Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 1 MATERIAL COMPLEMENTAR Teoria da Empresa e Sociedades Contratuais Trata-se de material complementar, sendo obrigatória a presença em sala de aula e a leitura da Doutrina e Jurisprudência. Professor: João Ricardo 2 2 Direito Empresarial Evolução Histórica do Direito Empresarial no Brasil Definia-se o Direito Comercial com sendo o direito dos comerciantes e dos atos de comércio. Atribuía-se como ramo do direito privado que regulava as relações resultantes da atividade dos comerciantes no exercício direto e indireto da sua profissão, além daqueles atos reputados pela lei como comerciais, mesmo que não praticados por não comerciais. O Regulamento 737, promulgado em 1850, atualizado e alterado ao longo da sua vigência, foi o grande marco para o desenvolvimento do Direito Comercial no Brasil, delimitando as áreas de atuação na chamada “Teoria dos Atos de Comércio”, que na explicação de Marcelo M. Bertoldi, citada por Arnaldo Rizzardo: “deixando de lado a ideia de que a legislação comercial destinava-se a reger as relações de uma classe de pessoas – os comerciantes – e passando, isto sim, a regular a atividade de qualquer individuo que viesse a praticar determinados atos, havidos como de comércio, independentemente de que os praticasse.” Para melhor compreensão do Regulamento 737, segue abaixo do art. 19 da citada norma: “Art. 19. Considera-se mercancia: § 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso. § 2º As operações de cambio, banco e corretagem. § 3º As emprezas de fabricas; de comissões ; de depósitos ; de expedição, consignação e transporte de mercadorias; de espectaculos publicos. § 4.º Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao comércio marítimo. § 5. º A armação e expedição de navios.” Observa-se que a Lei delimitava as áreas de atuação do direito, considerando atos de comércios as atividades elencada pelo art. 19, do Decreto 7737/1850. Todavia, em razão do desenvolvimento econômico, tecnológico e social ao longo do século XX a “Teoria dos Atos do Comércio” deixou de apresentar a eficácia exigida para os novos fatos sociais, fato que motivou uma análise do Direito Comercial frente às concepções econômicas que regiam a sociedade. Uma nova dimensão do direito passou a surgir, vindo a ser codificada na Itália desde 1942. O direito que trata da movimentação da economia não é mais um direito do comerciante e dos atos de comércio, mas sim um direito dos negócios, das atividades econômicas. Diante de uma necessidade econômico-social o direito comercial migra da “Teoria dos atos de comércio” para a “Teoria da Empresa”. Segundo Arnaldo Rizzardo: “numa dimensão um pouco diferente, concebe-se a empresa como um organismo que, por seu 3 3 próprio risco, recolhe e põe em atuação sistematicamente os elementos necessários para obter um produto destinado à troca”. Dentro desta órbita, impera, já um longo tempo, o direito empresarial, com a regulamentação e organização das atividades atinentes ao comércio, à produção de riquezas, à prestação de serviços, aos transportes, e a grande quantidade de outros fatores de lucros e rendas, numa dimensão bem mais ampla que as codificações estanques tendo por objeto o comércio. Considerando a nova visão do Direito Comercial, cuja sustentação não se encontrava em atos pré-determinados, formais, mas em um direito econômico de circulação de riquezas, material, houve várias tentativas de unificação do direito privado no Brasil – obrigações, contratos, direito de empresa, etc - sem que, antes da promulgação do Código de 2002, vigente desde 2003, obtivesse êxito. Assim, somente com a promulgação do de 2002, vigente desde 2003, houve a unificação do direito brasileiro, englobando o texto legal tanto o direito das obrigações e contratos quanto o direito de empresa, sendo substituída assim a “Teoria dos Atos de Comércio” pela “Teoria da Empresa”. Ao positivar a teoria da empresa, o novo passa a regular as relações jurídicas decorrentes de atividade econômica realizada entre pessoas de direito privado. Evidentemente, várias leis específicas ainda permanecem em vigor, mas o cerne do direito civil e comercial passa a ser o novo . Fontes de Direito de Empresa • Fontes Primárias ou Diretas – Consistem nas Leis Empresariais, isto é, naquelas normas jurídicas que externalizam o direito positivo na disciplina do empresário, das sociedades empresárias e das atividades e relações jurídicas qualificadas como empresariais. Exemplo: 1. (Direito de Empresa); 2. Código Comercial (parte não revogada, demais normas que tratam do Direito Empresarial e tratados e convenções internacionais); 3. Direito Falimentar (Lei 11.101/05) 4. Direito Societário (Lei 6.404/76) 5. Direito Cambiário (Lei Uniforme de genebra, Lei 7.357/85) – cheques; Lei 5.474/68 – duplicatas); 6. Propriedade Industrial (lei 9.279/96) • Fontes Secundárias, Subsidiárias ou Indiretas a. Usos e Costumes – Revelam-se pela prática reiterada de determinados procedimentos que acabam por se cristalizar como regra obrigatória para, na ausência da lei, reger determinados negócios empresariais. Os usos e costumes de materia comercial devem ser coligidos e assentados em livro próprio pela Junta Comercial. (art. 8º, VI, Lei 8934/94) 4 4 Obs: Análise do RESP (STJ) n° 877.074-RJ – Nancy Andrichi – Possibilidade de os Costumes serem provados por meio de prova testemunhal. b. Analogia e Princípios Gerais de Direito – A Analogia consiste na formula de se utilizar o fundamento aplicado para resolver caso semelhante ao análogo; já os Princípios Gerais de Direito, consistem na base jurídica, inspiradora do nosso ordenamento jurídico. c. Jurisprudência – Revela-se por meio de reiteradas decisões continuadas do Tribunal, ou dos Tribunais, sobre determinada matéria ou questão, firmando um regramento, um princípio que sirva de orientação no sistema jurídico. Há de se observar que a jurisprudência não apresenta poder de vinculação, salvo a denominada “Súmula Vinculante”, que na esteira de raciocínio da Constituição da República tem o poder de gerar efeitos de lei quando criada pelo STF. PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL 1) Princípio da Livre Iniciativa – art. 170, CR/88 2) Liberdade de Concorrência – Art. 170, IV, CR 3) Princípio da Função Social da Empresa – Art. 170, III, CR/88 4) Princípio da Liberdade de Associação – Art. 5º, XVII e XX, CR/88 5) Princípio da Preservação da Empresa – Lei 11.101/05 6) Princípio da Autonomia Patrimonial da Sociedade Empresária 7) Princípio da Limitação da Responsabilidade dos Sócios pelas Obrigações Sociais 8) Princípio Majoritário nas Deliberações Sociais 9) Princípio da Proteção ao Sócio Minoritário 10) Princípio da Autonomia da Vontade 11) Princípio da Eficácia dos Usos e Costumes 12) Princípio da Inerência do Risco 5 5 DIREITO DE EMPRESA Empresa e Empresário O que é a teoria da empresa? O elemento definidor do conceito de direito comercial é a organização dos fatores de produção. Em regra, se a atividade econômica é realizada mediante a organização de fatores de produção, a regência será do direito comercial. Caso contrário, a regência será do direito civil. A palavra chave é organização. O que é empresa? Seria uma atividade econômica realizada de forma organizada? Segundo o Doutrinador Rubens Requião: “A empresa é a unidade produtora cuja tarefaé combinar fatores de produção com o fim de oferecer ao mercado bens ou serviços, não importa qual o estágio da produção.” Observa-se que a definição acima tem ênfase no caráter de organização da empresa. A empresa, nesse sentido, é a própria organização dos fatores de produção. Por isso se diz, corretamente, que a empresa é uma combinação de forças econômicas (fatores de produção: natureza ou matéria prima, capital e trabalho) para obtenção de ilimitados ganhos. A empresa, como propõe Rubens Requião, apresenta-se como um elemento abstrato, sendo fruto da ação intencional do seu titular, o empresário, em promover o exercício da atividade econômica de forma organizada. A empresa não é detentora de personalidade jurídica, sendo, portanto, objeto de direito. O que é empresário? Empresário é quem realiza a empresa. O empresário é o organizador da atividade econômica, pois ele agrega os vários fatores de produção. Portanto, empresário é “quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção” ou circulação de bens e serviços. O escopo é a produção ou circulação de bens ou serviços para o mercado. O novo não define o que seja "atividade econômica organizada" ou o que seja "empresa", mas apenas quem é “empresário”: "Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento da empresa." Portanto, empresário é aquele que conjuga fatores de produção em uma atividade de produção ou circulação de bens ou de serviços. Esses bens e serviços devem ser destinados ao mercado, ou seja, a terceiras pessoas e não para consumo do empresário. Desse modo, quem não tem como atividade a produção ou circulação de bens ou serviços não é empresário no sistema do direito atual. De acordo com o novo , não há empresário comercial ou empresário civil. Pelo direito brasileiro temos apenas uma classe de empresário, que se chama, simplesmente, empresário. 6 6 O empresário, portanto, organiza a produção ou circulação de bens ou de serviços mediante a utilização de fatores de produção, que poderão ser de sua propriedade ou não. A organização da atividade econômica demanda a conjugação de fatores de produção. Portanto, qualquer pessoa física ou jurídica que exerça com habitualidade uma atividade econômica organizada (empresa), qualquer que seja o setor da economia, é empresária. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL Pessoa física, titular da Empresa. Art. 966, – “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.” O empresário individual responde com o seu patrimônio pessoal pelas obrigações da atividade empresarial exercida. A responsabilidade é direita e ilimitada. Não se confunde empresário individual com o sócio de uma sociedade empresarial: � Empresário Individual – Pessoa Física que exerce em nome a empresa (atividade econômica organizada). O Empresário Contrato em nome próprio, pois exerce a atividade em seu nome, mediante firma individual. � Sócio da Sociedade – Pessoa Física ou Jurídica que se obriga a contribuir com bens ou dinheiro para o exercício de atividade econômica, participando dos resultados. O sócio da sociedade não contrato em seu nome próprio. Na hipótese de ser sócio administrador contratará em nome da sociedade. Art. 1015, : “No silêncio do Contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes è gestão da sociedade....” O empresário é aquele que explora atividade empresarial com o mínimo de organização, diferenciando, também, do profissional autônomo, que explora determinada atividade sem a organização exigida pela Lei para a caracterização de uma atividade empresarial. Para que a o Empresário seja considerado regular necessariamente deverá registrar-se junto ao Registro Público de Empresas Mercantis – Juntas Comerciais. Art. 968, CÓDIGO CIVIL – Elementos que deverão constar no instrumento de registro. Caso constitua filial, agência ou sucursal, o empresário deverá registrá-la na Junta Comercial do respectivo estado, averbando a informação na matrícula do registro principal, art. 969, parágrafo único. Atividade Rural: O art. 971, CÓDIGO CIVIL, autoriza o empresário rural a inscrever-se na Junta Comercial do seu estado, equiparando, após a inscrição, ao empresário. Pequeno Empresário Lei Complementar 123/061. 1 Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (), o empresário individual caracterizado como microempresa 7 7 CAPACIDADE PARA SER EMPRESÁRIO � Capacidade civil � Não ser legalmente impedido • Incompatibilidade para o exercício da atividade empresarial � Funcionários Públicos � Falido � Militares � Cargos eletivos (Presidente da República, Governador, Deputado Federal, Senador) Na hipótese de a pessoa impedida exercer atividade empresarial os atos praticados por ela serão validos, respondendo o impedido pelas obrigações contraídas, na forma do art. 973, CÓDIGO CIVIL. Todavia, a Lei não veda ao impedido de participar como sócio cotista ou acionista de qualquer sociedade. Observará a legislação especial ou estatutos da função, profissão ou condição jurídica da pessoa impedida. � Capacidade – Para o exercício da atividade empresarial a Lei exige apenas que a pessoa tenha plena capacidade civil, na forma do art. 5º, do Código Civil. Exercício da Atividade Por Incapaz: O art. 974, do Código Civil: Cria duas exceções onde o incapaz pode exercer atividade empresarial e/ou simplesmente participar da estrutura societária de uma sociedade empresária. • O art. 974, caput, CÓDIGO CIVIL/02, autoriza que o incapaz, por meio de representante legal, continue a exercer a atividade empresarial antes desenvolvida por ele enquanto capaz, por seus pais ou autor de herança, MEDIANTE DECISÃO JUDICIAL, conforme o § 1º, do mesmo dispositivo legal. na forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual até o limite previsto no § 1o do art. 18- A. Art. 18-A. O Micro empreendedor Individual - MEI poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo. § 1o Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (), que tenha auferido receita bruta, no ano- calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. (alterado pela Lei Complementar nº 139/11) § 2o No caso de início de atividades, o limite de que trata o § 1o será de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. (alterado pela Lei Complementar nº 139/11) “Art. 18-C. Observado o disposto no art. 18-A, e seus parágrafos, desta Lei Complementar, poderá se enquadrar como MEI o empresário individual que possua um único empregadoque receba exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional. (produção de efeitos: 1º de julho de 2009) 8 8 Dessa forma, para que o incapaz exerça a atividade empresarial a Lei exige os seguintes requisitos: 1) Representação; 2) Necessidade proveniente de fato superveniente à atividade empresarial (morte dos pais ou autor da herança, perda da capacidade) 3) Decisão judicial 4) Os bens do incapaz não estão sujeitos ao resultado da empresa, salvo se integralizados ao patrimônio desta. Trata-se de ato precário, que pode ser revogado a qualquer tempo. • Já o § 3º, do art. 974, CÓDIGO CIVIL, autoriza o registro de contratos sociais ou que sejam providas alterações contratuais de sociedades que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: 1. O Sócio incapaz NÃO PODE EXERCER a administração da sociedade; 2. O capital social deve ser TOTALMENTE INTEGRALIZADO; e 3. O sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. • A incapacidade do Interdito para o Exercício da Atividade Empresarial: Os interditos – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil, ou aqueles que, por causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade, os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos, os excepcio3nais sem completo desenvolvimento mental, os pródigos – estão, por serem declarados incapazes, submetidos a regime especial sob a responsabilidade de um curador, que lhe administra os bens. Contudo, a incapacidade não se presume, depende de decisão judicial, conforme arts. 1.767/1.783, Código Civil. • Mulher Casada - Não há na atual legislação qualquer limitação quanto à participação da mulher na atividade empresarial. Ao revés, o art. 977, CÓDIGO CIVIL, faculta aos cônjuges contratar sociedades, entre si ou com terceiros, observados os seguintes requisitos: 1. Não tenham casado no regime da comunhão universal de bens; 2. Não tenham casado no regime da separação obrigatória. O empresário casado (homem ou mulher) pode, sem necessidade de outorga conjugal, alienar os imóveis que integrem o patrimônio do empresário ou gravá-los de ônus real, na forma do art. 978, CÓDIGO CIVIL. 9 9 EIRELI (EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA): ART. 980-A, CÓDIGO CIVIL Trata-se de nova figura empresarial, com características hibridas: a) Apresenta características da figura do empresário individual; b) Apresenta características das sociedades empresárias. Objetivo Legal: Possibilitar o exercício da atividade empresarial mediante um mínimo de segurança patrimonial, limitando a responsabilidade daquele que exerce a empresa individualmente ao patrimônio especial (afetado) ao exercício da atividade. A doutrina denomina a EIRELI de sociedade unipessoal por erigir as principais características da sociedade limitada. Neste ponto as normas subsidiárias da EIRELI são as normas aplicadas às sociedades limitadas (art. 980-A,§6º). A Unipessoalidade pode ser: 1) Inicial; ou 2) Superveniente: a) Transformação b) Dissolução da sociedade (art. 1033, parágrafo único) SÓCIO ÚNICO: Pessoa Física – Sérgio Campinho e o DNRC – Departamento Nacional de Registro de Comércio - (Instrução n° 117) Pessoa Jurídica – Fábio Ulhoa Responsabilidade da pessoa que constituiu a EIRELI Limitada ao capital investido. Natureza: • Pessoa Jurídica de Direito Privado – art. 44, VI, CÓDIGO CIVIL. Requisitos Legais: 1) Subjetivo – a) Será formada por apenas uma pessoa (Matéria controvertida quanto pessoa física ou jurídica); b) Objetivo: a) Capital integralizado b) Capital não inferior a 100 salários mínimos (salário nacional) c) O nome empresarial deverá apresentar a palavra EIRELI (aplica-se por analogia o art. 1.158,§3º, CÓDIGO CIVIL). Na omissão da palavra EIRELI a pessoa que a constituiu responderá ilimitadamente pelas obrigações da pessoa jurídica: art. 980-A,§6º c/c art. 1.158,§3º, . 10 10 Norma subsidiária: Sociedade Limitada, art. 980-A,§6º Constituição da EIRELI por menor: Art. 974,§3º, Requisitos: 1) O menor não pode exercer a administração. O administrador terá que ser nomeado por seu representante. Art. 980-A, 6º c/c 1060 e 1061, CÓDIGO CIVIL. 2) Capital devidamente integralizado (é requisito para a própria constituição da EIRELI) 3) O menor deverá estar assistido ou representado. TRANSFORMAÇÃO: Ato de transformar a forma para o exercício da atividade empresarial. Empresário Individual EIRELI – Art. 980-A c/c arts. 1.113 e 1.115, CÓDIGO CIVIL. Empresário Individual Sociedade Empresária – art. 968,§3º e arts. 1.113 e 1.115, CÓDIGO CIVIL. EIRELI Sociedade Empresária – Art. 1.113 e 1.115, CÓDIGO CIVIL. 1) O Ato de Transformação independe de dissolução ou liquidação. 2) A transformação não modificará, nem prejudicará os direitos de terceiros (credores) AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO Não obstante o direito brasileiro adotar a Teoria da Empresa, superando a Teoria dos Atos do Comércio, que limitava as atividades comerciais ao rol previsto em lei, o legislador ordinário afastou a natureza empresarial de alguns agentes econômicos. I - Art. 966, parágrafo único, do Código Civil: Atividades Intelectuais a) Profissão Intelectual b) De Natureza Científica c) De Natureza Literária d) De Natureza Artística O não considera atividade empresarial as atividades intelectuais elencadas pelo art. 966, parágrafo único, mesmo com o apoio de auxiliares, desde que o seu exercício não se caracterize como elemento de empresa (organização dos fatores de produção. Tratam-se das chamadas atividades uniprofissionais. II – Empresário Rural – art. 971, CÓDIGO CIVIL Sociedades Simples (natureza civil): 11 11 1) Art. 966, parágrafo único, CÓDIGO CIVIL 2) Sociedades de Advogados (arts. 15 a 17, Lei 8.906/94) 3) Sociedade de atividade Rural – art. 984, CÓDIGO CIVIL 4) Cooperativas – art. 982, parágrafo único, CÓDIGO CIVIL OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO Lei 8.934/94 (Lei de Registro Público Mercantil) art. 1.150 a 1.154, REGISTRO – O registro é o ato formal, de natureza obrigatória, necessário para que a sociedade empresária ou simples adquira personalidade jurídica. Exige-se o Registro para a constituição da EIRELI (art. 980-A) e para a regularidade do Empresário Individual (art. 967, CÓDIGO CIVIL). Art. 985, CÓDIGO CIVIL: “A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150, Código Civil)”. Art. 1.150, CÓDIGO CIVIL: � Sociedade Empresária – Vincula-se ao Registro Público de Empresas Mercantis (Juntas Comerciais) � Sociedade Simples – Vincula-se ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas (RCPJ) Prazo para o requerimento do registro (art. 1.151, § 1º, CÓDIGO CIVIL): 1) 30 dias após a lavratura do contrato social; 2) Requerido além dos 30 dias o registro somente produzirá efeitos após a sua concessão. Caso o registro seja requerido no prazo legal, a sociedade estará plenamente protegida até a concessão do ato registral, ou seja, os efeitos retroagirão à data da constituição do contrato social. Contudo, não observado o prazo legal, ou seja, requerido o registro além do prazo de 30 dias, a sociedade somente adquirirá a personalidade jurídica a partir da concessão. 12 12 Estrutura Orgânica do Registro Público Mercantil:Art. 3º, lei 8.934/94: SINREM – SISTEMA NACIONAL DE REGISTRO DE EMPRESA MERCANTIL DNRC – DEPARTAMENTO NACIONAL DE REGISTRO DO COMÉRCIO – Órgão Central do SINREM, com função supervisora, orientadora, coordenadora e normativa. JUNTAS COMERCIAIS – Funções de Execução e administração dos serviços de registro. As juntas Comerciais são distribuídas em cada unidade federativa, com competência no limite territorial da circunscrição estadual ou distrital. • A administração das juntas comerciais encontra-se sob a responsabilidade dos governos estaduais. • Contudo, tecnicamente encontra-se subordinada ao DNRC. • A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e tecnicamente ao DNRC. Assim, toda e qualquer discussão judicial concernente (que envolve) à matéria administrativa da junta comercial é de competência da Justiça Estadual, diante da subordinação ao poder executivo de cada estado. Todavia, na hipótese de discussão judicial concernente à matéria técnica, ligada às atribuições do DNRC, a competência para apreciação e julgamento é da Justiça Federal. Exemplo: Agravo de Instrumento nº 0016183-27.2012.8.19.0000 (Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro x Purpose Brazil LLC e Outro). 1) Escrituração: A escrituração da empresa é realizada através de livros, cujo conteúdo necessariamente deve retratar o histórico fiel da atividade. O Código Civil subdividiu os livros empresariais em duas espécies: a) Obrigatórios a.1 – Comum – exigido em relação a qualquer empresário; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior DNRC JUNTA COMERCIAL SINREM 13 13 O único livre comum obrigatório elencado pelo Código Civil é o livro Diário, a teor do art. 1.180/02, CC: Art. 1.184, CÓDIGO CIVIL/02: “No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa.” § 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária. a.2 – Especiais – Exigidos para certos empresários, em razão da especialidade da atividade: • Livros de atas de assembleia de cotista ou acionista; • Livro de registro de Duplicatas • Livro de entrada e saída de mercadorias dos Armazéns gerais b) Facultativo: • Livros de Caixa; • Livros de Conta corrente; • Livros de Obrigações a pagar, etc Exibição Judicial dos Livros Empresariais Os livros empresariais são legalmente protegidos contra verificações indevidas ou arbitrárias. Nenhuma autoridade administrativa ou judicial poderá fazer ou ordenar a fiscalização dos livros empresariais, salvo expressa autorização legal, art. 1.190, CÓDIGO CIVIL. Contudo, as restrições do art. 1.190, CÓDIGO CIVIL, não se aplicam às autoridades fazendárias, art. 1.193, CÓDIGO CIVIL, limitado ao ato de fiscalização: Súmula: 439 - STF ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO O EXAME AOS PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO. Exibição Total dos Livros Requisitos: Art. 381, CPC e 1.191, CÓDIGO CIVIL: 1) Requerimento da parte Interessada 2) Interesse: 1) sucessão; 2) comunhão; 3) sociedade; 4) administração ou gestão à conta de outrem; 5) ou no caso de falência. 3) A Recuperação Judicial não consta na norma legal, contudo é documento obrigatório exigido pelo art. 51, Lei 11.101/05. Exibição Parcial Dos Livros Requisitos: Art. 382, CPC e art. 1.191,§1º,CÓDIGO CIVIL: 1) Requerimento da parte Interessada ou de ofício 14 14 2) Exibição apenas o que for necessário para o esclarecimento dos fatos discutidos em juízo; 3) Apresentação em juízo na presença de seu titular ou de representante. Da não apresentação dos Livros em Juízo 1) Poderão ser apreendidos judicialmente 2) Na hipótese prevista no art. 1.191,§1º (Exibição Parcial) a parte que não exibir confessa os fatos alegados pela parte contrária. 2) Contabilidade Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 15 15 NOME EMPRESARIAL “É o elemento de identificação do empresário (empresário individual, EIRELI ou sociedade empresarial). É sob ele que o empresário exerce sua empresa, obrigando-se usufruindo dos direitos a que faz jus.” Princípios informadores: 1) Veracidade – Na firma deverá constar o nome do empresarial individual ou dos sócios; e na denominação há de se indicar o objeto social. Nome empresarial não pode conter qualquer informação falsa. 2) Novidade – Impossibilidade de coexistir, na mesma unidade federativa, dois nomes empresariais idênticos. (Art. 1.163, CÓDIGO CIVIL) O nome empresarial não conterá palavras ou expressões que denotem atividade não prevista no objeto da sociedade. Espécies: 1) FIRMA INDIVIDUAL – ART. 1.156, CÓDIGO CIVIL O Empresário individual obrigatoriamente adotará a firma individual: a) Constituída por seu nome, completo ou abreviado os prenomes; b) O prenome pode ser abreviado c) Designação mais precisa da atividade exercida: I) Quando optar; ou II) Houver nome idêntico registrado. Exemplo: 1) João R. de Oliveira 2) J. Ricardo de Oliveira Mecânico. 3) João Ricardo de Oliveira 4) João R. de Oliveira Mecânico A EIRELI poderá ser operada por firma individual, cujo nome empresarial será constituído sob o nome da pessoa física que constituiu a pessoa jurídica. Contudo, ao final NECESSARIAMENTE constará expressão EIRELI. Exemplo: 1) João Ricardo de Oliveira EIRELI 2) João Ricardo de Oliveira Mecânico EIRELI 3) João R. de Oliveira Mecânico EIRELI A firma individual adotará o nome da pessoa que exerce a atividade como empresário individual ou do titular da EIRELI. 16 16 2) FIRMA COLETIVA, FIRMA SOCIAL OU RAZÃO SOCIAL (art. 1157, CÓDIGO CIVIL) A adoção de firma social, em regra, é definida em função da espécie de responsabilidade dos sócios e do tipo societário escolhido. A exceção é a sociedade limitada. Nas firmas coletivas admite-se a supressão do prenome dos sócios que compõem o nome empresarial da sociedade. I) Sociedades com Responsabilidade Ilimitada: a) O nome empresarial poderá ser composto pelo nome de todo(s) o(s) sócio(s) com responsabilidade ilimitada. b) O nome empresarial poderá ser composto por o nome de apenas um dos sócios com responsabilidade ilimitada, com o aditivo “e companhia”. c) O nome empresarial das sociedades em comandita por ações conterá o nome dos sócios diretores ou gerentes, com o aditivo “e companhia”, acrescida da expressão “comandita por ações”. d) O nome empresarial das sociedades limitadas conterá o nome dos sócios ou de apenas um, com o aditivo “e companhia” e da palavra “limitada” e) Admite-se a abreviação dos nomes dos sócios e a supressão de prenomes. Exemplo: 1) Sociedade em nome coletivo (art. 1039,CÓDIGO CIVIL): Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente. Exemplo: Sociedade formada por: João Ricardo de Oliveira, Paulo Roberto Silveira e Carlos José Silva Nome Empresarial: 1) João Ricardo de Oliveira, Paulo Roberto Silveira e Carlos José Silva 2) João Ricardo de Oliveira & Cia. 3) Paulo Roberto Silveira & Companhia 4) Silva & Cia. Na hipótese de figurar o nome de sócios cuja responsabilidadeseja limitada ao investimento, estes responderam solidariamente e ilimitadamente pelas obrigações contraídas sob o nome empresarial. (art. 1.157, parágrafo único, CÓDIGO CIVIL) II) Sociedades de Responsabilidade Limitada A lei autoriza que a sociedade limitada da mesma forma utilize Firma Coletiva ou Razão Social na composição do nome empresarial, exigindo-se o acréscimo ao final da expressão “Limitada” ou “Ltda”. (art. 1.158, CÓDIGO CIVIL) Na Hipótese a firma será formada pelo nome de um ou mais sócios. Sociedade formada por: João Ricardo de Oliveira, Paulo Roberto Silveira e Carlos José Silva 1) João Ricardo de Oliveira, Paulo Roberto Silveira e Carlos José Silva Ltda. 2) João Ricardo de Oliveira & Cia. Limitada 17 17 3) Paulo Roberto Silveira & Companhia Ltda. 4) Silva & Cia. Limitada. Funções da Firma Individual ou Coletiva A firma além de identificar aquele que exerce a atividade empresarial, apresenta a função de assinatura. a) Empresário Individual – José S. Serviços de Informática – Cabe ao empresário individual assinar o nome empresarial e não seu nome civil. b) Sociedade Empresária – Silva e Ribeiro Serviços de Informática Ltda. – Da mesma forma, os administradores assinarão a firma social ou razão social e não seu nome civil. 3) DENOMINAÇÃO Formada com palavras de uso comum ou vulgar na língua nacional ou estrangeira e ou com expressões de fantasia, com indicação do objeto da sociedade ou empresa individual de responsabilidade limitada. A denominação espelhará um nome fantasia, designando o objeto social. � A sociedade Anônima operará sob denominação – Art. 1.160, CÓDIGO CIVIL; À denominação será acrescida da expressão “Cia” ou “Companhia”, vedada sua utilização ao final; ou da expressão “Sociedade Anônima” ou “S.A., no início, meio ou fim. O nome do fundador ou pessoa que concorreu para o êxito da empresa pode figurar na denominação. Exemplo: Petróleo Brasileiro S.A; Cia. Guanabara de Tecidos; Lojas Riachuelo S.A � A sociedade limitada poderá utilizar denominação, integrada da palavra limitada. 1) Casa de Saúde Laranjeiras Ltda. 2) Minhas Bolsas Ltda. 3) Tati Doces Ltda. � A EIRELI poderá ser operada por Denominação. 1) Minhas Bolsas Eireli 2) Tati Doces Eireli Observações importantes: 1) A omissão da expressão Limitada ou EIRELI torna os administradores responsáveis ilimitadamente pelas obrigações empregadas pela firma social, na forma do art. 1.158,§3º,CÓDIGO CIVIL. 18 18 1) As microempresas e empresas de pequeno porte acrescentarão à sua firma ou denominação as expressões “Microempresa” (ME) ou “Empresa de Pequeno Porte (EPP) 1) Na hipótese de Recuperação Judicial, após anotação na Junta Comercial o empresário utilizará a expressão “Em Recuperação Judicial” após sua firma ou denominação. E no caso de falência (liquidação) “(Em Liquidação). Estrutura do Nome Empresarial adotada pelo direito brasileiro: Firma Firma Social Empresário Individual Sociedade em nome coletivo Sociedade em comandita simples Sociedade em e Comandita por Ações Denominação Sociedade Anônima Firma ou denominação Sociedade Limitada Sociedade em e Comandita por Ações EIRELI Inalienabilidade A Lei veda a alienação do nome empresarial (1.164, CÓDIGO CIVIL); autorizando, contudo, que o adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, e desde que conste por escrito em contrato, utilize o nome do alienante precedido do seu próprio, com a qualificação do sucessor. (art. 1.164, parágrafo único, CÓDIGO CIVIL). Proteção ao Nome Empresarial A proteção ao nome empresarial deriva da simples inscrição no registro competente. Dessa forma, a proteção limita-se ao estado em que a sociedade foi registrada. Diferente das marcas que apresenta proteção nacional. A proteção nacional ao nome empresarial exige registro específico de proteção ao nome em todas as juntas comerciais do Brasil, art. 11,§1º, IN 104 e 116, DNRC. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL Sendo a empresa uma atividade econômica organizada, para o exercício desta o empresário, sociedade empresária ou EIRELI necessariamente deverá se aparelhar para buscar do fim maior de todo empreendimento empresarial: o lucro. A esse complexo de bens, disposto segundo a vontade do empresário individual ou da sociedade empresária, é que se denomina estabelecimento empresarial. Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. 19 19 Segundo Carvalho de Mendonça, “seria o resultado de um conjunto de meios idôneos, materiais e imateriais, pelos quais o comerciante explora determinada espécie de comércio”(...),sendo “o organismo econômico aparelhado para o exercício do comércio”. Oscar Barreto Filho: “É o complexo de bens, materiais e imateriais que constituem o instrumento utilizado pelo empresário para a exploração de determinada atividade mercantil” STJ (RESP. 633.179/MT): FALÊNCIA. AÇÃO REVOCATÓRIA. LEGITIMIDADE PASSIVA. ALIENAÇÃO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL DENTRO DO TERMO LEGAL DA FALÊNCIA. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 5 E 7. PRAZO DECADENCIAL. ESTABELECIMENTO COMERCIAL. ALIENAÇÃO DE BENS INCORPÓREOS. INEFICÁCIA EM RELAÇÃO À MASSA. 1. Inadmissível recurso especial com o simples propósito de reexame de material probatório, tendo o Tribunal local aferido a legitimidade passiva a partir dos contratos anexados aos autos, afirmando também que a alienação impugnada ocorreu dentro do período suspeito. Incidência das Súmulas 5 e 7. 2. O prazo decadencial de um ano (art. 56) para o ajuizamento da ação revocatória, em regra, começa a correr a partir da efetiva publicação do aviso a que alude o art. 114 da Lei de Falência. 3. O "estabelecimento comercial" é composto por patrimônio material e imaterial, constituindo exemplos do primeiro os bens corpóreos essenciais à exploração comercial, como mobiliários, utensílios e automóveis, e, do segundo, os bens e direitos industriais, como patente, nome empresarial, marca registrada, desenho industrial e o ponto. 4. Assim, a alienação dos direitos de exploração de posto de combustível equivale à venda do ponto comercial, elemento essencial e constitutivo do estabelecimento, transação que, sem a autorização dos credores da alienante, rende ensejo à declaração de ineficácia em relação à massa falida (art. 52, inciso VIII). 5. Recursos especiais conhecidos e improvidos.” Portanto, estabelecimento empresarial é integrado por bens de variadas espécies que mantém cada um deles sua individualidade própria, mas que se encontram reunidos pelo empresário que os conjuga e organiza de modo a apresentar uma unidade que lhe serve de instrumento para exercitar sua empresa. Atenção: 1) O Estabelecimento Empresarial não se confunde com a Empresa. 2) O Estabelecimento não se confunde com o empresário, sociedade empresária ou EIRELI 3) O estabelecimento empresarial não possui personalidade jurídica. Natureza jurídica: 1ª Corrente – Ente que o estabelecimento gozava de uma espécie de personalidade jurídica; 20 20 Não foi aceita pelo direito brasileiro, pois somente a sociedade, com inscrição no órgão competente, detém personalidade jurídica; 2ª Corrente – Considera que há patrimônio separado, afetado, ou autônomo. Esta doutrina também não foi acolhida pelo direito interno, pelo fato de nossa legislação consagrar o princípio da unidade patrimonial do empresário objeto de direito. 3ª Corrente – Considera o fundo de empresa como uma Universidade de Direito. Da mesma forma não é aceito pelo nosso direito, pelo fato do estabelecimento não ter existência derivada da lei, mas por forçada vontade do empresário. 4ª Corrente (adotada pelo Brasil) – Universalidade de fato2. É o complexo de bens, cada qual com individualidade própria, com existência autônoma, mas que, em razão da simples vontade de seu titular, encontram-se organizados para a exploração da empresa, formando, assim, uma unidade, adquirindo um valor pelo seu todo. AVIAMENTO Por se tratar de um complexo de bens organizado, formado por diversos elementos, cada qual com sua individualidade, o estabelecimento empresarial capacita-se pela potencialidade de gerir o fim maior do empresário ou sociedade empresária: o lucro. O aviamento não é um elemento do estabelecimento empresarial, mas um atributo, um plus, conjugado pela soma de todos os elementos organizados economicamente para a produção ou circulação de bens ou serviços. Sergio Campinho: “à vista desses princípios, podemos conceitua o aviamento como sendo a qualidade, o atributo do estabelecimento, traduzindo na sua capacidade de gerar lucros, derivado da proficiência de sua organização na conjugação dos diversos fatores que o integram.” Rubens Requião: “Sendo um fato evidente que a empresa constitui uma atividade organizada contendo vários elementos, ou o estabelecimento comercial vários bens, o valor decorrente desse complexo de bens é maior do que a soma dos elementos isolados. Essa mais valia constitui, precisamente, o que o direito denomina de aviamento”. ALIENAÇÃO OU TRANSFERÊNCIA DO ESTABELECIMENTO (TRESPASSE) “Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.” Eduardo Goulart Pimenta: “Alienação do estabelecimento empresarial significa a troca na titularidade do conjunto patrimonial por ele representado. O sujeito de direito (empresário individual ou sociedade empresarial) titular do estabelecimento empresarial o transfere (gratuita ou onerosamente) a outro sujeito de direito, seja ele uma pessoa física ou jurídica”. A alienação do estabelecimento poderá abranger todos os elementos corpóreos ou incorpóreos de titularidade do seu titular, salvo o nome empresarial, na forma do art. 1.143 c/c 1.164, CÓDIGO CIVIL 2 : Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. 21 21 Condições de Alienabilidade: Art. 1.145, CÓDIGO CIVIL • Restarem bens suficientes para solver o seu passivo; • Não restando bens suficientes a eficácia está condicionada ao pagamento de todos os credores; • Não restando bens suficientes a eficácia está condicionada ao consentimento dos credores, expressa ou tacitamente, no prazo de 30 dias, a contar da notificação. Eficácia perante Terceiros: art. 1.144, CÓDIGO CIVIL • Averbação à Margem da inscrição do empresário ou sociedade empresária; Responsabilidade pelos débitos anteriores e futuros: Art. 1.146, CÓDIGO CIVIL • Adquirente – Responde pelos débitos anteriores, desde que regularmente contabilizados; • Alienante – Responde solidariamente com o adquirente pelos créditos vencidos, pelo prazo de um ano, a partir da publicação da alienação; • Alienante - Responde solidariamente com o adquirente pelos créditos vincendos, pelo prazo de um ano, desde que contratados antes da alienação. Créditos Trabalhistas – O Alienante e o Adquirente respondem pelas obrigações trabalhistas. Contudo, havendo previsão contratual quanto à responsabilidade pelo débito trabalhista, a parte que honrou com o pagamento se sub-roga no direito de crédito. CLT: “Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados”. Créditos Tributários – CTN Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, E CONTINUAR A RESPECTIVA EXPLORAÇÃO, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 22 22 CONCORRÊNCIA DESLEAL: Art. 1.147, CÓDIGO CIVIL • Regra Geral – Não realizar concorrência (exercício de atividade idêntica ou similar ao adquirente, capaz de desviar sua clientela),no prazo de cinco anos da transferência; • Exceção – Mediante autorização expressa do Adquirente, o Alienante poderá explorar atividade similar ou idêntica; • No caso de arrendamento ou usufruto a proibição vigorará pelo prazo do contrato. CONTRATOS EM VIGOR E CRÉDITOS CEDIDOS: Art. 1.148 e 1.149, CÓDIGO CIVIL • A transferência importa na sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para a exploração do estabelecimento, salvo os contratos personalíssimos; • Os terceiros poderão rescindir o contrato, no prazo de 90 dias a contar da transferência, mediante justa causa, respondendo o alienante por eventuais perdas e danos; • A cessão de créditos produz efeito imediato em relação aos devedores a partir da transferência, cabendo a estes diligenciar o pagamento a pessoa correta; contudo, ficará o exonerado o devedor de boa-fé que pagar ao cedente. ELEMENTOS INTEGRANTES DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: “Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.” Diante da complexidade e dinâmica das diversas formas de realização da empresa, não há que se falar em elemento preponderante na composição do fundo de empresa. A organização dos diversos fatores que o compõe é que será decisiva para apuração do valor patrimonial da unidade do estabelecimento empresarial. Eunápio Borges: “Uma vez adquirida pela organização um certo grau de eficiência, o valor econômico do estabelecimento, como um todo organizado, é superior ao da soma dos elementos em que se desdobrem o capital e o trabalho nele empregado.” Elementos corpóreos: 1) Móveis; 2) Máquinas 3) Equipamentos 4) Imóveis Elementos Incorpóreos do Estabelecimento Empresarial 1) Ponto Empresarial Consiste no lugar, no espaço físico ou virtual onde o empresário encontra-se situado e para o qual converge sua clientela. 23 23 Em razão da sua natureza incorpórea, a legislação protege o Ponto Empresarial, garantido, em certas condições, o direito do empresário à renovação compulsória do contrato de locação. Ação Renovatória - Art. 51 e 71 da Lei 8.245/91. Condições para renovação: a) Contrato escrito e com prazo determinado; b) O prazo mínimo do contrato ou soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos tem que ser de cinco anos; c) Exploração da atividade empresarial no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. d) Propositura da ação renovatória no prazo máximo de um ano, e mínimo de seis meses, antes do fim do contrato, sob pena de decadência. Exceção de Retomada (Art. 52, Lei 8245/91) – Com base no Direito de Propriedade, o locador pode retomar o imóvel, não obstante o locatário apresentar os requisitos para a renovação compulsória do contrato, nas seguintes hipóteses: a) Realização de obras por determinação do Poder público; b) Realização de obras para fazer modificação que aumente o valor do negócio ou da propriedade(Direito à Indenização – art. 52, §3º, Lei 8245/91 c) Utilização pelo próprio locador (não poderá explorar a mesma atividade) d) Transferência de fundo de comércio, existente há mais de um ano, com participação no capital pelo locador, cônjuge, ascendente ou descendente (não poderá explorar a mesma atividade) e) Proposta oferecida pelo locatário inadequada Na hipótese de a locação envolver o próprio estabelecimento, o locador não estará impedido de exercer o mesmo ramo de atividade (art. 52,§1º, lei 8245/91). 2) Título do Estabelecimento Consiste no nome que identifica o ponto comercial, aproximando a empresa à clientela. Trata- se do rótulo do estabelecimento. O título do estabelecimento, em regra, apresenta-se na forma de “nome fantasia”. Exemplo: “Casa da Empada”, “Casa do Alemão”, “Company”, Burker King”, “Oficina do Chopp”. A proteção do Título de Estabelecimento não apresenta a mesma eficácia do que a proteção das marcas ou do nome empresarial. Assim, por diversas vezes, o título de estabelecimento será composto pela marca ou pelo próprio nome empresarial. Proteção de Interesses: • Ato ilícito – Art. 186, CÓDIGO CIVIL • Concorrência desleal – arts. 195, V e 209, Lei 9.279/96. 24 24 Propriedade Industrial (Lei 9279/96) Patente: Trata-se da proteção legal à invenção ou modelo de utilidade que lhe garanta o direito de propriedade e, por conseguinte, a exploração econômica exclusiva, durante a vigência legal. Patente de Invenção: Conceito definido por Fran Martins: “entende-se por invenção a criação ou concepção de um processo, produto, instrumento ou meio novo que possa ser aplicado à indústria, com a finalidade de melhorá-la”. Rubens Requião: “Iventar é dar aplicação prática ou técnica ao princípio cientifico, no sentido de criar algo novo, aplicável no aperfeiçoamento ou na criação industrial”. • Invenção - • Modelo de utilidade – Não se trata, pois, de conceber um novo objeto (atividade inventiva), mas sim de conferir uma nova forma àquele já conhecido, atribuindo-lhe nova configuração. Modelo de Utilidade – art. 9º “É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação” Requisitos para o requerimento de patente– art. 8º, Lei 9.249/96 • Novidade – Serão reputados novos quando não compreendidos no estado da técnica, o que consiste em “tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data do depósito do pedido de patente, por descrição escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior. • Atividade inventiva – Sempre que para um especialista no assunto não decorra de maneira evidente do estado da técnica. O Inventor terá que demonstrar que chegou ao resultado em decorrência de sua criação e não de mera descoberta. • Aplicação industrial – Art.15, Lei 9279/95. O que a lei não considera invenção: Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade: I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; II - concepções puramente abstratas; III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; V - programas de computador em si; 25 25 VI - apresentação de informações; VII - regras de jogo; VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais. O que a Lei não autoriza patetear: Art. 18. Não são patenteáveis: I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas; II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais. Vigência da patente: art. 40, Lei 9.279/96 • Invenção – 20 anos a contar do depósito • Modelo de utilidade – 15 anos Art. 40, parágrafo único – prazo mínimo de vigência (prazo concedido para que se evite prejuízos na análise e concessão do pedido) • Invenção – 10 Anos • Modelo de Utilidade – 07 anos Durante a vigência seu proprietário tem a prioridade e o uso exclusivo da invenção ou do modelo de utilidade, podendo onerá-los, cedê-los, arrendá-los, etc. Eventual contrato de licença da patente deverá ser depositado no INPI. 26 26 CESSA O DIREITO DA PATENTE Art. 78. A patente extingue-se: I - pela expiração do prazo de vigência; II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; III - pela caducidade; IV - pela falta de pagamento da retribuição anual, nos prazos previstos no § 2º do art. 84 e no art. 87; e V - pela inobservância do disposto no art. 217. Art. 217. A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador devidamente qualificado e domiciliado no País, com poderes para representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para receber citações. 3) Desenho Industrial “Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.” Diferente do Modelo de Utilidade o Desenho Industrial não apresentação relação com a funcionalidade do produto, não está vinculado à técnica, mas a parte estética. � Vigência do registro – 10 anos – art. 108, Lei 9.249/96 4) Marca “Marcas consistem em sinais distintivos destinados a apresentar e identificar, de forma direita ou indireta, produtos e serviços oferecidos no marcado.” � Marcas de serviço ou produto – “aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa” � Marcas de certificação - “aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada” A marca de certificação visa a garantia, uma vez que atesta ou certifica a origem, o material, o modo de fabricação ou a prestação de serviços e a qualidade.” � Marcas Coletivas – “aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade.” “Já as marcas coletivas caracterizam-se por ser de uma coletividade, de toda uma comunidade, de um agrupamento de pessoas físicas ou jurídicas, destinada a assinalar e distinguir os produtos e/ou as mercadorias oriundas de um cidade, região ou pais, como se fora o selo de garantia, autenticidade ou excelência e qualidade.”27 27 • Sinais suscetíveis de registro: Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais. • Sinais não suscetíveis de registro: art. 124, Lei 9279/96. Estrutura da Marca: � Nominativas – apenas palavras � Mista – Figuras e palavras � Figurativas – apenas figuras. A proteção que se confere à marca decorre do registro, limitada à classe em que foi registrada. Marca de Alto Renome - Exceção ao este princípio são as marcas de alto renome: Art. 125 – “À marca registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade”. Exemplo: Xerox, Coca-Cola. Marca Notória: Art. 126 “A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil.” A proteção restringe à classe da marca. Prazo de validade – 10 anos, computados da concessão, prorrogáveis por igual e sucessivos períodos. Art. 133, Lei 9.279/96. Caducidade – Não utilização da marca no Brasil no prazo de cinco anos a contar da sua concessão; que tenha sido cessada a utilização por um prazo de cinco anos consecutivo, ou, ainda, no mesmo prazo, tenha alterado a marca com modificações. 28 28 DIREITO SOCIETÁRIO AS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO – ART. 44, CÓDIGO CIVIL/02 Características: 1) Fundações – Afetação patrimonial (dotação especial) especialmente destinada para determinado fim. (art. 62, Código Civil/02) 2) Associações – União de pessoas com objetivo da realização de atividades de natureza cultural, recreativa, esportiva, filantrópica, política, sem fins lucrativos. Não obstante a associação de alguma forma gere rendimentos, não há participação nos lucros, devendo todo o valor ser revertido para a própria instituição. (art. 53, CÓDIGO CIVIL) 3) Sociedades - Nas sociedades a ponto central é a obtenção de lucro. As pessoas, físicas ou jurídicas, mutuamente se obrigam a combinar esforços (constituição do capital, administração) para lograr fins comuns: o lucro. (art. 981, Código Civil) 4) EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Individual) – art. 980-A, CÓDIGO CIVIL Sociedades: A lei não obriga que a sociedade seja constituída para o exercício de mais de um objeto, podendo a atividade restringir a apenas um negócio. (art. 981, parágrafo único) SOCIEDADE ≠ ASSOCIAÇÃO Conceito de sociedade – União de duas ou mais pessoas, naturais ou jurídicas, que, voluntariamente, se obrigam a contribuir, de forma recíproca, com bens ou serviços, para o exercício proficiente de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Espécie de sociedade: Empresária – Exploração habitual de atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e serviços, sempre com o escopo de lucro. O elemento empresa (forma organizada de desenvolver a atividade) é preponderante. Simples – A sociedade simples também executa atividade econômica e partilha os seus resultados, mas por força de lei recebe regulação própria. O objeto é reservado pelo próprio ordenamento jurídico, levando-se em consideração a simplicidade no desenvolvimento da atividade. Exemplos: 1) Cooperativas – art. 982, parágrafo único e 983, parágrafo único, Código Civil/02 2) Sociedades que tenha por atividade os ofícios elencados pelo art. 966, parágrafo único, Código Civil/02 3) Atividade rural – art. 984, CÓDIGO CIVIL (a lei possibilita sua alteração para empresária) 4) Sociedade de advogados 29 29 Exemplo: Sociedade simples – clínica médica, com exercício específico da atividade médica por seus sócios; Sociedade empresarial – hospitais e clínicas de atendimento. Obs: As sociedades por ações, independentemente de seu objeto, serão consideradas empresárias. (art. 982, parágrafo único) Tipos Societários: 1) Sociedade em nome coletivo – art. 1.039-1.044 2) Sociedade em comandita simples – Art. 1.045 – 1051 3) Sociedade limitada – 1.052 – 1.087 4) Sociedade Anônima – Lei 6.404/76 5) Sociedade em comandita por ações – art. 1.090-1.092 As sociedades empresárias devem ser constituídas por um dos tipos relacionados acima. Ressalvando-se as cooperativas (art. 982, parágrafo único), a sociedade simples pode se constituir por um dos tipos societários acima, exceto às sociedades anônimas e comandita por ações. Optando por um dos tipos societário destinado às sociedades empresárias, a sociedade simples será regulada, no que couber com sua natureza, pelas normas próprias do tipo societário escolhido, e subsidiariamente pelas regras das sociedades simples (ART. 983). Classificação das sociedades: 1) Responsabilidade dos sócios: a) Ilimitada (sociedades em nome coletivo) I) Responsabilidade subsidiária (pressupõe-se o esgotamento do patrimônio da sociedade); II) Solidário (o credor pode exigir a integralidade do crédito em face de todos os sócios (solidariedade entre os sócios)); III) Ilimitada (os sócios respondem com todo o patrimônio pessoal) b) Mista (sociedades em comandita por ações e simples) – Comportam sócios com responsabilidade subsidiária e ilimitada e sócios com responsabilidade limitada ao capital investido; e c) Limitada (sociedades anônimas e limitada) – responsabilidade ao capital investido; As sociedades simples, quando não adotarem uma das formas das sociedades empresárias, poderão se apresentar com responsabilidade limitada ou ilimitada (art. 997, VIII, Código Civil/02) 2) Sociedades de pessoa e capital 30 30 a) Sociedades de pessoa – A figura do sócio é preponderante. A sociedade constitui- se por referência a qualidade pessoal do sócio. (affectio societatis); Exemplo: i) Sociedade limitada, em nome coletivo, comandita simples e sociedade simples. b) Sociedades de capital – A importância transcende à pessoa do sócio, vertendo-se para o capital investido. Exemplo: Sociedades anônimas. Obs: Sociedade anônima fechada – não há captação de investimento na bolsa de valores. 1) Tanto a doutrina quanto a jurisprudência, entendem que nas sociedades anônimas fechadas, com características familiares, a classificação adequada a ser adotada para este tipo societário seria a pessoal. 3) Sociedades contratuais e institucionais Caracterizam-se em razão da natureza da sua constituição. a) Sociedades contratuais – Manifestação volitiva dos sócios em um contrato celebrado pelas partes integrantes. O ato constitutivo formador das sociedades contratuais é plurilateral. Contrato com mais de duas partes, cujo fim é comum. As prestações dos sócios são dirigidas paralelamente para um fim comum: o lucro. Há uma integração de interesses. Ao se afirmar que o contrato de uma sociedade é plurilateral não se exige que mais de duas pessoas necessariamente tenha que integrar a sociedade. Não se considera o número de pessoas, mas a possibilidade de um número variável de pessoas. PLURILATERAL ≠ BILATERAL Nome atribuído ao instrumento: contrato social. Sociedades que utilizam o contrato social como forma de constituição: limitada, simples, em nome coletivo e comandita simples b) Sociedades institucionais – São formadas por atos complexos, que se consubstanciam na formação do ato constitutivo. Art. 80, Lei 6.404/76. 4) Sociedades Personificadas e não personificadas: a) Sociedades Personificadas – limitadas, anônimas, em comandita simples ou por ações e a em nome coletivo; b) Sociedades não personificadas:sociedades em comum e em conta de participação. 31 31 PERSONALIDADE JURÍDICA: Momento da aquisição – Registro (art. 985 e 45, Código Civil) Órgãos de Registro: Sociedades Simples – RCPJ – Registro Civil de Pessoa Jurídica Sociedade Empresária – Junta Comercial Sociedade de Advogados - – Lei 8.906/94 Efeitos da Personificação: 1) Patrimônio Próprio 2) Nome próprio 3) Nacionalidade Própria 4) Domicílio próprio DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: A partir da aquisição da personalidade jurídica surge no mundo dos fatos e do direito o princípio da separação dos patrimônios entre as pessoas que constituíram a sociedade ou EIRELI e a pessoa jurídica. Assim, os sócios da sociedade ou a pessoa que constituiu a EIRELI não respondem com seus respectivos patrimônios pessoais pelas obrigações de titularidade da pessoa jurídica. Logo, a desconsideração da personalidade jurídica é exceção, aplicável apenas nas hipóteses legais. Desconsideração da Personalidade Jurídica - Trata-se do meio legal em que se reprime a utilização abusiva da personalidade jurídica, mediante decisão que torne ineficaz a personificação, no caso concreto, com o fim de atingir o patrimônio dos sócios ou administradores. A desconsideração da personalidade jurídica não retira ou declara a nulidade da personificação, mas apenas a desconsidera no caso concreto, com fundamento no exercício abuso do direito à personificação, art. 187, Código Civil. Teorias adotadas pelo direito brasileiro: 1) Teoria Maior – Art. 50, Pressuposto: Abuso da Personalidade Jurídica. Elementos: 1) Desvio de finalidade - a) Fins previstos no contrato social (art. 46, I, CÓDIGO CIVIL) b) Função social – art. 170, II, CF/88 32 32 2) Confusão patrimonial (negligência dos sócios ao não respeitar o princípio da separação de patrimônios, agindo como seu fosse a mesma pessoas perante terceiros. Postulação em Juízo: 1) Vedado acolhimento de ofício. 2) Cabe à parte interessada ou o Ministério Público requerer a desconsideração da Personalidade Jurídica. 3) O ônus da Prova cabe à parte interessada. Cabe ao credor comprovar o fato constitutivo do direito alegado, art. 333, I, CPC. Teoria Maior administrativa: 1) Lei Anti Corrupção - A Lei 12.846/13 autoriza a desconsideração da personalidade jurídica por simples decisão administrativa, mediante os requisitos: a) Comprovado o abuso da personalidade jurídica: I) Atos para facilitar, encobrir ou dissimular a pratica de atos ilícitos previstos na Lei 12.846/13. II) Confusão patrimonial b) Decisão condicionada à instauração de procedimento administrativo e à ampla defesa e ao contraditório. Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa. Teoria Menor A teoria menor não exige os requisitos subjetivos aplicados pela teoria maior, bastando a comprovação da insolvência. Art. 28, Lei 8.078/90 – Código de Proteção e Defesa do Consumidor: Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. Lei nº 9.605/98 – Lei de Proteção ao meio ambiente: Art. 4º. Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. Lei nº 12.529/11 (Lei antitruste – disciplina a repressão às infrações contra a ordem econômica): 33 33 Art. 34. A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. Nesta hipótese a desconsideração poderá ser deferida no âmbito administrativo, especificamente no Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE. Exige-se a instauração de procedimento administrativo, com observância aos princípios da ampla defesa e contraditório. Ofensa aos Princípios da Ampla Defesa e Contraditório: Deferida a desconsideração da Personalidade Jurídica, o sócio ou administrador obrigatoriamente tem que ser intimado para se manifestar sobre a imputação (Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório). Reiteradamente a jurisprudência vem penhorando primeiro para posteriormente intimar para se manifestar. Trata-se de ofensa direta à constituição. O novo Código de Processo Civil, Lei 13.105/15, com vigência a partir de 17/03/2016, criou o chamado INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, obrigando a citação do terceiro interessado para se defender sobre a alegação de desvio de finalidade, 34 34 confusão patrimonial, estado de insolvência, ou seja, que fundamenta o pedido de desconsideração da personalidade jurídica3. Jurisprudência: TJPR - Agravo de Instrumento AI 6987208 PR 0698720-8 (TJPR) TJSP - Agravo de Instrumento AI 4804813620108260000 SP 0480481-3... TJMG - 100240779023020011 MG 1.0024.07.790230-2/001(1) (TJMG) TJAC - Agravo de Instrumento AG 3149 AC 2008.003149-4 (TJAC) 3 Lei 13.105/15: Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. § 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. § 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. § 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. § 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o. § 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. 35 35 SOCIEDADES SEM REGISTRO (SEM PERSONALIDADE JURÍDICA) A sociedade obtém a condiçãode empresaria a partir da exploração efetiva, habitual, organizada e profissional de atividade econômica organizada de produção ou distribuição de bens ou serviço. (art. 966 c/c 981). A lei não exige o registro da sociedade para considerá-la empresária, bastando seu exercício regular. O registro é um simples pressuposto de regularidade da sociedade, apto a atribuir-lhe personalidade jurídica. (art. 985, CÓDIGO CIVIL) Enquanto não registrado o contrato social na junta comercial a sociedade encontra-se no âmbito das sociedades despersonificadas, sendo considerada pelo como uma sociedade em comum. a) Sociedade em comum – art. 986, Código Civil: Efeitos da despersonificação: 1) Vedação ao acesso à recuperação judicial e extrajudicial 2) Ausência de legitimidade para requerer falência 3) Inexistência de proteção ao nome 4) Inexistência de proteção à marca de produtos – art. 128, Lei 9.279/95 5) Inviabilidade de seu enquadramento como microempresa 6) Responsabilidade patrimonial dos sócios Art. 988 – Titularidade dos bens sócios – a partilha dos bens cabe aos sócios Art. 989 – Limitação da responsabilidade dos bens sociais • Pacto limitativo de poderes • Prova de conhecimento de terceiro Art. 990 – RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DOS SÓCIOS • Subsidiária – sócio não contratante; e • Ilimitada e solidária – sócio que contratou. b) Sociedade em conta de participação: Parte da doutrina denomina a sociedade em conta de participação de “Contrato Associativo”, já que a relação societária somente obriga os sócios, não havendo reflexo a qualquer terceiro contratante. Art. 993 – Em que pese possibilidade do registro do contrato de sua formação, não há personalidade jurídica. A sua constituição não exige formalidade. Art. 994 – Constitui-se através de duas categorias de sócios: a) Ostensivo – único responsável pelo gerenciamento da sociedade, que é realizado em seu nome e sob sua inteira responsabilidade; Somente o sócio ostensivo obriga-se perante terceiros; b) Sócio participante: 36 36 I. Somente participa dos lucros (art. 991, parágrafo único); II. Detém o direito de fiscalizar, sem, contudo, assumir a gerência da sociedade. Caso o sócio participante assuma qualquer posição de gerência, ou tome decisão afeta diretamente apenas ao sócio ostensivo, tornar-se-á responsável solidário com este pelas obrigações que intervier (art. 993, parágrafo único); O capital social é formado pela contribuição tanto do sócio ostensivo quanto do sócio participante, gerando um patrimônio especial que, pela natureza da sociedade, não produz efeitos a terceiros, mas somente entre os sócios. A liquidação da sociedade far-se-á mediante o procedimento de prestação de contas, art. 914, do CPC. Exemplo: Investimentos em sociedade limitada com dificuldade financeira. O sócio investidor: 1) Sócio participante – sem responsabilidade patrimonial 2) Direito de fiscalizar 3) Obtenção do lucro de um atividade onde não possui Know-How Sócio ostensivo 1) Sócio ostensivo (único responsável) 2) Administração integral do negócio Recuperação da sociedade mediante investimento direito 37 37 SOCIEDADES PERSONIFICADAS SOCIEDADE EM NOME COLETIVO – Art. 1.039,CÓDIGO CIVIL A sociedade em nome coletivo caracteriza-se como o único tipo societário no Direito brasileiro em que todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas dívidas da sociedade. Art. 1.039 – Compõem-se apenas de pessoas físicas; responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada perante terceiros. Art. 1.039, parágrafo único – Internamente, a responsabilidade pelas obrigações sociais pode ser definida entre os sócios, cabendo o que deliberarem no contrato social. Art. 1.042 – A administração da sociedade compete exclusivamente a SÓCIOS, podendo o contrato especificar aquele que administrará a sociedade. Não havendo definição, caberá a todos os sócios. SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES – art. 1.045, CÓDIGO CIVIL Compõe-se de duas categorias de sócio: 1) Comanditados 2) Comanditários Sócios Comanditados: somente pessoa física e responsável subsidiária, solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; Sócios Comanditários: Obriga-se apenas pela integralização da sua cota. Art. 1.046, parágrafo único: Cabe aos comanditários os mesmos direitos dos sócios da sociedade em nome coletivo: 1) Deliberar entre si, sem a participação dos Comanditados, a responsabilidade pelas obrigações sociais, podendo, inclusive, limitá-la interna corporis; 2) Compete exclusivamente aos Comanditados a administração da sociedade; 3) A firma social só pode constar o nome do(s) Comanditado(s). 1.047 – Vedação de qualquer participação do sócio comanditário na gestão da sociedade, bem como ter seu nome na firma social, sob pena de está sujeito à responsabilidade dos sócios Comanditados. Exceção: Art. 1.047, parágrafo único: A lei autoriza a sociedade outorgar poderes específicos para que o sócio comanditário seja seu procurador em determinado negócio. Na hipótese de o mandato revestir-se de uma forma genérica, aplicar-se-á a regra do caput¸ por fraude à lei. Art. 1.051 – Dissolução Parágrafo único – Possibilidade de ser nomeado administrador, na falta de sócio comanditado, pelo prazo de 180 dias. Por não haver a condição de sócio, os administradores responderão apenas pelos atos de gestão que praticarem no período legal. 38 38 SOCIEDADE LIMITADA Principal Característica: Responsabilidade limitada dos Sócios ao capital integralizado. Art. 1.052 – CÓDIGO CIVIL/02 � Com relação à sociedade cada sócio-cotista é responsável pela sua cota parte. Integralizado o valor, a obrigação restará cumprida. � Com relação a terceiros, somente após a integralização integral do capital os sócios estarão desobrigados. Inadimplente qualquer sócio-cotista, todos os demais serão responsáveis solidariamente pela parte que faltar. Em que pese a responsabilidade solidária dos sócios perante terceiros pela integralização do capital, na hipótese aplica-se a responsabilidade subsidiária. Os sócios somente responderão na hipótese de o credor tentar o cumprimento da obrigação em face da sociedade e não obter êxito. (benefício de ordem) LEI DE REGÊNCIA (SUBSIDIÁRIA) APLICADA À SOCIEDADES LIMITADAS: 1) Regra Geral – Aplica-se as normas das sociedades simples (art. 1053, Código Civil). 2) Exceção legal – Normas das sociedades anônimas, mediante previsão expressa no contrato social (art. 1053, parágrafo único, Código Civil). Obs: Somente as normas que não afetarem a natureza das sociedades limitadas são aplicadas subsidiariamente. Número de sócios Art. 1.055 - A lei não exige número máximo de sócios para a constituição de uma sociedade, mas apenas um número mínimo de dois sócios (art. 1033, IV, Código Civil). Sócio de Serviço: Art. 1.055, § 2º Diversamente da sociedade simples, na sociedade limitada não cabe o sócio de serviço. Todos os sócios necessariamente têm que subscrever e integralizar suas cotas economicamente, ou seja, transferindo a titularidade de bens para a sociedade ou aportando valores em moeda. CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE: A sociedade limitada é formada por um contrato, denominado contrato social, em que necessariamente deverão constar todas as informações referentes à atividade, composição societária, identificação dos sócios e empresa, responsabilidade dos sócios, gestão da sociedade, ou seja, a estrutura orgânica da sociedade. Características do contrato social: 1) Instrumento público ou particular escrito 2) Natureza Plurilateral 3) Ratificação obrigatória por um advogado
Compartilhar