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Texto flipped classroom

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Sistematização do conceito de aulas invertidas (flipped Classroom).
A explanação aqui proposta vem diretamente dos conceitos do estudioso francês Marcel Lebrun, que dedicou parte dos seus estudos ao fenômeno das salas de aula invertidas. 
Nossa primeira questão nos leva ao século XIII, onde Tomás de Aquino já dizia que a primeira qualidade necessária a um docente é a mens ingeniosa, isto é, a mente criativa. Todo bom professor deve ter em mente que a criatividade é uma de suas maiores armas para a aprendizagem de seus alunos, e que o rompimento de determinadas práticas docentes tidas como pétreas e de aplicação tradicional podem e devem ser criticadas, alteradas e melhoradas. O docente atual deve ter liberdade para agir e também para inovar.
O conceito de aula invertida utiliza esta liberdade docente em conjunto com os novos dispositivos midiáticos e tecnológicos, principalmente aqueles que podem ser utilizados à distância, longe do acompanhamento estrito do professor, fazendo uso de aparatos e formas complexas de mediação.
Nível 1 das aulas invertidas
A partir destas ideias, podemos perceber o nível 1 das aulas invertidas, já apontadas em 2007 por Jonathan Bergamnn e Aaron Sams, que perceberam como poucos as potencialidades dos vídeos, das apresentações de slides eletrônicos, dos podcasts para motivar alunos e alunas em suas casas, não dentro de sala de aula, ou seja, estes professores conseguiam aumentar a presença de suas matérias mesmo fora do ambiente escolar e até mesmo sem sua presença física, já que os professores em questão não estavam nas casas dos alunos quando estes assistiam vídeos ou ouviam um programa de rádio sobre determinado tópico. 
Esta estratégia pedagógica reside na confluência de três correntes que propiciam um melhor aprendizado aos estudantes: 
1) Abordagens por competências ou por programas, aumentando a coerência do que é ensinado em relação à vida prática do aluno;
2) Métodos ativos, ou seja, fazer com que o aluno trabalhe por si só e se desenvolva apenas com a tutoria do professor;
3) Algo que propicie um maior "valor agregado" do ponto de vista do aluno, ou seja, algo que o estudante perceba que o está ajudando nesta ou naquela questão.
Por conta disso, podemos dizer que as aulas invertidas reposicionam os espaços-tempos do ensinar-aprender, como vemos nos esquemas a seguir:
Distância
Presença
1)Aprender
Ensinar
Assíncrono
Síncrono
Distância
Presença
2)Aprender
Ensinar
Assíncrono
Síncrono
Distância
Presença
3)Aprender
Ensinar
Assíncrono
Síncrono
No esquema 1, percebemos a mera educação bancária, onde o professor transmite o “conhecimento” e os alunos tentam absorvê-lo.
Já no esquema 2, percebemos com as flechas, o campo de atuação do ensino “flip”, invertido, que atuará reconsiderando espaços-tempos do ato de ensinar e aprender.
No esquema 3, podemos perceber que a parte transmissiva do conhecimento, ou seja, os saberes necessários, as teorias e princípios, ocorrem fora da sala de aula, seja na casa do aluno seja em espaços da escola preparados para tal finalidade. 
Com isso, os professores indicam o conteúdo que estará disponível online para os alunos e estes depois aprendem tanto sozinhos quanto em conjunto.
Podemos dizer então, de acordo com Antoine Defise que uma alua invertida é uma estratégia pedagógica em que a parte transmissiva do ensino (exposição, diretrizes, protocolo...) é feito a distância, com materiais previamente escolhidos e notadamente com ajuda de tecnologias, como vídeos ou áudios e a aprendizagem baseada nas atividades e interações se faz presencialmente, com a troca de informações e conhecimentos entre professores e estudantes e também com a troca entre os estudantes, mediante projetos em grupos, atividades de laboratório, seminários...
Nível 2 das aulas invertidas
Com o segundo nível das aulas invertidas podemos mostrar as mudanças potencialmente possíveis deste tipo de metodologia:
Utilizar melhor os espaços de mobilidade (presença-distância) e os tempos (flexibilidade síncrona ou assíncrona) do ensinar-aprender.
Propor uma formação individualizada e mais em consonância com os ritmos, estilos e atividades de cada disciplina ou cada tópico.
Balancear melhor a necessária disposição do saber (expositivo) e o desenvolvimento do saber-fazer e do saber-ser, das competências do aprender a aprender.
Tornar os estudantes mais ativos e interativos
Responder de preferência às questões postas pelos estudantes, em vez de responder as questões que ninguém faz (talvez porque elas não sejam efetivamente relevantes).
Ensinar aprender e ensinar durante a vida toda.
Aos docentes, permitir ou possibilitar apropriação (e um desenvolvimento profissional) progressivo.
Assim, podemos dizer que vamos além do nível 1 quando se estende o conceito de flipped classroom propondo também atividades e interatividades (individuais ou em grupo) antes da aula, formando dois tempos distintos e complementares:
Tempo 1 (antes da aula) – Pesquisa de informação, leitura de um artigo, de um capítulo, de uma notícia em um website.
Tempo 2 (durante a aula) – Apresentação de uma temática, debate sobre os artigos lidos e análise dos trabalhos apresentados, sendo esta análise feita tanto pelo professor quanto pelos próprios colegas.
O problema deste segundo nível é que dada sua abertura, existe uma chance muito grande de os estudantes – sozinhos – desenvolverem ideias meramente senso comum. Não conseguirem ir além e permanecerem no mesmo nível ou – pior – influenciados por outros colegas, acreditarem em falsas ideias e falsas ideologias. Além disso, alunos com perfis menos sintéticos podem se perder na miríade de informações e explicações. 
Nível 3 das aulas invertidas
E se combinássemos os níveis anteriores em um terceiro – e melhor – nível. Neste caso, deixaríamos de lado as abordagens deterministas para consideramos uma outra mais sistemática, cíclica, contendo quatro tempos distintos. 
Tempo 1 (à distância) – investigar os assuntos, trazer elementos para o contexto, buscar validações, criar análises, sínteses.
Tempo 2 (presencialmente) – Apresentar as informações e os recursos encontrados, identificar as diferenças e semelhanças, vivenciar um conflito sócio cognitivo, fazer emergir questões e hipóteses.
Tempo 3 (à distância) – com base nas teorias já estudadas, abordar elementos relevantes para o tema investigado, preparar exercícios de síntese, fazer conexões.
Tempo 4 (presencialmente) – Consolidar os ganhos, operar o modelo ou teoria em termos de sujeitos investigados, preparar a transmissão para outras situações, ou seja, entender, aplicar, investigar os limites e a transferência para outros contextos.
Com isso, ganham alunos e ganham professores, uma vez que os quatro tempos listados acima e as metodologias aqui colocadas podem ser utilizadas das mais diferentes formas, retomando o que dissemos no início deste breve texto quando falamos da criatividade. O bom professor, utilizando as salas de aula invertidas, move-se em seu papel, transforma-se em outro ser, melhor, mais interessante para os alunos e ainda assim, fundamental para o processo de aprendizagem dos discentes, que sempre terão que ser acompanhados, validados e, mais do que tudo, instigados a aprender cada vez mais, uma vez que é sabido que o indivíduo só aprende se estiver disposto a isso. Não há como, mesmo com a melhor das metodologias e a melhor das abordagens, fazer um indivíduo desmotivado aprender.

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