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Lingua portuguesa Aula 1

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AULA 1: LINGUAGEM COLOQUIAL E NORMA CULTA
Língua Portuguesa: um bem cultural
Você sabia que é por meio da Língua Portuguesa que nos apropriamos do mundo ao nosso redor e de tudo aquilo que nos faz mover a vida? Por exemplo, por meio dela, você adquiriu sua bagagem intelectual no decorrer de sua vida acadêmica e, neste momento, consegue compreender esta aula.
Agora que você chegou à Universidade, queremos ajudá-lo no que diz respeito a algumas questões relativas ao uso desse nosso maior patrimônio cultural: a Língua Portuguesa.
 Esta disciplina será muito importante para que, daqui emdiante, você utilize a língua em situações comunicativasque exigem um pouco mais de cuidado, demonitoramento e de formalidade. 
Emprego da língua
Uma das funções da universidade é prepará-lo para o mercado de trabalho.
Você, inclusive, já deve ter imaginado como seria atuar fora do ambiente acadêmico – quem sabe em uma grande empresa? 
Mas e se você tiver de escrever um texto simples, tal como um breve relatório? Será que você colocará todas as vírgulas em seus devidos lugares? 
E quanto à crase? Você saberá empregá-la corretamente? 
Não se sinta menosprezado se não souber fazê-lo. Afinal, a disciplina de Língua Portuguesa está aqui exatamente para auxiliá-lo a compreender um pouco melhor os usos formais da língua. 
Para iniciar esse estudo, vamos aprender alguns conceitos importantes.
 A importância da Língua Portuguesa para a carreira 
Ana Cláudia Madaleno 
Dominar a norma culta da língua portuguesa está se tornando cada vez mais importante para o sucesso de profissionais de todas as áreas. No passado, quando diretores, superintendentes e gerentes podiam contar com uma secretária, a falta de domínio da língua portuguesa não era tão notada, afinal, quem precisava escrever corretamente era ela. Hoje isso mudou. Com as empresas cada vez mais "enxutas", muitas vezes os executivos ou não possuem ou precisam dividir a mesma assistente. Assim, obrigatoriamente tiveram que começar a escrever relatórios, preparar documentos e enviar e-mails. 
Qual o motivo de tanta dificuldade para elaborar um bom texto? Resumidamente, o português é um idioma muito complexo e uma das principais dificuldades é que a norma culta é bastante diferente da língua normalmente falada. E a falta de domínio do idioma pode comprometer profundamente a imagem do profissional, colocando em dúvida a qualidade de seu trabalho. A imagem negativa projetada pela má comunicação dos funcionários é muito mal recebida tanto pelo público interno como o externo (clientes e concorrentes). Nesse contexto, falar corretamente é fundamental para o sucesso de uma organização, e os empregadores valorizam cada vez mais os funcionários que sabem se expressar com fluência e corretamente. Aqueles que cometem erros de português ao falar e não são capazes de escrever dez linhas gramaticalmente corretas e com clareza, passam aos outros uma péssima imagem de pessoa mal informada, de nível cultural baixo, que não lê. Ou seja, podem ser grandes especialistas em suas áreas de atuação, mas que provavelmente não poderão transmitir seus valores. 
O avanço da comunicação digital tem aumentado a necessidade de o profissional escrever. O número de mensagens que circulam nas empresas aumenta exponencialmente ano a ano. Nunca se escreveu tanto, embora não esteja aí qualquer indício de qualidade dos textos produzidos. Há inclusive o componente da velocidade que transporta pela rede uma implícita indulgência pelos maus-tratos à língua, antes mesmo de a mensagem ser enviada. 
A mensagem eletrônica, apesar de incorporar alguns elementos da fala, não deixa de ser um texto escrito, o que, por si só, aumenta a exigência de precisão. Ouve-se com frequência que escrever é mais difícil do que falar. Há uma razão para isso. Na linguagem oral, existem mais mecanismos para se checar se a mensagem foi entendida corretamente. Há uma série de intervenções 'não entendi', 'é isso mesmo?', retomadas de trechos da conversa que ajudam a compreensão, além de contar com outros elementos como entonação, variação de voz, ironias. Na linguagem escrita não existem esses elementos, por isso precisa ser dotada de muita clareza. Uma simples vírgula pode comprometer totalmente um texto, podendo provocar realmente desastres na empresa, na família, na escola. 
O problema do português ruim, evidentemente, começa muito antes de alguém se tornar um executivo. E não dá para discordar da enorme parcela de culpa das escolas e do sistema de ensino brasileiro. Para começar, a maior parte das escolas se limita a cumprir o número mínimo de aulas de português estabelecido por lei. Poucas dedicam mais horas à disciplina. 
Para completar, o português foi abolido da grade curricular de maior parte das universidades. Os alunos se habituaram a considerá-lo uma disciplina de menor importância, algo sem relação direta com a vida prática. Resultado: o jovem termina o segundo grau com deficiências graves e as carrega para a vida profissional. A linguagem escrita faz parte da vida prática e dentre as várias habilidades exigidas do profissional, a de se expressar nas linguagens oral e escrita tornou-se uma das mais prementes no mundo do trabalho. Sabemos também que ao dominar a gramática, será mais fácil demonstrar conhecimentos técnicos adquiridos, mostrando antes habilidade com a língua portuguesa. Dessa forma, é essencial a conscientização de que o sucesso profissional depende tanto de saber escrever português com clareza, quanto dos outros conhecimentos técnicos.
Tipos de linguagem
Antes de estudarmos os usos de verbos, os sinais de pontuação etc.,
precisamos entender alguns conceitos importantes. Para começar:
Só podemos afirmar que vivemos em sociedade porque nos comunicamos, certo?
Todo e qualquer ato comunicativo se dá por meio do uso de alguma linguagem.
Existem dois tipos de linguagens: a verbal e a não verbal.
Diálogo no WhatsApp VERBAL
Semáforo NÃO VERBAL
Orquestra NÃO VERBAL
Bate papo VERBAL
A linguagem verbal é aquela que se vale de palavras – sejam estas faladas, sejam estas escritas. Nesse caso, o código utilizado para manter a comunicação é a própria língua (portuguesa, inglesa, francesa etc.). Logo, o diálogo no WhatsApp e o bate papo são exemplos de linguagem verbal.
Já a linguagem não verbal é aquela que utiliza outros códigos diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc. No exemplo do semáforo, a comunicação ocorre através das cores e, no caso da orquestra, através da música instrumental.
Linguagem não verbal
 Antes de dar continuidade a seus estudos, assista a este vídeo, que utiliza cenas do filme O negociador, no qual um dos personagens fala da relevância da linguagem não verbal. Como você viu, o policial detectou a mentira do personagem acusado ao analisar não sua fala – linguagem verbal –, mas seu olhar e suas expressões corporais e faciais. Esses gestos “dizem” muito – às vezes, mais que diversas palavras proferidas.
Nesse caso, saber interpretar a linguagem não verbal é muito importante!
Agora que você já conheceu os diferentes tipos de linguagem, vamos nos ater àquele que, de fato, é de nosso interesse: a linguagem verbal – no nosso caso, a Língua Portuguesa. 
A partir de agora, você vai conhecer algumas regras para falar e escrever de forma adequada, isto é, de acordo com os contextos de uso do idioma.
A propósito: adequação é uma palavra que deve fazer parte do nosso dia a dia.
Para exemplificar, analise as falas destes dois personagens em situações cotidianas distintas...
Mas que tipo de linguagem os ambientes formal e informal envolvem: a escrita, a fala?
Como você percebeu, a Língua Portuguesa foi utilizada em ambas as situações, mas o registro não foi o mesmo. Cada personagem adequou sua fala ao ambiente em que se encontrava: mais ou menos formal.
No escritório, falando com o chefe... Bom dia chefe! Como vai?
Na praia, falando com os amigos... E aí, brother! Beleza?
Ambienteformal e informal
Você sabe a diferença entre ambiente formal e informal? Vamos descobrir?
Ambiente formal
Imagine-se em uma entrevista de emprego. Se o entrevistador lhe perguntar sobre sua disponibilidade de tempo para desempenhar suas funções, o mais adequado para a ocasião será responder:
1. Disponho de tempo integral para assumir o cargo.
2. Qualquer hora é hora. É só chamar que tô dentro!
Ambiente informal
Agora, imagine-se em um restaurante, em um bate-papo com um(a) amigo(a). Se ele(a) lhe fizer uma pergunta sobre as novidades que você tem para contar, o mais adequado para a ocasião será responder:
1. Atualmente, em termos de inovação em minha vida, estou fadada à monotonia. 
2. Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de sempre.
O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da língua, cujo registro segue o que está prescrito na gramática normativa. Trata-se de um padrão de linguagem adequado a situações como uma entrevista de emprego, uma reunião de trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso.
Já o ambiente informal é aquele em que usamos a linguagem coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do cotidiano, adequada a situações como uma conversa entre amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens nas redes sociais.
Ambiente formal e informal
Como você percebeu, utilizamos determinado tipo de linguagem de acordo com a ocasião em que nos encontramos. 
Isso significa que o emprego dos diferentes registros da língua depende de seus contextos de uso. 
Por exemplo, suponha que você trabalhe em uma empresa multinacional. Falar com seu chefe imediato (1) – aquele com quem tem algum nível de intimidade – não é o mesmo que falar com o diretor da companhia (2), certo? 
Para cada situação, provavelmente, você usará um vocabulário distinto, conforme podemos observar nestes diálogos:
Aquela apresentação é pra hoje, né, Paola? Sim, é pra hoje mesmo, às 13h, com o Roberto, ok?
Olá, senhor Roberto! Estou aqui para apresentar o novo projeto desenvolvido pela equipe de engenharia.
"Veja que belos movimentos elípticos fazem essas ondas, meu caro amigo! Pega-las-emos neste instante ou mais tardiamente?"
Podemos comparar as escolhas que fazemos quanto ao uso da língua à forma como nos vestimos: assim como há um tipo de vestimenta para cada ocasião, há uma norma linguística específica para situações formais e informais.
Veja o caso do “surfista-executivo” ao lado: não só os termos por ele usados mas também sua forma de se vestir são impróprios ao contexto em que está inserido. 
Por isso, nesse caso, há inadequação do uso da língua falada. O mesmo pode ocorrer na escrita.
Variação linguística
A expressão linguística pode se realizar em diferentes modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferenças entre elas.
Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas sucessivas e simultâneas, o que não ocorre na língua escrita, na qual a comunicação acontece, geralmente, na ausência de um dos participantes. 
Além disso, na fala, as marcas de planejamento do texto costumam não aparecer, porque sua produção e execução se dão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas, correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto se apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração.
CUIDADO! 
Não associe língua falada ao registro informal nem língua escrita ao registro formal, porque tanto em uma quanto em outra modalidade, verificamos diferentes graus de formalidade. Podem existir textos muito formais na língua falada e textos completamente informais na língua escrita.
Mas o que isso quer dizer?
Em outras palavras, que a língua varia de acordo com o lugar, com a situação comunicativa ou, até mesmo, com nosso interlocutor – a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos. 
Isso é o que chamamos de VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Para entender melhor o assunto, assista ao vídeo a seguir.
A variação linguística corresponde a diferentes realizações de uma mesma língua. Ela pode ser: Regional
Os regionalismos manifestam-se, principalmente, pelo sotaque e por palavras ou expressões utilizadas pelos falantes de determinada região.
Podemos citar as diferenças entre o falar:
Carioca: Caraca! Esse curso é muito maneiro.
Cearense: Êta que esse curso é bem arretado!
Mineiro: Nossinhora! Esse curso é bom demais da conta, sô!
ATENÇÃO!
NÃO podemos dizer que determinada região do país fale “o português mais correto”. Tal afirmação é falsa, pois o que há são variações da Língua Portuguesa. A pronúncia do cearense ou do carioca, por exemplo, não é errada ou certa, mas, simplesmente, o modo de articular os sons daquela comunidade linguística.
De registro 
A formalidade ou a informalidade da situação comunicativa determinam as diferentes formas de usar a língua. Há dois registros: formal e informal.  
Analise as situações a seguir:
1) Estácio informa: Já estão abertas as inscrições para o curso de Graduação em Letras - Licenciatura em Língua Portuguesa. Fique atento às datas de ingresso e não perca o período de matrícula nas disciplinas.
2) Vocês leram na web, pessoal? Para quem quer ser letrado e dar aula de português ou de literatura, a hora é essa. A gente precisa se inscrever na Estácio. Os dias de inscrição e de matrícula nas disciplinas estão lá. Vamos?
Comentário
Nesse caso, a mesma informação foi transmitida a partir de duas modalidades da língua – a escrita e a falada – e através de registros distintos – o formal e o informal.
Social 
As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais ou, até mesmo, a faixa etária de determinado conjunto de pessoas.   
O uso de determinado vocabulário marca os grupos sociais e as comunidades linguísticas. 
Você se lembra do “surfista-executivo” que apresentamos anteriormente? Como vimos, sua fala e sua roupa não estavam adequadas ao ambiente em que se encontrava: a praia. 
Para se inserir nesse grupo específico e validar-se nesse meio de forma decisiva, ele deveria não apenas vestir um figurino típico mas também adaptar o uso da língua. 
Associada à vestimenta, a fala mais apropriada à situação seria:
Que onda cabulosa, cara! E aí?
Bora pegar agora ou depois? 
Variação linguística
As mudanças linguísticas sobre as quais discutimos até agora começam na fala – como você pode observar no diálogo ao lado –, passam para a escrita e chegam ao sistema da língua. Por exemplo, até hoje, a expressão “a gente” – sobre a qual nos deteremos mais adiante – ainda é rejeitada pela gramática normativa. Entretanto, usamos o termo “conforme” como conjunção sem nos darmos conta de que se trata de uma forma verbal que ampliou sua função na língua e passou a essa classificação de conjunção.
Exemplo: Conforme ele disse, chegaremos lá na hora.
Mas todas as formas em variação passam para um uso mais formal da língua?
Não! Como a linguagem é utilizada por pessoas, haverá tanta variação quanto suas necessidades comunicativas. Essas problemáticas aparecem na escrita acadêmica quando consideramos as variações linguísticas e a adequação. Mas e quanto às gírias? Como evitá-las em ambientes formais? Assista ao vídeo a seguir e entenda melhor a questão da adequação vocabular.
Paulista Aí, mano. Tá ligado que sexta você ficou de me pagar aquele negócio, né?
Carioca Cara, relaxa! Não vou te dar o calote. Meu pai já me deu o dinheiro.
Norma culta
Quando pensamos em variação linguística, referimo-nos a todos os exemplos que acabamos de ver. No entanto, independente das diferenças citadas, há uma variedade da língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada em determinadas situações comunicativas: a norma culta.  
MAS O QUE É EXATAMENTE ESSA NORMA CULTA?
 
É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. Essa norma é tão valorizadasocialmente que, quando estão em um ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de escolaridade procuram monitorar sua fala. 
Vamos entender melhor essa questão...
Em sua opinião, que frase está CORRETA?
A gente vai até lá para conferir de perto.
Nós vamos até lá para conferir de perto.
As duas formas estão corretas, mas há uma diferença entre elas: 
a primeira é coloquial, e a segunda segue a gramática normativa.
 Norma Culta 
Norma culta é um conjunto de padrões linguísticos rigorosos que definem o uso correto de uma língua. Geralmente esse padrão é usado por pessoas com elevado nível de escolaridade. 
Para dominar perfeitamente uma língua, para falar e escrever de forma correta, respeitando a norma culta, é essencial o estudo da gramática. 
A palavra norma é referente às variedades linguísticas, que podem ser utilizadas por indivíduos de acordo com o contexto em questão. Esse contexto depende da classe social, da cultura e história dos intervenientes na comunicação. 
A norma culta é vista como uma linguagem erudita, utilizada por um grupo de pessoas de elite, que utilizam a língua portuguesa de forma culta. Pode ser dividida em duas modalidades, a formal e a coloquial. A modalidade formal é usada na escrita, e é fundamentada nas regras da gramática, com um elevado grau de rigor. A vertente coloquial é relativa à parte oral de uma língua, onde a rigidez é menor, há uma maior liberdade em relação às regras da gramática, no entanto, essas normas não podem ser transgredidas. Algumas alterações são permitidas somente no contexto falado de uma língua. 
Na norma culta, existem parâmetros essenciais, como a adequada escolha lexical, correta utilização da pontuação e capacidade de organização das ideias. 
Saber falar e escrever de acordo com a norma culta de uma língua é uma competência bastante valorizada no mercado de trabalho, sendo que o domínio da norma culta possibilita ao indivíduo comunicar-se de uma maneira culta e respeitosa, com precisão e eficiência. http://www.normaculta.com.br/
Forma marcada da língua
Vamos entender, agora, como a norma de prestígio funciona.
Como vimos anteriormente, uma das formas em variação no português brasileiro contempla a oposição das estruturas a gente x nós. 
A ideia básica é de que a expressão A GENTE pode ser usada em ambientes informais e o pronome pessoal do caso reto NÓS – prescrito pela gramática normativa –, em ambientes formais.
No entanto, precisamos considerar que, quando usada, a forma “a gente” deve ser acompanhada do verbo na 3ª pessoa do singular: a gente vai.  
Lembra-se daquela variação social sobre a qual conversamos? Ela nos mostra que há pessoas, falantes de uma variedade da língua chamada de não padrão, que dizem “a gente vamos”. Mas qual é o problema desse uso?
Isso é o que chamamos de forma marcada, e usá-la permite que aqueles que nos ouvem nos definam como parte de um grupo com baixo nível de escolaridade.
Por exemplo, quando uma emissora de televisão quer delimitar,
linguisticamente, uma personagem desse tipo, introduz, em sua fala, algumas marcas. 
É comum, por exemplo, que essa personagem diga:
“Falano” em lugar de “falando” – suprimindo o “d” do gerúndio;
“Eu vou TE falar pra você” em lugar de “Eu vou falar para você”;
“Ni mim” em lugar de “em mim”;
“Eu tavo” em lugar de “eu estava”;
“Pá nóis” em lugar de “para nós”.
Clique aqui e assista a uma cena da novela Alto Astral, da Rede Globo, e analise as formas marcadas da língua nas falas do personagem Afeganistão.
 Observe que, embora as formas “nós tá nos ponto” ou “nós tá atrasado” envolvam o uso do pronome pessoal “nós”, a ausência da conjugação adequada – de acordo com a norma culta – na cena anterior marca a fala do personagem Afeganistão do mesmo modo.
Por isso, em se tratando de variação linguística, é importante considerarmos nosso papel social.
Imagine que um professor universitário entra em sala de aula e diz a seus alunos acerca de um encontro com a coordenadora...
Eu vi ela no corredor. Você acha que essa frase está errada? Reflita um pouco antes de checar a resposta.
Resposta: Embora o uso do pronome ELA como objeto direto seja comum na fala de muitas pessoas – mesmo escolarizadas –, ele não é prescrito pela gramática normativa. 
A forma adequada seria “Eu a vi no corredor”. Usar o pronome oblíquo “a” é formal, mas, dependendo do ambiente, o falante pode optar por: “Eu vi a coordenadora no corredor”.
Norma-padrão X Coloquialismo
Agora que você já entendeu a diversidade entre fala e escrita, vamos nos ater às diferenças entre os registros coloquial e culto da língua.
Alguns fenômenos são típicos da escrita e merecem um pouco mais de cuidado por parte de quem escreve – principalmente em ambientes de maior formalidade. 
Vamos analisar o quadro ao lado e identificar tais aspectos.
ONDE x AONDE
Onde estou? Aonde vou?
Ainda que tenhamos conhecimento da norma culta da língua, há termos que provocam dúvidas na hora de falar e escrever de acordo com esse padrão.
Onde nós vamos?
Aonde nós vamos? Parabéns, você acertou!
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE. Mas, se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: Onde você está? Sabe por quê? Simples! O verbo 
Atenção!
A palavra MAL também pode ser um substantivo.
Exemplo: Este é um mal necessário.
Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – como o artigo indefinido UM. 
Além disso, considerando tal substantivação – acompanhada de um artigo definido ou indefinido –, o mesmo vocábulo pode variar em número.  
Exemplo: Os males da vida são muitos.

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