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Pena de Morte em um Brasil conflituoso, o que é correto

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Pena de Morte – Pena Capital
Bom, começo a delinear meu pensamento e a levantar proposições nestas próximas linhas, não para expor uma posição inexorável, pois não me considero inflexível, mas sim uma pessoa que procura pesquisar, ouvir, estudar, ler, isto já demostra tamanho reconhecimento da minha ignorância, “só sei que nada sei”, para antes tentar dialogar com um pouco mais de conhecimento, ou mesmo dar uma opinião mais consistente.
Escolhi para primeiro artigo do site tema muito complexo e de grandes discussões, confesso que como a maioria ainda tenho muitas dúvidas. Escolhi este tema não por acaso, mas devido a uma circunstância onde várias pessoas colocavam suas opiniões sobre este tema tão em pauta na atual realidade, o que me chamou a atenção foi a opinião do mestre em Direitos Humanos presente, não que sua opinião seja errada, mas que me levou a muito pensar, analisando sua opinião percebi a grande celeuma desse assunto e a abordaremos mais adiante.
Confesso, quero é complicar e prometo fazer isso, mais do que colocar posições quero fomentar as questões e discussões para termos cada vez mais entendimento, que os nossos horizontes sejam alargados neste e em outros assuntos da nossa sociedade.
A pena de morte ou pena capital é um processo legal pelo qual uma pessoa é morta pelo Estado por ter cometido um fato típico e antijurídico, a decisão judicial que condena alguém a morte é a sentença de morte e o processo que leva a morte é a execução.
No Brasil muitas pessoas não sabem, não tem conhecimento que existe a pena capital, artigo 5º inciso XLVII da Constituição Federal de 1988 que diz não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada nos termos do artigo 84º inciso XIX importante ressaltar que o artigo é clausula pétrea, ou seja, a pena de morte não pode ser aplicada a não ser em caso de guerra declarada, item constitucional contido dentro dos direitos fundamentais, direito à vida.
A constituição de 1824 previa a pena de morte através da forca, nesta época existiu um caso que fez com que o Império repensasse tal artificio, foi o caso de Mota Coqueiro que foi enforcado no lugar do verdadeiro criminoso, já nas constituições seguintes foram abolidas a pena de morte.
O inciso XLVII do artigo 5º da Constituição do Brasil de 1988 diz que poderá ser aplicada em caso de guerra declarada, os crimes que podem levar a esta punição estão descritos no Código Penal Militar de 1969 e prevê que a pena deve ser executada por fuzilamento, mesma pena e o mesmo método aplicado na Indonésia, onde foram executados dois brasileiros.
A proposta aqui é sempre fugir do senso comum, que não tem nos levado a soluções são apenas doxa, porém ora vamos ao senso comum e ora fugiremos dele.
No Brasil sabemos que nada realmente funciona, o sistema de segurança pública e carcerário é um caos total, o Código Penal desatualizado, antigo, leis frouxas, onde existe uma grande inversão dos valores morais, o bem virou mal e o mal virou bem. 
Sabemos que não temos politicas publicas confiáveis, que a corrupção toma conta de nossa esplendorosa nação, dia a dia as notícias são as piores possíveis, aquelas pessoas que tem o dever de cuidar de fazer algo melhor ao país e a seu povo não fazem, pior destroem uma história, um presente e um futuro de uma nação tão grande como a nossa.
É também do senso comum o fato que no nosso sistema prisional tem de tudo, pessoas que merecem penas piores, outros penas melhores, pessoas que já deveriam estar em liberdade e pessoas que nunca deveriam ficar livres e outras que nem deveriam estar presas e algumas que já cumpriram penas e ainda estão encarceradas. Pessoas que saem da cadeia para passar dia dos pais, mães, natal e ano novo, alguns voltam outros voltam para a vida do crime, enfim temos todas estas particularidades que é de conhecimento de todos.
Outra coisa que todo mundo sabe e todos repetem como “papagaios” é que o sistema não recupera ninguém, que o criminoso entra no sistema penal porque roubou uma galinha e sai chefe de crime organizado, todos nós sabemos que é assim, as prisões são as faculdades do crime e de todos os tipos de crimes e criminosos.
A maioria das opiniões das pessoas que são contra a pena de morte é de que se for implantada só vai ser para os pobres, negros e excluídos, concordo, mas concordo também que estas pessoas não são contra a pena de morte, por que se ela atingir todos aqueles que merecem eles aceitam. Outros dizem que não resolve nada, não diminui o crime, outros citam a religião e a moral, claro que tudo isso é válido, claro que tudo isso é verdade, mas algo precisa ser feito e é aí que devemos fugir das opiniões do senso comum para agirmos e mudarmos a situação.
A verdade é que não podemos utilizar isso para justificar uma não solução de problemas graves, como são os graves crimes que estão acontecendo em nosso país sem punição e o pior, cada vez acontecendo mais.
Temos que parar com isso e tentar resolver nossos problemas, deixemos as teorias da pena de lado, sejam elas absolutas, relativas, prevenção geral e prevenção especial, nada disso funciona mesmo e vejamos a essência da pena que é punir quem pratica o crime e mostrar para os outros que se praticar será punido severamente e que isso sirva para erradicar atos monstruosos como o homicídio de crianças, o estupro de vulneráveis, a tortura, o latrocínio, os crimes hediondos e o tráfico de drogas.
Fujamos do senso comum para encontrar soluções, não consigo entender por que o sistema prisional é ruim, por que só os pobres sofrerão as duras leis enquanto aos ricos nada acontece, não consigo entender por que não agimos, não exigimos punições mais severas por causa disso, não é possível temos que começar a mudar.
Voltando a lembrar do meu professor e das opiniões do debate, antes deixar claro que entendo realmente a posição de cada um, mas como vivemos em uma democracia eu as refuto. 
Eis porque a opinião de um professor de Direitos Humanos chamou minha atenção, já tive várias aulas com professores de Direitos Humanos, já assisti diversos programas e reportagens televisivas e escritas, revistas, jornais e nunca uma opinião a favor de uma punição severa ou a favor da pena de morte contra esses criminosos, nunca ouvi de nenhuma pessoa de Direitos Humanos falar que alguns casos deveria ter pena de morte e isso me surpreendeu não negativamente e sem qualquer tipo de julgamento o que vem a minha mente é de que realmente as coisas estão muito ruins, ou seja, ninguém aguenta mais tanta corrupção e maldade.
A vida é um bem maior do ser humano sem duvida nenhuma, o artigo 5º da CF/88, direitos fundamentais individuais e coletivos diz todos tem direito à vida, mesmo porque sem ela não é possível exercer nenhum outro direito, ou seja, a liberdade, igualdade, segurança, e propriedade, assim também diz os Tratados Internacionais de Direitos Humanos do qual o Brasil é signatário que declara que o direito à vida é inviolável.
Concordo em gênero número e grau, mas o que me preocupa é o fato de que ninguém respeita a essência dos Direitos Humanos, seja qual for este direito e seja qual for o país signatário, aqueles Chefes de Estado que sancionam tais medidas e ratificam estes tratados não os cumpre pelo contrário violam tais Direitos Fundamentais e Humanos.
Na referida discussão em sala, dentre as opiniões daqueles que são contra a pena capital era de que se a pessoa fosse executada ela não sofreria o tanto que fez a vitima sofrer e então essa pessoa deveria ficar presa para sentir e sofrer a pena.
Bom então vamos lá ver como é um pouquinho a pena de reclusão no Brasil, o preso, come, bebe, dorme, usa droga, joga futebol, toma banho de sol, visita intima, e ainda por cima sua família tem direito a auxilio reclusão de 1.089,72, portaria nº 13 de 09/01/2015 e muitas vezes continua cometendo crime de dentro da cadeia, você sabia que o preso tem uma alimentação muito melhor que de um policial militar? Isso é justo? E tem mais ainda, a família do preso compra drogas, celulares com o dinheiro do auxilioreclusão para levar na cadeia para ele, ora! O preso no Brasil definitivamente não cumpre pena, passa férias paga por nós cidadãos de bem.
O pior de tudo é que ainda assim não está bom, são uns coitadinhos, esta situação não está correta por mais que concordemos com os Direitos Fundamentais Internacionais.
 Porem se a situação mudasse e soubessem que seriam punidos rigorosamente com penas duras até mesmo com a pena capital, os instantes que antecedem a execução seriam os piores possíveis e sofreriam pensando e refletindo o que fizeram, o sofrimento que causaram aos inocentes, não existe pena e sofrimento que supere, sabendo que vai perder o bem maior que é a vida.
Uma opinião muito comum é de que com a implantação da pena de morte no Brasil só seriam condenados pobres e negros, concordo também, mas não temos pena de morte e os negros e pobres sofrem muito, então cabe aqui uma reflexão, será que para melhorar uma sociedade é necessário que alguns sofram pela maioria? Ajude-me a refletir.
Os Direitos Humanos são desrespeitados por todas as nações e a própria ONU Organização das Nações Unidas e muitos países de primeiro mundo, isso sem falar que a sede está em New York nos Estados Unidos sofrendo todo tipo de influencia americana.
Tudo bem, o direito à vida é inviolável e deve ser mesmo, estou completamente de acordo não deve existir a pena de morte, nunca, isso é horrível, a sociedade não deve praticar esse tipo de punição e nem as penas que são vedadas no artigo 5º inciso XLVII, pena de morte, pena perpétua, de trabalhos forçados, banimento e cruéis.
Porém os homicidas, estupradores, ladrões, bandidos, traficantes e menores assassinos entre outros podem aplicar estes tipos de penas ao cidadão inocente. Então como resolver esta antinomia? Estes conflitos de normas e valores, o que deve prevalecer? O Jus puniendi do Estado ou dos criminosos?
A questão é essa que devemos discutir e não se irão sofrer se somente negros e pobres e inocentes serão executados, aquele que executar um inocente deve ser executado e isso serve para todos, políticos, judiciário, que a justiça atinja até mesmo aqueles que são da justiça e para toda a sociedade.
Todos desrespeitam os Direitos Humanos e nem vamos entrar nos assuntos do Oriente Médio, Europa, refugiados etc.
As famílias dos presos realmente sofrem muito, tendo que passar por humilhações para visitar seus entes nos presídios, todo tipo de humilhação, realmente é uma coisa triste pois na maioria das vezes são pessoas de bem, todos nós concordamos mas existe o outro lado da moeda que é a família das vítimas, elas não pegam filas, não passam por revistas ou humilhações para visitar seus entes queridos, filhos, maridos, esposas que desigualdade não é mesmo! Mas sabe por que? A visita é feita no cemitério, nos túmulos de seus entes amados, aqui cabe uma outra reflexão, qual sofrimento maior? Mais uma vez solicito a ajuda para a reflexão.
Deixo uma sugestão para resolução do conflito e para isso utilizo a inteligência de Emile Durkheim, sociólogo, psicólogo social e filosofo francês e pai da sociologia.
Ele estuda a sociologia a partir dos fatos sociais, fatos normais e patológicos o que difere um do outro é a quantidade, o fato social patológico é aquele que a sociedade não suporta, não aguenta, como por exemplo o crime em todas as suas formas. É muito crime para uma sociedade, é realmente uma doença social e como elimina isso? Os instrumentos são dois o Direito e a educação.
Pois bem comecemos pelo Direito, diante dessas situações delituosas não se aplica a justiça, o Estado não nos dá justiça mas sim o Direito é ele que vai regular as relações sejam elas em qualquer âmbito, civil, penal, privado e público mas o direito não deve ser aplicado de qualquer forma, ou seja, como hoje em dia, com frouxidão e discriminação, ele deve ser aplicado exatamente como o princípio de que todos são iguais e tem os mesmo direitos perante a lei, deve ser para todos sem distinção de qualquer condição, seja ela qual for, está é uma primeira medida para eliminarmos as injustiças através do Direito dos inocentes, pobres e negros e de que forma fazer isso?
Como segunda medida devemos aplicar tolerância zero, todos serão punidos por aquilo que for fato típico e antijurídico e ponto. Tudo desde o menor até o maior delito, tudo deve ser punido independentemente de idade.
Uma terceira medida deve-se obviamente olhar a proporcionalidade e razoabilidade dos fatos, quanto mais grave o crime cometido mais grave deve ser a punição e isso incluiria a pena de morte.
E uma quarta medida deve ser a pena, ou seja, ela deve ser duríssima, esqueçamos as teorias da pena e olhemos o delito, sua proporção e gravidade e apliquemos a pena, posso dar como exemplo um furto artigo 155 CP, a pena atual é de um a quatro anos de reclusão com as suas qualificadoras e atenuantes, uma pena dura e que inibiria com certeza seria de cinco anos de reclusão para todos que cometerem o crime de furto a pessoa deveria cumprir cinco anos de reclusão sem benefício de nada a não ser ficar preso e só sair após cumprir o período de cinco anos e acabou, inclusive políticos e assim sucessivamente, isso é apenas um exemplo do que poderia ser feito, e assim até o ultimo estagio da punição que seria a execução.
Pesquisas mostram que esse é o desejo da população de bem em relação ao assunto e é sabido que essas medidas diminuem em muito a criminalidade pois ela atinge a essência da pena que é punir e intimidar pois a sociedade sabe que se cometer delito vai pagar caro por isso, ou seja, vai inibir novos atos delituosos.
Todas estas medidas com certeza não ofenderia o estado democrático de direito e a democracia pois todos os indivíduos continuariam como sujeito de direitos e deveres e cada um arcando com suas próprias responsabilidades, a idade para isso 16 ou 18 anos é uma outra discussão e tema para novos questionamentos que iremos abordar em outro momento.
Paralelamente a isso o sistema educacional deve-se sobrepor na sociedade e não somente no sentido de transmissão de conhecimento e sim também na transmissão de valores morais e comportamentais.
A educação de um país deve pautar sempre por um ensino forte, professores comprometidos e qualificados, bem remunerados, com a transmissão desses valores morais e educacionais, ensino integral, condições, estruturas, um ensino superior com qualidade, ou seja, um país que queira se desenvolver sociologicamente deve colocar a educação em primeiro lugar, e só para lembrar negar um ensino de qualidade vai contra os Direitos Fundamentais Internacionais, por estas atitudes percebemos que realmente falta respeito a esses direitos humanos.
Enfim a tolerância zero diminui os índices de criminalidade, mas quando se afrouxa eles voltam rapidamente, porém quando caminha paralelamente com a educação de qualidade tende a ser quase perfeito, a educação trabalha o indivíduo a longo prazo no mínimo 15 anos e a tolerância zero costuma trazer benefícios mais rápidos é necessária a atuação conjunta para diminuir a doença social instalada em nosso país.
Podemos pensar que isso é uma utopia, pode ser mas prefiro ficar com o significado filosófico de utopia, que não significa apenas um sonho que não acontece, utopia quer dizer algo que ainda não aconteceu.
Existem muitas dificuldades, principalmente em nosso país, é muito difícil fazer alguma coisa, isso é nossa cultura, é do brasileiro, uma mudança envolve muitas situações, realmente pesquisei e achei uma saída viável e decidi partilhar e concordo com ela, não vi melhores soluções, isso depende de uma reforma constitucional, cultural, uma mudança de vida e mentalidade.
Uma coisa é certa temos que fazer algo, não podemos deixar que aconteça de vez uma inversão de valores, o crime deve ser punido exemplarmente e que as opiniões do senso comum no mínimo nos leve a ação imediata para melhorar nossa situação.
							 Flavio de Araujo

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