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Instituto Federal Sul-Rio-Grandense Campus CAVG Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia Viticultura I Projeto de implantação de vinhedo Amilques Rodrigues Ana Paula dos Santos Sofia Brand Scheibler Taiana Madeira Soares Pelotas – RS Nov/2012 INDICE 1. Introdução e justificativa .................................................................................................. 3 2. Objetivos: ........................................................................................................................ 5 3. Recomendações Técnicas: ............................................................................................. 5 3.1 Escolha da área ....................................................................................................... 5 3.2 O clima ...................................................................................................................... 7 3.2.1 Insolação e precipitação ...................................................................................... 8 Tabela 1. ............................................................................................................................. 9 3.2.2 Temperatura e umidade relativa do ar ................................................................ 9 3.2.3 Ventos .................................................................................................................. 10 3.2.4 Irrigação ............................................................................................................... 11 4. Preparo do solo ............................................................................................................. 12 Tabela 2. ........................................................................................................................... 14 4.2 Preparo das linhas de plantio e sistema de condução ....................................... 16 5. Cultivares ...................................................................................................................... 18 5.1 Aquisição da mudas .............................................................................................. 19 5.2 Porta-enxerto ......................................................................................................... 20 Considerações Finais ........................................................................................................ 21 Referências Bibiográficas: .......................................................................................... 22 1. Introdução e justificativa A história da viticultura do Rio Grande do Sul, possui uma estreita relação com a colonização italiana estabelecida principalmente na Serra Gaúcha e região Central do estado. Nestas regiões, foram estabelecidas estruturas tipicamente de minifúndio, predominando a utilização de mão-de-obra familiar, pouco mecanizada devido à topografia acidentada, voltadas principalmente para a produção de cultivares de uvas americanas e híbridas, destinadas principalmente à elaboração de suco e de vinhos de mesa. A hegemonia de variedades americanas na Serra Gaúcha foi estabelecida pela predominância de características fenológicas específicas da espécie , que propiciam uma melhor adaptação ao macroclima local em detrimento às cultivares de uvas viníferas que apresentam maiores restrições para seu desenvolvimento, tanto no que diz respeito a fatores permanentes ou ambientais, quanto na definição das técnicas de cultivo à serem adotadas. Embora o setor tenha se estruturado com base em vinhos de mesa, produzido a partir de cultivares americanas e híbridas, que ainda hoje representa cerca de 80% do volume total de vinhos produzidos no país, à partir da década de 80, foram observadas mudanças no panorama setorial brasileiro que passou a demonstrar grande potencial para o consumo de vinhos finos com padrão internacional e de maior valor agregado. As mudanças no perfil de consumo de produtos derivados da uva, principalmente no que se refere à demanda por vinhos finos, acarretou na mudança no cenário produtivo, compelido a realizar maiores investimentos na implantação de novas instalações e modernização das vinícolas já existentes. Entretanto, para viabilizar a produção de uvas finas, é necessário mais do que grandes investimentos: é preciso analisar elementos que poderão afetar diretamente na produtividade e na qualidade das uvas que serão cultivadas. Hidalgo (1993) classifica esses fatores em dois grandes grupos: os fatores permantentes ( clima, solo, meio biológico, entre outros) e os fatores culturais ( sistema de condução, podas, métodos de irrigação, entre outros). Portanto, a escolha do local de implantação do vinhedo exerce papel fundamental no desenvolvimento das cultivares e consequentemente nos resultados almejados. A região da Campanha Gaúcha, surgiu como alternativa para produção de uvas finas em 1973, quando a Universidade de Davis (Califórnia) realizou, em conjunto com a Universidade Federal de Santa Maria (RS) e com a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, um zoneamento Agroclimático para a Cultura da Videira no Estado. Este trabalho apontou a campanha Gaúcha e da serra do Sudeste como as regiões que possuem o melhor conjunto de condições climáticas para a produção de vinhos finos a partir de variedades de Vitis Vinífera. Foi com base nesse estudo que a Almadén (National Destillers) se estabeleceu em 1974 no município de Bagé, com a Vinhedos Santa Tecla, adquirindo área de 52 hectares e importando 57 mil mudas da Califórnia. Dois anos mais tarde, transferiu-se para Santana do Livramento, adquirindo propriedade de 1.200 hectares, onde possui hoje o maior parreiral contínuo da América Latina, com 585 hectares de viníferas. De acordo com o Panorama Setorial da Viticultura Brasileira desenvolvido pela EMBRAPA (2011), a região da Campanha pode ser dividida em três grupos de empreendedores: Os grandes grupos empresariais, formado pelo grupo Miolo (projeto Seival State e projeto Almadém), pela Vinícola Salton e pela Cooperativa Nova Aliança, cujas origens e matrizes encontram-se na Serra Gaúcha; Os novos empreendedores vitivinícolas, formado por pessoas com perfis que variam entre empresários do agronegócio e do comércio, profissionais liberais, professores, etc., cuja característica comum está na estrutura do empreendimento de forma vertical, contemplando a produção de uvas e a elaboração de vinhos; Viticultores independentes, organizados em duas entidades, denominados ABAFRUT e AQUAFRUTI. Atualmente, a região da Campanha, conta com aproximadamente 1.500ha de área, cultivada exclusivamente com castas Vitis vinifera, predominando as uvas tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Cabernet Franc, Pinot Noir; Touriga Nacional, Tempranillo e entre as uvas brancas destacam-se Chardonnay, Sauvignon Blanc, Pinot Griogio e Ugni Blan (Trebbiano). A produtividade dos vinhedos na região situa-se entre 8 e 12 t/ha, dependendo da cultivar e das condições climáticas da safra. As uvas produzidas originam principalmente vinhos tranquilos, embora venha crescendo em importância a produção de uvas, das castas Chardonnay e Pinot Noir, para a elaboração de espumantes. O fator limitante à viticultura da região é a falta de mão-de-obra qualificada disponível para o manejo dos vinhedos, além da falta de assistência técnica permanente, o que dificulta a consolidação de uma estruturasetorial vitivinícola, sustentável e competitivo principalmente para os grupos de viticultores independentes e para os novos empreendedores vitivinícolas. 2. Objetivos: Implementação de vinhedo em uma propriedade com 300 ha, onde foram disponibilizados 50 ha para as instalações do pomar. Parte da área a ser ocupada com videira é onde hoje existe um pomar de goiabeira. O proprietário pretende trabalhar com uvas finas tintas e brancas para processamento, sendo que as uvas brancas em pequena proporção. O proprietário pretende entregar a sua uva em uma vinícola próxima ( cerca de 20 km de sua propriedade). 3. Recomendações Técnicas: 3.1 Escolha da área A qualidade das uvas e consequente qualidade dos vinhos produzidos, se entrelaça com a natureza do solo e as condições que este irá proporcionar para absorção de água e nutrientes por parte da videira. De acordo com NACHTIGAL et al. (2007), a videira de adapta em uma ampla variedade de solos, no entanto, dá-se preferência a solos profundos, não muito argilosos e bem drenados, com pH variando entre 5 a 6,5 e com bom teor de matéria orgânica. De acordo com MANICA E POMMER (2006), os melhores terrenos são os planos, por facilitar o preparo do solo e as práticas culturais, devendo ser evitadas as baixadas que, embora planas, são excessivamente úmidas. Os terrenos de meia- encosta, apresentam boa drenagem e são menos sujeitos às geadas tardias, quando comparados com terrenos de baixada, possibilitando ainda, a seleção de áreas para viticultura com um mesoclima particular. SOARES et al. (2009) define mesoclima como correspondente ao clima local, relativo a pequenas áreas, podendo ser um distrito ou uma propriedade, com características climáticas definidas em função, principalmente , da exposição, declividade e altitude do terreno. As condições de declividade do terreno, por sua vez, irão definir, juntamente com a exposição, a incidência de maior ou menor insolação, sendo recomendado declividades inferiores a 20%, seja pelos riscos de erosão e pela dificuldade de mecanização. A área escolhida para implantação, pertence ao município de Candiota localizado a aproximadamente 420 km de Porto Alegre. Sua sede está a 220 m de altitude e suas coordenadas geográficas são 31°33’28,8” de latitude Sul e 53°40’22,8” de longitude Oeste. Limita-se ao norte com Bagé, a leste com Pinheiro Machado, a sudeste com Pedras Altas e a sudoeste com Aceguá. Está dividido em cinco distritos: Candiota (sede), Baú, Jaguarão Grande, Passo Real de Candiota e Seival. Na divisão fisiográfica do Estado, enquadra-se na região da Campanha. As principais vias de acesso ao município são a BR 293 e a BR 153 ambas pavimentadas. O relevo regional é suave ondulado a ondulado, formado predominantemente por coxilhas tabulares e semi-tabulares com ocorrência de cuestas forte onduladas e de ravinas. Intercalando as coxilhas, ao longo dos cursos d’água. Ocorrem várzeas que dão uma feição plana a suavemente ondulada ao relevo local. As altitudes oscilam entre 100 metros à 395 metros, sendo que 71.61% do município apresenta altitudes inferiores a 250 metros e declividades inferiores a 10%. As maiores declividades encontram-se nas encostas das partes altas e as áreas mais elevadas situam-se na parte norte do município ao norte da BR 293. As formas de relevo da região, formam definidas por SOMBROEK (1969), a partir das superfícies geomórficas que se moldaram em função de seu material de origem, em função dos processos erosivos naturais e posicionamento relativo altimétrico atual e a que estiveram submetidas no passado. Segundo o referido autor, o local em que será implantado o vinhedo, pertence ao grupo denominado Colinas Gondwânicas Altas , compreendendo parte da região alta (350-200m) de Candiota, formada por rochas sedimentares que sofreram intensos processos erosivos, dissecando o antigo planalto e constituindo colinas. Estas regiões, foram subdivididas conforme sua formação e estrutura atual, sendo que a área a ser trabalhada pertence a subdivisão 1dg, na BR-293, a 2km da Vila Operária. A unidade 1dg segundo SOMBROEK (1969) descrita na bacia hidrográfica da lagoa Mirim, os solos dominantes são podzólico vermelho-escuro e brunizem avermelhado com fases iluvial e rasa. Esta unidade compreende as colinas aplainadas que formam o relevo suave ondulado (2-8%), com topos planos e encostas muito suaves em seus declives, com segmentos de drenagem formados por leves depressões, que pouco contrastam no relevo, onde ocorrem solos hidromórficos. Essas colinas, com altitudes que variam de 200 a 220m, possuem, na maior parte, solos profundos. Os solos são formados pela decomposição de rochas sedimentares de textura fina, siltitos e argilitos. Essas lâminas de rochas finas possuem teores de carbonatos suficientes para constituir solos muito férteis. 3.2 O clima Segundo MANICA e POMMER (2006), a videira européia (Vitis vinífera L.) possui uma melhor adaptação em regiões que possuem clima típico mediterrâneo, caracterizado pela ocorrência de precipitações predominantemente no inverno, frio e úmido, e com verões quentes e secos. Em função das exigências térmicas da videira, as principais áreas de produção mundial foram delimitadas às regiões compreendidas entre os paralelos 30 a 50°N e 30 a 45°S. A região da Campanha está possui sua extensão entre as posições 29º45'23"S/57º05'37"W (município de Uruguaiana) e 31º33'45"S/53º26'15"W município de Pinheiro Machado), consideradas as faixas territoriais ideais, topografia de suaves coxilhas que permitem a ação dos ventos, eliminando parte da umidade do ar, além de possibilitar a mecanização da cultura e técnicas especiais de manejo do solo consideradas inviáveis para a Serra Gaúcha devido a topografia acidentada característica da região. 3.2.1 Insolação e precipitação A videira é uma planta exigente em radiação solar, exigindo elevado grau de insolação durante o período vegetativo, pois será um fator determinante no processo fotossintético, no desenvolvimento das gemas florais e no processo de sintetização de açucar, influenciado diretamente pela incidência de luz solar nas folhas da videira em seu período de maturação. De acordo com MANICA e POMMER (2006), para a coloração das bagas e acúmulo de açucar, é necessário que o total de horas de insolação no período vegetativo seja em torno de 1200 a 1400 horas. Em Candiota, as épocas de estiagem, que vão de outubro a maio, coincidem com este mesmo período, prevalecendo alto grau de insolação quando a videira mais necessita. A média de insolação total anual da região fica em torno de 2.371 horas ( tabela1). O município de Candiota é caracterizado por longos períodos de seca, com precipitação média anual de 1264 mm, representando índice inferior à média da região da Campanha que apresenta um índice de 1.388 mm. A deficiência hídrica anual fica compreendida em 98 mm, enquanto que o excesso hídrico anual fica compreendido em uma média de 191 mm. O período de estiagens ocorre geralmente de outubro a maio, coincidindo com a maior parte do ciclo vegetativo. Durante a primavera, as chuvas são importantes para o desenvolvimento da planta, porém, quando em excesso, favorecem a ocorrência de algumas doenças fúngicas da parte aérea. As chuvas de inverno têm pouca influência sobre a videira, mas são importantes para as reservas hídricas do solo, necessárias para o início do ciclo vegetativo da videira. Em termos de exigências hídricas, a videira é uma cultura muito resistente à seca, graças ao seu sistema radicular, que é capaz de atingir grandes profundidades (COSTACURTA; ROSELLI,1980). Tabela 1. Dados climáticos médios, índices bioclimáticos médios e respectivas coordenadas geográficas das 5 regiões produtoras de vinhos finos do Sul do Brasil: Serra Gaúcha, Serra do Sudeste e Campanha no Rio Grande do Sul, São Joaquim e Alto do Vale do Rio do Peixe em Santa Catarina. Fonte: EMBRAPA-CNPUV 3.2.2 Temperatura e umidade relativa do ar A temperatura atua de diferentes formas na videira, variando o grau de exigência conforme a fase do ciclo vegetativo que se encontram e quanto a fenologia das plantas que serão cultivadas. Segundo MANICA e POMMER (2006), para que seja iniciado o período de dormência, as temperaturas exigidas pelas videiras devem ser inferiores a 20°C, enquanto para a quebra de dormência e posterior brotação, é necessário que a temperatura média diária, na primavera, alcance 10°C. Na fase de desenvolvimento das bagas, a temperatura ideal fica em torno de 22°C enquanto na fase de maturação, a temperatura considerada ideal fica em torno de 27°C. As temperaturas elevadas durante o ciclo vegetativo podem antecipar a maturação e influenciar na composição dos teores de açucar das bagas, além de provocar escaldaduras quando superiores a 30°C. Na estação do inverno videira é bastante resistente às baixas temperaturas, quando se encontra em período de repouso vegetativo. Ela pode suportar, sem que haja a morte da planta, temperaturas mínimas de até -10,0°C a -20,0°C no caso da espécie Vitis vinifera L. O frio invernal é importante para a quebra de dormência das gemas, no sentido de assegurar uma adequada brotação. Segundo a Emater regional, a temperatura média anual no município de Candiota é de 17,2° C sendo a média do mês mais quente 24,2° C, em fevereiro e 12,2° no mês mais frio, em julho. A temperatura do ar tem também irá influenciar na qualidade dos frutos que serão produzidos. Verifcou-se que em isotermas de 10° e 16°C, as espécies Vitis Viníferas vegetam bem e produzem frutos de ótima qualidade. Isso pode ser explicado pelo fato de que a amplitude térmica e o comprimento do dia condicionam os processos de coloração, concentração de sólidos solúveis e de acidez dos frutos (MANICA e POMMER (2006). Estas características podem ser observadas nas regiões produtoras, com clima do tipo mediterrâneo, compreendidas entre os paralelos 30° a 50°N e 30° a 45°S. TONIETTO & MANDELLLI (2003), relatam que a ocorrência de noites relativamente frias favorece o acúmulo de polifenóis, especialmente as antocianinas nas cultivares tintas e a intensidade dos aromas nas cultivares brancas. O local de implantação do vinhedo está situado paralelo 31° de latitude Sul, e apresenta uma amplitude térmica superior a 12°C. Segundo a EMBRAPA a umidade relativa do ar ao longo do ciclo da cultura da videira influencia tanto os aspectos fisiológicos quanto a ocorrência de doenças fúngicas e bacterianas. Valores mais elevados proporcionam o desenvolvimento de ramos mais vigorosos, aceleram a emissão das folhas e favorecem uma maior longevidade. Porém, quando associados às temperaturas elevadas, a incidência de doenças fúngicas e bacterianas tornam-se mais intensas. A umidade relativa do ar da região, em média, fica em entre 71% e 76%. 3.2.3 Ventos Os ventos afetam o crescimento das plantas sob três aspectos: transpiração, absorção de CO2 e efeito mecânico sobre as folhas e ramos. A transpiração aumenta com a velocidade do vento até atingir certo patamar; a partir do qual não se verifica mais alterações no valor de transpiração. A exata relação entre vento e transpiração varia e é dependente de cada espécie. Em condições naturais, a transpiração é determinada pela superfície exposta, variando de acordo com a rugosidade, apresentando um efeito mais acentuado em plantas altas e isoladas (MOTA, 1983). Durante a primavera e verão, a região de Candiota sofre influência dos ventos alísios e, no outono e inverno, sofre influência dos ventos minuano, originado no Oceano Pacífico, ultrapassa a Cordilheira dos Andes onde absorve o frio seco, caracterizado por ventos fortes e cortantes que sopram no sentido oeste para o leste, e pelo vento Pampeiro, originado da região da Patagônia na Argentina, geralmente vem acompanhado de chuvas, cuja duração pode ir de 6 a 26 horas. MOTA (1992) identificou as regiões climaticamente aptas para a produção de uvas no Rio Grande do Sul e observou que essas regiões, por serem de altitudes mais elevadas e normalmente apresentando certo grau de declive, necessitam da utilização de quebra-ventos para minimizar os efeitos dos ventos fortes e frios. Os quebra-ventos serão colocados alinhados perpendicularmente aos ventos dominantes da região, no sentido sudoeste, distantes cerca de 10m das linhas de plantio, espaçados em 4m para evitar a formação de uma barreira muito densa, preservando certo grau de permeabilidade, permitindo que parte do vento possa passar entre as árvores. A espécie que será utilizada é denominado como Neem (Azadirachta indica). recomendado a sua utilização como quebra-ventos em áreas de poucas chuvas e ventos fortes, protegendo as culturas da dessecação. Trata-se de uma planta da família Meliaceae, considerada uma planta muito resistente e de crescimento rápido, atingindo normalmente, de 10 a 15 m de altura. O Neem vem sendo utilizado há mais de 2000 anos na Índia para controle de insetos pragas (mosca-branca, minadora, brasileirinho, carrapato, lagartas e pragas de grãos armazenados) nematóides, alguns fungos, bactérias e vírus, na medicina humana e animal, na fabricação de cosmético, reflorestamento, como madeira de lei, adubo, assim como paisagismo. 3.2.4 Irrigação Para a região da Campanha Gaúcha não será necessária a implantação de um sistema de irrigação fixo no pomar em virtude das chuvas serem distribuídas durante os períodos de maior exigência hídricas por parte das videiras o ano. Entretanto, em períodos de seca que coinscidam com o período vegetativo, será realizada a irrigação localizada nas linhas de plantio, com água originada da perfuração de um poço artesiano, devidamente analisada. 4. Preparo do solo De acordo com MANICA e POMMER (2006), alguns meses antes do preparo do solo, deve-se fazer a amostragem para realização de análises químicas que indicam as adubações e correções a serem feitas, tendo em conta as exigências da cultura. Com exceção do pomar de goiabeiras localizado na extremidade oposta à área em que será implantado o vinhedo, atualmente a terra é usada principalmente em pastoreio, com ocorrência de gramíneas perenes esparsas, o que descarta a necessidade da realização de destocamento logo após a relização da operação da roçagem. Para realizar uma análise completa do histórico da área escolhida, serão realizadas coletas de amostras à duas profundidades, de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm. Posteriormente, será analisada a presença de nematoides, fusariose e de pérola-da- terra. Caso seja comprovada a existência de doenças ou pragas no local, é necessário avaliar as possíveis opcões de correção, tanto no que diz respeito a posterior escolha de porta-enxertos resistentes a doenças, como a utilização de coberturas verdes como alternativas de controle e diminuição de populações que possam ameaçar o desenvolvimento das cultivares. Para a limpeza do local, serão utilizados tratores para execução da roçagem para eliminar a vegetação local existente na totalidade da área de 50 ha, retirando apenas os arbustos e galhos maiores, sendo o restante incorporado ao solo através de uma ou mais lavrações posteriores. De acordo com MANICA e POMMER (2006), a operação desubsolagem, que consiste na operação efetuada para quebrar as camadas de solo adensadas, deve sempre ser realizada em solos argilosos e compactados em todo o terreno, visando um melhor desenvolvimento radicular das videiras. Embora a área escolhida possua um percentual de argila inferior a 30%, a classificação de Argissolos, segundo a SiBCS (2009), abrange os solos do tipo podzólico vermelho-escuro, portanto, propensos à compactação em situações de seca. Neste caso, segundo a EMBRAPA, é aconselhável realizar duas arações profundas ou subsolagens, que deverão ser cruzadas, sendo a primeira no sentido do declive e a segunda transversal à primeira. Isto tornará o solo bem descompactado, facilitando o crescimento das raízes. A profundidade de subsolagem , segundo SOARES et al.(2009), deve ser de 0,80 m a 1,20m, seguida de aração característica do preparo inicial do solo , que é de 0,40 m de profundidade. De acordo com SOARES et al.(2009), a aração pode ser realizada de forma simultânea à subsolagem. Essa prática geralmente é realizada quando não há disponibilidade de tratores com potência suficiente, capaz de efetuar a subsolagem (descompactação do solo) numa só operação. Neste caso, é necessário dispor de dois tratores, sendo um equipado com o arado e outro com o subsolador, realizando um trabalho simultâneo e alternado. A cada percurso do arado, faz-se a subsolagem, com o trator deslocando dentro do sulco deixado pela aração, cujo objetivo é obter maior penetração das hastes do subsolador e assim sucessivamente. Para desagregar os torrões, levantados pelas operações de aragem e subsolagem, e nivelar a superfície do solo, diminuindo os espaços vazios deixados pelas práticas anteriores, será realizada a gradagem, que proporcionará um terreno uniforme para a posterior execução da calagem. A calagem consiste em uma técnica que tem por objetivo regular a acidez do solo através do insumo agrícola conhecido como calcário (rocha moída). A videira é uma frutífera que requer o pH 6,0, exigindo a realização de calagem, conforme recomendações da EMBRAPA, caso o solo em que será cultivada apresente pH diferente do requerido. Segundo a EMBRAPA, os solos brasileiros são ácidos em sua maioria e pode ser representada pela presença dos elementos - íons H+ e Al+3 - originados principalmente pela lavagem e lixiviação dos nutrientes do solo causados pela chuva, pela hidrólise do alumínio e pela utilização de fertilizantes minerais nitrogenados. As principais vantagens de execução desta técnica, segundo a SiBCS (2009) são: aumentar a disponibilidade de fósforo, já que diminui os sítios de fixação no solo; diminuir a disponibilidade de alumínio e manganês através da formação de hidróxidos, que não são absorvidos; aumentar a mineralização da matéria orgânica com conseqüente maior disponibilidade de nutrientes e favorecer a fixação biológica de nitrogênio. Nas propriedades físicas do solo, a calagem aumenta a agregação, pois o cálcio é um cátion floculante e, com isso, diminui a compactação; fornecer suprimento de cálcio e magnésio para as plantas, estimulando o crescimento das raízes e, portanto, com a calagem ocorre o aumento do sistema radicular e uma maior exploração da água e dos nutrientes do solo, auxiliando a planta na tolerância à seca. No RS e SC utiliza-se o índice SMP como indicador da necessidade de calagem, pois assim como os demais índices, deve ser adequado a região em que será utilizado. Para estabelecer a quantidade de calcário a ser aplicado, serão empregadas as recomendações da SiBCS-NRS (tabela 2.), adequadas ao índice SMP 6,3, correspondente à área de implantação, para o solo atingir pH 6,0. A calagem será executada três meses antes do plantio das mudas em uma quantidade de calcário equivalente a 1,8 t/ha. Tabela 2. Recomendação de calagem para solos do RS e SC. Fonte: SBCS-NRS / Comissão de Fertilidade do Solo RS/SC 4.1 Adubação e abertura das covas De acordo com a EMBRAPA, a adubação para implantação do vinhedo tem por finalidade fornecer nutrientes às plantas no período que vai do plantio até o início da produção. Em solos com menos de 25 g kg-1 (2,5%) de matéria orgânica recomenda-se a aplicação de esterco de bovinos, na dose 80 t ha-1, colocado no fundo das covas das plantas e misturados com o solo. Segundo MANICA e POMMER (2006), a abertura das covas deve ser feita com antecedência em relação ao plantio, no mês de abril, com dimensões em torno de 60x60x60 cm, com o uso de enxadões e cavadeiras. Para o preenchimento das covas deverá ser misturado ao esterco de bovinos, 1kg de calcário dolomítico, além de adubos fosfatados e potássicos. Com o objetivo de suprir as possíveis carências nutricionais, principalmente dos elementos Nitrogênio ( exercendo funções estruturais e metabólicas), o Fósforo (atuando como componente estrutural das membranas celulares, bem como fazendo parte de compostos responsáveis pela fixação do CO2 atmosférico e pelo metabolismo de açúcares) e o Potássio (atuando nas relações osmóticas, dinâmica dos estômatos e ativador enzimático), foi recomendado a utilização de adubação verde em detrimento à adubação química. A cobertura verde, consiste nos tipos e formas de vegetação natural ou plantada que recobrem determinada área ou terreno ( EMBRAPA, 2005). Possuem como principal finalidade, reduzir o processo erosivo do solo, diminuindo o escoamento artificial, perdas de água, solo e nutrientes. Além disso, a cobertura verde proporciona o incremento da ciclagem de nutrientes, definida como a movimentação de elementos químicos presentes na biosfera e dos compostos inorgânicos essenciais e não essenciais para a vida dentro dos ecossistemas (PIRES, 2011). Esta, por sua vez, irá contribuir para a redução da lixiviação através da absorção de nutrientes por parte das vegetações de cobertura, que serão incorporados a fitomassa e posteriormente retornarão ao solo pelo processo natural de decomposição, proporcionando um aumento da quantidade de matéria orgânica disponível no solo, diminuindo sua exposição e reduzindo as possibilidades de perdas de nutrientes, hidrossolúveis, através da ação gradativa das chuvas. As leguminosas e as gramíneas são as mais utilizadas, pois, dentre todas as vantagens, incorporam quantidades significativas de nitrogênio via biológica de N2 e algumas apresentam raízes profundas que permitem melhor reciclagem de nutrientes para as camadas superficiais. Devem ser plantas entre as linhas das videiras cobrindo a superfície anteriormente livre do solo. Para a implantação da cobertura verde, foram utilizadas as espécies aveia- preta, ervilhaca e azevem, que quando cultivadas em consórcio, aumentam a liberação de Fósforo e Potássio, em relação ao cultivo isolado, além de auxiliar na fixação do Nitrogênio (Giacomini, 2001). Estas serão semeadas, entre os meses de fevereiro e abril, com suas respectivas densidades: • 80 kg/ha de aveia-preta (Avena strigosa), apresentando efeitos supressores a plantas invasoras, diminuindo a população de nematóides; • 30 kg/ha de ervilhaca comum (Vicia sativa), considerada como “planta fixadora de nitrogênio” além de aumentar o teor de matéria orgânica do solo; • 40 kg/ha de azevem (Lolium mltiflorum), exercendo controle da erosão do solo e da germinação de ervas espontâneas. 4.2 Preparo das linhas de plantio e sistema de condução A incidência de raios solares, deve ser considerada na definição dos métodos de condução à serem utilizados, pois exercem influência direta na interceptação da luz solar no dossel das plantas. Segundo SOARESet al. (2009), no sistema de condução em espaldeiras, a maior quantidade de radiação solar direta é absorvida pelo dossel na segunda metade da manhã e primeira metade da tarde, em fileiras orientadas no sentido norte-sul em comparação com fileiras orientadas no sentido leste-oeste. De acordo com MANICA e POMMER (2006), em terrenos planos ( com declividade < 20%) e no sistema de espaldeira, a orientação das fileiras deve ser voltada para o sentido leste-oeste, não existindo um consenso sobre uma correta orientação entre os autores. O sistema de condução que será utilizado é a espaldeira, com orientação norte-sul, por tratar-se de um sistema com boa adaptação aos hábitos vegetativos da maior parte das viníferas, facilitar a mecanização, além de possuir maior incidência de radiação solar sobre o dossel das plantas. Na espaldeira, deverão ser instalados mourões de eucalipto tratado ou concreto armado. Neles serão fixados 3 fios de arames, números 12, 14 e 16 respectivamente, bem esticados arames que sustentarão a vegetação e a produção. A distância entre as fileiras será 2,5 m e a distância entre plantas é de 1,5 m. A altura do sistema de sustentação do solo até a parte superior será de aproximadamente 2,0 m. Para solos negros da região da campanha, que apresentam argila muito expansiva com risco de encharcamento, recomenda-se a movimentação do solo e a construção de camalhões na linha de plantio, para assegurar a drenagem em anos chuvosos e evitar o acúmulo de umidade na zona das raízes, mantendo a vegetação nativa nas entrelinhas ou colocando plantas de cobertura. Os camalhões são terraços construídos sobre o solo previamente preparado, com trator equipados com arados reversíveis, locados em nível ou desnível de 0,3 a 0,8%. Possuem base estreita e com variações entre 40 a 60 cm de altura, sobre os quais serão plantadas as mudas. Devido ao recente desenvolvimento de um ambiente tecnológico da região da Campanha, como novo polo de produção de vinhos finos, se estabeleceu paralelamente um ambiente propício a capacitação gerencial e a constituição de mão-de-obra no município de Candiota. A mão-de-obra, utilizada a ser utilizada na implantação do vinhedo, será terceirizada, entretanto, serão realizados treinamentos, para que todos os envolvidos no projeto compartilhem dos objetivos à serem atingidos pela organização. 5. Cultivares Para a implantação do pomar serão adotadas as cultivares viníferas Chardonnay, Tannat e Cabernet Sauvignon, adequadas para produção de vinhos finos e bem adaptadas à região da Campanha Gaúcha. Essas variedades também foram escolhidas em razão da demanda da Vinícola Miolo, onde a produção será processada. Chardonnay é uma uva fina, da espécie Vitis vinífera de cor branca. Apesar de ter brotação precoce e estar sujeita a geadas tardias, pode ser feito um atraso na poda que causa um retardo no ciclo fenológico das plantas e consequentemente na maturação da uva. Ela brota entre 10 e 20 de agosto e adapta-se bem a região da campanha, pois só amadurecem por completo se houver elevada insolação e as chuvas forem escassas, restringindo a quantidade de água no solo, e amadurecem entre 06 e 15 de janeiro. Produzem em média 8 a 13 toneladas de uva por hectare. A baixa umidade do ar também é fundamental, pois evita o desenvolvimento de fungos que causam a podridão dos cachos, mesmo que tenha resistência à antracnose. É sensível ao oídio e às podridões e moderadamente sensível ao míldio. Com vigor e produtividade médios, atinge bom teor de açúcar que varia de 15 a 17°Brix e acidez total entre 80 a 100 meq/L. Tannat é uma variedade tinta, vinífera que apresenta elevado vigor e brotação tardia, o que lhe garante proteção dos efeitos prejudiciais das geadas tardias, brotando no começo de setembro e amadurecendo no final de fevereiro, início de março. Produz de 20 a 25 toneladas por hectare com teor de açúcar entre 18 a 20°Brix e acidez de 110 a 130 meq/L. Sendo uma cultivar de médio vigor e produtiva, apresenta com bom teor de açúcar e comporta-se bem em relação as doenças fúngicas, tendo resistência a antracnose e a podridões mas sensível ao oídio e ao míldio. Com relação à porta-enxerto DISEGNA, RODRIGUEZ & FERRERI observaram que o Paulsen 1103 contribuiu para a produção de vinho com maior teor de antocianinas e tanino e, também, com melhor qualidade. Cabernet Sauvignon é uma vinífera tinta, sendo cultivar de brotação e de maturação tardia, relativamente vigorosa. Brota de 05 a 15 de setembro e também amadurece final de fevereiro, início de março, de média produção e elevada qualidade para vinificação, produzindo aproximadamente 15 a 20 toneladas por hectare com teor de açúcar que variam de 16 a 18°Brix e acidez total entre 80 a 100 meq/L. É bastante susceptível às doenças de lenho que, se não forem controladas reduzem a produtividade e causam morte precoce das plantas e também é sensível ao dessecamento do cacho, especialmente quando é enxertada sobre os porta enxertos SO4 e 5BB, que atrasam a maturação da uva. Sensível ao oídio, ao míldio e a podridões, e moderadamente sensível à antracnose. 5.1 Aquisição da mudas Segundo recomendações da EMBRAPA, para aquisição das mudas, é imprescindível que se adquira as mudas de viveirista credenciado e regularmente fiscalizado pela Secretaria da Agricultura, onde deve-se ter a segurança da identidade do porta-enxerto e da cultivar enxertada e da sanidade das mudas. A obtenção de mudas sem estes cuidados pode comprometer a viabilidade econômica do empreendimento, pela introdução na propriedade de focos de doenças e pragas de difícil controle. As mudas adquiridas devem ser de raiz nua e bem lavadas de forma que se possa observar a presença de pragas como a "pérola-da-terra" e outros sintomas como engrossamento, nódulos, escurecimento e necroses causados por patógenos de solo. As mudas devem ter o sistema radicular bem formado, no mínimo, com três raízes principais e comprimento acima de 20 cm, com o calo do enxerto formado em toda circunferência da enxertia, sem fendas ou engrossamento excessivo. Além disso, deve-se ter a segurança de que as mudas se originaram de material propagativo certificado ou fiscalizado, sem a presença de viroses e outras doenças não possíveis de constatar-se no momento da aquisição das mudas. As mudas serão adquiridas do viveiro da Razip, fornecedora de mudas certificadas (garantia de sanidade e origem genética do material) para a vinícola Miolo. Para a implantação de 50ha de uvas, serão adquiridas 210 mil mudas, considerando a proporção de plantio que será de 20 ha de Cabernet Sauvignon (84 mil mudas), 20 ha de Tannat (84 mil mudas) e 10 ha de Chardonnay (42 mil mudas). A quantidade das mudas relacionadas, já contam com uma margem de segurança de 5% destinadas à reposição, no caso de eventuais perdas. 5.2 Porta-enxerto Segundo definições da EMBRAPA, a enxertia é uma prática utilizada na maioria das regiões vitícolas do mundo, principalmente como meio de defesa contra a filoxera, uma praga limitante ao desenvolvimento de cultivares de Vitis vinifera. Cultivares de Vitis labrusca, assim como seus híbridos - especialmente aqueles de V. vinifera, também apresentam certa sensibilidade à praga. Os porta-enxertos são usados em viticultura com diversos outros objetivos como adaptação a determinadas condições climáticas (regiões temperadas ou tropicais), adaptação a diferentes tipos de solo (calcários, ácidos, salinos), controle de pragas e doenças de solo (nematóides, fusariose...). Normalmente os porta-enxertos induzem maior vigor, precocidadede produção e maior produtividade às copas em relação ao pé-franco. O porta-enxerto que será implementado é o 101-14, originado de um cruzamento riparia-rupestris. Possui alta capacidade de adaptação em solos argilosos e tolerancia à calcário ativo até 9 %, tem sistema radicular fino com muitas ramificações tendo um bom enraizamento, apresenta boa compatibilidade e boa soldadura com o enxerto. De moderado vigor indicado para a produção de uvas finas para vinho, adiantando a maturação da uva. Permite a produção de qualidade superior, entretanto a produtividade da planta é apenas média. Com relação ao solo adapta-se bem aos de drenagem boa à escassa. Tem alta resistência a filoxera, tolerante a nematoides e sensível a antracnose e a fusariose. É excelente para viníferas finas em solos de média a alta fertilidade, e indicado para a produção de vinhos finos, pois reduz o vigor da planta, induzindo a uma mais completa maturação da uva, com maior teor de açúcar. Será utilizado o método de enxertia denominado garfagem, devido ao elevado índice de pegamento e a sua maior facilidade de execução. O método consiste em realizar a enxertia abrindo-se uma fenda na lateral do ramo, onde se introduz o garfo da cultivar copa. Depois o enxerto será enrolado com uma fita plástica a partir da região da enxertia até a extremidade do garfo, deixando-se apenas as gemas descobertas. Considerações Finais A implantação dos 50 hectares de terras foi bem sucedida no município de Candiota – RS, sendo que o proprietário possui 300 hectares de terra, descartando a alternativa de utilização de parte da área que atualmente possui um pomar de goiabeiras, também evitando grandes perdas de micro e macro nurtrientes provenientes da prática de destocamento, utilizada nos casos em que a área se encontra coberta por mata ou outra vegetação maior, com sistema radicular mais desenvolvido, além disso, a goibeira é uma frutífera com predisposição a diferentes tipos de pragas altamente prejudiciais à videira, atuando como hospedeira de pérola- da-terra, Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922) que é uma cochonilha subterrânea que ataca raízes de plantas cultivadas e silvestres; de mosca-da-fruta Anastrepha spp. (Diptera:Tephritidae) onde o principal dano consiste na queda prematura dos frutos; além do nematóide das galhas Meloidogyne sp, que causa danos direto no sistema radicular. As uvas serão entregues como encomenda na Vinícola Miolo, pelo projeto Seival Estate, localizado em Candiota. Referências Bibiográficas: ASSOCIAÇÃO VINHOS DA CAMPANHA. Disponível em: <http://vinhosdacampanha.com.br/regiao>. Acesso em 10/11/12. CAMARGO, A.U. Uvas Viníferas para Processamento em Regiões de Clima Temperado. Jul/2003. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasViniferasRegioesCli maTemperado/cultivar.htm#topo>. Acesso em: 03/11/12. CAMARGO, U.A; PROTAS, J.F. Viticultura brasileira: panorama setorial de 2010. Brasília, DF: SEBRAE; Bento Gonçalves: IBRAVIN: Embrapa Uva e Vinho, 2011. COREDE. Plano Estratégico de Desenvolvimento do COREDE Campanha - RS. Set./2010. Disponível em: <http://www2.al.rs.gov.br/forumdemocratico/LinkClick.aspx?fileticket=sXYZ9SGFu- 4%3D&tabid=5363&mid=7972>. Acessado em 30/10/12. COSTACURTA, A.; ROSELLI, G. Critères climatiques et edaphiques pour l’établissement des vignobles. 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