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Reflexão Encontro marcado com a loucura

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP – PSICOPATOLOGIA GERAL
Nome: PRISCILA NEIVA OLIVEIRA
RA: B556EJ-9
Data: 06/04/16
PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO DE FALTAS
REFLEXÃO DO LIVRO: ENCONTRO MARCADO COM A LOUCURA
Houve muitas concepções criadas a fim de tentar explicar a normalidade e não normalidade no que se tratava da loucura, sendo que a primeira teve a loucura como um modelo mitológico religioso, esta era então considerada como algo determinado por Deuses. Esta persiste até nos dias atuais. Existem quem acredite que são perseguidas e escutam vozes.
Com a Psicanálise a loucura que outrem era ignorada, começa a ser ouvida e a sair do silêncio. Freud coloca o doente como participante de sua doença e ressalta a importância da fala e escuta por parte desde, para sua melhora. Freud associa a loucura ao destino mesmo do homem, onde não se sabe onde se inicia e termina sua sanidade mental.
O paciente tem a necessidade de encontrar a si mesmo e cabe ao profissional o conduzir observando as alterações de memória, de humor, sem nunca deixar a pessoa. É preciso desmistificar a loucura, refletir sobre a realidade do outro e de si mesmo.
Segundo Cociuffo, para Melanie Klein, o psicótico regressa as angústias primitivas da infância quando sua psicose se torna manifesta, por não conseguir superá-las. A distinção entre a neurose e a psicose segundo Cociuffo, é o caráter regressivo. As várias experiências vividas pelo individuo em contato consigo mesmo e com sua realidade implicam em confronto entre tendência a tolerá-la ou a fugir dela.
Aprendemos então que a Psicopatologia não se trata apenas de diagnóstico, mas do desenvolvimento da escuta. Escutar tanto o sintoma e o quadro clínico, como também o indivíduo que está à espera de uma ajuda dada.
Cociuffo vem explicitando uma forma diferente de se ensinar, onde o aluno começa a pensar a partir de sua experiência, promovendo discussões e reflexões sobre a normalidade. Com o objetivo de se construir a compreensão da doença mental e do conhecimento dos diagnósticos patológicos. As aulas práticas, vão envolver o contato com o paciente, a entrevista diagnóstica, o reconhecimento das psicoses e as possibilidades de inserção do trabalho do psicólogo nas instituições de Saúde Mental.
O psicólogo trabalha no encontro e busca do sentido do sofrimento do outro, o que implica na compreensão psíquica, cultural e econômica. O objetivo deste psicólogo é avaliar o grau de saúde que persiste no usuário para, a partir daí, iniciar uma psicoterapia.
A autora nos relata a existência ainda hoje de preconceito mesmo dentro do quadro de alunos, se fazendo necessário que estes se despeiem das teorias e adentre no mundo da prática. 
A supervisão traz a possibilidade de refletir, ajudando na integração dos aspectos emocionais com uma pratica que se comprometa com o usuário em Saúde mental. Pretendendo assim que os alunos tenham conhecimento e consciência das dificuldades e possibilidades existentes nesta área. 
Para se olhar para o outro, temos que ter referência, mesmo que mínima, sobre vida mental. Quando falamos sobre conhecer sobre este assunto abordamos não apenas o aprendizado teórico em psicopatologia, mas o reconhecimento das angústias presentes no contato, pelo conhecimento de si e, principalmente, pela discriminação dos graus de sofrimento psíquico e social presente em cada indivíduo exposto à nossa frente.
Cociuffo (2001 apud Bleger,1989) alerta para o perigo de um aluno projetar seus próprios conflitos sobre o indivíduo. A autora também deixa a concluir, através de seus relatos, que seus alunos muitas vezes, não sabem o que fazer com propriedade na ausência dos profissionais, sentindo-se desamparados. Porém, ela vem alertando para o fato que cada um deve dar o melhor de si, vasculhando suas possibilidades. 
O contato direto com o paciente, faz com que o profissional se torna parte da vida deste, participando de seus conflitos, frustrações, saúde ou doença. Para que se torne possível exercer neste meio sua função, o profissional deve conseguir lidar com este impacto causado com a aproximação com o paciente. 
Fato que me chama a atenção, é a indignação e não aprovação de alguns alunos com a maneira como alguns profissionais cuidam dos idosos gerando uma certa revolta e frustração. Deixando a desejar. Ao intervir em uma situação específica de um paciente, deve-se saber o que está fazendo, porque e para que, sendo que estes cuidadores além de teoria, devam ter paciência, tolerância e compreensão por ser esta uma tarefa muito complexa e exigente.
Muitos alunos entram no hospital psiquiátrico imaginando ser como era antes da reforma psiquiátrica, porém observam que é um modelo mais humanizado de tratar os pacientes com transtornos mentais. Estes pacientes sofrem por estarem impossibilitados de exercer suas atividades de trabalho e lazer, impossibilidades estas que ocorrem na maioria das vezes devido a discriminação e preconceitos vividos por eles. Estes transtornos ainda exercem forte impacto sobre os indivíduos ditos normais, cabendo a nós em um certo grau de responsabilidade, tentar mudar esta realidade, ou seja, começando em nós alunos e profissionais a mudança para que esta diferença de tratamento e aceitação ocorra.
Atualmente, depois de muitas lutas, o modelo manicomial deixou de ser operante (embora ainda existente). Segundo Cociuffo, em muitas instituições de saúde mental a realidade ainda é de pacientes apartado do convívio, presos e cabe a nós estudantes e psicólogos contribuir para o incremento de novas práticas. 
Não basta que aconteça a abolição das formas institucionais concretas de exclusão, como os manicômios, grades, celas entre outros e identificar os loucos como cidadãos apenas perante a lei para se garantir seus direitos de cidadania. É importante reconhecer o processo de construção histórica da loucura para que se possa desnaturalizar conceitos e ter, então, a capacidade de reconstruí-los sob uma ótica mais comprometida com os interesses daqueles a quem se presta assistência.
Cociuffo fala de uma forma de ensinar diferente, em que o aluno começa a pensar a partir da experiência, promovendo discussões e reflexões sobre a normalidade. Essa forma de ensinar inicialmente é fonte de angustias, de sentimento de frustração, impotência, etc

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