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Exercícios de Fixação Inadimplemento de obrigações

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Exercícios de Fixação – Direito Civil III – Inadimplemento de Obrigações 
Professor: Mário Lúcio – 3º A 
Aluna: Annelise de Souza Oliveira 
Explique sobre o inadimplemento absoluto:
O inadimplemento absoluto ocorre quando a obrigação não foi cumprida e nem poderá ser cumprida de forma útil ao credor, dispõe o Código Civil sobre o inadimplemento absoluto no art. 389: 
“Não cumprida à obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juro e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
Podendo ser impossível cumprir a obrigação pela perda parcial ou total do objeto ou pela inviabilidade econômica da prestação, pois não é mais útil ao credor.
O perecimento do objeto faz com que a relação obrigacional se resolva, não pelo pagamento ou meios indiretos de adimplemento, mas se resolve de uma maneira anormal, ou seja, pelo inadimplemento absoluto, assim haverá perdas e danos.
 Um exemplo de inadimplemento absoluto pela inviabilidade econômica da prestação é quando se contrata um serviço de Buffet para uma festa com data certa e a empresa responsável pelo Buffet não consegue entregar o serviço no dia da festa, de nada adiantará para o credor a empresa entregar em outro dia, perdendo a utilidade para o credor.
No inadimplemento absoluto comente sobre a vontade unilateral do credor, que alega inviabilidade econômica da prestação.
 	Se o cumprimento da obrigação ainda for útil ao credor, o devedor estará em mora, o critério da utilidade fará a distinção. Assim, o pagamento de obrigações em dinheiro sempre será útil para o credor, acompanhado dos acréscimos devidos pela desvalorização da moeda e outros ônus derivados da mora.
Não é pelo prisma da possibilidade do cumprimento da obrigação que se distingue mora de inadimplemento, mas sob o aspecto da utilidade para o credor, de acordo com o critério a ser aferido em cada caso, de modo quase objetivo. Se existe ainda a utilidade para o credor, existe a possibilidade de ser cumprida a obrigação; podem ser elididos os efeitos da mora. Pode ser purgada a mora. Não havendo essa possibilidade restará ao credor recorrer ao pedido de indenização por perdas e danos.
Em que consiste a purgação da mora:
Consiste no cumprimento imperfeito da obrigação em termos de tempo, lugar e forma, tanto pelo credor, como pelo devedor. Para que um indivíduo seja considerado em mora é necessário haver fato ou omissão imputável a ele.
O art.401 do Código Civil estabelece os modos pelos quais se dá a purgação da mora em seus incisos I e II:
“Art. 401. Purga-se a mora:
I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.”
Purgar a mora é neutralizar seus efeitos, sanando a sua falta, adimplindo a obrigação já descumprida e ressarcindo os prejuízos causados à outra arte. A purgação da mora só poderá ser feita se a prestação ainda for útil ao credor. 
Comente sobre obrigação líquida e mora “ex re”.
Quando a obrigação é líquida e certa, com termo determinado para o cumprimento, o simples advento do “dies ad quem”, do termo final do prazo, constitui o devedor em mora. É a mora ex re, que decorre da própria coisa. Já no inadimplemento de uma obrigação positiva (de fazer ou de dar) e ilíquida (quando não se sabe quais foram os prejuízos, o valor dos prejuízos), no seu termo (algo que vai acontecer necessariamente no futuro, mas a data é incerta – termo incerto, ou termo certo (data determinada) constitui de pleno direito a mora do devedor.
A mora chamada de “Ex re” é a mora automática, que decorre do vencimento do prazo. Aplica-se o princípio“dies interpellat pro homine” (o tempo interpela, notifica, o próprio tempo o faz, não necessita que o credor o faça), não depende da provocação pelo credor.
Explique sobre o inadimplemento relativo, mora debitoris, creditoris, e consignação em pagamento.
O inadimplemento relativo se dá quando a obrigação não foi cumprida no adimplemento oportuno, mas o poderá ser em qualquer momento. Segundo a doutrina, equivale à mora (art. 401 - CC), é cumprimento imperfeito da obrigação em termos de tempo, lugar e forma, tanto pelo credor, como pelo devedor.
Na mora solvendi a culpa é essencial. A mora do credor é simples fato ou ato e independe de culpa.
Quanto à quantidade, pode ser:
Total: dá-se quando nada do prometido foi cumprido.
Parcial: quando apenas parte da prestação devida não foi realizada pelo devedor.
São duas as espécies de mora:
A do devedor, denominada mora solvendi ou debitoris: quando se dá o descumprimento ou cumprimento imperfeito da obrigação por parte deste, por causa a ele imputável. Pode ser ex re ou ex persona.
A do credor, intitulada mora accipiendi ou creditoris: quando o credor se recusa a receber o pagamento no tempo e lugar indicados no título constitutivo da obrigação, exigindo-o por forma diferente ou pretendendo que a obrigação se cumpra de modo diverso. ( art. 394 – CC)
Sobre a constituição em mora, mediante a consignação em pagamento, dispõe o art.337 do Código Civil que cessam, para o consignante, os juros da dívida e os riscos, contanto que o depósito se efetue. Se o devedor não consignar, continuará pagando os juros da dívida que foram convencionados. Em regra, os riscos pela guarda da coisa cessam com a mora do credor. (CC, art.400.)
Comente sobre o inadimplemento mínimo.
O inadimplemento mínimo faz parte da teoria do adimplemento substancial. De acordo com esta teoria, apesar de a obrigação contratualmente estabelecida não ter sido cumprida totalmente, se ela foi adimplida substancialmente (ou seja, se o inadimplemento foi mínimo), não pode haver a resolução contratual, com a perda de tudo que já foi realizado pelo devedor, porém, ele fica responsabilizado a prestar indenização ao credor.
Nos casos em que houve inadimplemento mínimo, fica impedido o credor de exercer o direito à resolução contratual, que se converte em direito à indenização, garantindo a permanência do negócio jurídico.
O inadimplemento mínimo também é conhecido como "quase adimplemento", e é o inadimplemento insignificante para a relação obrigacional. Trata-se da hipótese em que o cumprimento da obrigação foi quase total, pois foi adimplido o essencial da obrigação, o substancial dela, tendo havido quase a integral satisfação.
Explique os deveres laterais.
Os deveres acessórios, também chamados de deveres laterais, secundários ou deveres anexos, nasceram da observação da jurisprudência alemã de que os contratos, por serem fonte imanente de conflitos de interesses, deveriam ser guiados e guiar a atuação dos contraentes conforme o princípio da boa-fé nas relações. Os deveres anexos visam à restauração do equilíbrio das relações contratuais.
Os deveres anexos decorrem de um fato jurídico obrigacional cuja finalidade não corresponde diretamente à realização ou à substituição da prestação. Eles surgem independentemente da vontade das partes. Não estão diretamente relacionados ao cumprimento do dever principal de prestação, mas visam a garantir o correto desenvolvimento da relação contratual.
Clóvis do Couto e Silva assevera que:
“A medida da intensidade dos deveres secundários, ou anexos, é dada pelo fim do negócio jurídico. Mas, tal finalidade, no que toca à aplicação do princípio da boa-fé, não é apenas o fim da atribuição, de que normalmente se fala na teoria da causa. Por certo, é necessário que essa finalidade seja perceptível à outra parte. Não se cuida, aí, de motivo, de algo psicológico, mas de um plus que integra o fim da atribuição e que está com ele intimamente relacionado. A desatenção a esse plus torna o adimplemento insatisfatório e imperfeito.” (2008, p. 41)
Os deveres acessórios que vinculam as partes dependem da análise do caso concreto. São individualizados conforme a atividade negocial. Visam, grosso modo, a evitar situações danosas para a outra parte. A classificaçãonão é pacífica pela doutrina, mas podemos discriminar, exemplificativamente, os deveres de esclarecimento, de informação, de lealdade, de cooperação, de cuidado, de sigilo e de não concorrência.
Explique força maior e caso fortuito.
O caso fortuito e força maior constituem excludentes da responsabilidade civil, contratual ou extracontratual, pois rompem o nexo de causalidade. Conforme art 393 do Código Civil:
“O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maio verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.”
Em geral, a expressão caso fortuito é empregada para designar fato alheio à vontade das partes, ligado ao comportamento humano, ao funcionamento de máquinas ou ao risco da atividade ou da empresa, como greve, motim, guerra, etc. Já força maior emprega-se para os acontecimentos externos ou fenômenos naturais, como raio, tempestade, terremoto, etc.
Explique e exemplifique sobre fortuito interno.
O caso fortuito interno incide durante o processo de elaboração do produto ou execução do serviço, não eximindo a responsabilidade civil do fornecedor.
O fortuito interno é o fato imprevisível e inevitável que se relaciona com os riscos da atividade desenvolvida pelo transportador. É ligado à pessoa, à coisa ou à empresa do agente. Pode-se citar como exemplo o estouro de um pneu do veículo, a quebra da barra de direção, ou o mal súbito do motorista. Mesmo sendo acontecimentos imprevisíveis, estão ligados ao negócio explorado pelo transportador, razão pela qual o fortuito interno não o exonera do dever de indenizar.
Explique a teoria da causalidade imediata e direta.
O dano indenizável deve ser certo e atual. Não pode, pois, ter caráter meramente hipotético ou futuro. Conforme art. 403 do Código Civil:
“Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.”
Trata-se de aplicação da teoria dos danos diretos e imediatos, formulada a propósito da relação da causalidade, que deve existir para que se caracterize a responsabilidade do devedor. Assim, o devedor responde tão só pelos danos que se prendem a seu ato por um vínculo de necessariedade, e não pelos resultantes de causas estranhas ou remotas.

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