Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPIRÍTO SANTO FISIOTERAPIA FTN 2 FISIOLOGIA SISTEMA RENAL Professor(a): Andrea Kerckhoff Danielle Oliveira Julia Freitas Lucimara Geronimo Micaela Dias Rayane Tesch Valdeane Neves Vivian Oliveira VITÓRIA-ES 13 de Novembro de 2012 Funções Renais As principais funções dos rins consistem em livrar o corpo dos produtos de degradação que são ingeridos ou produzidos pelo metabolismo e o controle do volume e da composição dos líquidos corporais. Entre as múltiplas funções dos rins, incluem-se: Manutenção da homeostase geral Regulação da concentração de íons e água no FE Excreção dos desperdícios metabólicos na urina Manutenção da osmolaridade dos fluidos internos Manutenção do equilíbrio ácido-base Secreção de renina e de eritropoetina Ativação da vitamina D Anatomia dos Rins No adulto, o rim tem cerca de 11 a 13 cm de comprimento, 5 a 7,5 cm de largura, 2,5 a 3 cm de espessura, com aproximadamente 125 a 170 gramas no homem e 115 a 155 gramas na mulher. Cada rim possui a forma de um grão de feijão com duas faces (anterior e posterior), duas bordas (medial e lateral) e dois pólos ou extremidades (superior e inferior). Na borda medial encontra-se o hilo, por onde passam o ureter, artéria e veia renal, linfáticos e nervos. Os rins estão envolvidos em toda sua superfície por um tecido fibroso fino chamado cápsula renal. Ao redor do rim existe um acúmulo de tecido adiposo chamado gordura perirrenal. No corte sagital mediano, que divide o rim em duas partes, é possível reconhecer o córtex renal, uma camada mais externa e pálida, e a medula renal, uma camada mais interna e escura. O córtex emite projeções para a medula denominadas colunas renais, que separam porções cônicas da medula chamadas pirâmides. As pirâmides têm bases voltadas para o córtex e ápices voltados para a medula, sendo que seus ápices são denominados papilas renais. É na papila que desembocam os ductos coletores pelos quais a urina escoa atingindo a pelve renal e o ureter. A pelve é a extremidade dilatada do ureter e está dividida em dois ou três tubos chamados cálices maiores, os quais se subdividem em um número variado de cálices menores. Cada cálice menor apresenta um encaixe em forma de taça com a papila renal. - Nefron É a unidade funcional do rim. Cada rim contem cerca de um milhão de néfrons. É dividido em duas partes funcionalmente distintas: 1- O corpúsculo renal – Que é formado pelo glomérulo, e é uma rede capilar, e pela cápsula de Bowman que envolve o glomérulo. 2- Túbulo Renal - É formado pelo túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal e tubo coletor. Tem a função de limpar o plasma sanguíneo, retirando substâncias toxicas durante a passagem do sangue para os rins. Regulação da Filtração Renal A quantidade de sangue, água e solutos filtrados depende da pressão com que esse filtrado passa pelos nefrons. A quantiddae de sangue filtrado determina a taxa de filtração glomerular (TFG). A porta de entrada do filtrado nos nefrons é a arteríola aferente, enquanto a principal porta de saída é a arteríola eferente. Assim a constrição ou dilatação dessas arteriolas determina a menor ou maior pressão de filtração nos rins. O SN Simpático (noradrenalina) promove constrição tanto da arteríola aferente quanto da eferente, mas de forma mais acentuada na aferente. Então com a constrição da aferente ocorre diminuição do fluxo para os nefrons e diminuição da TFG e logicamente na ausência do simpático ocorre a dilatação da aferente e aumento da TFG. A angiotensina II é um hormônio produzido nos próprios rins e que tem os mesmos efeitos do simpático, provocando constrição da aferente e diminuição da TFG. Mesmo efeito se verifica com a noradrenalina e a adrenalina secretadas pelas supra renais. As prostaglandinas também provocam constrição da aferente e diminuição da TFG, mas só são produzidas nos rins em casos de perda de volume de sangue (hemorragias). Reabsorção Ao passar pelo interior deste segmento, cerca de 100% da glicose é reabsorvida (transporte ativo) através da parede tubular e retornando, portanto, ao sangue que circula no interior dos capilares peritubulares, externamente aos túbulos. Ocorre também, neste segmento, reabsorção de 100% dos aminoácidos e das proteínas que porventura tenham passado através da parede dos capilares glomerulares. Neste mesmo segmento ainda são reabsorvidos aproximadamente 70% das moléculas de Na+ e de Cl- (estes últimos por atração iônica, acompanhando os cátions). A reabsorção de NaCl faz com que um considerável volume de água, por mecanismo de osmose, seja também reabsorvido. Desta forma, num volume já bastante reduzido, o filtrado deixa o túbulo contornado proximal e atinge o segmento seguinte: a Alça de Henle. A quantidade de sal + água reabsorvidos no túbulo distal depende bastante do nível plasmático do hormônio aldosterona, secretado pelas glândulas supra-renais. Quanto maior for o nível de aldosterona, maior será a reabsorção de NaCl + H2O e maior também será a excreção de potássio Em geral, mais de 99% da água existente no filtrado glomerular são reabsorvidos quando esse filtrado é processado nos túbulos. Por conseguinte, se algum constituinte dissolvido do filtrado glomerular não for reabsorvido ao longo de todo o trajeto dos túbulos, essa reabsorção de água irá obviamente concentrar a substância por mais de 99 vezes. Secreção Algumas substâncias sofrem secreção ativa secundária nos túbulos. Em geral, o processo é oposto a absorção secundária. Os íons hidrogênio, potássio e urato são algumas das substâncias importantes que são secretadas dessa maneira em regiões específicas dos túbulos. Para isso, um íon hidrogênio no interior da célula epitelial liga-se à proteína transportadora na borda em escova, enquanto um íon sódio no lúmen tubular liga-se à outra extremidade da mesma proteína transportadora. A seguir, à medida que o íon sódio penetra na célula, o íon hidrogênio é forçado para fora, em direção oposta. Por razões óbvias, esse processo é denominado contratransporte. Eliminação A micção refere-se ao processo pelo qual a bexiga se esvazia quando fica cheia. Basicamente, a bexiga enche-se progressivamente, até que a tensão em suas paredes ultrapasse um valor limiar, quando ocorre reflexo nervoso, denominado "reflexo de micção" que determina a micção ou, se não conseguir fazê-lo, pelo menos desencadeia desejo consciente de urinar. À medida que a urina se acumula na pelve, a pressão em seu interior aumenta e desencadeia uma contração peristáltica que começa na pelve e propaga-se ao longo do ureter, forçando a urina em direção à bexiga. Uma onda peristáltica, que se desloca com velocidade de cerca de 3cm/s, ocorre desde uma vez a cada 10 s até uma vez a cada 2 a 3 min. A onda peristáltica é capaz de deslocar a urina contra uma obstrução com pressão de até 50 a 100 mm Hg. A transmissão da onda peristáltica é provavelmente causada por potenciais de ação que passam ao longo do sincício do músculo liso da parede ureteral. Equilíbrio ácido-base O mecanismo renal de compensação do equilíbrio ácido-base é o mais lento e demorado, embora o definitivo. Quando o pH do sangue se altera, os rins eliminam urina ácida ou alcalina, conforme as necessidades, contribuindo para regular a concentração de íons hidrogênio do sangue e demais líquidos orgânicos. Os três principais mecanismos funcionais do sistema renal são a filtração glomerular, a reabsorção tubular e a secreção tubular. Através o mecanismode secreção tubular, os rins transformam o dióxido de carbono em ácido carbônico ionizado. O íon hidrogênio é eliminado para a urina em troca por sódio ou potássio que combinando-se ao íon bicarbonato, retorna ao líquido extracelular, para alcançar a corrente sanguínea. Quando há bicarbonato em excesso no sangue, os rins eliminam o íon bicarbonato em conjunto com o íon hidrogênio, o que torna a urina alcalina e contribui para a regulação das bases existentes. Regulação do equilíbrio hidro-eletrolítico Há um controle central através do núcleo ventrimedial do hipotálamo e do córtex cerebral que reconhecem situações de hipernatremia através de neurônios especializados (osmorreceptores) e proporcionam, primariamente, a sensação de sede e a liberação de hormônios hipotalâmicos ACTH (hormônio corticotrófico, estimulador do cortisol da supra-renal) e de ADH (hormônio anti- diurético) que vão conduzir a resposta reflexa de controle de absorção- excreção de água e eletrólitos. Porém, o sistema renina-angiotensina-aldosterona é o grande responsável pela regulação do equilíbrio hidro-eletrolítico por promover efeitos fisiológicos de fundamental importância para o metabolismo hidrossalino. Sistema renina-angiotensina-aldosterona Primariamente, dois estímulos desencadeiam este sistema: 1) aumento da osmolaridade plasmática (hipernatremia); e 2) diminuição do volume intravascular (hipovolemia). Esses estímulos são oriundos de uma ingestão de água menor que sua excreção, ou uma perda maior que a ingestão, bem como por uma alimentação com excesso de sódio. A hipernatremia e a hipovolemia (conjunta ou isoladamente) proporcionam a queda da filtração renal por tornar o sangue mais espesso, o que diminuirá a velocidade de passagem pelos nefrons. As células justaglomerulares da arteríola renal aferente detectam estas condições de baixa filtração renal e induzem a produção e liberação para o sangue da enzima renina que tem por função converter uma enzima plasmática inativa, sintetizada no fígado, o angiotensinogênio (uma 2-globulina de aproximadamente 400 aminoácidos) em angiotensinaI (nove aminoácidos). A angiotensina I possui baixa atividade biológica e é convertida em angiotensina II (seis aminoácidos) pela ação da enzima conversora de angiotensina (ECA), uma glicoproteína sintetizada nos pulmões e células endoteliais. A angitensina II vai promover quatro efeitos fisiológicos básicos e fundamentais que ocorrem conjuntamente para o equilíbrio hidro-eletrolítico: Vasoconstrição: a angiotensina II é o mais potente substância vasoativa que se conhece, provocando uma hipertensão arterial e inibindo a síntese de renina; Estímulo do córtex cerebral: induz a sensação consciente da sede; Estímulo da hipófise: para liberação de ADH que proporciona uma maior reabsorção de água da urina para o plasma, forçando a formação de uma urina concentrada, poupando água; Estímulo da córtex adrenal: para a síntese de aldosterona que promove a reabsorção de sódio (e a excreção de potássio) para contrabalançar o aporte de água poupado pelo ADH e aquela ingerida para saciar a sede. Tais ações são definitivas em reverter a hipernatremia e hipovolemia iniciais, induzindo a volta às condições fisiológicas. Em algumas espécies, a angiotensina II é convertida em angiotensina III (por ação de enzimas aminopeptidases)que possui as mesmas ações fisiológicas que a angiotensina II. No homem, os níveis plasmáticos de angiotensina II é 4 vezes maior que os de angiotensina III. Ambas enzimas são degradadas, rapidamente, por angiotensinases e excretadas pelos rins. Substâncias que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona têm a propriedade diurética devido impedir a retenção de água em nível renal. É o caso do álcool que inibe a liberação do ADH provocando o aumento do volume urinário (poliúria) e a conseqüente hipovolemia, principalmente pela ingestão de bebidas alcoólicas com alto teor de água (ex.: cerveja). Em virtude disso, há uma desidratação reflexa levando a um estímulo maior do sistema de controle, levando uma sensação exacerbada de sede. Este quadro se complica quando há a ingestão conjunta de alimentos ricos em sódio, pois a hipernatremia reforça os mecanismos de controle intensificando a resposta fisiológica. Regulação de Líquidos Corporais A regulação do equilíbrio de ion hidrogênio é similar, sob alguns aspectos à regulação de outros ions do corpo humano. Para- se atingir a homeostasia ou homeostase que é a propriedade de um sistema aberto,relacionado aos seres vivos,de regulação do seu ambiente interno para manter uma estabilidade de condição mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação inter-relacionados. Para-se atingir a homeostasia deve haver um equilíbrio entre a entrada e a produção de ions hidrogênio e a livre remoção desses ions do organismo.
Compartilhar