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Capítulo 56 - Guyton - Contribuições do Cerebelo e dos Núcleos da Base para o Controle Motor Global

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CONTRIBUIÇÕES DO CEREBELO E NÚCLEOS DA BASE PARA O 
CONTROLE MOTOR GLOBAL 
 Cerebelo e núcleos (gânglios) da base são estruturas fundamentais para o controle da função motora. 
 Atuam em conjunto com outras estruturas, como o córtex cerebral. 
Cerebelo 
 Controla o ritmo da atividade motora e permite a progressão homogênea e rápida do movimento. 
o Ex.: controla o ritmo de contração muscular e permite equilíbrio entre musculatura agonista e 
antagonista. 
 Área silenciosa do cérebro - excitação elétrica não causa sensação consciente ou gera movimentos. 
 Ressecção do cerebelo causa movimentos corporais anormais, com desaparecimento da coordenação, mas sem 
paralisia. 
 Funções: 
o Auxiliar na sequência da atividade motora. 
o Auxiliar na coordenação motora (modula sinais motores e sensoriais enviados pelo córtex). 
o Permite ajuste de erros.s 
 Anatomicamente dividido em 3 lobos: anterior, posterior e floculonodular. 
 Funcionalmente dividido em: 
o Vérmis Cerebelar: responsável pelo controle axial do corpo. 
o Zona Intermediária: controla a face e extremidades. 
o Zona Lateral: sem representação topográfica. Conexões com o córtex motor e somatossensorial. 
Realiza coordenação motora. 
 Possui dois circuitos neuronais: 
o Vias Aferentes 
 Córtex: via corticopontocerebelar; 
 Tronco Cerebral: vias olivocerebelar, vestibulocerebelar, reticulocerebelar. 
 Medula: vias espinocerebelar dorsal e ventral. Transmitem impulsos rápidos (120 m/s). O 
trato dorsal não cruza para o hemisfério cerebelar contralateral e recebe fibras do fuso 
muscular, órgãos tendinosos de Golgi, receptores táteis e receptores articulares. O trato 
ventral cruza na medula, recebe sinais motores do corno anterior da medula (faz cópia da 
eferência do movimento para permitir modulação). 
o Vias Eferentes 
 No Vérmis: seguem pelos núcleos fastígios e para o tronco encefálico. 
 Na Zona Intermediária: saem do núcleo interpósito, passam para o tálamo e seguem 
para o córtex cerebelar até chegar no tronco encefálico ou gânglios da base. 
 Na Zona Lateral: núcleo dentado. Seguem pelos núcleos do tálamo até o córtex 
cerebelar. 
 O sinal aferente no cerebelo segue 2 direções: córtex cerebelar ou núcleos cerebelares profundos. 
o Sinal excitatório inicial é seguido de sinal inibitório. 
 Unidade Funcional do Córtex 
o Divide-se em 2 células: 
 Célula de Purkinje: inibitória. 
 Célula Nuclear Profunda: inibitória e excitatória. 
o Essas unidades estão distribuídas em 3 camadas: 
 Camada Molecular. 
 Camada das Células de Purkinje. 
 Camada de Células Granulosas. 
o A eferência da unidade funcional é pela célula nuclear profunda. 
o A aferência da unidade funcional acontece por: 
 Fibras Trepadoras: origem no bulbo. Passa para o córtex cerebelar e faz sinapse com células 
de Purkinje com potencial de ação longo (espícula complexa). 
 Fibras Musgosas: origem no SNC. Fazem conexão com células de Purkinje e células 
nucleares profundas. Realiza uma sinapse fraca com potencial de ação curto e fraco (espícula 
simples). 
Células de Purkinje/Células Nucleares Profundas → Disparo Contínuo → Potencial de Ação → 
Modulação Positiva ou Negativa 
 Sinais Eferentes ON/OFF e OFF/ON do Cerebelo 
o A função rápida de ligar causa excitação de músculos agonistas. 
o A função de desligar causa inibição de músculos antagonistas. 
o No início do movimento liga-se os agonistas e desliga-se os antagonistas. 
o No término do movimento liga-se os antagonistas e desliga-se os agonistas. 
o O sinal de ligar se inicia no córtex cerebral passa para o tronco, para a medula e chega aos músculos 
agonistas (contração muscular). Simultaneamente, as fibras musgosas enviam sinais da ponte para o 
cerebelo (excitatório) nas células profundas que passam ao trato corticoespinhal e potencializam o 
sinal de ligar. 
o O sinal de desligar é transmitido pelas fibras musgosas com estímulo das células de Purkinje que inibe 
as células nucleares profundas, fazendo inibição secundária e finalizando com sinal de desligar 
(músculos antagonistas). 
Função do Cerebelo no Controle Motor Global 
 Níveis funcionais do cerebelo no controle motor: 
o Vestibulocerebelo 
 Lobos Floculonodulares: equilíbrio. Permite controlar o balanço do corpo durante alterações 
rápidas da posição e calcular antecipadamente a velocidade e direção do próximo movimento. 
o Espinocerebelo 
 Maior parte do verme e zona intermediária. 
 Coordenação motora distal das extremidades, movimentos coordenados e homogêneos dos 
músculos agonistas e antagonistas das extremidades distais, sistema de amortecimento 
(impede que o movimento ultrapasse o alvo e impede tremor intencional). 
o Cerebrocerebelo 
 Zonas Laterais: recebem aferência do córtex motor, pré-motor e somatossensorial. 
 Planeja movimentos voluntários sequenciais do corpo e das extremidades, temporização dos 
movimentos sequenciais e permite progressão homogênea do movimento, em sucessão 
organizada. 
Anormalidades Clínicas do Cerebelo 
 Dismetria e ataxia. 
 Disdiadococinesia. 
 Disartria. 
 Nistagmo cerebelar. 
 Tremor intencional. 
Gânglios da Base 
 Núcleo caudado, putamen, globo pálido, substância negra e núcleo subtalâmico. 
 Ajudam a planejar e controlar padrões complexos de movimentos musculares. 
o Ex.: controla a intensidade, a direção e sequenciamento dos movimentos múltiplos. 
 Compõem o sistema motor acessório. 
 A cápsula interna está localizada entre o núcleo caudado e o putamen. É um trajeto de fibras motoras e 
sensoriais que conectam o córtex com a medula espinhal. 
Circuitos de Putamen 
 Função: agir em conjunto com o sistema corticoespinhal controlando padrões complexos de atividades 
motoras. 
 Tem início nas áreas pré-motoras e suplementar do córtex motor e córtex somatossensorial. 
 Seguem para o putamen, para o globo pálido, tálamo e novamente para o córtex motor primário, área pré-
motora e suplementar. Realizam sinapse em todos os estágios. 
 
 
 Lesões no Circuito do Putamen 
o Globo pálido: atetose. 
o Subtálamo: hemibalismo. 
o Putamen: coreia. 
o Substância Negra: rigidez, acinesia e tremores (Parkinson). 
Circuito do Núcleo Caudado 
 Função: controle cognitivo da função motora. 
 Inicia no córtex cerebral, passa para núcleo caudado, globo pálido, tálamo, área motora pré-frontal, área 
suplementar e área pré-motora. 
 Neurotransmissores nos Gânglios da Base: dopamina, GABA, ACh, norepinefrina, serotonina, encefalina e 
glutamato. 
o Dopamina e GABA possuem alças de Feedback negativas. 
Integração Entre as Partes do Sistema Total de Controle Motor 
 A nível espinhal programa padrões locais de movimentos para áreas musculares do corpo. Sofre influência 
excitatória ou inibitória de níveis superiores (córtex cerebral). 
o Ex.: reflexo de retirada. 
 A nível romboencefálico (ponte e bulbo) é responsável pelo tônus axial do corpo e modificação do grau de 
tônus e equilíbrio corporal. 
 No córtex motor fornece sinais motores ativadores para a medula espinhal. 
 No cerebelo funciona em todos os níveis do controle muscular. 
 Nos gânglios realizam controle cognitivo da função motora.

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