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Lei 8666 Comentada

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www.comopassaremconcurso.com.br 
 
http://www.comopassaremconcurso.com.br Página 1 
 
NOSSA SAUDAÇÃO CORDIAL! 
 
Bem-vindos ao guia do concurseiro. Essa publicação é ligada ao site 
comopassaremconcurso.com.br. 
 
 
Atualmente (março de 2014), nossa comunidade é composta por 5.000 assinantes 
e quase 30.000 visitantes mensais. Nosso objetivo é promover a integração entre estudantes de 
direito, universitários e concurseiros visando à difusão do conhecimento, por meio de ações 
concretas, inovadoras e, sobretudo, criativas. 
 
 
 
1. Introdução 
 
Olá, amigo concurseiro! 
Nesta única aula analisaremos os dispositivos da lei 8666. 
 
 Seu único verdadeiro inimigo na preparação para o concurso será a banca 
organizadora, e vamos vencê-la juntos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqui, o estudante, principalmente 
aquele que não se encontra em 
condições de pagar cursos caros, 
poderá encontrar meios alternativos 
para continuar estudando e se preparar 
melhor para a prova da OAB ou 
Concursos Públicos de nível médio e 
superior. 
www.comopassaremconcurso.com.br 
 
http://www.comopassaremconcurso.com.br Página 2 
 
 
 1.1. Conceito 
 
 A licitação é o antecedente necessário do contrato administrativo. É, nas palavras de 
Hely Lopes Meirelles, o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública 
seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, 
desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para 
os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de 
eficiência e moralidade nos negócios administrativos. 
 
 Segundo Diogenes Gasparini, a licitação pode ser conceituada como o procedimento 
administrativo através do qual a pessoa a isso juridicamente obrigada seleciona, em razão de 
critérios objetivos previamente estabelecidos, de interessados que tenham atendido à sua 
convocação, a proposta mais vantajosa para o contrato ou ato de seu interesse. 
 
 
 1.2. Competência legislativa e Direito Positivo 
 Cada entidade política (União, Estado-membro, Distrito Federal e Município) tem 
competência para legislar sobre licitação, visto tratar-se de matéria do Direito Administrativo. 
Apesar disso, cabe à União fixar as normas gerais sobre essa matéria, consoante estabelece o inciso 
XXVII do art. 22 da Constituição Federal. 
 
 A sistemática da licitação sofreu fundamental modificação no Direito brasileiro, desde o 
seu incipiente tratamento no Código da Contabilidade Pública da União, de 1922, até o Decreto-lei 
200/67, Lei 5.456/68, Lei 6.946/81 e Decreto-lei 2.300/86, ora revogados e substituídos pela Lei 
8.666, de 21 de junho de 1993, que, embora diga regulamentar o art. 37, XXI da CF, na verdade 
estabelece as normas gerais sobre licitações e contratos. 
 
 Por normas gerais devem entender-se todas as disposições da lei aplicáveis indistintamente 
às licitações e contratos da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, bem como de seus 
desmembramentos (descentralização). Continua com os Estados, Municípios e Distrito Federal a 
faculdade de editar normas peculiares para suas licitações e contratos administrativos de obras, 
serviços, compras e alienações. 
 
 A par dessa legislação, as sociedades de economia mista e as empresas públicas poderão, 
por força do art. 22, XXVII, combinado com o disposto no art. 173, III, ambos da Constituição 
Federal, ter seus próprios regulamentos. 
 
 
 1.3. Sujeitos 
 
 Estão obrigadas a licitar as entidades da Administração Pública direta (União, 
Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) e as da Administração Pública indireta 
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações). Também estão 
obrigadas a licitar as corporações legislativas (Câmaras de Vereadores, Assembléias Legislativas, 
Câmara dos Deputados e Senado Federal), bem como o Poder Judiciário e os Tribunais de Contas, 
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sempre que precisarem realizar um negócios de seus respectivos interesses. A própria Lei 8666/93, 
em seu artigo 117, submete esses entes, no que couber, ao regime licitatório por ela instituído. 
Também estão obrigadas a licitar as subsidiárias das empresas públicas e das sociedades de 
economia mista, os fundos especiais e as entidades controladas indiretamente pela União, 
Estados-membros, Distrito Federal e Municípios. Ainda estão obrigadas a licitar as entidades 
indicadas em leis especiais, a exemplo das sindicais, conforme prevê o § 6º do artigo 549 da CLT, 
e o SEBRAE. 
 
 As pessoas físicas e jurídicas que concorrem no procedimento licitatório são denominados 
licitantes. 
 
 
 1.4. Objeto 
 
 Tudo o que as pessoas obrigadas a licitar puderem obter de mais de um ofertante, ou que, se 
por elas oferecido, interessar a mais de um dos administrados, há de ser, pelo menos em tese, por 
proposta escolhida em processo licitatório como a mais vantajosa. 
 Sendo assim, há de se considerar que a relação dos objetos mencionados no artigo 1º do 
Estatuto licitatório – obras, serviços (inclusive de publicidade), compras, alienações e locações – é 
meramente exemplificativa, pois outros tantos negócios desejados pela entidade obrigada a licitar 
também devem ser objeto de licitação, como é o caso do arrendamento, do empréstimo e da 
permissão. 
 
 São licitáveis unicamente objetos que possam ser fornecidos por mais de uma pessoa, uma 
vez que a licitação supõe disputa, concorrência, ao menos potencial, entre ofertantes. Segue-se que 
há inviabilidade lógica desse certame, por falta de pressupostos lógicos, em duas hipóteses: 
 
 a) quando o objeto pretendido é singular, sem equivalente perfeito. Neste caso, por 
ausência de outros objetos que atendam à pretensão administrativa, resultará unidade de 
ofertantes, pois, como é óbvio, só quem dispõe dele poderá oferecê-lo; 
 
 b) quando só há um ofertante, embora existam vários objetos de perfeita equivalência, 
todos, entretanto, disponíveis por um único sujeito. Esta última hipótese corresponde ao que, em 
nossa legislação, se denomina produtor ou fornecedor exclusivo. 
 
 Só se licitam bens homogêneos, equivalentes. Não se licitam coisas desiguais. Cumpre que 
sejam confrontáveis as características do que se pretende e que quaisquer dos objetos em certame 
possam atender ao que a Administração almeja. 
 
 O objeto da licitação, que se confunde com o objeto do contrato deve ser descrito no edital 
ou carta-convite de modo sucinto e claro (art. 40, I). Quando se tratar de compra, o objeto deve, 
nos termos do art. 14, ser adequadamente caracterizado e, se se tratar de obra ou serviço, deve estar 
calcado em projeto básico aprovado pela autoridade competente (art. 7º, § 2º, I). Essa descrição 
sucinta e clara do objeto é condição de legalidade do edital e, por via de conseqüência, da licitação 
e do contrato. A descrição só é dispensável quanto aos objetos padronizados por normas técnicas, 
para os quais basta sua indicação oficial, porque nela se compreendem todas as características 
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definidoras (ex. equipamentos caracterizados pela ABNT). 
 
A regra vigente é a da divisão do objeto, desde que fisicamente possível e previsto tal 
procedimento no edital. É o que ocorre, por exemplo, quando se deseja adquirir vários objetos 
(lápis, caderno, caneta). Nesse caso, o edital prevê, e o proponente, em sua proposta, oferece todos, 
alguns ou apenasum dos bens licitados. É o que comumente se chama de licitação por item, em 
oposição à licitação global. O que não se permite é a divisão do objeto com a finalidade de realizar 
várias licitações em modalidade mais simples, ao invés de se realizar uma única licitação em 
modalidade mais complexa. 
 
 
 1.5. Finalidade 
 
 Duas são as finalidades da licitação. Ela visa proporcionar, em primeiro lugar, às pessoas a 
ela submetidas, a obtenção da proposta mais vantajosa (a que melhor atende, em termos 
financeiros, aos interesses da entidade licitante), e, em segundo lugar, dar igual oportunidade aos 
que desejam contratar com essas pessoas. 
 
 Essa dupla finalidade é preocupação que vem desde a Idade Média e leva os Estados 
modernos a aprimorarem cada vez mais o procedimento licitatório, hoje sujeito a determinados 
princípios, cujo descumprimento descaracteriza o instituto e invalida seu resultado seletivo. 
 
 
 1.6. Princípios da licitação 
 Nos termos do artigo 3º da Lei 8666/93, são princípios da licitação: 1. Igualdade – A 
igualdade entre os licitantes é princípio impeditivo da discriminação entre os participantes do 
certame, quer através de cláusulas que, no edital ou convite, favoreçam uns em detrimento de 
outros, quer mediante julgamento parcial. O 
 desatendimento a esse princípio constitui desvio de poder. 
 Todavia, não configura atentado ao princípio da igualdade o estabelecimento de requisitos 
mínimos de participação, porque a Administração pode e deve fixá-los sempre que necessários à 
garantia da execução do contrato, à segurança e perfeição da obra ou serviço, à regularidade do 
fornecimento ou ao atendimento de qualquer outro interesse público. 
 
 2 – Legalidade – A licitação é um procedimento inteiramente vinculado à lei; todas as suas 
fases estão rigorosamente disciplinadas na Lei nº 8.666/93, cujo artigo 4º estabelece que todos 
quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o artigo 1º 
têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido na lei. 
 Tratando-se de direito público subjetivo, o licitante que se sinta lesado pela inobservância 
da norma pode impugnar judicialmente o procedimento. Além disso, mais do que direito público 
subjetivo, a observância da legalidade foi erigida em interesse difuso, passível de ser protegido por 
iniciativa do próprio cidadão. A Lei 8.666/93 prevê várias formas de participação popular no 
controle da legalidade da licitação (arts. 4º, 41,§1º, 101 e 113, §1º, ampliou as formas de controle 
interno e definiu como crime vários tipos de atividades e comportamentos que anteriormente 
constituíam, em regra, apenas infração administrativa (arts. 89 a 99) ou estavam absorvidos no 
conceito de determinados tipos de crimes contra a Administração (Código Penal) ou de atos de 
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improbidade, definidos pela Lei nº 8.429/92. 
 
 
Impessoalidade – O princípio da impessoalidade aparece, na licitação, intimamente ligado aos 
princípios da isonomia e do julgamento objetivo: todos os licitantes devem ser tratados 
igualmente, em termos de direitos e obrigações, devendo a Administração, em suas decisões, 
pautar-se por critérios objetivos, sem levar em consideração as condições pessoais do licitante ou 
as vantagens por ele oferecidas, salvo as expressamente previstas na lei ou no instrumento 
convocatório. 
 
Moralidade e probidade administrativa – O princípio da moralidade exige da Administração 
comportamento não apenas lícito, mas também consoante com a moral, os bons costumes, as 
regras de boa administração, os princípios de justiça e de eqüidade, a idéia comum de honestidade. 
A Lei nº 8.666/93 faz referência à moralidade e à probidade, provavelmente porque a primeira, 
embora prevista na Constituição, ainda constitui um conceito vago, indeterminado, que abrange 
uma esfera de comportamentos ainda não absorvidos pelo Direito, enquanto a probidade, ou, 
melhor dizendo, a improbidade administrativa já tem contornos bem mais definidos no Direito 
Positivo, tendo em vista que a Constituição estabelece sanções para punir os servidores que nela 
incidem (art. 37, §4º). O ato de improbidade administrativa está definido na Lei nº 8.429/92. No 
que se refere à licitação, não há dúvida de que, sem usar a expressão improbidade administrativa, a 
Lei nº 8.666/93, nos artigos 89 a 99, está punindo, em vários dispositivos, esse tipo de infração. 
 
Publicidade – O princípio da publicidade diz respeito não apenas à divulgação do procedimento 
para conhecimento de todos os interessados, mas também aos atos da Administração praticados 
em suas várias fases, os quais podem e devem ser abertos aos interessados, para assegurar a todos 
a possibilidade de fiscalizar sua legalidade. 
 
Existem na Lei nº 8.666/93 vários dispositivos que constituem aplicação do princípio da 
publicidade, entre os quais os seguintes: o artigo 3º, § 3º estabelece que a licitação não será 
sigilosa, sendo públicos e acessíveis aos interessados os atos de seu procedimento, salvo quanto ao 
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. O artigo 4º, na parte final, permite que qualquer 
cidadão acompanhe o desenvolvimento da licitação, desde que não interfira de modo a perturbar 
ou impedir a realização dos trabalhos. O artigo 15, § 2º exige que os preços registrados sejam 
publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial. O artigo 16 
exige que seja publicada a relação de todas as compras feitas pela Administração direta ou indireta. 
O artigo 43, § 1º exige que a abertura dos envelopes com a documentação e as propostas seja feita 
em ato público previamente designado. 
 
Ressalte-se, entretanto, que o julgamento pode ser realizado em recinto fechado e sem a presença 
dos interessados, para que os julgadores tenham a necessárias tranqüilidade na apreciação dos 
elementos em exame e possam discutir livremente as questões a decidir. 
 O essencial é a divulgação do resultado do julgamento, de modo a propiciar aos 
interessados os recursos administrativos e as vias judiciais cabíveis. 
 
Vinculação ao instrumento convocatório – A vinculação ao edital é princípio básico de toda 
licitação. O edital é a lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tanto os licitantes 
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como a Administração que o expediu. Assim, estabelecidas as regras do certame, tornam-se 
inalteráveis para aquela licitação, durante todo o procedimento. Se no decorrer da licitação a 
Administração verificar sua inviabilidade, deverá invalidá-la e reabri-la em novos moldes, mas, 
enquanto vigente o edital ou convite, não poderá desviar-se de suas prescrições, quer quanto à 
tramitação, quer quanto ao julgamento. 
 
Por outro lado, revelando-se falho ou inadequado ao interesse público, o edital ou convite poderá 
ser corrigido a qualquer tempo, por meio do procedimento de re-ratificação, reabrindo-se, por 
inteiro, o prazo de entrega dos envelopes. O ato que re-ratifica o instrumento convocatório precisa 
ser publicado na imprensa oficial, salvo em relação à carta-convite, que observa outro processo de 
divulgação oficial. 
 
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório está no artigo 41 da Lei nº 8.666/93. 
 
Julgamento objetivo – Impõe-se que o julgamento das propostas se faça com base no critério 
indicado no ato convocatório e nos termos específicos das propostas. O princípio do julgamento 
objetivo, previsto no artigo 3º da Lei nº 8.666/93, está reafirmado nos artigos44 e 45. 
 
Critério objetivo é o que permite saber qual é a proposta vencedora mediante simples comparação 
entre elas, quando o tipo de julgamento é o de menor preço. Nas licitações de melhor técnica e 
técnica e preço a subjetividade do julgamento da proposta técnica deve ser eliminada ao máximo 
com a adoção de fórmulas aritméticas. 
 
Na ausência de critérios, presume-se que a licitação é a de menor preço. 
 
A doutrina aponta outros princípios, não explícitos no artigo 3º 
 
Fiscalização da licitação – Esse princípio é extraído de vários dispositivos da Lei nº 8.666/93. 
Nos termos do artigo 4º, qualquer cidadão pode acompanhar o desenvolvimento da licitação. O 
artigo 8º dispõe que qualquer cidadão pode requerer à Administração Pública os quantitativos das 
obras e preços unitários. Também os artigos 63 e 113, § 1º. 
 
Este último artigo dispõe que qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá 
representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra 
irregularidades na aplicação da lei de licitações. O mecanismo recursal está previsto no artigo 109. 
 
Competitividade – A lei proíbe a existência de cláusulas que comprometam, restrinjam ou 
frustrem o caráter competitivo da licitação ou que estabeleçam preferências ou distinções em razão 
da naturalidade, da sede ou domicílio dos proponentes ou de qualquer outra circunstância 
impertinente ou irrelevante ao objeto do contrato (art. 3º, § 1, I). Entretanto, não há afronta ao 
princípio da competitividade quando só um interessado atende ao chamamento da entidade 
licitante ou quando, ao final da fase de classificação, só restar um concorrente, se para essas 
ocorrências ninguém agiu irregular ou fraudulentamente. 
 
Padronização – O artigo 15, I da Lei 8.666/93 estabelece que as compras efetuadas pela 
Administração Pública devem atender ao princípio da padronização. 
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Padronizar significa igualar, uniformizar, estandardizar. Deve a entidade compradora, em todos os 
negócios para a aquisição de bens, observar as regras básicas que levam à adoção de um modelo, 
um padrão, que possa satisfazer com vantagens as necessidades das atividades que estão a seu 
cargo. 
 
Sempre que possível deve ser adotada a padronização, cabendo à Administração defini-la dentre 
os vários bens similares encontráveis no mercado ou criar o seu próprio padrão. 
 
Na primeira hipótese, a escolha recairá, conforme a natureza do bem, sobre uma marca (bens 
móveis), uma raça (animais) ou um tipo (alimento), por exemplo; na segunda, criará o próprio bem 
e este será o padrão. 
 
 7 
A eleição da marca ou a adoção de padrão próprio somente pode acontecer mediante prévia e 
devida justificativa, lastreada em estudos, laudos, perícias e pareceres técnicos, em que as 
vantagens para o interesse público fiquem claramente demonstradas, sob pena de caracterizar 
fraude ao princípio da licitação. Por isso, a padronização deve ser objeto de processo 
administrativo, aberto e instruído com toda a transparência possível e conduzido por uma 
comissão de alto nível, chamada de comissão de padronização. 
 
Embora o processo de padronização não seja contencioso, os produtores de bens similares que não 
concordem com o padrão adotado, por entenderem ser ilegal ou injustificada a escolha, podem 
contestar o processo em outro processo, administrativo ou judicial. 
Sempre que a padronização seja possível e vantajosa para a Administração Pública, qualquer bem 
pode ser padronizado. A impossibilidade de padronização pode ocorrer por uma circunstância 
material (ex. uma produção artística) ou jurídica (ex. se a lei vedar a padronização). 
 
Procedimento formal – O princípio do procedimento formal impõe a vinculação da licitação às 
prescrições legais que a regem em todos os seus atos e fases. Essas prescrições decorrem não só da 
lei, mas também do regulamento, do caderno de obrigações e até do próprio edital ou convite. A 
Lei 8.666/93, em seu artigo 4º, estabelece que todos quantos participem da licitação têm direito 
público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento, que caracteriza ato administrativo 
formal. 
 
Adjudicação compulsória – Por esse princípio, a Administração, uma vez concluído o 
procedimento licitatório, só pode atribuir o seu objeto ao legítimo vencedor. É o que prevê o artigo 
50 da Lei 8.666/93, ao dispor que a Administração não poderá celebrar o contrato com preterição 
da ordem de classificação das propostas, nem com terceiros estranhos ao procedimento, sob pena 
de nulidade. 
 
A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente do contrato ou não o 
firmar no prazo prefixado, a menos que comprove justo motivo. A compulsoriedade veda também 
que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior. 
 Observe-se, porém, que o direito do vencedor limita-se à adjudicação, ou seja, à atribuição 
a ele do objeto da licitação. Não tem ele direito ao contrato imediato, já que a Administração pode, 
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licitamente, revogar ou anular ou procedimento, ou, ainda, adiar o contrato, quando haja motivos 
para tais condutas. O que não se permite é que a Administração contrate com outrem enquanto 
válida a adjudicação, ou que, sem justa causa, revogue o procedimento ou adie indefinidamente a 
adjudicação ou a assinatura do contrato. Agindo com abuso de poder na invalidação ou no 
adiamento, a Administração fica sujeita a correção judicial de seu ato ou omissão e a reparação dos 
prejuízos causados ao vencedor lesado em seus direitos, quando cabível. 
 
O que existe é um direito de preferência na adjudicação, e não um direito à adjudicação ou ao 
contrato. Daí porque Maria Sylvia Zanella di Pietro diz ser equívoca a expressão adjudicação 
compulsória. 
 
Ampla defesa – Sendo a licitação um procedimento administrativo, é a ela aplicável o princípio 
constitucional da ampla defesa. A Lei nº 8.666/93, em seu artigo 87, § 2º, menciona expressamente 
o direito de defesa prévia do interessado, no caso de aplicação de sanções. 
 
 
EXCLUSÃO DA OBRIGAÇÃO DE LICITAR 
 
O artigo 37, XXI da Constituição, ao exigir licitação para os contratos ali mencionados, ressalva 
“os casos especificados na legislação”, ou seja, deixa em aberto a possibilidade de serem fixadas, 
por lei ordinária, hipóteses em que a licitação deixa de ser obrigatória. 
 
Note-se que a mesma ressalva não se contém no artigo 175 da Constituição, que, ao facultar a 
execução de serviço público por concessão ou permissão, exige que ela se faça “sempre por meio 
de licitação”. 
 
A Lei nº 8.666/93 prevê três situações de exclusão do procedimento licitatório: a licitação 
dispensada (art. 17), a licitação dispensável (art. 24) e a licitação inexigível (art. 25). A diferença 
básica entre dispensa e inexigibilidade está em que na dispensa há possibilidade de competição, 
enquanto na inexigibilidade tal possibilidade não existe, porque só há um objeto ou uma pessoa 
que atenda às necessidades da Administração. 
 
 
2.1. Licitação dispensada (art. 17) 
Embora a dispensa de licitação seja uma faculdade da Administração, há casos já determinados por 
lei, que escapam à discricionariedade administrativa. É o que se denomina licitação dispensada. 
 
Essa espécie de exclusão aplica-se à alienação de bens. Sendo dispensada a licitação, a 
Administração não precisa praticar nenhum ato para formalizar a inexistência do procedimento 
licitatório. A desnecessidadede qualquer ato da Administração Pública para liberar-se da 
obrigatoriedade de licitar, nos casos de licitação dispensada, distingue-a da licitação dispensável e 
da licitação inexigível, já que nessas duas últimas hipóteses há necessidade de autorização, nos 
termos do § 2º do art. 54. 
 
 Em regra, sendo a licitação dispensada, não há necessidade de justificativa, a não ser para a 
concessão de direito real de uso de bens imóveis ou para a doação com encargo (art. 17, §§ 2º e 4º), 
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por força do disposto no artigo 26. 
 
 A alienação de bens da Administração Pública depende da existência de interesse público, 
de avaliação e de licitação. Quando a alienação recair sobre imóvel pertencente à Administração 
direta ou a entidades autárquicas e fundacionais, dependerá, ainda, de autorização legislativa, 
sendo que a licitação deverá ser na modalidade de concorrência. 
 Em se tratando de imóvel pertencente a empresa pública ou sociedade de economia mista, 
deve haver avaliação e concorrência. Neste último caso, a alienação pode depender, também, do 
atendimento de exigências impostas por leis especiais, como é o caso de autorização da assembléia 
geral para a alienação de bem imóvel pertencente a uma sociedade de economia mista. 
 
 O elenco de hipóteses de licitação dispensada, do artigo 17, é taxativo, não sendo permitido 
à Administração criar outras hipóteses não previstas na lei. Também os Estados e Municípios não 
podem ampliar esse rol. 
 
 
 
Hipóteses de dispensa para alienações imobiliárias 
 
 a) Dação em pagamento 
 Cabe à Administração demonstrar que a dação de um imóvel em pagamento é mais 
vantajosa que a venda do bem. 
 
 b) Doação 
 Segundo a lei, é permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração 
Pública, de qualquer esfera de governo. Entretanto, tal restrição foi suspensa, liminarmente, pelo 
STF, em ADIN. 
 
 Nos termos da lei (art. 17, § 1º), trata-se de doação condicionada, pois, após cessadas as 
razões que justificaram a doação, o imóvel deve reverter ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, 
sendo vedada a sua alienação pelo beneficiário. Essa restrição, igualmente, foi suspensa pelo STF 
na mesma ADIN. 
 
 Em se tratando de doação com encargo, há necessidade de licitação, a não ser que o 
interesse público seja devidamente justificado (§ 4º). 
 
 
 c) Permuta 
 Permitida a permuta por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do 
artigo 24, ou seja, que seja necessário ao atendimento das finalidades precípuas da Administração, 
cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha. 
 Não pode haver permuta de bem imóvel por bem móvel. 
 
 d) Investidura 
 A investidura ocorre em duas situações (§ 3º): 
 
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 I – alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de 
obra pública, inaproveitável isoladamente, desde que o valor não ultrapasse a R$ 40.000,00; 
 
 II – alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de 
imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas. 
 
 e) Venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública O órgão ou entidade 
pública tanto pode ser da mesma esfera de governo como de outra. 
 
 
 f) Alienação de imóveis para atender a programas habitacionais de interesse social 
Essa alienação se faz por venda ou doação. Também é dispensada a licitação para a concessão de 
direito real de uso, locação ou permissão de uso de tais imóveis. Os órgãos ou entidades públicas 
que podem efetuar essas operações imobiliárias sem licitação devem ser criados especificamente 
para esse fim. 
 
 
 2.1.2. . Hipóteses de dispensa para alienações mobiliárias 
 
 a) Doação 
 Permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua 
oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de 
alienação. 
 
 b) Permuta 
 Permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública. Essa 
restrição também foi suspensa pelo STF. 
 
 c) Venda de ações em bolsa 
 Como a alienação não é feita por servidor da Administração, mas por meio de corretoras, 
entende-se que é necessário licitação para escolha da corretora. 
 
 d) Venda de título, na forma da legislação pertinente 
 Trata-se aqui de títulos não negociáveis na Bolsa de Valores. 
 
 e) Venda de bens produzidos ou comercializados por órgão ou entidade da 
Administração Pública, em virtude de suas finalidades 
 
 Assim, não cabe exigir licitação para a PETROBRÁS vender os bens que produz, pois essa 
é a sua finalidade. 
 
 f) Venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da 
Administração Pública, sem utilização previsível por quem os vende Justifica-se a venda 
como meio de aproveitamento do patrimônio que se deteriora ao longo do tempo, devido à falta de 
uso. Não cabe doação ou permuta. 
 
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 2.2. Licitação dispensável (art. 24) 
 Diferentemente das hipóteses do artigo 17, aqui a dispensa não se opera automaticamente. 
Cabe à Administração ajuizar, a cada caso, da conveniência e oportunidade da dispensa. Se for 
possível a licitação e esta for realizada, não há, em princípio, qualquer vício, a menos que haja 
dispêndio injustificável de recursos públicos para realização de procedimento licitatório que seria 
de todo desnecessário. 
 
 O elenco consignado no artigo 24 é taxativo, não podendo ser ampliado pela 
Administração, na execução de suas atividades, e tampouco pelos Estados e Municípios, no caso 
de legislarem sobre a matéria. 
 
 Apontam-se impropriedades no rol do artigo 24, uma vez que a hipótese do inciso XV 
 (restauração de obras de arte e objetos históricos) seria caso de inexigibilidade, enquanto a 
do inciso IX (comprometimento da segurança nacional) seria caso de proibição de licitação. 
 
 Somente será válida a liberação da obrigação de licitar se precedida da competente 
justificativa, com exceção das hipóteses de dispensa por se tratar de obra, serviço ou compra de 
pequeno valor (incisos I e II). O ato de liberação da obrigação de licitar deve indicar todas as 
condições e termos em que o contrato será celebrado. Somente será possível a contratação depois 
da publicação na imprensa oficial do ato de ratificação da dispensa de licitação, acompanhado de 
sua justificativa. 
 
 A dispensabilidade da licitação, quando autorizada, só libera a Administração Pública da 
promoção do procedimento de escolha da melhor proposta, devendo tudo o mais ser observado: 
verificação da personalidade jurídica, capacidade técnica, idoneidade financeira, regularidade 
fiscal, empenho prévio, celebração do contrato, publicação. 
 
Hipóteses em que a licitação é dispensável 
 As hipóteses de dispensa podem ser divididas em quatro categorias: a) 
 em razão do pequeno valor (incisos I e II) 
 
 1. Obras e serviços de engenharia 
 É dispensável a licitação para a contratação de obras e serviços de engenharia de até R$ 
 15.000,00, correspondente a, no máximo, 10% do valor consignado na alínea “a” do inciso 
I do art. 23. Esse percentual será de 20% para obras e serviços contratados por sociedades de 
economia mista, empresas públicas e Agências Executivas.A entidade obrigada a licitar não pode, sob pena de fraudar a exigência da licitação, dividir 
o seu objeto em duas ou mais partes, para que os respectivos valores se enquadrem nas condições e 
limites da dispensabilidade. Está também proibida a dispensa de licitação quando se tratar de obras 
e serviços da mesma natureza executados no mesmo local, desde que possam ser realizados 
conjunta e concomitantemente, ainda que fossem, separadamente, em termos de valor, 
enquadráveis na hipótese de dispensa. Para essas obras e serviços pode-se realizar uma só licitação 
ou duas. Na primeira hipótese tem-se execução conjunta, na segunda diz-se realização 
concomitante. Mesmo local é o Município, dado ser essa a única unidade territorial definida 
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objetivamente. 
 
 2. Serviços, menos os de engenharia, compras de pequeno valor e alienações Serviços 
e compras até R$ 8.000,00, correspondentes a 10% do valor atribuído à alínea “a” do inciso II do 
artigo 23, podem ser contratados diretamente. Esse percentual será de 20% para obras e serviços 
contratados por sociedades de economia mista, empresas públicas e Agências Executivas. 
 
 A faculdade de dispensa é estendida às alienações enquadráveis, em termos de valor, no 
limite indicado. Para as alienações com valores acima do limite devem ser observadas as hipóteses 
de dispensa do art. 17. 
 
 Está proibida a dispensa de licitação quando se tratar de parcelas de um mesmo serviço, 
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez. 
 
 O valor instituído como teto pode ser revisto pelo Poder Executivo federal, nos termos do 
artigo 120 da Lei 8.666/93. Estados e Municípios podem fixar limites menores. 
 
 b) em razão de situações excepcionais (incisos III, IV, V, VI, VII, IX, XI, XIV e XVII) 
 
 1. Guerra e grave perturbação da ordem 
 
 2. Emergência ou calamidade pública 
 Desde que caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo 
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou 
particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou 
calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 
180 dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, 
vedada a prorrogação dos respectivos contratos. 
 
 3. Quando não acudirem interessados à licitação 
 É a chamada licitação deserta, assim caracterizada no momento da apresentação das 
propostas. 
 
 Se a licitação anterior não pôde ser realizada por falta de interessados e uma nova licitação 
não puder ser feita sem prejuízo para a Administração, a contratação pode ser feita sem licitação. 
Entretanto, a contratação deverá ser feita com observância das mesmas condições da licitação 
havida como deserta (ex. prazo de início, de conclusão, de entrega, condições de execução e de 
pagamento). 
 
 
 4. Intervenção, pela União, no domínio econômico 
 A condição é que a União intervenha no domínio econômico para regular preços ou 
normalizar o abastecimento. Assim, contrata-se sem licitação a aquisição de certo produto para 
pô-lo no mercado e, desse modo, forçar a queda ou a regularização do preço, ou para obrigar os 
particulares a desovar seus estoques e normalizar o abastecimento. 
 Entende-se que somente a União pode realizar tal intervenção, de modo que a 
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Administração Pública dos Estados e dos Municípios não se valem dessa hipótese de dispensa de 
licitação. 
 
 
 5. Propostas com preços manifestamente superiores aos do mercado A licitação é 
dispensável se as propostas apresentarem preços manifestamente superiores aos praticados no 
mercado nacional ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes. 
 
 Assim, pode a entidade competente contratar sem licitação sempre que todas as propostas 
apresentadas forem desclassificadas por conterem preços excessivos e os licitantes não 
apresentarem outras, no prazo de 8 dias úteis. A contratação, nesses casos, há de ser feita por 
preços não superiores aos consignados no registro de preços. A falta de registro de preços impede 
a dispensa, e a licitação deve ser repetida. 
 
 6. Comprometimento da segurança nacional 
 Os casos devem estar estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o 
Conselho de Defesa Nacional. Trata-se, na realidade, de licitação proibida. 
 O Decreto federal 2.295/97 estabelece que ficam dispensadas de licitação as compras e 
contratações de obras e serviços quando a revelação de sua localização, necessidade, 
características do seu objeto, especificação ou quantidade coloque em risco objetivos da segurança 
nacional (recursos bélicos, equipamentos para a área de inteligência, etc). 
 Só é utilizável pela União, na medida em que lhe compete assegurar a defesa nacional. 
 Eventualmente poderiam o Estado-membro e o Distrito Federal valer-se desse dispositivo 
para a celebração de contratos de interesse das respectivas Polícias Militares. Ao Município não se 
vislumbra qualquer hipótese de sua utilização. 
 
 
 7. Contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento Em conseqüência de 
rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as 
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente 
corrigido. 
 
 8. Aquisição de bens e serviços por intermédio de organização internacional 
Aquisição nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, 
quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público. É 
específico, por exemplo, o tratado que permite a aquisição de certo equipamento médico por 
entidade brasileira voltada ao estudo de doenças tropicais. A manifesta vantagem da oferta deve 
estar relacionada com o preço e as condições de pagamento. 
 
 9. Compras e serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas 
ou tropas em seus meios de deslocamento 
 Quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades 
diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a 
exigibilidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e 
desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea 
 “a” do inciso II do art. 23 (R$ 80.000,00). 
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 É dispositivo que prestigia as Forças Armadas, podendo ser aplicado também para as 
Polícias Militares estaduais. 
 
 
 c) em razão do objeto (incisos X, XII, XV, XVII, XIX e XXI) 
 
 1. Compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas 
da Administração 
 No caso de as necessidades de instalação e localização condicionarem a escolha, desde que 
o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia. 
 
 2. Compra de hortifrutigranjeiros, pão e gêneros perecíveis A licitação é dispensável 
se a compra for feita no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios 
correspondentes. As aquisições devem ser realizadas diretamente, com base no preço do dia 
(indicado pelos entrepostos oficiais – ex. CEAGESP – ou em seções especializadas dos jornais). 
 
 3. Aquisição e restauração de obras de arte e objetos históricos É dispensável alicitação se as obras de arte e os objetos históricos tiverem autenticidade certificada e desde que a 
aquisição ou restauração seja compatível ou inerente às finalidades do órgão ou entidade. 
 
 A aquisição só é legítima quando contratada por órgãos ou entidades que cumpram 
programa voltado à arte ou à história: museus, escolas de belas-artes, fundações culturais ou 
artísticas. O bem desejado não precisa ser único ou singular. 
 No caso de restauração, é cabível a declaração de inexigibilidade de licitação, desde que se 
trate de serviço de natureza singular, com profissional ou empresa de notória especialização. 
 
 As demais entidades ou órgãos sem qualquer finalidade ligada às artes ou à história podem 
adquirir objetos de arte ou históricos como elemento de decoração, desde que mediante licitação. 
 
 4. Aquisição de componentes ou peças originais 
 Os componentes ou peças podem ser de origem nacional ou estrangeira, desde que 
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica. A aquisição 
deve ser feita junto ao fornecedor original do equipamento, quando tal condição de exclusividade 
for indispensável para a vigência da garantia. 
 
 Terminada a garantia, a aquisição dos componentes e peças dar-se-á mediante licitação. 
 Assim também será se nenhuma exclusividade for exigida para a manutenção da garantia. 
 
 5. Compra de material pelas Forças Armadas para manter a padronização exigida 
pelo apoio logístico 
 Não é dispensável a licitação se o material é para uso pessoal (uniforme) ou administrativo 
(material de escritório). Necessário parecer de comissão instituída por decreto. 
 
 6. Aquisição de bens destinados a pesquisa científica e tecnológica Desde que a 
aquisição seja feita com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de 
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fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico. 
 
 
 d) em razão da pessoa (incisos VIII, XIII, XVI, XX, XXII, XXIII e XXIV) 
 
 1. Operação entre pessoa pública e órgão ou entidade que a integre Aquisição, por pessoa 
jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou 
entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim 
específico em data anterior à vigência da Lei 8.666/93, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado. 
 
 Desse modo, a União, por exemplo, necessita de licitação para contratar os serviços de 
informática, quando a empresa governamental por ela criada também for prestadora desses 
serviços para terceiros, dado que não foi criada especificamente para lhe prestar dito serviço, mas 
para prestá-lo a quem por ele se interessar. 
 
 2. Contratação de instituição brasileira voltada à pesquisa, ao ensino e ao 
desenvolvimento nacional ou de instituição dedicada à recuperação social do preso Desde 
que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos. 
 
 Atendem a essas condições, no que tange à pesquisa e ao ensino, as Universidades federais 
e estaduais e os Institutos de Pesquisas (ex. IPT). Evidentemente, as contratações devem ser feitas 
por preços compatíveis com os praticados no mercado, embora a lei não mencione essa exigência. 
 
 3. Impressão de diário oficial, formulários padronizados, edições técnicas oficiais e 
prestação de serviços de informática 
 Desde que o serviço seja prestado a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos 
ou entidades que integrem a Administração Pública criados para esse fim específico. 
 
 4. Contratação de associação de portadores de deficiência física Desde que a 
associação não tenha fins lucrativos e seja de comprovada idoneidade. A contratação deve ser para 
a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, sendo o preço compatível com o 
praticado no mercado. 
 
 A doutrina entende ser estranhável a inclusão, no dispositivo, de contratos de fornecimento 
de mão-de-obra, uma vez que toda contratação de mão-de-obra, na Administração direta ou 
indireta, está sujeita a concurso público, ressalvada a hipótese de contratação temporária prevista 
no inciso IX do artigo 37 da CF. 
 
 5. Fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural Pelo fornecimento, a 
Administração abastece-se da necessidade que tem de certo bem, no caso a energia elétrica e o gás 
natural. Pelo suprimento, completa-se a necessidade quando o fornecimento restar insuficiente à 
satisfação do interesse público. 
 
 A legislação específica, aplicável aos concessionários, permissionários ou autorizados, é a 
lei federal nº 9.427/96, que criou a ANEEL. 
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 6. Contratações entre empresas governamentais e suas subsidiárias Para a aquisição 
ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado. 
 
 A regra só prestigia a contratação das subsidiárias pelas respectivas empresas públicas e 
sociedades de economia mista, não cabendo sua aplicação nas contratações entre empresas estatais 
ou entre subsidiárias. Também não se aplica nos ajustes da Administração Pública com as 
empresas governamentais ou com suas subsidiárias. 
 
 7. Contratação de serviços com organizações sociais 
 A licitação é dispensável para a celebração de contratos de prestação de serviços com as 
organizações sociais qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para as atividades 
contempladas no contrato de gestão. 
 
 
 2.3. Licitação inexigível (art. 25) 
 A inexigibilidade ocorre quando a circunstância de fato encontrada na pessoa com quem se 
quer contratar impede o certame, a concorrência. Há inviabilidade fática de competição, de modo 
que, ainda que a Administração desejasse a licitação, esta seria inviável, ante a absoluta ausência 
de concorrentes. 
 
 Enquanto na licitação dispensada a Administração Pública não pode promover a licitação 
por determinação legal, na inexigibilidade a Administração não pode realizá-la por razão de fato. 
 
 As hipóteses de inexigibilidade elencadas no artigo 25 não são taxativas. 
 
 A contratação com base nos casos de inexigibilidade necessita de justificativa, que é o 
arrazoado preparado e assinado pelo agente responsável pela análise da viabilidade ou não da 
licitação. Se esta restar inviável, o processo assim instruído deverá ser levado à autoridade superior 
para, se for o caso, ratificar e publicar a justificativa acompanhada do 16 
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 Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido ato de ratificação. Esses 
atos devem ser praticados nos prazos legais. A partir do recebimento do processo o agente tem 3 
dias para promovê-la, preparar o ato declaratório da inexigibilidade com a devida justificativa, as 
condições da contratação, as sanções cabíveis em caso de descumprimento do contrato e demais 
cláusulas peculiares e remeter o expediente à autoridade superior, que, concordando com o 
arrazoado e as condições propostas para a contratação, promoverá, em 5 dias, contados do 
recebimento do processo, sua ratificação e publicação (art. 26). A publicação será na imprensa 
oficial. 
 
 A inexigibilidade do procedimento licitatório não libera a Administração das demais 
exigências: comprovação da capacidade jurídica, técnica, econômico-financeira e regularidade 
fiscal. Deve ainda preocupar-se com a emissão da nota de empenho,a celebração do contrato, a 
publicação e outras exigências legais. 
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 2.3.1. Hipóteses de inexigibilidade 
 
 1. Aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por 
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo É vedada a preferência de marca, 
devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de 
registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, 
Federação ou Confederação Patronal,ou, ainda, pelas entidades equivalentes. 
 
 
 A exclusividade pode ser absoluta ou relativa. É absoluta quando no país só há um 
fornecedor ou um único agente para prover os interesses da Administração. É relativa quando no 
país há mais de um fornecedor, empresa ou representante comercial, mas na praça considerada há 
apenas um. 
 
 
 A exclusividade absoluta torna, de pronto, inexigível a licitação. No caso de exclusividade 
relativa, a inexigibilidade vai depender da modalidade de licitação que seria aplicável, dependendo 
do valor do contrato. Assim, se o montante do ajuste determinar o convite, a exclusividade é 
aferida na praça em que se realiza a licitação; se o valor do contrato indicar a tomada de preços, a 
exclusividade é no registro cadastral; se for o caso de concorrência, a exclusividade é no país. 
 
 
 Se se tratar da obtenção de serviços prestados por um único empresário, a inexigibilidade 
existirá com base no caput do artigo 25. 
 
 
 2. Contratação de serviços técnicos profissionais especializados Serviços enumerados 
no artigo 13 (elenco taxativo): I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou 
executivos; II – pareceres, perícias e avaliações em geral; III – assessorias ou consultorias técnicas 
e auditorias financeiras ou tributárias; IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras 
ou serviços; V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI – treinamento e 
aperfeiçoamento de pessoal; VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
 
 Os serviços devem ser de natureza singular e os profissionais e empresas contratadas 
devem ser de notória especialização (requisitos cumulativos). Por natureza singular entende-se o 
serviço com uma complexidade tal que o individualiza, tornando-o diferente dos da mesma 
espécie e exigindo, para a sua execução, um profissional ou empresa de especial qualificação. O 
conceito de profissional de notória especialização está no §1º do artigo 25, que exige os critérios de 
essencialidade e indiscutibilidade. 
 
 
 O contrato firmado com base nesta hipótese de inexigibilidade é de execução 
personalíssima. 
 
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 É vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação. 
 
 
 3. Contratação de artistas 
 Profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, 
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
 
 
 Se o contrato estiver dentro do limite do convite, é suficiente a crítica especializada ou a 
opinião pública local; se estiver dentro do limite da tomada de preços, é suficiente a regional; se 
estiver dentro do limite da concorrência, é necessária a nacional. 
 
 
 2.4. Sanção 
 O §2º do artigo 25 estabelece que, se comprovado superfaturamento nos casos de dispensa 
e inexigibilidade, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou 
o prestador de serviços e o agente público responsável. Para o agente há ainda a responsabilidade 
administrativa, e, para ambos, a responsabilidade criminal (art. 90). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
 
 A Lei nº 8.666/93 prevê cinco modalidades de licitação, no artigo 22: concorrência, tomada 
de preços, convite, concurso e leilão. Pela Medida Provisória nº 2.026/2000, transformada na Lei 
nº 10.520/2002, foi criado o pregão como nova modalidade de licitação. No artigo 23 são 
indicados os critérios de aplicação de uma ou outra dentre as modalidades de concorrência, tomada 
de preços e convite. 
 
 O grupo composto pela concorrência, pela tomada de preços e pelo convite é o grupo das 
modalidades sem finalidade específica, já que qualquer delas pode levar à contratação de uma 
obra, um serviço, um fornecimento ou uma alienação. O segundo grupo, formado pelo concurso e 
pelo leilão, é o grupo das modalidades com finalidades específicas, pois somente se prestam: o 
concurso, para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, e o leilão, para alienações. No 
primeiro grupo, a concorrência é a modalidade mais solene, enquanto o convite é a menos formal. 
 
 Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, 
em qualquer caso, a concorrência. Entretanto, há de ser observado pela Administração o princípio 
da economicidade. 
 
 A Lei 8.666/93 veda a criação de outras modalidades de licitação. Só a União pode criar 
novas modalidades, dado que lhe compete estabelecer as normas gerais. 
 
 As modalidades licitatórias não se confundem com os tipos de licitação arrolados no § 1º 
 do art. 45, ou seja: 
 
 a) licitação de menor preço; 
 b) licitação de melhor técnica; 
 c) licitação de técnica e preço; 
 d) licitação de maior lance ou oferta. 
 
 As modalidades de licitação relacionam-se com o valor estimado do contrato, enquanto os 
tipos relacionam-se com o julgamento. 
 
 Com a preocupação de evitar fraude na escolha da modalidade de procedimento, o § 5º 
 do artigo 23 proíbe a utilização de convite ou tomada de preços, conforme o caso, para 
parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras ou serviços da mesma natureza e no 
mesmo local que possam ser realizados conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de 
seus valores caracterizar o caso de tomada de preços ou concorrência, respectivamente, exceto 
para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de 
especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. 
 
 Esse parágrafo tem que ser combinado com o § 2º do mesmo dispositivo, que admite a 
execução parcelada de obras, serviços e compras, mas a cada etapa ou conjunto de etapas deverá 
ser realizada licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em 
licitação. 
 
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 Concorrência 
 
 Concorrência é a modalidade de licitação que se realiza com ampla publicidade para 
assegurar a participação de quaisquer interessados que preencham os requisitos previstos no edital 
(art. 22, § 1º). 
 
 Do conceito decorrem suas características básicas, que são: a) ampla publicidade 
 b) universalidade 
 c) habilitação preliminar 
 d) julgamento por comissão 
 
 A PUBLICIDADE, nos termos do artigo 21, é assegurada pela publicação do aviso do 
edital, no mínimo uma vez, com indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o 
texto integral e todas as informações sobre a licitação; a publicação deve ser feita no DiárioOficial 
da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública 
federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais 
ou garantidos por instituições federais; no Diário Oficial do Estado ou do Distrito Federal, 
quando se tratar respectivamente de licitação de órgãos da Administração Estadual ou Municipal 
ou do Distrito Federal; e em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em 
jornal de circulação na região ou no Município onde será realizada a obra, prestado o serviço, 
fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da 
licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. 
 
 A publicação, no caso da concorrência, deve ser feita com no mínimo 30 dias de 
antecedência, salvo quando se tratar de licitação do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”, ou 
quando o contrato a ser celebrado contemplar a modalidade de empreitada integral, em que o prazo 
passa a ser de 45 dias (art. 21, § 2º, I, b). Esse prazo será contado a partir da última publicação do 
edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do 
convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde (art. 21, § 3º). 
 
 UNIVERSALIDADE significa a possibilidade de participação de quaisquer interessados 
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto (art. 22, § 1º). Desse modo, é ilegal a 
exigência de requisitos que vão além dos necessários à verificação da habilitação jurídica, 
qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e à regularidade fiscal do licitante. 
 
 Se, apesar disso e da grande publicidade, ninguém atender ao chamamento, a entidade 
interessada poderá contratar com quem se interesse, desde que observe as condições da chamada 
licitação deserta e que a renovação do procedimento lhe traga prejuízo de ordem financeira 
(aumento do preço) ou administrativa (atraso no início do serviço). 
 
 A HABILITAÇÃO PRELIMINAR corresponde à fase de apresentação de informações e 
documentos ligados à comprovação da habilitação jurídica, da qualificação técnica, da 
qualificação econômico-financeira e da regularidade fiscal dos ofertantes. Constitui, na 
concorrência, a fase inicial do procedimento, realizada após sua abertura, enquanto na tomada de 
preços e no convite é anterior. Não se confunde com a pré-qualificação, prevista no artigo 114, que 
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pode ser exigida pela Administração sempre que o objeto da licitação recomendar análise mais 
detida da qualificação técnica dos interessados. 
 
 O JULGAMENTO POR COMISSÃO é exigência da lei. A comissão de julgamento é 
necessária em qualquer tipo de concorrência, devendo ser formada, no mínimo, por três membros, 
sendo ao menos dois servidores qualificados da entidade licitante, podendo o terceiro ser estranho 
à Administração. Pode ser permanente, para o julgamento de todas as concorrências, ou especial 
para cada caso. O membro da comissão responde solidariamente por todos os atos praticados pela 
mesma, salvo se fez constar de ata sua posição divergente, devidamente fundamentada (art. 51, § 
3º). O mandato da comissão de licitação é de até um ano, vedada a recondução da totalidade de 
seus membros para a mesma comissão, no período subseqüente (art. 51, § 4º). 
 
 Obrigatoriedade: A concorrência é obrigatória para: a) obras e serviços de engenharia de 
valor superior a R$ 1.500.000,00; b) compras e serviços que não sejam de engenharia, de valor 
superior a R$650.000,00; 
 
 c) compra e alienação de bens imóveis, qualquer que seja o seu valor, ressalvado o disposto 
no artigo 19, que admite concorrência ou leilão para alienação de bens adquiridos em 
procedimentos judiciais ou mediante dação em pagamento (§3º do artigo 23); 
 
 d) concessões de direito real de uso (§3º do artigo 23); e) licitações internacionais, com a 
ressalva para a tomada de preços e para o convite, na hipótese do §3º do artigo 23; 
 
 f) alienação de bens móveis de valor superior ao previsto no art. 23, II, b – R$ 
 650.000,00 (art. 17, § 6º); 
 
 g) para o registro de preços (art. 15, § 3º, 1), ressalvada a possibilidade de utilização do 
pregão, conforme artigos 11 e 12 da Lei nº 10.520/2002. 
 
 Pode ser realizada nos casos em que couber convite ou tomada de preços. 
 
 Concorrência internacional: É aquela em que se permite a participação de firmas 
nacionais e estrangeiras, isoladamente ou em consórcio com empresas nacionais. O seu 
procedimento é o mesmo de qualquer concorrência, apenas com sujeição às diretrizes 
estabelecidas pelos órgãos federais responsáveis pela política monetária e de comércio exterior, ou 
seja, às normas expedidas pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda. 
 
 Nas concorrências internacionais cujo objeto será pago com recursos provenientes de 
financiamento ou doação de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro 
multilateral, poderão ser admitidas as condições decorrentes de tratados internacionais, 
afastando-se momentaneamente os preceitos da Lei 8.666/93. 
 
 Consórcios de empresas: É a associação de dois ou mais interessados na concorrência, de 
modo que, somando técnica, capital e trabalho, possam executar um empreendimento que, 
isoladamente, não teriam condições de realizar. Não é, portanto, uma pessoa jurídica, mas uma 
simples reunião operativa de firmas, contratualmente comprometidas a colaborar no 
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empreendimento, mas mantendo cada qual sua personalidade própria, sob a liderança de uma 
delas. 
 
 A firma-líder apenas representa o consórcio no trato com o Poder Público, 
responsabilizando-se pelas demais sob o tríplice aspecto técnico, econômico e administrativo, 
inclusive quanto a multas e eventuais indenizações, exigindo a legislação atual (art. 33, V) a 
responsabilidade solidária das consorciadas. 
 
 É vedada a participação da empresa ou profissional, na mesma licitação, em mais de um 
consórcio, ou isoladamente (art. 33, IV). 
 
 
 3.2. Tomada de preços 
 
 Tomada de preços é a modalidade de licitação realizada entre interessados previamente 
cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do 
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (art. 22, § 2º). A “qualificação”, aí 
referida, é a de que trata o artigo 36. 
 
 A publicidade deve ser observada na tomada de preços, com obediência às mesmas normas 
já referidas para a concorrência (publicação de edital), porém com a diferença de que o artigo 21, § 
2º, III exige que a publicação se faça com 15 dias de antecedência apenas, salvo para os contratos 
sob regime de empreitada integral ou para as licitações de melhor técnica ou técnica e preço, 
quando o prazo passa para 30 dias. A contagem do prazo observa a norma do § 3º do mesmo 
dispositivo. 
 
 Obrigatoriedade: A tomada de preços é obrigatória nos seguintes casos: a) obras e 
serviços de engenharia de valor estimado superior a R$ 150.000,00; b) compras e outros serviços 
de valor superior a R$ 80.000,00. 
 
 Pode ser realizada nos casos em que couber convite. Há, ainda, a possibilidade, prevista no 
§ 3º, de ser adotada tomada de preços, nas licitações internacionais, desde que o órgão ou entidade 
disponha de cadastrointernacional de fornecedores e sejam observados os limites do artigo 23, 
estabelecidos para essa modalidade de licitação. 
 
 Registro cadastral: Deve ser mantido pelos órgãos e entidades que realizem freqüentes 
licitações, devendo ser atualizados anualmente (art. 34); é facultada, contudo, a utilização de 
registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública (art. 34, § 2º), o que 
abrange a Administração Direta e Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, inclusive as entidades com personalidade de direito privado sob controle do poder 
público e das fundações por ele instituídas ou mantidas (art. 6º, XI). 
 
 A pessoa cadastrada recebe um “certificado de registro cadastral”, com validade de um 
ano, no máximo, e do qual consta a categoria em que se inclui, tendo em vista sua especialização, 
segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação 
relacionada nos artigos 30 (qualificação técnica) e 31 (qualificação econômico-financeira). Para os 
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participantes que apresentem esse certificado na tomada de preços, a habilitação é prévia, porque 
feita no momento da inscrição no registro cadastral, perante comissão permanente ou especial de, 
no mínimo, 3 (três) membros; no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos, a 
comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou 
cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados (art. 51, § 2º). 
 
 O certificado pode ser aceito em qualquer modalidade de licitação, mesmo na 
concorrência. 
 
 Comissão: A direção e o procedimento da tomada de preços até o julgamento das 
propostas são de inteira responsabilidade da comissão de licitação, composta de, no mínimo, três 
membros, conforme exigência do art. 51, tal como ocorre na concorrência. 
 
 
 3.3. Convite 
 
 Convite é a modalidade de licitação entre, no mínimo, três interessados do ramo 
pertinente a seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela unidade administrativa, e 
da qual podem participar também aqueles que, não sendo convidados, estiverem cadastrados na 
correspondente especialidade e manifestarem seu interesse com antecedência de 24 horas da 
apresentação das propostas (art. 22, § 3º). 
 
 Publicidade: É a única modalidade de licitação em que a lei não exige publicação de 
edital, já que a convocação se faz por escrito, com antecedência de 5 dias úteis (art. 21, § 2º, V), 
por meio da chamada carta-convite. No entanto, a Lei nº 8.666/93 inovou ao permitir que 
participem da licitação outros interessados, desde que cadastrados e manifestem seu interesse com 
a antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. A medida contribui para aumentar o 
rol de licitantes, mas torna mais complexo um procedimento que se caracteriza e se justifica 
exatamente por sua maior simplicidade, decorrente do fato de que essa modalidade de licitação é 
cabível para os contratos de pequeno valor. Para permitir essa participação, o artigo 22, § 3º, exige 
que a unidade administrativa afixe, em lugar apropriado, cópia do instrumento convocatório. 
 
 Habilitação: A habilitação dos licitantes só é obrigatória para aqueles que se apresentarem 
sem terem sido convidados pela Administração, porque têm que estar cadastrados; para os demais, 
é facultativa (art. 32, § 1º). A diversidade de tratamento fere o princípio da isonomia. A exigência 
de certificado para os não-convidados somente se justificaria nos casos em que a Administração 
exige habilitação dos licitantes convidados. 
 
 Do modo como está na lei, a norma levará ao absurdo de permitir a inabilitação de um 
licitante que não tenha o certificado de registro cadastral em ordem, quando, para os convidados, 
nenhuma documentação foi exigida. 
 
 Obrigatoriedade: O convite é obrigatório para: 
 
 a) obras e serviços de engenharia de valor estimado superior a R$ 15.000,00; 
 
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 b) compras e outros serviços de valor superior a R$ 8.000,00. 
 
 Nas licitações internacionais ou o convite, quando não houver fornecedor de bem ou 
serviço no país. 
 
 Procedimento a ser observado na próxima licitação: Com o objetivo de evitar que o 
convite seja dirigido sempre aos mesmos licitantes, com possibilidade de ocasionar burla aos 
princípios da licitação, em especial da isonomia, o § 6º do artigo 22 exige que, existindo na praça 
mais do que três interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, 
seja a carta-convite dirigida a pelo menos mais um interessado, enquanto existirem cadastrados 
não convidados nas últimas licitações. 
 
 Participação de menos de 3 interessados: O simples fato de se apresentarem menos do 
que três interessados não é suficiente, por si só, para determinar a repetição do convite. Pelo 
contrário, será possível prosseguir-se na licitação se ficar demonstrado o manifesto desinteresse 
dos licitantes convidados (o que não é passível de justificação, porque decorre de própria omissão 
dos licitantes) ou as “limitações do mercado”. Nesse caso, a limitação pode decorrer, por exemplo, 
da inexistência de outros possíveis interessados ou de empresas que, por alguma razão, não 
atendam às exigências da Administração. Se houver outros possíveis interessados em condição de 
atender ao convite, este deve ser repetido, agora com observância do § 6º do artigo 22. 
 
 Julgamento: O convite deve ser julgado pela Comissão de Julgamento, mas é admissível a 
sua substituição por servidor formalmente designado para esse fim (art. 51, § 1º). 
 
 
 3.4. Concurso 
 
 Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho 
técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores 
(art. 22, § 4º). Nos termos do § 1º do artigo 13, os serviços técnicos profissionais especializados 
deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso. 
 
 A publicidade é assegurada por meio de publicação do edital, consoante estabelece o 
mesmo artigo 22, § 4º, com, pelo menos, 45 dias de antecedência; esse prazo é previsto também no 
artigo 21, § 2º, I, a. 
 
 De acordo com o artigo 52, § 2º, em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a 
Administração a executá-lo quando julgar conveniente. Ademais, o fato de vencer o concurso não 
dá ao ganhador o direito de contratar com a Administração a execução do projeto escolhido. 
 
 
 
 3.5. Leilão 
 Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados, independentemente de 
habilitação, para: 
 
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 a) venda de bens móveis inservíveis para a Administração; 
 b) venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados; 
 c) alienação de bens imóveis adquiridos em procedimentos judiciais ou recebidos em 
dação em pagamento; 
 d) venda de bens móveis em valor inferior a R$ 650.000,00. 
 
 A Lei 8.666/93 nada diz sobre semoventes, podendo ser aplicada a mesma regra que se 
refere aos bens móveis, já que os semoventes são, em regra, considerados uma espécie de bem 
móvel dotado de movimento próprio (como os animais). 
 
 A Administração poderá valer-se de dois tipos de leilão: 
 
 I) o comum, privativo de leiloeiro oficial, onde houver; 
 II) o administrativo, instituído para a vendade mercadorias apreendidas Sendo o leilão um 
ato negocial instantâneo, não se presta às alienações que dependam de contrato formal. No leilão o 
bem é apregoado, os lances são verbais, a venda é feita à vista ou a curto prazo e a entrega se 
processa de imediato. 
 
 No leilão não se torna necessária qualquer habilitação prévia do licitante. O essencial é que 
os bens a serem leiloados sejam previamente avaliados e postos à disposição dos interessados para 
exame e que o leilão seja procedido de ampla publicidade, mediante edital, a ser publicado com 15 
dias de antecedência. 
 
 O Programa Nacional de Desestatização, aprovado inicialmente pela Lei 8.031/90 e 
reformulado pela Lei 9.491/97, passou a admitir o leilão como forma de licitação em várias 
modalidades operacionais de privatização. Os leilões ocorridos dentro do referido Programa têm 
sido realizados nas Bolsas de Valores, com habilitação prévia dos interessados e garantia da 
proposta. 
 
 
 3.6. Pregão 
 
 O pregão é cabível para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor 
estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances 
em sessão pública. São considerados bens e serviços comuns, pelo artigo 1º, § 1º, da Lei nº 
10.520/2002, “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado”. Também é possível o 
pregão quando as compras e serviços comuns forem efetuados pelo sistema de registro de preços 
(art.11 da Lei nº 10.520/2002). 
 
 O § 1º do artigo 22 da Lei nº 10.520/2002 permite que o pregão seja realizado por meio da 
utilização de recursos de tecnologia de informação, nos termos de regulamentação específica. Essa 
regulamentação foi feita pelo Decreto nº 3.697/2000. 
 
 A Medida Provisória nº 2.182/2001 havia instituído o pregão apenas para a União. Essa 
restrição estava sendo considerada inconstitucional pela quase totalidade da doutrina que tratou do 
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assunto tendo em vista que, em se tratando de norma geral, tinha que ter aplicação para todos os 
entes federativos. 
 
 A questão ficou superada quando a medida provisória converteu-se na Lei nº 
10.520/2002, que não mais restringiu à União o âmbito da nova modalidade de licitação. 
Conforme artigo 1º, parágrafo único, do Decreto nº 3.555/00, o pregão aplica-se aos fundos 
especiais, às autarquias, às fundações, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às 
demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União. 
 
 A fase externa do pregão inicia-se com a convocação dos interessados, por meio de aviso 
na imprensa oficial e, facultativamente, por meios eletrônicos, publicado com no mínimo dias 
úteis de antecedência. 
 
 A seleção da melhor proposta é feita pelo critério do menor preço, considerando-se as 
propostas escritas e os lances verbais. Entregues as propostas, procede-se à sua imediata abertura e 
à verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento 
convocatório. Aquelas que não preencherem essa condição são automaticamente desclassificadas. 
Em seguida o pregoeiro classifica as demais propostas em ordem crescente do preço ofertado. No 
curso da sessão o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% 
superiores àquela poderão fazer novos lances verbais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 FASES DA LICITAÇÃO 
 
 A licitação possui uma fase interna e uma externa. A interna é destinada a firmar a intenção 
da entidade licitante e a obter certas informações necessárias à consolidação da licitação. A externa 
é a fase da licitação propriamente dita, destinada a selecionar a melhor proposta à celebração do 
ato ou contrato desejado pela Administração. 
 
 Na fase interna determina-se o objeto da licitação, estabelecem-se as suas condições, 
estima-se a eventual despesa e decide-se pela modalidade adequada, verifica-se a existência de 
recursos orçamentários e obtém-se a autorização de abertura e a aprovação do instrumento 
convocatório. 
 
 A fase externa, especialmente na concorrência, é dividida em: 
 
 • a) abertura; 
 • b) habilitação; 
 • c) classificação; 
 • d) julgamento; 
 
 Observe-se que uma ou outra dessas fases não existe em todas as modalidades. No convite 
e no leilão não há a fase de habilitação e, se exigida no leilão, é muito simples. 
 
 Ademais, nem sempre acontecem nessa ordem, pois na tomada de preços a habilitação é 
prévia. 
 
 
 4.1. Fase da abertura 
 
 Efetiva-se com o conhecimento público do instrumento convocatório: carta-convite 
(convite) ou edital (concorrência, tomada de preços, leilão e concurso). O edital é o instrumento 
através do qual a pessoa licitante noticia abertura da licitação em uma das modalidades, fixa as 
condições de sua realização e do contrato e convoca os interessados para a apresentação das 
propostas para o negócio de seu interesse. 
 
 Formalmente, o edital é composto por preâmbulo, texto e fecho. O preâmbulo deve conter: 
as disposições relativas à apresentação da licitação e do órgão ou entidade que a promove, número 
de ordem em série anual, modalidade, regime de execução, legislação, dia, hora e local para o 
recebimento da documentação e propostas, bem como a data, a hora e o local da sessão pública de 
abertura dos envelopes. 
 
 No texto do edital devem constar (art. 40): 
 
 • as condições relacionadas à apresentação das propostas e à participação dos licitantes; 
 • os critérios de julgamento das propostas; 
 • a descrição resumida, mas precisa, do objeto da licitação; 
 • o prazo de execução; 
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 • as garantias; 
 • os recursos admissíveis; 
 • os critérios de desempate; 
 • o prazo e condições para assinatura do contrato; 
 • as sanções para o caso de inadimplência; 
 • as condições de pagamento; 
 • as condições de recebimento do objeto da licitação; 
 • os critérios de reajustamento. 
 
 O fecho deve conter disposições quanto à divulgação, a data e a assinatura da autoridade 
competente. 
 
 As cláusulas ou disposições do edital e da carta-convite não podem comprometer o caráter 
competitivo da licitação, nem estabelecer preferências ou distinções em razão da naturalidade, da 
sede ou do domicílio dos proponentes. Havendo vício, qualquer cidadão poderá impugnar o edital 
(art. 41, § 1º), desde que o faça até cinco dias úteis antes da data fixada para a abertura dos 
envelopes de habilitação. Esse direito também pode ser exercido pelo licitante até o segundo dia 
que antecede a abertura dos envelopes de habilitação, sob pena de decadência. Não cabendo mais a 
impugnação administrativa, resta a judicial (mandado de segurança ou ação ordinária de anulação 
do ato jurídico). 
 
 A minuta do edital deve ser examinada e aprovada por assessoria jurídica da 
Administração Pública (art. 38, parágrafo único). O que se publica não é o edital e seus anexos, 
mas tão-só o seu resumo, chamado de aviso. O aviso deve conter informações gerais sobre a 
entidade licitante, a notícia da abertura da licitação e o local em que os interessados poderão obter 
o edital. Se houver interesse,

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