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DIVISAO SOCIAL DO TRABALHO

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Arapiraca 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BENEDITO PEDROZA DE CARVALHO JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
SERVIÇO SOCIAL 
 
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO 
AS RELAÇÕES FAMILIARES NA CONTEMPORANEIDADE 
MULHER, MERCADO DE TRABALHO E AS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES DO 
SÉCULO XX 
 
 
 
Arapiraca 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO 
AS RELAÇÕES FAMILIARES NA CONTEMPORANEIDADE 
MULHER, MERCADO DE TRABALHO E AS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES DO 
SÉCULO XX 
 
 
Trabalho interdisciplinar apresentado à Universidade 
Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para 
a obtenção de média bimestral na disciplina de 
fundametos do serviço social I, sociologia, ciências 
políticas e filosofia. 
 
Orientador: Prof. Rosane, Sergio, Wilson e Adir 
 
BENEDITO PEDROZA DE CARVALHO JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 
2 DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO ...................................................................... 7 
3 RELAÇÕES FAMILIARES NA CONTEMPORANEIDADE ................................. 11 
4 AS MULHERES E O MERCADO DE TRABALHO ............................................. 15 
4.1 OS MÚLTIPLOS PAPÉIS DA MULHER TRABALHADORA ........................... 16 
5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 18 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 20 
 3 
1 INTRODUÇÃO 
A divisão social do trabalho se distribui nas diferentes sociedades ou 
estruturas sócio- econômicas que surge quando grupos de produtores realizam 
atividades especificas em consequência do avanço de um certo grau de 
desenvolvimento das forças produtivas e de organização interna das 
comunidades. Com a determinação de funções para a forma variadas e 
múltiplas do trabalho, constituem-se grupos sociais que se diferenciam de 
acordo com a sua implantação no processo de produção. 
O advento da modernidade marcou profundamente a história humana, 
pois trouxe um jeito “todo novo” de experimentar o mundo. A sociedade 
moderna se diferencia completamente de suas precedentes pré-modernas nas 
suas instituições, relações sociais e etc., porém, vivenciamos na 
contemporaneidade uma nova ordem social que já se diferencia da moderna 
quando esta foi estudada pelos clássicos da sociologia como Marx, Weber e 
Durkheim. Muitos autores falam em “fim da modernidade”, muitos falam em 
“pós-modernidade” e outros trabalham com a “modernidade avançada”, que 
seria uma modernidade ainda mais moderna. É nesse último conceito que 
vamos no ater para explicar como a primeira instituição social humana 
conhecida, a família, se modificou até aparecer nos dias de hoje em um 
formato completamente diferente da noção que se tinha na sociedade pré-
modernas e início da modernidade. O nome família continua o mesmo, mas em 
seu interior, a família se modificou completamente. E, paralelamente, como 
todas as instituições sociais passaram por radicais transformações na 
modernidade avançada, não foi diferente com o Direito, que é o responsável 
por “organizar a sociedade” e administrar seus conflitos. Com essa constante 
modificação das relações sociais, o Direito precisou e ainda precisa, se 
transformar para poder atender toda uma demanda social. Nesse artigo, após 
debater a noção do conceito de família na contemporaneidade através da 
análise de autores que estão trabalhando incessantemente esse tema, 
abordaremos a transformação jurídica ocorrida paralelamente e como esta 
pode se transformar para poder atender às necessidades dessa nova 
organização familiar que está se formando e transformando constantemente. 
 4 
1. As transformações sociais na modernidade avançada A modernidade 
começa a surgir na Idade Média e início do Renascimento. Até os dias atuais, 
foram inúmeras transformações sem precedentes históricos. Podemos dizer 
que hoje, vivemos em uma época de constante transformação em praticamente 
todos os âmbitos da vida social e institucional. Da sociedade tradicional para a 
sociedade industrial ocorreram rupturas que demarcaram essa mudança e 
fizeram com que os indivíduos transformassem praticamente o da sua forma de 
ação e seu olhar sobre o mundo a sua volta, transformando completamente 
suas narrativas de vida. Krishan Kumar, ao analisar o surgimento da 
modernidade, coloca que esta se iniciou como uma invenção da Idade Média 
cristã, destacando o mundo moderno cristão do mundo antigo pagão. Na 
renascença ocorreu uma espécie de retorno ao tempo cíclico antigo, através da 
grande valorização que foi a Idade de Ouro da Antiguidade, o que estava por 
vir era um passado reformado, renascido”. (KUMAR, Krishan, passim, 2006). 
De acordo com Kumar, o que a Renascença trouxe para a visão de mundo 
moderno foi a capacidade de formular novos padrões críticos e racionais que 
poderiam ser usados contra qualquer forma da autoridade intelectual. Porém, 
foi no século XVIII que, de acordo com o autor, os tempos modernos finalmente 
ganharam vida. A modernidade deixou de significar a cópia inferior de uma 
época antiga gloriosa ou o último estágio empobrecido da existência humano e 
passou a significar uma ruptura: “um rompimento completo com o passado, um 
novo começo baseado em princípios radicalmente novos” (KUMAR, Krishan, 
2006, p.18). O moderno passou a significar mudança, quanto mais recente no 
tempo maior é a mudança. O moderno é revolucionário em si, a modernidade 
é uma revolução constante de ideias e instituições, características essas, que 
de acordo com Kumar, levaria a modernidade a um relativismo sem objeto. 
Porém, em seu surgimento, os profetas da modernidade acreditavam em seu 
significado, a era moderna era vista como um ponto culminante do 
desenvolvimento humano. Ulrich Beck, como os demais teóricos da sociologia 
contemporânea, busca encontrar termos chaves para diferenciar as formas de 
vidas sociais que se configuram na atualidade, das vividas no início da 
chamada era moderna. O autor observa que não se cabe mais a ideia de uma 
sociedade industrial, sendo assim, explica que estamos caminhando para a 
denominada “sociedade de risco”. 
 5 
A modernidade tardia trouxe consigo um processo de individualização 
social, as pessoas são “libertadas” das formas sociais anteriores como classe, 
estrato, família, estatuto de gêneros e etc. Essa situação gerou, sobre tudo no 
mundo ocidental, um “impulso social individualizatório”. Isso dissociou as 
pessoas, através da ruptura de continuidade da história, dos condicionamentos 
ligados à classe e família. Nesse sentido, de acordo com Beck, o processo de 
individualização é concebido teoricamente como processo de reflexividade. O 
autor, vê a questão da reflexividade moderna por duas óticas, de um lado a 
toma como uma libertação do indivíduo das formas de vida ditadas pela 
sociedade industrial, o indivíduo ligado às questões de classe, gênero e família. 
Ao mesmo tempo o coloca em um estado de insegurança que antes era 
substituído pelas “formas de controle do medo e da insegurança em ambientes 
sociomorais”. Agora é o indivíduo que tem o controle e as instituições sociais 
se deparam com uma nova demanda em relação à educação, política, família e 
etc. A família entrou para o que Beckchama de “instituições zumbis”, são as 
instituições que estão “mortas e ainda vivas”. 
 Nas últimas décadas a mulher intensificou sua luta no combate à 
opressão e desigualdades a favor de sua emancipação econômica e social, e 
pelo direito ao trabalho. Desta forma, alcançou uma igualdade política e social 
em relação aos homens. Deve-se isto, principalmente, aos movimentos 
feministas, bem como ao entendimento da sociedade que a legitimou, tendo 
em vista as consequências da divisão sexual do trabalho e ao mesmo tempo 
em que a mulher destaca seu papel na educação escolar. Ao longo dos 
últimos anos, ao persistir em suas lutas, reivindicando novos e maiores 
espaços no mercado de trabalho e na sociedade, as mulheres têm alcançado 
muitas conquistas. Antigamente, o processo de emancipação das mulheres 
era mais lento, hoje, com a tecnologia, tem avançado cada vez mais, uma vez 
que, com os meios de comunicação, as diversas informações chegam a uma 
parcela significativa da população, esclarecendo sobre direito universal, 
liberdade e democracia. As mudanças sociais e as inovações tecnológicas 
possuem um importante papel na organização das lutas pelos direitos das 
mulheres, pois permitem que as pessoas se organizem e comuniquem seus 
pensamentos de maneira eficiente, abrindo um leque de informações e 
possibilidades de mobilização. Sabe-se que, por meio de muitas lutas, as 
 6 
mulheres conquistaram seu espaço no mercado de trabalho. No entanto, 
apesar da crescente inserção delas no mundo profissional, da sua contínua 
busca por capacitação e especialização, há ainda longos caminhos para 
percorrer no que diz respeito ao gênero. 
Com sua inserção no mercado de trabalho, a mulher conquista, também, 
novos espaços na sociedade, sendo levada a assumir múltiplos papeis. Hoje a 
mulher se encontra com uma ampliação de ideais, novos interesses e 
necessidades, além de seu compromisso profissional, ela ocupa ainda um 
espaço amplo no âmbito doméstico, não podendo se desvincular dele tão 
facilmente, por se tratar de uma questão cultural. Considerando o universo 
feminino no que diz respeito às suas lutas pela emancipação, este trabalho 
busca apresentar, discutir e analisar os múltiplos papéis da mulher 
trabalhadora na contemporaneidade, enfatizando suas lutas e conquistas 
históricas e a sua busca incessante por direitos iguais. 
 
 7 
2 DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO 
Assim como Auguste Comte, Karl Marx e Max Weber, Dürkheim também 
procura com seus métodos de análise e objeto de estudo, explicações para as 
modificações estruturais ocorridas com o advento da sociedade moderna. O 
triunfo da indústria Capitalista promoveu uma transformação radial em sua 
estrutura socioeconômica, dando um novo rumo à sociedade emergente. É 
nesta perspectiva que a sociedade moderna Capitalista será colocada no plano 
de análise deste sociólogo. Foi com Émile Durkheim (1851-1917), que a 
Sociologia passou a ser considerada uma ciência, estabelecendo-lhe uma base 
empírica, com métodos próprios de investigação e demonstrando que seu 
objeto de estudo, os fatos sociais, teriam características próprias, que os 
distinguiriam dos estudados pelas demais ciências. É importante retomarmos 
aqui a proposta metodológica deste teórico, para compreendermos a função 
prática do seu conceito de divisão social do trabalho. Durkheim considera que a 
sociedade precisaria ser estudada como um fenômeno sui generis; como uma 
unidade ou sistema organizado de relações permanentes e mais ou menos 
definido, com leis naturais de desenvolvimento que são baseadas na 
articulação de suas partes. Portanto, os “fenômenos sociais têm origem na 
coletividade não em cada um dos seus participantes” (QUINTANEIRO, 
69:2002). Esclarece ainda que os fatos individuais são refletidos na consciência 
individual o nas representações físicas e, no caso das representações 
coletivas, estas expressam a vida mental do grupo social. É por isso que para 
Durkheim a sociedade é semelhante a um corpo vivo, em cada órgão cumpre 
uma função, ou seja, as partes (os fatos sociais) existem em função do todo (a 
sociedade). 
 Ao comparar a sociedade a um organismo vivo, Durkheim identifica dois 
estados em que esta pode se encontrar: o estado normal que designa os 
fenômenos que ocorrem com regularidade na sociedade e o patológico, 
comportamentos que representam doenças e devem ser isolados e tratados 
porque põem em risco a harmonia e o consenso, estando fora dos limites 
permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Para Durkheim, a sociedade 
moderna se encontra em um estado doentio, porque deixou de exercer o papel 
de freio moral sobre os indivíduos. Como Durkheim demonstra no prefácio à 
 8 
segunda edição de sua obra “Da divisão do trabalho social”: 
 
Durkheim considera que os conflitos e as desordens da sociedade 
moderna são sintomas deste estado de anomia e ainda que, a Religião, o 
Estado e a família têm sido pouco eficazes no controle moral desta sociedade. 
Para este teórico, o mecanismo que oferece a coesão para a sociedade seria a 
solidariedade social. Nesta perspectiva, cabe-nos demonstrar que a 
solidariedade social se expressa, segundo sua teoria, por uma maior ou menor 
divisão do trabalho, somando ainda à consciência que poderá se individual ou 
coletiva. A divisão do trabalho e a forma de consciência que se expressa em 
cada sociedade, levaram Durkheim a demonstrar que os fatos sociais têm 
existência própria, externa aos indivíduos e que no interior de qualquer grupo 
ou sociedade existem formas padronizadas de conduta e pensamento 
baseadas na soma destas categorias. Esta soma, por sua vez, formam os dois 
tipos de solidariedade: a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica. 
Em sua obra, Durkheim demonstra que a sociedade modela o comportamento 
social do homem no processo da evolução social, passando de uma 
solidariedade mecânica, para uma solidariedade orgânica. A solidariedade 
mecânica é mais simples e se forma pela igualdade: os indivíduos vivem em 
comum porque partilham de uma consciência coletiva comum. A consciência 
coletiva é “um conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos 
membros de uma mesma sociedade [que] forma um sistema determinado que 
tem vida própria” (DURKHEIM, 50:2004). Este tipo de solidariedade 
predominava nas sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos permanecem 
em geral independentes e autônomos em relação à divisão do trabalho social. 
Neste caso, os indivíduos que executam as mesmas tarefas reconhecem que 
têm pelo menos parte da personalidade em comum, e se unem em torno dela. 
Nas sociedades de solidariedade mecânica, existe total predomínio do grupo 
sobre os indivíduos que se identificavam através da família, da religião, da 
tradição e dos costumes. 
 Devemos destacar ainda que, segundo Durkheim, a solidariedade 
permite a integração geral da sociedade, porque tem natureza moral. Embora 
algumas formas de solidariedade manifestam-se nos costumes, como é o caso 
da solidariedade mecânica, ela se materializa do Direito. Nas sociedades de 
 9 
solidariedade mecânica, o direito é repressivo, apresentando uma punição por 
meio dos costumes, já que o crime representa uma ruptura com os elos de 
solidariedade. O criminoso no caso, age contra a sociedade e sua punição é 
proporcional ao delito. A evolução da sociedade, promove uma diferenciação 
social, no qual predomina a divisão do trabalho. De acordo com Durkheim, são 
três os fatores responsáveis pelo crescimento da sociedade: volume, 
densidade sócia e densidade moral. 
Com o crescimento quantitativo (volume) e qualitativo (densidade 
material e moral) da sociedade, ocorre nasociedade um processo de 
especialização de funções denominado por Durkheim de Divisão Social do 
Trabalho. Nesta nova sociedade o indivíduo é socializado porque, embora 
tenha uma esfera própria de ação, depende dos demais, e por conseguinte, da 
sociedade resultante dessa união. Para Durkheim, nesta sociedade predomina 
a solidariedade orgânica, ou seja, uma sociedade em que os indivíduos estão 
unidos em virtude da divisão social do trabalho. Vale ressaltar que a divisão 
social do trabalho, explicitada pelo teórico, não se refere apenas à 
especialização de funções econômicas, mas também pelas diferentes esferas 
sociais que se diferenciam e se especializam cada vez mais como a economia. 
A política, a educação, o direito e outros. Além disso, a divisão social do 
trabalho, exerce nos homens a função de freio moral, como veremos a seguir. 
A solidariedade orgânica é fruto das diferenças sociais, há que são essas 
diferenças que unem os indivíduos pela necessidade de troca de serviços e 
pela sua interdependência. É neste ponto que encontramos a originalidade da 
obra de Durkheim, que nos apresenta a divisão social do trabalho como um 
novo mecanismo de integração social. Vemos, portanto, que a solidariedade 
orgânica prevalece nas sociedades complexas de tipo capitalistas, onde, 
através da acelerada divisão social do trabalho, os indivíduos se tornam 
interdependentes e suas funções são vitais para o funcionamento do sistema 
social. Neste tipo de solidariedade a consciência coletiva se afrouxa, dando 
espaço à consciência individual que expressa o que temos de pessoal e 
distinto. O direito predominante na solidariedade orgânica seria os restitutivo, 
que implica no restabelecimento das relações perturbadas, sob sua forma 
normal. Isto nos revela outro aspecto importante da obra de Durkheim: a 
especialização de funções e o grande desenvolvimento das atividades 
 10 
econômicas levaram a uma acentuação da consciência individual, o que pode 
ser prejudicial à coesão social. Neste caso, se a diferenciação de atividades 
que dá origem à solidariedade orgânica for muito forte, a coordenação entre 
elas não poderá ocorrer de maneira eficaz. Ou seja, a infinidade de ocupações 
distribuídas ente o homem impedirá que eles percebam a complementariedade 
entre elas, gerando um forte sentimento de individualismo. A acentuada 
especialização de atividades faz com que o indivíduo oriente seus atos, 
segundo suas próprias intenções, deixando de lado os valores coletivos. Desta 
forma, o individualismo exacerbado, segundo Durkheim, leva a sociedade a um 
estado de anomia moral, ou seja, à perda de uma moral orientadora e 
disciplinadora dos comportamentos. A falta de regulamentação das atividades 
profissionais também levaria a sociedade a uma “divisão anômica do trabalho”. 
Este seria para Durkheim o grande desafio das ciências sociais: 
preservar a sociedade garantindo assim o seu bom funcionamento. Qual seria, 
portanto, a proposta deste teórico para restaurar a sociedade de seu estado 
patológico ou anômico? Se as instituições sociais como a Igreja, a família e o 
Estado são pouco eficazes no controle moral da sociedade, a qual instituição 
caberia esta função? Qual seria, portanto, a função da divisão social do 
trabalho neste contexto? Tentaremos, a seguir, responder a tais questões. 
Durkheim irá procurar no campo do trabalho, um lugar de construção da 
solidariedade da moralidade perdidas. Para este sociólogo, a anomia que 
desestabilizou a sociedade, necessita da criação de uma nova moral, 
condizente com os valores da sociedade industrial emergente. Esta nova moral 
estaria intrínseca ao mundo do trabalho que poderia exercer a regulamentação 
moral nas sociedades. Neste sentido, a profissão assume grande importância, 
substituindo a família, a religião e o Estado como instituições integradoras. De 
acordo com QUINTANEIRO (2002), a saída para a moralização seria criar 
corporações capazes de cumprir a autoridade moral, estabelecendo regras de 
conduta sobre os indivíduos, criando entre eles uma forte solidariedade. 
A função da divisão social do trabalho, seria produzir a solidariedade, 
dando sentido às ações dos trabalhadores. Ao restabelecer a solidariedade 
entre os homens, a divisão social do trabalho, assumiria seu caráter moral 
ampliando a harmonia, a integração e a coesão na sociedade moderna. 
 
 11 
3 RELAÇÕES FAMILIARES NA CONTEMPORANEIDADE 
Para Giddens, o desenvolvimento das instituições sociais modernas 
criou oportunidades bem maiores para os seres humanos desfrutarem de uma 
existência mais segura e gratificante que qualquer tipo de sistema pós-
moderno. A radicalização da modernidade, a modernidade em sua forma 
potencializada, como analisada aqui, é vista por Giddens sobre vários 
aspectos, um é o lado sombrio que essa radicalização da modernidade trouxe. 
Como conseqüência do desenvolvimento industrial, a natureza foi modificada 
de forma intensa, “talvez tenhamos alterado o clima do mundo, além de ter 
danificado uma parte muito maior de nosso habitat terrestre” (GIDDENS, 2003, 
p.31). Esse fato traz sim a noção de risco que não existia nas culturas 
tradicionais. 
Outro importante ponto analisado pelo autor dentro de seus estudos 
sobre a modernidade radicalizada é questão das relações afetivas humanas. 
O autor ao analisar as transformações ocorridas nas relações sociais na 
modernidade, utiliza como palco dessas transformações a família. “A família é 
um local para as lutas entre tradição e modernidade, mas também uma 
metáfora para elas”. (1993 p.63) A família e o casamento se encaixam, para 
Giddens, dentro das “instituições-casca”, instituições essas que por dentro se 
transformaram radicalmente. De acordo com o autor, um casal hoje baseia seu 
relacionamento na comunicação e na intimidade emocional, nunca antes o 
casamento se baseou na intimidade. A ideia do relacionamento superou na 
importância a ideia do casamento. Para o autor as três áreas principais onde a 
intimidade está substituindo os velhos laços que antes uniam as pessoas são: 
relacionamentos sexuais e de amor, os relacionamentos pais-filhos e a 
amizade. O autor analisa que os relacionamentos atuais que são tidos como 
bons relacionamentos são os que se aproximam da democracia pública. 
Giddens coloca que o princípio da democracia também é ideal dentro da noção 
atual de um “bom relacionamento”, isso não quer dizer que todos os 
relacionamentos atuais se dão dessa forma. Mas o princípio de um bom 
relacionamento atualmente é o que se estabelece entre iguais, onde procura-se 
ter confiança mútua e esta tem que ser trabalhada, “o bom relacionamento é 
aquele isento de poder arbitrário, coerção e violência.” (1993, p.71). O 
 12 
também sociólogo da contemporaneidade Zygmunt Bauman, enxerga a 
questão da intimidade e do relacionamento humano dentro da modernidade 
radicalizada, de forma mais inquietante que Giddens. Para Bauman, as redes 
de parentesco se sentem frágeis e ameaçadas frente a uma ordem social que 
carece de pontes estáveis. 
Em seus estudos sobre a sociedade contemporânea, chamada por 
Bauman de sociedade liquido-moderna, o autor coloca que vivemos em uma 
vida de incertezas, é nesse sentido que ele afirma que vivemos uma vida 
líquida. A sociedade líquido-moderna é aquela “em que as condições sob as 
quais agem seus membros, mudam em um tempo mais curto do que o 
necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir” 
(BAUMAN, 2001, p.7). Sendo assim, as realizações em posse que os 
indivíduos conquistam são a todo momento passíveis de se transformarem: 
trata-se de uma vida mergulhada em incertezas. Para Zygmunt Bauman, 
vivemos em umasociedade de consumidores, ninguém está livre do mercado, 
estamos todos inseridos dentro deste e temos que agir de acordo com suas 
regras. Sendo assim, nessa forma diluída da sociedade contemporânea, as 
relações sociais também estão “misturadas” com as relações de consumo. É 
nesse sentido que o autor coloca que na sociedade de consumidores, somos 
todos consumidores e mercadorias ao mesmo tempo. Não importa o meio em 
que vivemos, temos que constantemente nos tornar atraentes e desejáveis 
como mercadoria, seja para conseguir um emprego ou reconhecimento social. 
Perante essas análises, de acordo com Bauman, em nossa sociedade o 
consumo é um investimento em qualquer coisa que sirva para o valor social e a 
autoestima do indivíduo. O autor coloca que na sociedade de consumidores 
seus próprios membros são mercadorias de consumo e é justamente essa 
característica, ser uma mercadoria de consumo, que os torna membro dessa 
sociedade. Dentro dessa circunstância, tornar-se e continuar sendo uma 
mercadoria consumível é a principal preocupação do consumidor, geralmente 
de forma inconsciente. Essa necessidade está pautada no medo da 
inadequação, que a maioria dos indivíduos enfrenta na sociedade de 
consumidores. Para Bauman, sobre determinada ótica, a passagem da 
sociedade de produtores para a sociedade de consumidores é vista como uma 
passagem do mundo das restrições para o mundo da liberdade e da 
 13 
individualidade. Outra visão apresentada por Bauman, sobre essa mesma 
transição, é a de que a passagem de uma sociedade para outra se deu através 
da aquisição da vida pelo mercado de bens de consumo. Entre as maneiras 
como o consumidor enfrenta as suas frustrações na sociedade de consumo 
esta descarta os objetos que causam essa frustração. Para Bauman a 
sociedade de consumidores desvaloriza o que é durável, considerando o que 
está “velho” como destinado ao lixo. “Não se espera dos consumidores que 
jurem lealdade aos objetos que obtém com a intenção de consumir”. 
(BAUMAN, 2007) Sendo assim, Bauman destaca que essa ênfase no descarte 
das coisas e não na aquisição, se encaixa de forma perfeita na lógica da nossa 
economia orientada para o consumo. E isso traz uma crescente insegurança. A 
vida dos eliminados do jogo do consumismo é de rebelião esporádica, mais 
comumente destaca no uso das drogas. 
Bauman coloca que a possibilidade de se tornar outra pessoa é o atual 
substantivo da salvação por redenção. Sendo assim, o sonho de tornar a 
incerteza menos assustadora e garantir uma certa felicidade mudando o 
próprio ego, e mudar o ego “trocando de vestido”, é para Bauman, a utopia dos 
caçadores. “Uma versão ‘desregulamentada’, ‘privatizada’ e ‘individualizada’ 
das antigas visões de boa sociedade, uma sociedade hospitaleira à 
humanidade e seus membros” (BAUMAN, 2007b) É essa crescente 
individualidade em voga na sociedade de consumidores, que de acordo com 
Bauman, faz com que os relacionamentos sejam também uma espécie de 
relação de consumo, onde se busca o prazer imediato e onde se pode 
“descartar” o relacionamento quando este parecer “pesado demais” para o 
indivíduo. Enquanto para Giddens a modernidade avançada trouxe uma 
possibilidade a mais de escolha e liberdade, onde estamos livres para formar 
laços e desfazê-los sem precisar de estarmos presos a estes eternamente se 
não quisermos, para Bauman essa situação trouxe um sentimento de 
insegurança para as pessoas que estão constantemente colocando seus 
relacionamentos como objeto de reflexão, sabendo que estão “impelidas” a 
abandoná-los caso apareça qualquer insatisfação. Todas essas modificações 
de ordem afetiva, além de transformarem as relações sociais, trazem um 
acarretamento jurídico muito grande, o direito de família cada vez mais se torna 
objeto amplo de investigações no meio acadêmico, e é nesse sentido que 
 14 
passaremos a analisar a questão da família dentro do judiciário e as formas de 
acesso à Justiça concomitantes a essa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
4 AS MULHERES E O MERCADO DE TRABALHO 
As mulheres sempre desempenharam um papel fundamental na vida 
das famílias: o cuidar. E quando ingressaram no mercado de trabalho, os 
cargos ocupados também estavam vinculados “ao cuidar”: enfermeira, 
professora, doméstica. 
Hoje, com os avanços nos direitos e conquistas das mulheres, temos 
outra realidade para a situação das mesmas no mercado de trabalho: 
competitividade, salários incompatíveis com suas funções e qualificações, 
quando comparados aos salários dos homens, desenvolvimento de múltiplos 
papéis, dentre outros. A sociedade é histórica e dialética, muda de acordo com 
os meios de produção e a forma de organização, como também de seus 
valores (morais e intelectuais) e as suas normas sociais (leis e costumes). 
Assim, a sociedade se organiza e começa a definir múltiplos papéis aos seus 
indivíduos, e é a partir daí que surge o conceito de gênero na divisão social do 
trabalho, determinado o papel para os homens e o papel para as mulheres 
nesta organização social. Esse e outros conceitos são passados de geração 
em geração, se arraigando fortemente como senso comum e se perpetuando 
no decorrer das décadas e séculos. O modelo de família patriarcal existe antes 
mesmo da Idade Média e até hoje perdura. No entanto, tem experimentado um 
declínio significativo ao longo do tempo. Nele, é a ação do homem (forte) sobre 
a mulher (fraca) que vigora, cabendo a ela cuidar da casa, dos filhos e do 
marido em tempo integral, ou seja, desenvolver o papel de esposa que cuida 
do lar e dos familiares. 
No modelo patriarcal, à mulher cabe o desempenho de atividades 
afetivas como o cuidado e educação dos filhos e de atividades domésticas. Ao 
homem, cabe a execução de atividades instrumentais e intelectuais, sendo que 
vinculando ao emprego legalizado/remunerado. 
Com o aprofundamento do capitalismo, a sociedade sofre mudanças e 
junto com elas temos a alteração do modelo de família, que não mais estavam 
adequadas às novas formas de reorganização do processo produtivo e, 
consequentemente dos valores e costumes sociais. De acordo com Oliveira 
(2007, p.123) “trata-se de uma verdadeira revolução, que tem se processado 
nos costumes, na sexualidade, no casamento, afetando de forma marcante o 
 16 
padrão de família”. O antigo modelo patriarcal começa gradativamente 
retirando as mulheres de muitas de suas antigas atribuições e as “liberando” 
para mercado de trabalho. A inserção das mulheres no mercado de trabalho, 
de forma efetiva, se deu com o avanço do capitalismo industrial, sendo que, é a 
partir daí que são constituídas, mais definitivamente, a divisão de valores entre 
o mundo da produção e o mundo doméstico. Dessa forma, ao se incluírem no 
mercado de trabalho, apesar de ser, ainda, de modo desigual ao homem, pois, 
continua existindo preconceito e discriminação, as mulheres têm mais uma 
forma de direito adquirida. Para Freitas (2007, p.20) “embora se verifique uma 
maior valorização de certas carreiras femininas, as mulheres ainda ocupam 
maior parte dos postos mais instáveis e de remuneração mais baixa, 
evidenciando a permanência das igualdades das relações sociais entre os 
sexos”. Não há dúvida de que nas últimas décadas a mulher está cada vez 
mais inserida no mercado de trabalho, buscando por novas formas de 
participação na sociedade, conquistando o seu espaço, se profissionalizando, 
estudando mais para disputar o concorrido mercado de trabalho. E isso ocorre 
tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. Ao longo 
dos anos, a entrada da mulher no mundo do trabalho vem sendo acompanhada 
por grande discriminação, não só com relaçãoà qualidade das ocupações, mas 
principalmente pela desigualdade salarial entre os sexos. Conclui-se, portanto, 
que, apesar de suas lutas e conquistas, as mulheres ainda não alcançaram a 
tão sonhada igualdade. 
 
4.1 OS MÚLTIPLOS PAPÉIS DA MULHER TRABALHADORA 
 Enquanto a sociedade no início do século XX organizava-se para manter 
a mulher no espaço privado, longe do âmbito público que é o espaço permeado 
de saber e de autonomia, essa mulher sonhava com o despertar da vida de 
apenas reprodutora, para uma vida com múltiplas possibilidades e praticidade. 
Entretanto, esse despertar foi por meio de um processo muito lento, pois surgiu 
a partir da consciência das mulheres pelas lutas de igualdade de gênero e de 
oportunidades, bem como da própria mudança cultural. Ao inserir-se no 
mercado de trabalho, a mulher adquire múltiplos papéis, visto que seu papel de 
 17 
esposa, mãe e dona de casa, inerentes à função social antes ocupada, ainda é 
mantida, mas agora, sua dedicação não é exclusiva ao lar. A mulher 
contemporânea, ao mesmo tempo em que é dona de casa, é também 
estudante e profissional realizando ainda, tarefas no meio social. Apesar da 
correria cotidiana, a mulher consegue administrar seu tempo para se dedicar 
aos filhos e a seu papel de esposa. Além de sua realização profissional, o 
trabalho está ligado também à própria subsistência e de sua família, pois, além 
de suas tarefas domésticas, no lar, suas atribuições também passam a ser de 
ordem financeira, visto que sua renda agora é incorporada a renda familiar. 
 Ao contrário do homem, a mulher, ao se colocar no mundo do trabalho, 
relega a segundo plano a sua identidade profissional ao priorizar a família. 
Dessa forma, as mulheres, ao somar trabalho com atividades do lar, somam 
também, às consequências de seus múltiplos papéis, problemas relacionados 
até mesmo à sua própria saúde. Conforme Carloto (1998, p. 9), “as mulheres 
que somam serviço de casa com o trabalho assalariado não conseguem se 
recuperar da fadiga e do desgaste, e ficam mais sujeitas a dores, doenças e 
vários tipos de sofrimento físico e mental”. Desta forma, temos que o 
desdobramento dos novos papéis da mulher teve como consequência uma 
sobrecarga de funções, uma vez que ela foi levada a assumir longas jornadas 
de trabalho por acumular tarefas dentro e fora de casa. 
 
 
 
 
 18 
5 CONCLUSÃO 
 A relação mútua entre a vida pessoal e o trabalho mudou de maneira 
explicita a estrutura da organização familiar. Porém, apesar de todas as 
mudanças da família na contemporaneidade, ela continua sendo o espaço 
onde acontece os conflitos, as resoluções dos mesmos, as negociações, 
direitos, deveres, limites e outros, assim a família ainda é um lugar importante 
para se socializar e aprender com pessoas. 
 Neste sentido, Durkheim considera que as condutas humanas são 
determinadas pela sociedade aos indivíduos, Marx, no entanto, nos mostra que 
a sociedade está dividida em duas esferas: a infraestrutura e a superestrutura e 
que é o “modo de produção da vida material que condiciona o desenvolvimento 
da vida social, política e intelectual em geral”. Portanto, se considerarmos a 
posição de Marx, quanto ao eixo de compreensão da sociedade, vemos que 
enquanto para Durkheim a sociedade se sobrepõe ao indivíduo e lhe impõe 
suas regras e condutas morais, para este outro, a esfera econômica é básica 
para a formação da consciência dos indivíduos, já que esta se apresenta sobre 
a forma da ideologia dominante no modo de produção capitalista, ou seja, a 
ideologia burguesa. Não estamos, no entanto, sugerindo que o elemento 
econômico seja determinante da realidade social, mesmo porque Marx e 
Engels, já haviam esclarecido que “a situação econômica é a base, mas os 
vários elementos da superestrutura também exercem influência sobre o curso 
dos acontecimentos”. 
 No mundo moderno, busca-se com agudeza a igualdade de direitos e 
oportunidade para homens e mulheres, para alcançar essa igualdade muitos 
aspectos internos e externos à família precisaram ser repensados e 
redefinidos, porém alguns desses aspectos não ficaram estáticos, ou até 
mesmo foram universalizados. Observa-se que mesmo após as grandes 
conquistas da mulher e dos avanços tecnológicos, o papel da mulher ainda 
atravessa obstáculos gerados pelo tradicionalismo, onde a mulher é vista como 
cuidadora da família e a responsável pelo zelo da casa. O papel da mulher na 
contemporaneidade, diferente do tradicional, soma sua inserção no mercado de 
trabalho à sua função na família, gerando a dupla jornada da mulher, dentro e 
fora de casa. 
 19 
 
 Na contemporaneidade observa-se que as pessoas no geral, caminha 
para a conquista de uma sociedade igualitária e a questão de gênero, assim 
como as questões raciais e religiosas são tônicas que devem ser discutidas 
para que a sociedade possa conhecer e reconhecer a necessidade de 
mudança de pensamentos e ideologias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
REFERÊNCIAS 
“FAMÍLIA E TRABALHO NA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: ausência de 
políticas de emprego e deterioração das condições de vida”, Lilia Montali. 
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v15n42/1736.pdf 
 
Mulher, mercado de trabalho e as configurações familiares do século XX 
http://site.ufvjm.edu.br/revistamultidisciplinar/files/2011/09/Mulher-mercado-de-
trabalho-e-as-configura%C3%A7%C3%B5es-familiares-do-s%C3%A9culo-
XX_fatima.pdf 
 
http://www.aninter.com.br/ANAIS%20I%20CONITER/GT17%20Estudos%20de
%20fam+%A1lia%20e%20gera+%BA+%C1es/%D4%C7%A3AS%20RELA+%E
7+%F2ES%20FAMILIARES%20NA%20CONTEMPORANEIDADE%20CONFLI
TOS%20E%20SOLU+%E7+%F2ES%D4%C7%D8%20-
%20Trabalho%20completo.pdf 
 
DURKHEIM, Émile.Da divisão do trabalho social. 2ª ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 2004. 
 
MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 22ª ed., Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 2004. (2 volumes)

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