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RESUMO DA OBRA DOS DELITOS E DAS PENAS DE CESARE BECCARIA

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RESUMO DA OBRA DOS DELITOS E DAS PENAS DE CESARE BECCARIA
Antes de começarmos a falar sobre a obra de Cesare Beccaria ou Marquês de Beccaria ou até mesmo Cesare Bonessana, vamos tentar situar a história natural do delito, a evolução do homem na sociedade se deu através do desenvolvimento da razão, a medida que foi evoluindo, transformado racionalmente ele foi diferenciando-se dos seus antepassados.
A integração humana foi essencial para esse desenvolvimento, mas esta relação entre os homens foi muito difícil e continua até hoje em dia muito complicada, existe a desarmonia, agressividade, ambição, maldade, poder e o sentimento de vingança.
Era necessário ser criado um mecanismo que defenda os indivíduos, patrimônio, a comunidade, e assim surge o “Jus Puniendi”, o direito de punir.
O crime é algo muito antigo podemos citar a morte de Abel por Caim na bíblia e isso acompanhou o homem através dos tempos até hoje.
Vamos dividi-lo em três períodos, período da vingança, período humanitário e o período cientifico.
O período da vingança é no reinado da monarquia absoluta entre os séculos XV e XVI, sistema penal caótico, arbitrário e cruel e vamos também o dividir em três partes.
Vingança privada, Lei de Talião que se materializa no código de Hamurabi onde a vítima agiria na proporção da ofensa sofrida, olho por olho e dente por dente, fazia justiça com as próprias mãos.
Vingança divina, onde o jus puniendi estava nas mãos da igreja, religião eram as ordalias ou juízo de Deus, aplicava-se o sofrimento físico como intimidação ou prova de culpa ou prova de inocência.
Vingança pública, o jus puniendi é aplicado pelo Estado no qual age por interesses da coletividade, era o Rei ou o Príncipe que aplicava as penalidades, lembrar que a pena de morte era injusta e muito aplicada.
O segundo período é o humanitário, o Estado Liberal e surge uma nova forma de pensar devido ao crescimento da burguesia, é o iluminismo ou filosofia das luzes. Defendia a reforma do ensino e criticavam a igreja e a nobreza, a transformação do Direito Penal, essas ideias provocaram movimentos de massa e a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.
Antes do iluminismo o encarceramento era por tempo indeterminado, os juízes tinham poderes ilimitados, eram arbitrários e unilaterais, previam a tortura como meio de obter confissões.
Então nesse momento surge a Escola Clássica do Direito penal é uma etapa pré-científica da Criminologia.
O terceiro período é o cientifico, é o naturalismo onde a natureza humana basta para ser sujeito de direitos e deveres sendo reconhecidos os direitos inatos das pessoas.
Bem o que importa para nós é a Escola Clássica do Direito Penal entre os séculos XVI e XVII.
Nesse período atua Cesare Beccaria, 1738 a 1794, foi um dos iniciadores da Escola Clássica, sua obra Dos Delitos e das Penas em 1764 tornou-se o símbolo da liberalidade ao panorama penal da época.
Influenciado pelo pensamento iluminista de Montesquieu e Jean Jacques Rousseau vislumbrou um novo fundamento para a justiça penal.
Ele defendia que as leis devem fixar as penas, elas deveriam prevenir e não ter o sentido punitivo, proporcionalidade das penas conforme os crimes, penas iguais, rechaçava a pena de morte e a pena devia servir como exemplo e deveriam ser moderadas.
Como relatado anteriormente nesta época as penas constituíam uma vingança, só voltar atrás no período da vingança, eram punições de consequências muito superiores e mais terríveis que os males produzidos pelos delitos, levava a pratica de torturas, penas de morte, prisões desumanas, banimentos e acusações secretas.
Foi contra essa situação que Beccaria revoltou-se e a partir dela a humanidade encontrava novos caminhos para garantir a igualdade e a justiça.
O tratado Dos Delitos e das Penas é a filosofia francesa aplicada a legislação penal contra a tradição jurídica e invoca a razão e o sentimento, faz-se porta voz dos protestos da consciência pública contra os julgamentos secretos, o juramento imposto aos acusados, a tortura, confiscação, as penas infamantes, a desigualdade ante o castigo, atrocidade dos suplícios, ele estabelece limites entre a justiça divina e a justiça humana, entre os pecados e os delitos, condena o direito a vingança e toma por base do direito de punir a utilidade social, declara a pena de morte inútil e reclama da proporcionalidade das penas aos delitos.
No prefacio do autor ele diz que os princípios de moral e de política derivam em geral de três fontes, revelação, lei natural e as convenções sociais e nos dá uma aula sobre o divino e das atrocidades cometidas em nome da religião e do divino e diz, não se pode estabelecer relação entre a revelação e as outras duas do ponto de vista dos seus fins principais. Uma vez que esses princípios divinos, embora imutáveis foram de mil modos desnaturados nos espíritos corruptos ou pela maldade humana, ou pelas falsas religiões ou pelas ideais arbitrarias da virtude e do vício. 
É necessário examinar muito bem essas convenções humanas e os seus resultados, ou seja, deve-se examinar as leis e isso é necessário e vantajoso para todos.
Pode-se dizer, portanto com razão, as ideias da virtude política são variáveis, as da lei natural claras e precisas se as paixões humanas não escurecessem a sua pureza, as ideias da virtude religiosa são imutáveis e constantes pois foi o próprio Deus que as revelou e que as conserva.
Ninguém se levantou, senão francamente contra a barbárie das penas em uso nos tribunais, ninguém se preocupou em reformar as irregularidades dos processos criminais, raramente procurou destruir em seus fundamentos as séries de erros acumulados em vários séculos, reprimir os abusos de poder sem limites e fazer cessar exemplos bem frequentes dessa fria atrocidade que os homens poderosos encaram como um dos seus direitos.
Beccaria sentia-se como uma voz contra o sistema da época totalmente arbitrário e muito parecido com a época atual mais especificamente no Brasil, onde ninguém se insurge contra o sistema e fica assim, políticos e poderosos que mandam e desmandam acreditando ser um direito seu.
Na formação do Estado, o Soberano do poder central, deve manter sua integridade e para isso é necessários meios sensíveis para que atinja a sociedade, e esses meios foram as penas estabelecidas contra os infratores das leis.
Essas penas é o fundamento do direito de punir, o quem se afasta dessa base é abuso de poder e não justiça, é um poder de fato e não de direito, é uma usurpação e não mais um poder legitimo.
As consequências da respeitabilidade deste princípio é que as leis podem fixar as penas de cada delito, sendo assim o juiz não pode aplicar uma lei mais severa a da que está positivada, ela limita o poder de ação do juiz.
O papel do Estado é legislar, fazer a lei e dizer se ela foi violada ou não, do outro lado o acusado que vai refutar, é por isso que deve haver entre ambos o Magistrado que vai dizer se houve ou não houve um delito.
A lei deve ser interpretada não pela razão do juiz, pela sua vontade, pois tudo se tornará incerto e obscuro.
Isso impediria os despostas e poderosos que se acham no direito de esmagar os inferiores.
Se a interpretação feita a razão do juiz é um mal para a sociedade, a obscuridade das leis também o será, pois ele acredita que essas leis devem ser conhecidas de todos e não somente dos estudados, aqui a imprensa deve divulgar, todos devem ter acesso e devem entender as leis e suas penas para assim desistirem de atos ilícitos. 
No caso da prisão a lei deve sempre estabelecer de maneira fixa quando alguém deve ser preso e não pelo juiz, para que não seja lançado na mesma prisão o inocente e o criminoso convicto, aqui ele fala da opinião pública onde inocentes são condenados antes do julgamento legal.
Para ele, quando várias provas dependem da força de uma, o número de provas não serve para nada pois destruindo está prova central as outras cairão e não servirão para nada. Mas quando as provas são independentes cadaindicio tem uma prova a parte, quanto mais indicio mais provável o delito, pois a falsidade de uma não influi nas outras.
Divide-se as provas em perfeitas e imperfeitas, as perfeitas é certo o acusado praticou o crime e as imperfeitas traz uma dúvida na culpabilidade do indivíduo. 
Ele explica também como forma-se um júri mais justo, um processo mais justo ou com mais justiça, o devido processo legal.
A legislação deve amparar e determinar uma boa testemunha independentemente de ser homem ou mulher, condenado, ela deve determinar o grau de confiança que se deve dar a testemunha, vemos que antes o condenado era considerado morto civilmente e não poderia ser testemunha, hoje não, pois ele pode se beneficiar da delação premiada.
Para Cesare Bonessana todas as acusações devem ser públicas devem ser vedadas totalmente as acusações secretas. Proíbe os interrogatórios sugestivos, sugere o magistrado não fazer interrogatório direto para que o acusado não lhe dê a resposta que o salve, é contra a natureza do homem em acusar-se a si mesmo, assim como a contradição entre as leis e os sentimentos naturais de exigir um juramento do acusado, de dizer a verdade pois sua intenção é não dizer.
A tortura é barbárie, ele a abomina totalmente, pois um homem não pode ser considerado culpado antes da sentença do juiz mesmo porque não se sabe se é inocente ou culpado e isso acontece muito hoje em dia.
Defendia que o acusado precisava de tempo para justificar-se e apresentar provas, mas este tempo deveria ser o mais curto possível para não retardar o castigo e para isso cabe as leis fixar o espaço de tempo do processo. E aqui ele fala também sobre a prescrição do delito e diz que a lei deve também fixar o prazo e chama de exílio voluntário do criminoso.
Beccaria diz que a pena maior deve ser ao crime consumado, e a tentativa um castigo menor e punir os cumplices e os mandantes, fala também sobre o crime sicário, quando recebe dinheiro para praticar o crime nesse caso a pena para o mandante deve ser igual ao crime consumado mesmo que foi uma tentativa, no nosso ordenamento jurídico está no rol dos crimes hediondos.
A delação premiada tem seus perigos pois retrata um crime pior o da covardia que contamina a todos.
A pena deve ter por fim impedir o culpado de ser reincidente no crime e de desviar os outros do crime, deve olhar sempre a proporcionalidade, deve ser mais eficaz e menos cruel fisicamente, as penas cruéis não deixam calcular a sua proporcionalidade.
A pena de morte só poderia ocorrer na guerra ou quando um cidadão preso ainda assim atentar contra a segurança pública, sua presença ser perigosa para o governo estabelecido, ele defende penas mais longas do que a pena de morte, pois a pena de morte produz um espetáculo, mas as penas moderadas produzem medo.
Contra as confiscações dos bens pois pode levar ao crime por sua indigência e desespero, a família toda pagar pelo crime do seu chefe não está certo e não podem ficar mergulhados na miséria.
Ponto central para Beccaria é a proporcionalidade entre o delito e as penas, deve haver essa proporção sem penas de morte com penas mais longas.
Depois de falar sobre os crimes que atingem a sociedade ou o soberano é o momento de falar sobre os crimes e segurança dos particulares.
São os crimes contra a vida, honra e contra os bens, os crimes contra a vida e a liberdade dos cidadãos e não somente os assassinatos e os roubos, mas os cometidos pelas autoridades, está preocupado com o que os poderosos podem fazer contra as minorias, os pobres e fracos.
É melhor prevenir os crimes do que ter que os punir, todo legislador sábio deve procurar impedir o mal do que repara-lo pois uma legislação não é senão a arte de proporcionar segurança e bem-estar aos homens e proteção da vida, honra e patrimônio.
A pena deve ser essencialmente publica para não ser um ato de violência contra o cidadão, pronta e necessária proporcional ao delito e determinada por lei.
Cesare Bonessana nos apresenta o primeiro dos diversos problemas existentes no sistema criminal vigente, trata-se do uso das leis em benefício de uma minoria da população que em razão disso consegue acumular renda e privilégios ao passo que a maioria da sociedade enfrenta uma situação de miséria, sofrendo o descaso das autoridades. Diante disso aponta como solução o uso de boas leis para obstar os abusos das minorias e, por conseguinte promover o bem-estar das massas por meio de uma política de distribuição equânimes assegurada pelas vias legais, ele ensina que para a mudança deve-se analisar e mudar toda a política criminal através da observação de:
Das origens das penas e o direito de punir, as consequências destes princípios, a interpretação das leis, obscuridade das leis, prisão, indícios dos delitos e a forma de julgamento, testemunhas, acusações secretas, interrogatórios sugestivos, juramentos, torturas, duração do processo e sua prescrição, crimes começados, cumplices, impunidade, moderação das penas, pena de morte, banimento, confiscações, infâmia, publicidade, presteza das penas, castigo inevitável e da graça, asilos, do uso de pôr a cabeça a prêmio, proporcionalidade das penas, medida dos delitos, divisão dos delitos, crimes de lesa majestade, dos atentados contra a segurança dos particulares e violências, injurias, duelos, roubo, contrabando, falências, crimes contra a tranquilidade pública, ociosidade, suicídio, delitos fáceis de constatar, espécies particulares de delitos, erros e injustiças da legislação, o espírito de família, espírito do fisco, dos meios de prevenir o crime.
A conclusão é de que a prevenção dos crimes não se dá pelo terror e sim analisando todo o sistema penal e desta forma ser salutar, restabelecendo a situação do indivíduo na sociedade.
							Flavio de Araujo
Bibliografia
Dos Delitos e das Penas (1764) Cesare Beccaria Edição Ridendo Castigat Mores
http://prazerjuridico.wix.com/prazerjuridico

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