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apostila psicomotricidade

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Faculdade Calafiori- Licenciatura em Educação Física 
Prática Pedagógica I- Educação Infantil
Professor Me. Murilo Pessoni Neves 
Psicomotricidade 
“Psicomotricidade é a ciência do Homem em movimento, das relações consigo e com o mundo, com o corpo, através do corpo e de sua corporeidade” – Freinet.
O brincar, quer seja como recreação psicomotora orientada ou livremente, aponta sempre para resultados positivos para a criança. Oferece inúmeras oportunidades educativas: desenvolvimento corporal, desenvolvimento mental harmonioso, estímulo à criatividade, à socialização, à cooperação... É sempre muito importante proporcionar à criança oportunidades para brincar e criar livremente suas brincadeiras e jogos. Pois, além de desfrutar da alegria de brincar isto contribui significativamente para o seu desenvolvimento psicomotor Um dos campos de aplicação da psicomotricidade é a educação, onde é uma atividade preventiva que propicia a criança desenvolver suas capacidades básicas, sensoriais, perceptivas e motoras levando a uma organização neurológica mais adequada para o desenvolvimento da aprendizagem. Na educação devem ser utilizados jogos e brincadeiras, que servem como meios para o desenvolvimento psicomotor “normal”, utilizando a estimulação essencial ao aspecto psicomotor, o que facilitará o aprendizado geral e particularmente a escrita.
O estudo da psicomotricidade permite compreender a forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, é um dos aspectos que o trabalho psicomotor assumirá durante o período escolar será, precisamente, o de fazer com que a criança passe da etapa perspectiva à fase da representação mental de um espaço orientado tanto no espaço como no tempo.
Ao estudarmos o comportamento de uma criança, percebemos como é o seu desenvolvimento. O comportamento e a conduta são termos adequados para todas as suas reações, sejam elas reflexas, voluntárias e espontâneas, ou aprendidas. Assim como o corpo cresce, o comportamento evolui. No processo de desenvolvimento a criança evolui tanto física, quanto intelectual e emocionalmente. As primeiras evidências de um desenvolvimento normal mental são as manifestações motoras.
À medida que ocorre a maturação do sistema nervoso, o comportamento se diferencia e também se modifica. Inicialmente a criança apresenta uma coordenação global ampla, que são realizadas por grandes feixes de músculos. À medida que os feixes de músculos mais específicos são usados, a criança desenvolve sua coordenação fina.
Para que ocorra um desenvolvimento motor adequado, é necessário um amadurecimento neural, ósseo, muscular, além de crescimento físico, juntamente com o aprendizado.
O desenvolvimento motor percentual se completa ao redor de 07 anos, o correndo, posteriormente, um refinamento da integração perceptiva-motora com o desenvolvimento do processo intelectual propriamente dito. Neste período deve-se observar a criança, pois é a fase mais propícia para se observar possíveis dificuldades de aprendizagem , devendo-se observar todo o contexto que a criança vive. Se as dificuldades não forem observadas, exploradas e trabalhadas a tempo, poderão surgir déficits na escrita, leitura, no cálculo matemático, na socializaão entre outros (Fonseca,1995). 
Através da psicomotricidade ou da reeducação psicomotora espera-se atuar nos seguintes aspectos: alívio do problema, redução do sintoma e adaptação ao problema 
	Movimento
“ Característica de comportamento de um membro específico ou de uma combinação de membros” Magill, 2000“Movimento é toda ação que permita um deslocamento no espaço de um lugar para outro e os efeitos que dele resultam” Quirós,1980
	Capacidade motora: qualidades físicas que dão sustentação às realizações desta natureza. São pressupostos dos movimentos que permitem que as qualidades inatas de uma pessoa, como um talento, ou um potencial se evidenciem. Têm como características serem determinadas geneticamente; desenvolvem-se através de treinamento e são elementos essenciais para capacidade motora.
São classificadas em dois domínios : Condicionais e Coordenativas.
Condicionais – são as capacidades determinadas pelos processos  energéticos e metabólicos – obtenção e transformação da energia. Possui carácter quantitativo. Exemplos : Resistência, Força, Velocidade, Flexibilidade.
Coordenativas – são essencialmente determinadas pelos processos de organização, controle e regulação do movimento. Possui carácter qualitativo. Exemplos: Equilíbrio, Orientação, Reação e Ritmo.
	Habilidade motora: As Habilidades Motoras Básicas são: Locomotoras (correr e saltar), as Estabilizadoras (equilibrar e rolar) e as Manipuladoras (arremessar, receber, chutar, rebater e quicar). 
Consiste em uma série de movimentos realizados com exatidão e precisão. Gallahue, 2008
Atos motores que surgem dos movimentos da vida diária do ser humano e dos animais, expressa um grau de qualidade de coordenação de movimentos. Barbanti, 2003
Definindo a Psicomotricidade 
É o controle mental sobre a expressão motora. Objetiva obter uma organização que pode atender, de forma consciente e constante, às necessidades do desenvolvimento do corpo. Esse tipo de Educação é justificado quando qualquer defeito localiza o indivíduo à margem das normas mentais, fisiológicas, neurológicas ou afetivas. É a percepção de um estímulo, a interpretação da elaboração de uma resposta adequada. É uma harmonia de movimentos, um bom controle motor, uma boa adaptação temporal, espacial, boa coordenação viso-motora, boa atenção e um esquema corporal bem estruturado.
Psicomotricidade é a ciência da educação que educa o movimento ao mesmo tempo em que põe em jogo as funções da inteligência. Movimento é o deslocamento de qualquer objeto, mas a ação corporal em si, a mesma unidade bio-psicomotora em ação.
A psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza o seu corpo para demonstrar o que sente, e uma pessoa com problemas motores passa a ter problemas de expressão. A reeducação psicomotora lida com a pessoa como um todo, porém, com um enfoque maior na motricidade. 
* Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. (Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, 1999)
* Psicomotricidade “Ciência da saúde e da educação, que visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo.” (Julian de Ajuriaguerra,1980). 
* “A psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle postural, à noção do corpo, sua lateralização , enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade são abordados como unidade e totalidade do ser. O seu enfoque é, portanto, psico cognitivo, psico neurológico e psico terapêutico”. (Vítor da Fonseca,1985)
Nomes importantes da Psicomotricidade
a) Profº Dr. Júlio de Ajuriaguerra
Médico Catalão
Pai da psicomotricidade
Conduziu os primeiros estudos sobre psicomotricidade (1939)
b) Profº Dr.Jean Leboulch
Educador Físico
Pioneiro na atuação curativa e preventiva do exercício físico
Associação com distúrbios de aprendizagem
c) Profº Dr. Vitor da Fonseca
Professor português
Graduado em Motricidade Humana
Psicomotricidade—tonicidade---equilíbrio---esquema corporal e relação com a aprendizagem 
Áreas de atuação da Psicomotricidade
CORPORAL: relação do corpo com meio externo
COGNITIVA: organização perceptiva
EDUCATIVA: aprendizagens escolares
RELACIONAL: dificuldades de comunicação, inibição, hiperatividade e agressividade.
	Segundo Manhães (2004), a fase ideal para se trabalhartodos os aspectos do desenvolvimento motor, intelectual e sócio-emocional é do nascimento aos 8 anos de idade. 
A psicomotricidade é importante na prevenção, no tratamento das dificuldades sensórios-motoras e na exploração do potencial ativo da criança. 
1.2 - Objetivos da Psicomotricidade 
As atividades psicomotoras visam propiciar a ativação dos seguintes processos: 
• Vivenciar estímulos sensoriais para discriminar as partes do próprio corpo e exercer um controle sobre elas; 
• Vivenciar, através da percepção do próprio corpo em relação aos objetos, a organização espacial e temporal; 
• Vivenciar situações que levem a aquisição dos pré-requisitos necessários para aprendizagem da leitura escrita
A psicomotricidade não deve ser considerada como uma matéria entre outras. Isto é, não deve dispor apenas de um momento ou um ambiente específico na programação escolar.Qualquer que seja a atividade ou tema utilizado, a psicomotricidade vai estar presente. 
O pensamento se constrói a partir da atividade motora que permite à criança a exploração do ambiente externo, proporcionando-lhe experiências concretas indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual. A liberdade deve explorar e conhecer o espaço físico e o mundo é muito importante para o seu desenvolvimento afetivo. Como fazer para oferecer condições que permitiam esse desenvolvimento? Antes de tudo a criança precisa ter um conhecimento adequado de seu corpo, porque é o corpo o intermediário obrigatório entre a criança e o mundo. Esse conhecimento abrange três aspectos que são: a imagem do corpo, o conceito do corpo e a elaboração do esquema corporal.
1.3 - Elementos Básicos da Psicomotricidade 
Os elementos básicos da psicomotricidade são: tonicidade, equilíbrio, lateralidade, esquema corporal, organização temporal e espacial, coordenação motora global e fina. 
a) Esquema corporal: é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação da imagem que a criança tem de seu próprio corpo. A criança se sentirá bem na medida em seu corpo lhe obedece, em que o conhece bem, em que pode utiliza-lo não somente para movimentar-se, mas também para agir. Uma criança cujo esquema corporal é mal constituído não coordena bem os movimentos, na escola a grafia é feia, e a leitura expressiva, não harmoniosa: a criança não segue o ritmo da leitura ou então para no meio de uma palavra. Segundo De Meur (1989), uma criança que se sinta à vontade significa que ele domina o seu corpo, utiliza-o com desenvoltura e eficácia, proporcionando-lhe bem estar, tornando fáceis e equilibrados seus contatos com os outros.
A imagem do corpo é a própria experiência que a pessoa tem de seu corpo e se revela frequentemente através do desenho, da modelagem e que demonstra o nível de elaboração do esquema corporal. O conceito do corpo desenvolve-se posteriormente à imagem do corpo, sendo mais o conhecimento intelectual dele e de cada função de seus órgãos. O esquema corporal, segundo Pierre Vayer, é definido como organização das sensações relativas aos dados do mundo exterior, notando-se aí dois sentidos na atividade motora cinética, dirigida para o mundo exterior.
A construção do Esquema Corporal elabora-se progressivamente com o desenvolvimento e o amadurecimento do Sistema Nervoso e é, ao mesmo tempo, paralela a evolução sensório-motora. A educação do Esquema Corporal é, então, o ponto-chave de toda prática educativa. Dos 02 aos 05 anos, toda educação é baseada na estrutura do Esquema Corporal.
b) Orientação/organização espacial: a organização do corpo no espaço (organização espacial) É a capacidade de movimentar o próprio corpo de forma integrada, dentro de um ambiente contendo obstáculos, passando por eles. Movimentos com rastejar, engatinhar, e andar, irão propiciar a criança o desenvolvimento das primeiras noções espaciais: perto, longe, dentro, fora. Para De Meur (1989), os problemas quanto à orientação temporal e espacial, como por exemplo, com a noção “antes-depois”, acarretam principalmente confusão na ordenação dos elementos de uma sílaba. A criança sente dificuldade em reconstruir uma frase cujas palavras estejam misturadas, sendo a analise gramatical um quebra-cabeça para ela. Uma má organização espacial ou temporal acarreta fracasso em matemática. Com efeito, para calcular a criança deve ter pontos de referência, colocar os números corretamente, possuir noção de “fileira”, de “coluna”; deve conseguir combinar as formas para fazer construções geométricas. Diante de problemas de percepção espacial uma criança não é capaz de distinguir um “b” de um “d”, um “p” de um “q”, “21” de “12”, caso não perceba a diferença entre a esquerda e a direita. Se não se distingue bem o alto e o baixo, confunde o “b” e o “p”, o “n” e o “u”, o “ou” e o “on”.
c) lateralidade ou dominância lateral: O homem, por natureza, tem um lado do corpo dominante. Quer dizer que usa melhores olhos, ouvidos, pé e mão de um determinado lado. Normalmente, a lateralidade se define entre os 05 e os 07 anos. As crianças que, a partir dessa idade apresentam uma lateralidade não definida ou cruzada, facilmente encontrarão dificuldades na aprendizagem escolar. Como? – Atividade que exijam o uso de todo corpo com objetos grandes (pneus, bolas, caixas, blocos) e pequenos, desenvolvendo a coordenação funcional da mão e dos dedos (contas, sementes, pinos, clips, tampinhas, pregadores, cartas). Atividades em que ordena a mão a ser usada (com bolas, saquinhos de areia/feijão) Refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o capacita utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço do que outro, em atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional. A definição da lateralidade ocorre à medida que a criança se desenvolve. A lateralidade na criança não deve ser estimulada até que não tenha sido definida, quando a criança é forçada a usar um lado do corpo torna-se prejudicial para a lateralidade, devido a fatores culturais os mais antigos acham que não é correto a criança escrever com a mão esquerda, forçando-a a utilizar a mão direita par tal ação, os pais devem favorecer a escolha feita pelas crianças. Na idade onde ainda prevalece a bilateralidade, se ainda a criança tiver tendência para o sinestrismo e os pais tentar fazer algo para que impeça, pode levar a criança a apresentar danos na motricidade e contribuir para o surgimento de problemas de aprendizagem.
d) Equilíbrio É a função na qual os indivíduos mantém sua estabilidade corporal durante os movimentos e quando em estado de imobilidade (Masson,1985). Shinca (1992), relata que o bom equilíbrio é essencial para a conquista da locomoção assim como a independência dos membros superiores. A dificuldade de equilibrar-se produz estados de ansiedade e insegurança, pois a criança não consegue manter um estado estático ou de movimento e isto atrapalha a relação entre equilíbrio físico e psíquico. Picq e Vayer (1985), diz que na presença de algum distúrbio do equilíbrio pode-se observar uma indisponibilidade imediata dos movimentos, desequilíbrio corporal global, marcha não harmoniosa, tensões musculares locais, desalinhamentos anatômicos e imprevisibilidade de atitudes. Socialmente a criança pode apresentar tendência à inibição ou desejo de esconder, e falta de confiança em si mesmo.
É condição indispensável para qualquer ação diferenciada. As ações serão tanto coordenadas quanto mais à criança conseguir em posição ereta, sem precisar esforçar-se ou ficar tensa. A sensibilidade da planta do pé é muito importante para desenvolver qualquer equilíbrio, por isso é essencial que as crianças se movimentem e brinquem, tanto na areia como na sala de aula, de pé no chão. O contato do corpo com o chão deve estender-se a todo o corpo, rolando,deitando, sentando, rastejando, ajoelhando. Em movimentos de repouso a criança deverá, sempre que possível, relaxar seu corpo em direto contato com o chão que oferece sensação de segurança. Como? – Andar sobre linhas de várias maneiras,bancos de diferentes alturas, trilhos de madeira, tijolos. Imitar animais e posições estáticas. Lançar e recebera bola.
e) Tonicidade:  é a tensão fisiológica dos músculos que garante equilíbrio estático e dinâmico, coordenação e postura em qualquer posição adotada pelo corpo, esteja ele parado ou em movimento. Exemplo: a maioria das pessoas portadoras da Síndrome de Down possui uma hipotonia, ou seja, uma tonicidade ou tensão menor do que a normal, o que faz com que haja um aumento da mobilidade e da flexibilidade e uma diminuição do equilíbrio, da postura e da coordenação.
O tônus é o início de tudo, é o fator fundamental da Psicomotricidade, tanto que está localizado na 1ª unidade neurofuncional de Lúria, fazendo parte assim do alicerce da vida afetiva, motora e cognitiva, trazendo a nós, a base para a constituição da aprendizagem, cuja função é de alerta e de vigilância, tendo papel fundamental no desenvolvimento motor, e psicológico.
As funções do tônus são descritas por diversos autores de maneiras diferentes, de acordo com as áreas de estudo de cada um, e encontramos em todas as definições, a importância desta entidade Psicomotora para a realização do movimento corporal.
Segundo Wallon (in FONSECA,1992), podemos ter duas funções do músculo: a de encurtamento e alongamento das miofibrilas, e a de suporte mantendo o apoio à musculatura esquelética em estado de repouso. As duas funções dependem do nível inferior medular e superior reticular e cortical. Este tônus a que Wallon se refere, é o tônus postural, responsável por toda equilibração no ser humano. Já para André Tomas, Ajuriaguerra e Dargassies (in FONSECA,1992), existem duas formas de tonicidade: a de repouso e a de atividade, sendo que ambas preparam a musculatura para as atividades postural e práxia.
Sherrington (in FONSECA,1992), referiu-se à tonicidade na integração entre várias partes do sistema nervoso, para que se possa realizar um movimento.
f) Coordenação motora global e fina: A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. Entendida como a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe integridade e maturação do sistema nervoso. É subdivida em coordenação dinâmica global ou geral, visomanual ou fina. A coordenação dinâmica global envolve movimentos amplos com todo o corpo (cabeça, ombros, braços, pernas, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo 'coloca grupos musculares diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos voluntários mais ou menos complexos". A coordenação visomanual engloba movimentos dos pequenos músculos em harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e pulsos. Coordenação motora fina pode ser entendida também como o trabalho de um determinado grupo de músculos que executam determinadas tarefas de alta precisão e refinamento. O grafismo é a primeira escrita da criança, é importante valorizar, pois é quando ela começa a adquirir o controle motor fino, e é quando ela usa sua imaginação nos desenhos que faz , porém devem iniciar com movimentos mais leves sempre dentro dos limites da criança. O interesse da criança em expressar seus pensamentos através do grafismo é maior do que sua habilidade de uso dos materiais adequados (lápis, canetas) o que leva a criança utilizar as próprias mãos e pés e com o passar do tempo esses traços vão se tornando mais refinados, daí a importância de não apressar e nem julgar a criança pelos seus desenhos sem forma. É normal que a criança não consiga realizar tarefas simples como traçar uma linha pontilhada, ou colorir. 
 Fonseca,2005
Psicomotricidade, leitura e escrita 
A escrita e a linguagem são um modo de expressão e de comunicação. A linguagem é anterior ao grafismo e o aprendizado da leitura e da escrita. Antes do aprendizado da leitura, é preciso ajudar a criança a utilizar a linguagem mais rica e correta possível. A escrita é um meio de comunicação e um meio de expressão pessoal. Este modo de expressão apoia-se num código gráfico a partir do qual devem ser encontrados sons portadores de sentido. Exige o desempenho de dois sistemas simbólicos: um sonoro; outro, gráfico. A constituição do código gráfico e sua decifração exigem a atuação de funções psicomotoras. As habilidades psicomotoras são essenciais ao bom desempenho no processo de alfabetização. A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como: • dominância manual já estabelecida (área de lateralidade); 
• conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo, quantas voltas existem nas letras m e n, ou quantas sílabas formam uma palavra (área de habilidades conceituais);
 • movimentação dos olhos da esquerda para a direita, domínio de movimentos delicados adequados à escrita, acompanhamento das linhas de uma página com os olhos ou os dedos, preensão adequada para segurar lápis e papel e para folhear (área de coordenação visual e manual); 
• discriminação de sons (área de percepção auditiva); 
• adequação da escrita às dimensões do papel, reconhecimento das diferenças dos pares b/d, q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda para a direita, manutenção da proporção de altura e largura das letras, manutenção de espaço entre as palavras e escrita orientada pelas pautas (áreas de percepção visual, orientação espacial, lateralidade, habilidades conceituais);
• pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras (área de comunicação e expressão); 
• noção de linearidade da disposição sucessiva de letras, sílabas e palavras (área de orientação têmporo-espacial); 
• capacidade de decompor palavras em sílabas e letras (análise); 
• possibilidade de reunir letras e sílabas para formar novas palavras (síntese).
Psicomotricidade e Matemática 
A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar relações de quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância, etc. A medida em que brinca com formas, quebra-cabeças, caixas ou panelas, a criança adquire uma visão dos conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e forma. 
Ela enfia contas no barbante ou coloca figuras em quadros e aprende sobre seqüência e ordem; aprende frases: acabou, não mais, muito, o que amplia suas idéias de quantidade. 
A criança progride na medida do conhecimento lógico-matemático, pela coordenação das relações que anteriormente estabeleceu entre os objetos. Para que se construa o conhecimento físico (referente a cor, peso, etc.), a criança necessita ter um sistema de referência lógico-matemático que lhe possibilite relacionar novas observações com o conhecimento já existente; por exemplo: para perceber que um peixe é vermelho, ela necessita um esquema classificatório para distinguir o vermelho de todas as outras cores e outro esquema classificatório para distinguir o peixe de todos os demais objetos que conhece
Psicomotricidade e Ludicidade 
Psicomotricidade e atividade lúdica É indispensável em todo o processo educativo um espaço e um tempo para a criança brincar e, assim se desenvolver, melhor se comunicar e se revelar. No brincar a criança constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e externo. A psicomotricidade pode ser apresentada a criança como uma série de exercícios a serem cumpridos com seriedade ou como situações lúdicas, onde ela se desenvolverá como uma brincadeira, de forma prazeroza, e estará desenvolvendo igualmente sua potencialidade psicomotora. A criança ao brincar de amarelinha está desenvolvendo praxia global, lateralidade, equilíbrio, noção de espaço..., sem que tenha que seguir movimentos pré-determinados por alguém especificamente, seguindo unicamente as regras do jogo com as quais assume concordar quando se dispõe a brincar.
4.1. Brinquedos, jogos e brincadeiras na educação 
“O jogo põe em função, de maneira extremamente variada, todas as possibilidades da criança: força muscular, flexibilidade das articulações, resistência ao cansaço, respiração,precisão de gesto, habilidade, rapidez de execução, agilidade, prontidão de respostas, reflexos, espairecimento, equilíbrio, etc.” (Jacquin, 1963.) 
Por meio do jogo e do brinquedo a criança inicia sua integração social, aprende a conviver com os outros, a situar-se frente ao mundo que a cerca. A criança se exercita brincando, assim como o adulto quando se permite jogar e se entregar ao momento lúdico do jogo, vivenciando conteúdos adormecidos, vivenciando plenamente novas ou antigas situações e tornando-se mais solto e autêntico na sua personalidade, individualidade e consequentemente em sua harmonia pessoal. Quando pensamos em material lúdico para a educação de uma criança, visualizamos imediatamente brinquedos industrializados. Estes, vendidos em lojas estão imbuídos de princípios e objetivos bem definidos a priori, muitas vezes sem nenhuma relação entre o brinquedo e o ato de brincar. Na maioria das vezes se apresentam perfeitos e acabados e a criança só resta observar, vistos que vêm prontos para serem admirados. A maioria deles não leva a criança à curiosidade da exploração por meio do vivido e da criação. Abramovich (1983), citado por Bueno (1998), alerta que não é o produto que deve ser criativo, mas sim o uso que se faz dele.
Assim sendo, não é necessária a presença do brinquedo industrializado para a realização do brincar infantil, o próprio ato de manufaturar o brinquedo, pode ser considerado o brincar, onde é colocada prazerozamente grande parte de criatividade.
Todo profissional que trabalha com crianças sente que é indispensável haver um espaço e um tempo para a criança brincar e, assim, melhor se desenvolver, se comunicar e se revelar. 
No brincar, a criança constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e o externo. O uso de situações lúdicas é mais uma possibilidade de se compreender, basicamente, o funcionamento dos processos cognitivo e afetivo-social em suas interferências mútuas, no modelo de aprendizagem. 
A atividade lúdica é um rico instrumento de investigação, pois permite ao sujeito expressar-se livre e prazerosamente. Constitui uma importante ferramenta de observação sobre a simbolização e as relações que ele estabelece com o jogo. Possibilitando assim, um melhor entendimento do momento que a criança esta vivenciando. Jogar e aprender caminham paralelamente, podemos através da hora lúdica observar prazeres, frustrações, desejos, enfim, podemos trabalhar com o erro e articular a construção do conhecimento. Destacamos a seguir alguns pontos relevantes que podem ser observados durante a hora lúdica: 
Qual a fantasia inconsciente é expressa pela criança; 
A criança demonstra preferencia: por que modalidade de jogo, motricidade, criatividade, capacidade simbólica, tolerância à frustração etc.;
O lúdico que serve para indicar como aquele sujeito se relaciona com o aprender. Como, por exemplo, as regras do jogo são seguidas ou descumpridas.
Referências 
AJURIAGUERRA, Julian de / Geraldes, Paulo Cesar / Alves, Sonia Regina Pacheco. Manual de psiquiatria infantil. Masson do Brasil. (1983) Sao Paulo. 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Volume 1: Introdução; volume 2: Formação pessoal e social; volume 3: Conhecimento de mundo.
FONSECA, Victor da. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
FONSECA, Vitor. Manual de Observação Psicomotora. Porto Alegre: Artmed, 1995.
LE BOULCH, O desenvolvimento psicomotor. Porto Alegre: Artmed, 1992
NEGRINE, Airton. O corpo na educação infantil. Caxias do sul: UCS, 2002.
WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1981.

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