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HANSENÍASE 5º semestre Profª Leandra do Amaral Atenção Básica I HANSENÍASE Aspectos Históricos, Sociais e Epidemiológicos HANSENÍASE HISTÓRIA • A hanseníase afeta a humanidade desde tempos bíblicos. • Ocorre em todos os continentes. • Está associada a uma imagem denegrida na memória da humanidade. • ESTIGMA relacionado à LEPRA: mutilação, rejeição e exclusão social. HANSENÍASE PREVALÊNCIA .Países de clima quente e tropical .No mundo – 10 a 12 milhões de doentes .No Brasil – prevalência de 1 caso/10.000hab. HANSENÍASE PREVALÊNCIA Hoje, na Europa, ainda persistem focos de Hanseníase em Portugal, Espanha, Rússia e Turquia. Nas Américas, a Hanseníase deve ter chegado com os colonizadores entre os séculos XVI e XVII. Hoje, todos os países sul-americanos têm Hanseníase com exceção do Chile. O Brasil é o que apresenta a prevalência mais alta, sendo o segundo país do mundo em número de casos. HANSENÍASE APRESENTAÇÃO e 4 Distribuição das UFs segundo níveis endêmicos Brasil 2001 FONTE: ATDS/DAB/SPS/MS; SES; IBGE Alto - 5 |— 10 casos/10.000 hab. Médio - 1 |— 5 casos/10.000 hab. Muito Alto - 10 |— 20 casos/10.000 hab. Baixo - < 1 casos/10.000 hab. HANSENÍASE TEM CURA Hiperendêmico - 20 casos/10.000 hab. Amazonas Pará Roraima Amapá Acre Mato Grosso Rondônia Mato Grosso do Sul Goiás Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Minas Gerais São Paulo Espírito Santo Rio de Janeiro Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Distrito Federal Tocantins HANSENÍASE nervo epiderme derme subcutâneo Doença infecciosa, causada por uma bactéria; Afeta principalmente a pele e os nervos periféricos; A Hanseníase progride lentamente com um período médio de incubação de 3 anos; HANSENÍASE AGENTE ETIOLÓGICO •Causada pela bactéria do gênero “Mycobacterium leprae” •Foi descoberta por • Gerhardt Armauer Hansen em 1873 HANSENÍASE FONTES DE INFECÇÃO •O Homem é o único reservatório conhecido da infecção. •A transmissão é de homem a homem. •O tatu é o reservatório natural do bacilo, porém não causa doença no animal. HANSENÍASE VIAS DE TRANSMISSÃO (DE HOMEM A HOMEM) -Vias aéreas superiores -Nódulos ulcerados -Leite materno HANSENÍASE VIAS DE TRANSMISSÃO (DE PESSOA A PESSOA) -Penetração pela pele com solução de continuidade -Contato direto e prolongado com o doente TRANSMISSÃO A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem, porque a maioria apresenta capacidade de defesa do organismo contra o bacilo. A HANSENIASE NÃO TRANSMITE POR: Meio de copos, pratos, talheres, portanto não há necessidade de separar utensílios domésticos da pessoa com hanseníase. Assentos, como cadeiras, bancos; Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos em transporte coletivos ou serviços de saúde; Picada de inseto; Relação sexual; Aleitamento materno; Doação de sangue; Herança genética ou congênita (gravidez); Importante: Assim que a pessoa começa o tratamento deixa de transmitir a doença. A pessoa com hanseníase não precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar. HANSENÍASE IMPORTANTE O doente Hanseniano, deixa de ser fonte de infecção, 2 semanas após iniciado o tratamento. HANSENÍASE O ADOECIMENTO DO CONTACTANTE DEPENDE: -Sua susceptibilidade - só 10% das pessoas infectadas adoecem após um período de incubação de 2 a 7 anos. -É difícil identificar a fonte de infecção ou localização inicial do contágio. SINTOMAS Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade; Área de pele seca e com falta de suor; Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas; Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade; Sensação de formigamento (Parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber. Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, edema de mãos e pés. Diminuição do tônus dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos. SINTOMAS Úlceras de pernas e pés. Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos. Febre, edemas e dor nas articulações. Obstrução, sangramento, ferida e ressecamento do nariz; Ressecamento nos olhos; Mal estar geral, emagrecimento; Locais com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas Importante: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas. PREVENÇÃO A hanseníase é uma doença incapacitante e apesar de não haver uma forma de prevenção especifica, existem medidas que podem evitar as incapacidades e as formas multibacilares, tais como: Diagnóstico precoce; Exame, precoce, dos contatos intradomiciliares; Técnicas de prevenção de incapacidades; Uso da BCG; COMO SE REALIZA A PREVENÇÃO DE INCAPACIDADES? A prevenção de incapacidades é uma atividade que se inicia com o diagnóstico precoce, Tratamento com PQT, Exame dos contatos e BCG, Identificação e tratamento adequado das reações e neurites, bem como dar apoio emocional e social. A PI se faz necessário em alguns casos após a alta de PQT (reações, neurites e deformidades em olhos, mãos e pés). A avaliação neurológica, classificação do grau de incapacidade, Aplicação de técnicas de prevenção e a orientação para o autocuidado são procedimentos que precisam ser realizados nas unidades de saúde. COMO SE REALIZA A PREVENÇÃO DE INCAPACIDADES? Estas medidas são necessárias para evitar seqüelas, tais como: úlceras, perda da força muscular e deformidades (mãos em garra, pé caído, lagoftalmo). Recomenda-se o encaminhamento às unidades de referencia os casos que não puderem ser resolvidas nas unidades básicas. HANSENÍASE COMO DIAGNOSTICAR Lesões cutâneas de Hanseníase: Podem ser claras, vermelhas ou cobreadas HANSENÍASE COMO DIAGNOSTICAR Lesões cutâneas de Hanseníase: Podem aparecer em qualquer local do corpo e são persistentes HANSENÍASE COMO DIAGNOSTICAR Lesões cutâneas de Hanseníase: Podem ser planas ou elevadas / Geralmente não doem e não coçam HANSENÍASE COMO DIAGNOSTICAR Lesões cutâneas de Hanseníase: Não tem sensibilidade ao calor, dor ou toque HANSENÍASE COMO DIAGNOSTICAR Lesões cutâneas de Hanseníase: Nódulos eritematosos ou cor da pele, ou espessamento difuso, brilhante, liso da pele. HANSENÍASE Principais nervos periféricos acometidos na Hanseníase Facial Auricular Radial Ulnar Mediano Radial cutâneo Fibular Tibial posterior .O ulnar, o tibial posterior eo fibular são os nervos mais freqüentemente comprometidos na hanseníase. .O comprometimento dos troncos nervosos é observado quando houver: Espessamento Dor espontânea ou à palpação Alteração da função sensitivo-motora da área de inervação. HANSENÍASE COMO CLASSIFICAR A Hanseníase pode ser classificada em paucibacilar ou multibacilar de acordo com o número de lesões cutâneas HANSENÍASE CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS CLÍNICAS 1. Forma Indeterminada – fase inicial da doença 2. Forma Tuberculóide – forma não infectante 3. Dimorfa – pode ou não ser infectante 4. Virchowiana – é altamente infectante HANSENÍASE INDETERMINADA . HANSENÍASE TUBERCULÓIDE . HANSENÍASE VIRCHOWIANA . HANSENÍASE LESÕES NEUROLÓGICAS . Lagoftalmo unilateral - Paralisia do músculo orbicular das pálpebras, inervado por um ramo do nervo facial. É freqüente a lesão também do nervo trigêmeo, levando à lesão da córnea. HANSENÍASE LESÕES NEUROLÓGICAS . Paralisia dos nervos ulnar e mediano HANSENÍASE LESÕES NEUROLÓGICAS . Paralisia do nervo radial - Aspecto de "mão caída" HANSENÍASE LESÕES NEUROLÓGICAS . Amiotrofias devidas ao comprometimento dos nervos ulnar e mediano; ulcerações traumáticas e fissuras devidas ao distúrbio de sensibilidade; e há também ressecamento das palmas das mãos. HANSENÍASE LESÕES NEUROLÓGICAS Paralisia do nervo fibular – perda da sensibilidade HANSENÍASE TRATAMENTO Esquemas padronizados pela Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária do Ministério da Saúde – DNDS / MS HANSENÍASE TRATAMENTO O tratamento é ambulatorial. Administra- se uma associação de medicamentos, a poliquimioterapia (PQT/OMS), conforme a classificação operacional, sendo: Paucibacilares: rifampicina, dapsona; Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina; - preconizada pelo Ministério da Saúde. HANSENÍASE TRATAMENTO Tempo de tratamento . 6 meses - paucibacilares (- de 5 lesões HI/HT/HD) - poucas manchas . 1 ano - multibacilares (+ de 5 lesões HV/HD) - muitas manchas HANSENÍASE PROGRAMA DE CONTROLE Objetivos do Programa Nacional de Controle da Hanseníase Tratamento ambulatorial visando: 1- diagnóstico precoce (clínico e laboratorial) 2- eliminar as fontes de infecção 3- prevenção e tratamento das incapacidades físicas 4- tratamento das intercorrências e complicações (em regime hospitalar se necessário) HANSENÍASE REABILITAÇÃO Reabilitação Física e Psicossocial abrangendo: - a reintegração do doente - a recuperação das incapacidades físicas - a readaptação profissional - a reinserção social dos doentes e seus familiares HANSENÍASE EDUCAÇÃO EM SAÚDE - Verificação dos contatos dos doentes (familiares, amigos, etc.) - Incorporar aos hábitos do doente, cuidados e técnicas simples para a prevenção de incapacidades - Eliminar falsos conceitos relativos a contágio e incurabilidade da doença - Diagnóstico precoce, tratamento adequado e prevenção de incapacidades COMO PROCEDER EM CASO QUE REQUEREM REABILITAÇÃO? Nos casos que já existem deformidades físicas, faz parte do tratamento das mesmas o autocuidado, a cirurgia e exercícios pré e pós-operatórios. Além da indicação de prótese e órteses. O objetivo é favorecer uma melhor qualidade de vida das pessoas atingida pela hanseníase. HANSENÍASE TEM CURA ! REFERÊNCIAS Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 36(3):373-382, mai-jun, 2003. http://www.saude.pr.gov.br Ministério da saúde
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