capita inferior a 1/4 do salário mínimo – art. 20, § 3º da Lei 8.742/93. IX - DESAPOSENTAÇAO – É o ato de desfazimento da aposentadoria por vontade do titular, para fins de aproveitamento do tempo de filiação em contagem para nova aposentadoria, no mesmo ou em outro regime previdenciário. O INSS não admite a desaposentação, mas o judiciário vem permitindo. XX - MANUTENÇÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA QUALIDADE DE SEGURADO REGRA GERAL: pessoa mantém a condição de segurado enquanto contribui. EXCEÇÕES: legislação prevê, em alguns casos, a manutenção do vínculo sem a necessidade de contribuições. É o período de graça (art. 13, RPS). SITUAÇÃO DO SEGURADO MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO 1. Em gozo de benefício Sem limite de prazo. 2. Segurado que deixar de exercer atividade remunerada ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.* Até 12 meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições 3. Segurado acometido de doença de segregação compulsória. Até 12 meses após cessar a segregação. 4. Segurado detido ou recluso. Até 12 meses após o livramento. 5. Segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar. Até 3 meses após o licenciamento. 6. Segurado facultativo. Até 6 meses após a cessação das contribuições. *No caso da situação 2 (segurado deixou de exercer atividade remunerada), temos uma ampliação do período de graça da seguinte forma: < ou = 120 contribuições: 12 meses. Se desempregado: + 12 meses = 24 meses + de 120 contribuições: 24 meses. Se desempregado: + 12 meses = 36 meses 29 29 A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos. XXI - CARÊNCIA - Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. Art. 26 do Decreto 3.048/99 Observação: período de graça não se confunde com carência. • As contribuições anteriores à perda da qualidade de segurado somente serão computadas para efeitos de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao RGPS, com no, mínimo, um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência. Os períodos de carência dos benefícios previdenciários são: BENEFÍCIO CARÊNCIA Auxílio-doença comum ou previdenciário 12 contribuições Auxílio-doença acidentário (acidente; doença profissional ou do trabalho) Não tem carência Auxílio-doença – doenças graves (artigo 151, Lei 8213/91 + hepatopatia grave – Portaria Interministerial 2998 de 23.08.2001). Não tem carência Aposentadoria por invalidez comum ou previdenciário 12 contribuições Aposentadoria por invalidez acidentária (acidente; doença profissional ou do trabalho) Não tem carência Aposentadoria por invalidez – doenças graves (artigo 151, Lei 8213/91 + hepatopatia grave - Portaria Interministerial 2998 de 23.08.2001). Não tem carência Aposentadoria por idade 180 contribuições ou artigo 142 da Lei 8.213/1991 Aposentadoria tempo de contribuição 180 contribuições ou artigo 142 da Lei 8.213/1991 Aposentadoria especial 180 contribuições ou artigo 142 da Lei 8.213/1991 Salário maternidade - contribuinte individual e facultativa: 30 30 10 contribuições. - empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa: dispensadas do período de carência. - segurada especial: comprovação do exercício de atividade rural nos últimos 12 meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefício. XXII - CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL: • Apropriação indébita previdenciária – art. 168-A do C.P; • Sonegação fiscal previdenciária – art. 337-A do C.P; • Falsificação de documento público – art. 297 do C.P; • Inserção de dados falsos em sistemas de informações – art. 313-A do C.P; • Modificação ou alteração não autorizada em sistemas de informações – art. 313- B do C.P; • Divulgação de informações sigilosas ou reservadas – art. 153 do C.P; • Estelionato – art. 171 do C.P. XXIII - COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – Art. 109, I, §3º da C.F. As ações previdenciárias, como regra geral, devem ser julgadas na Justiça Federal, tanto as ações relacionadas ao custeio das contribuições previdenciárias, quanto as relativas a benefícios. Para facilitar o acesso à Justiça, a Constituição Federal possibilitou que, sempre que a comarca não for sede de vara da Justiça Federal, as causas previdenciárias podem ser julgadas pela Justiça Estadual, no foro de domicílio dos segurados ou beneficiários. Já as ações de acidente de trabalho, após a Emenda Constitucional nº 45/04, passaram a ser processadas e julgadas pela Justiça do Trabalho. Também foram criados os Juizados Especiais Federais – Lei 10.259/01 – com intuito de agilizar o processo judiciário, com competência para julgar litígios até 60 salários mínimos. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; § 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se 3131 verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. OBS: A competência do Juizado Especial Federal é absoluta, ou seja, a ação deve ser distribuída no Juizado Especial Federal no caso de sua competência elencada no art. 03º da Lei 10.259/01, ou, cujo valor seja até 60 salários mínimos. Art. 3º - Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças. § 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas: I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos; II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais; III - para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal; IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares. § 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder o valor referido no art. 3º, caput. § 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta. 32 32 BIBLIOGRAFIA: (1) SANCHEZ, Adilson. Advocacia Previdenciária, São Paulo: Atlas, 2008. (2) KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 05ª ed. Salvador: Podivm, 2008 (3) EDUARDO, Ítalo Romano. Curso de Direito Previdenciário. 05ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2008. (4) GODOY, Fabiana Fernandes de. Manual Prático da Advocacia Previdenciária, São Paulo: JH Mizumo Editora, 2008. (5) CARLOS, Alberto Pereira de. Manual de Direito Previdenciário. 10ª ed. Florianópolis: Conceito editorial, 2008. 33 33 PRÁTICA FORENSE I – AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – LOAS • CONCEITO: É o benefício assistencial devido ao portador de deficiência física ou mental ou ao idoso, com 65 anos de idade ou mais, sem condições de prover a sua própria subsistência ou de tê-la provida pela família, no valor de 01 salário mínimo. • REQUISITOS: Ser deficiente ou idoso (65 anos de idade); comprovação de não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família; renda familiar mensal per capita inferior a 1/4 do salário mínimo - Art. 203, V da C.F., artigo 20 e §§ da Lei nº. 8.742/93 e art. 34 da Lei 10.741/03. Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da ª Vara do Juizado Especial Federal - Seção Judiciária de Minas Gerais - Belo Horizonte. JOÃO DE BARROS, brasileiro, casado, ____________, C.P.F nº ____________, CTPS nº _________, PIS nº _______, residente e domiciliado na Rua ____________, n° ___, Bairro ____________ /Belo Horizonte - MG., vem respeitosamente perante V. Exa., por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração em anexo, propor AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – LOAS, COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA contra o INSS - INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL, autarquia federal, com agência nessa cidade localizada na Avenida Tal, nº - Bairro Centro/Belo Horizonte/MG., com base no art. 203, V da C.F., c/c artigo 20 da Lei nº 8.742/93 e art. 34 da Lei 10.741/03 e art. 273 do C.P.C., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I - DOS FATOS O Autor sofreu derrame em 00/00/00, ficando paralisado, não podendo exercer qualquer atividade para seu sustento, conforme faz prova o atestado médico em anexo. 34 34 O Autor não possui fonte de renda que permita a sua subsistência, residindo com sua esposa, que possui renda de 01 salário mínimo em virtude de serviço prestado como empregada doméstica, razão pela qual foi até o INSS requerer o Benefício Assistencial – LOAS, no dia __/__./___, recebendo o número ____, que foi indeferido, conforme demonstra cópia da decisão em anexo, sob o fundamento do art. 20, § 3º da Lei 8.742/93, informando que a renda per capita da família do Autor é superior a ¼ do salário mínimo. II - DO DIREITO A percepção de renda familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo não pode ser o único critério para a concessão do benefício ora reclamado, visto que o legislador apenas estipulou uma condição/requisito mínimo, não prevendo particularidades, apenas regras gerais, deixando desacobertados os cidadãos que se encontram em situação como a vivida pelo Autor. Ademais, sendo a família do Autor composta por ele e sua esposa, a renda per capita nunca alcançaria ¼ da renda familiar, sendo este parâmetro meramente objetivo, podendo o julgador, mediante a aferição de outros meios de prova, avaliar a condição de miserabilidade do necessitado requerente Conforme é de conhecimento de todos, o INSS, após a promulgação da Constituição Federal, se incumbiu de cumprir com o pagamento de um salário mínimo a todas as pessoas idosas ou portadoras de deficiência que estiverem em situação de miserabilidade, conforme determina o artigo 203, da Constituição Federal, in verbis: Art. 203 - A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: (_.) V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê- la provida por sua família, conforme dispuser a lei" Igualmente, o art. 20, §3º da Lei 8.742/93 preceitua o seguinte: Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. (...) § 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. Também a Lei 10.741/03, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências, prescreve em seu art. 34 o seguinte: Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício 35 35 mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS. O Autor fez seu pedido em sede administrativa, não sendo aceito, sob a alegação de que a renda per capita de sua família é superior a ¼ do salário mínimo, sendo indeferido o pedido do benefício. Consoante a legislação acima citada, mormente o art. 203, V da C.F., que prevê que a pessoa necessitada que comprove não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família terá direito a um salário mínimo de benefício mensal, fica evidenciada a intenção do legislador em proteger o cidadão em tais situações, conforme é caso do Autor. Este é o entendimento jurisprudencial: RF1-121844) CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE ASSISTÊNCIA CONTINUADA. INC. V DO ART. 203 DA CF/88. LEI 8.742/93. DECRETO 1.744/95. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA DEFERIDA
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