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1 Língua Brasileira de Sinais - Libras Deficiência Auditiva X Surdez Aspectos linguísticos I Aula 1 Sandra C. Malzinoti Vedoato Fonoaudióloga Mestre em Educação Certificada pelo Exame Nacional de Proficiência para o Ensino e a Tradução/Interpretação da LIBRAS Fundamentos histórico-filosóficos da educação de surdos. Concepções de surdez. Conceitos básicos da Língua de Sinais. Aspectos linguísticos de LIBRAS. Tradução e Interpretação de LIBRAS. Ementa Unidade I: Deficiência Auditiva x Surdez; Aspectos Linguísticos da LS I Unidade II: Educação de Surdos; Aspectos Linguísticos da LS II; Sistema numérico. Unidade III: Aspectos Linguísticos da LS III; Formação do Tradutor Interprete da Língua de Sinais; Tradução e Interpretação Unidade IV: Aspectos Linguísticos IV Unidades Objetivo da Aula I Compreender as vertentes teóricas acerca das concepções de deficiência auditiva e surdez; apropriar-se de conceitos básicos sobre a língua de sinais iniciando com a datilologia e vocabulários iniciais para conversação. Palavra – chave: Deficiência auditiva. Surdez. Datilologia. Vocabulários Vertentes Teóricas 2 SENTIDO DA AUDIÇÃO O nosso ouvido é o órgão responsável pelo sentido da audição. Ele se divide em três partes: orelha externa, orelha média e orelha interna. Cada parte é responsável por transmitir as vibrações do som, até chegarem ao nosso sistema nervoso e serem reconhecidas pelo nosso cérebro. Deficiência Auditiva e Surdez Saude Auditiva Vídeo Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=HXVT9yu 4jrk PERDA AUDITIVA CONDUTIVA Ocorre quando há algum tipo de lesão na orelha externa e/ou média. Exemplos: Rolha de cera, infecção na orelha média, calcificações na orelha média, disfunção da tuba auditiva, perfuração da membrana timpânica, entre outros. Não são consideradas necessariamente irreversíveis, podendo ser tratadas por meio de medicamentos e cirurgias. Tipos de Perda Auditiva PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL Ocorre quando há lesão na orelha interna, nas células ciliadas da cóclea ou no nervo auditivo. Exemplos: Idade cronológica, uso de medicamentos ototóxicos, hereditariedade, exposição a ruídos intensos, entre outros. São perdas auditivas permanentes, que podem ser corrigidas com o uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) Tipos de Perda Auditiva PERDA AUDITIVA MISTA Ocorre quando há uma lesão que se apresenta simultaneamente na cóclea e na orelha externa e/ou média. Esse tipo de perda auditiva pode ser tratada por meio de medicamentos, cirurgias como também por uso do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). PERDA AUDITIVA CENTRAL Este tipo de deficiência auditiva não necessariamente apresenta-se com diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por dificuldades na compreensão dos sons. Os limiares auditivos estão normais, porém existe uma lesão nas vias auditivas superiores (sistema nervoso central). Tipos de Perda Auditiva 3 Audição normal: 10 a 25 dB Perda auditiva leve: 26 a 40 dB Perda auditiva moderada: 4 1 a 70 dB Perda auditiva severa: 71 a 90 dB Perda auditiva profunda: > 90 dB Decreto 5.626/05 Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. Limiares auditivos Deficiente auditivo é aquele indivíduo que teve acesso à cultura e a língua da sociedade majoritária que denominamos de sociedade ouvinte, este não se enquadra na cultura surda, pois possui um problema que poder ser eliminado pelo simples aumento de volume de som ou o uso de aparelho de amplificação sonora AASI”. (PERLIN. 2000, p 13) Deficiente Auditivo Recursos Tecnológicos AASI – aparelho de amplificação individual Considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Surdez – Decreto 5.626/05 4 O passar dos anos trouxe inúmeras conquistas para a educação de surdos, desde o reconhecimento da língua de sinais até a reflexão sobre a concepção dos termos surdez X deficiência. Contudo, vários mitos continuam sendo reproduzidos ao longo da história até os dias atuais. Desvendando alguns Mitos INDIVIDUO Surdo e mudo Não sabem escrever Não sabem ler Tem nível linguístico semelhante entre eles LINGUA DE SINAIS Universal Falha gramatical Comunicação superficial com conteúdo restrito Gestos ou mimicas concretos Linguagem Sinais icônicos Desvendando alguns Mitos A língua de sinais está presente não apenas no contexto histórico da surdez, mas também na construção da identidade e cultura surda. De acordo com Choi et al. (2011, p. 35), a língua de sinais representa três papéis principais para os surdos: Identidade Social = Identidade Surda Depositário de conhecimento social = Cultura Surda Meio de interação social Os sujeitos surdos se identificam com a comunidade surda, ou seja, com pessoas que possuem a mesma experiência visual de mundo e/ou que se comunicam através da língua de sinais. A língua de sinais é uma das principais marcas da identidade de um povo surdo, pois é uma das peculiaridades da cultura surda”. (Strobel, 2008) Identidade Social = Identidade Surda Uma comunidade surda pode incluir pessoas que não são elas mesmas surdas, mas que apoiam ativamente os objetivos da comunidade e trabalham em conjunto com as pessoas surdas para o alcançar. 5 1997 foi iniciada pela primeira vez no Brasil, a exibição de Closed Caption (acesso à exibição de legenda na televisão) no Jornal Nacional Em 1999 foi lançada a primeira revista da FENEIS, com capa ilustrativa do desenhista surdo Silas Queirós. Em 2002 a Língua Brasileira de Sinais foi oficialmente reconhecida através da Lei 10.436 de 24 de abril e houve a formação de agentes multiplicadores LIBRAS em Contexto pelo MEC/FENEIS. Conquistas da Comunidade Surda mais Recentes Acesso língua de sinais (LIBRAS) Acesso à cultura surda Contato com a comunidade surda Crianças surdas - Adultos surdos Como se Constrói a Identidade Surda? A cultura surda pode se manifestar de diversas maneiras: em teatros (uso simultâneo de língua de sinais, classificadores e coreografia) em poesias e poemas (uso da repetição de sinais, de movimentos, de ritmo ou de qualquer um dos parâmetros linguísticos) em histórias de surdos (passadas de geração em geração, recentemente publicadas em vídeos e livros) A Língua de Sinais como Depositário de Conhecimento: Cultura Surda Poesia Cinco Sentidos em Libras Vídeo Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=xmOnY1 B2jEI TTS – Terminal Telefônico para Surdos Campainhas luminosas Celulares: SMS e videoconferências Central de intérpretes Legenda oculta – closed caption Janela de intérpretes Babá eletrônica luminosa Despertador vibratório Adaptações Culturais para o Acesso das Pessoas Surdas aos Recursos Tecnológicos Aspectos Linguísticos I 6 Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Reconhecimento da LIBRAS LEI Nº10.436 DE 24 DE ABRIL DE 2002. Línguas naturaisde modalidade espaço- visual criadas através de gerações pelas comunidades de surdos. (Goldfeld -1997. p 25) O que são LS? A datilologia, ou alfabeto manual, é um sistema de representação, quer simbólica, quer icônica, das letras dos alfabetos das línguas orais escritas, por meio das mãos. Datilologia Alfabeto Manual da LSB Atenção Acentos 7 A escrita da língua de sinais utiliza símbolos visuais para representar as configurações de mão, os movimentos, as expressões faciais e os movimentos do corpo das línguas de sinais. Este “alfabeto” - uma lista de símbolos visualmente delineados – é utilizado para escrever movimentos de qualquer língua de sinais no mundo. Signwriting – Sistema de Escrita para a Língua de Sinais Tipos de Alfabetos Manuais Unimanuais e Bimanuais ASL Unimanuais e Bimanuais LSA Vídeo Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=QzgeO- qj4cM&feature=related Alfabeto Manual Britânico (Bimanual) 8 Atividade Agora tente soletrar Seu nome e sobrenome; Nome dos seus pais Seu endereço Nome da sua cidade Apresentação: Nome, Sinal Pessoal, idade, Surdo/Ouvinte Batizado do sinal: Feito por surdos Feito com base em uma característica física ou pessoal, uso de objetos ou comportamento constante A Língua de Sinais como Meio de Interação Social CUMPRIMENTOS E SAUDAÇÕES Oi! Tudo bem? Bom dia/ tarde/ noite! Qual é o seu nome? Quantos anos você tem? Conhecendo Surdos TUDO BEM? OI BOM DIA BOA NOITE BOA TARDE 9 QUAL É O SEU NOME? Qual é o seu sinal? Quantos anos você tem? OBRIGAD@ COM LICENÇA PRAZER CONHECER VOCÊ! Vamos praticar???? Atividade 10 Vídeo Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=jQgiv_OT RX4 Deaf Perception - Legendado (Português – BR Referências PERLIN, G. Identidade Surda e Currículo. In: LACERDA, C. B. F.; GÓES, M. C. R (org.). Surdez: processos educativos e subjetividade. São Paulo: Lovise, 2000. STROBEL, K. L. As imagens do outro sobre a cultura surda. 1. ed. Florianopólis: UFSC, 2008. v. 1. 118 p. GOLDFELD, Márcia. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus, 1997. Referências VAGULA, Edilaine. VEDOATO, Sandra C.M. Educação Inclusiva e Língua Brasileira de Sinais. Londrina:Unopar,2014. 208p. ( Unidade 4 e 5) CHOI, D.; PEREIRA, M.C.C; VIEIRA, M.I; GASPAR, P; NAKASATO, R. Libras: conhecimento além dos sinais. 1. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
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