Buscar

EBC12 - O Segundo Governo Vargas (1951-1954)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

14/10 - O Segundo Governo Vargas (1951-1954)
1 - O Projeto Desenvolvimentista do II Governo Vargas (1951-1954)
31/01/1951 - Getúlio inicia seu segundo preíodo na presidência do Brasil
Resquícios do governos anterior: bom crescimento econômico - média de 7,6% entre 1946-1950 -, mas com inflação em viés de alta - quase 13% boa anos 1949 e 1950
Indústria Brasileira: necessitava de maiores investimentos para aprofundar o processo de ISI; investimentos que deveriam se voltar aos setores da base (insumos e bens de capital)
Visão de desenvolvimentista de Vargas sobre a inflação: ela não era resultado do crescimento econômico, sendo na verdade um obstáculo à sua manutenção 
Com preços elevados a renda da população era corroída, o mercado interno enfraquecia, os industriais realizavam menos investimentos e a oferta industrial baixava ainda mais, realimentando a infla'c~ao
Para Varga, a inflação por uma oferta de bens menor que a procura interna e agravada pela importa'c~ao de mercadorias de grande valor agregado.
Indústria Brasileira: apresentava pontos de estrangulamento no início da década de 1950, resultado do crescimento desde 1930
Pontos de Estrangulamento/Gargalos: investimentos em certos setores necessários à manutenção do crescimento industrial, sobretudo na área de transportes e energia
Energia: tendo em vista do baixo investimento privado no setor, muitas fábricas possuíam geradores próprios que comprometiam a produção
Transporte: interligar zonas produtoras e consumidoras, formando um mercado nacional apoiado no transporte rodoviário; poucos investimentos em portos e marinha marcante fazia com que o Brasil tivesse que pagar altas taxas de fretes e seguros.
Projeto Desenvolvimentista de Vargas: aumentar a produção industrial brasileira, reorientando o perfil industrial que deveria se apoiar agora na produção de insumos básicos e bens de capital, a fim de superar as restrições ao desenvolvimento econômico, base para o progresso geral do país
Investimentos liderados ou induzidos pelo Estado
Setores: produção siderurgica, produtos químicos básicos; produção de motores; equipamentos de transporte e comunicação; fornecimento de energia elétrica; petróleo e carvão.
 
2 - As Bases Financeiras do Projeto de Vargas
Pelo tamanho e volume necessário aos investimentos nestes setores de base, os mecanismos habituais de financiamento não seriam suficientes
Mecanismos habituais de financiamento: crédito interno via Banco do Brasil, saldo das exportações, arrecadação tributária; câmbio privilegiado à indústria e controle das importações (capital privado nacional).
O desenvolvimento de Vargas não excluía a participação do capital estrangeiro, mas impunha limites ao seu domínio
Buscava investimentos estrangeiros nos setores fundamentais da economia brasileira
Insumos e bens de capital
Fontes de crédito internacional: Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o Export and Import Bank (EXIMBANK), além de bancos privados norte-americanos
EUA (1949): política externa favorável do presidente Truman (partido democrata) à assistência técnica e financeira a países pobres em sua área de influência (Ponto IV)
1949: início da mobilização militar para a Guerra da Coréia (1950-1953)
Brasil: trocou seu alinhamento militar aos EUA por colaboração econômico-financeira
Brasil possuía minerais - monazita e tório - que eram demandados pelos norte-americanos
Vargas: barganhava o fornecimento dos minerais brasileiros em troca de empréstimos para financiar os investimentos em infraestrutura (energia e transportes).
 
3 - O Contexto Bélico Internacional e as Decisões Econômicas Brasileiras
Guerra da Coréia (1950-1953): conflito que novamente ameaçava os fluxos comerciais e financeiros
1952: no início do Governo Vargas a política econômica adotou a orientação de aprofundar o processo de substituição de importações para a formação de estoques, em virtude do risco de um conflito prolongado
Brasil poderia ficar com cambiais em caixa, mas sem possibilidade de fazer importações
Aumentar as importações de bens de capital e insumos para resolver os gargalos industriais.
A política de comércio exterior foi mantida: câmbio fixo e sobrevalorizado, além do regime de concessão de licenças para importação
Transações externas tinham condição favorável: em 1950, diferente dos 3 anos antecedentes, houve superávit no balanço de pagamentos; o preço do café estava em alta
Em julho de 1951 iniciaram as atividades da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU): visava elaboração de projetos de infraestrutura (energia, transporte e portos) que seriam financiados pelo Eximbank e Banco Mundial através da IDE ou empréstimos.
Com importantes garantias de entradas de divisas - tanto por parte dos setores exportadores quanto de empréstimos internacionais - o que se viu foi uma liberalização na concessão de licenças de importação
A saída de dólares devido às importações industriais foi agravada por algumas excepcionalidades
Queda de 20% na receita de exportações em 1952
Uso de dólares para a compra de trigo dos EUA
Altos fretes pagos na compra e venda de mercadorias devido ao desaparelhamento dos portos brasileiros
Baixa entrada de capital estrangeiro
Sobrepreço nas importações devido aos atrasados comerciais
Resultado: CRISE CAMBIAL EM 1952
Reservas em dólar caíram de US$ 162 milhões para US$ 43 milhões.
 
4 - A Mudança no Cenário Externo e a Reforma ambial
Final de 1952: o General Dwight Eisenhower (partido republicano) venceu as eleiçòes presidenciais e mudou a política externa norte-americana
Concentrou esforços nas áreas mais suscetíveis aos ataques comunistas (como a Ásia)
Abandonou a política do Ponto IV de Truma: o EUA não mais concederiam crédito público aos países latino-americanos, que deveriam buscar seu desenvolvimento atraindo multinacionais - em grande parte norte-americana - e através de empréstimos de órgãos multilaterais (Banco Mundial e FMI)
Banco Mundial: empréstimos que não ameaçassem a ação das multinacionais
A CMBEU, encerrou seus trabalhos em 31 de julho de 1953
Através dela criou-se o BNDE
Dos 41 projetos, que teriam um financiamento norte-americano no valor de US$ 387 milhões, apenas 181 milhões foram liberados e, deste valor, quase um terço foi para a empresa canadense Light (fornecedora de energia elétrica)
Objetivo norte-americano: abrir a economia brasileira ainda mais às suas multinacionais.
Instrução 70 da SUMOC (outubro de 1953): novo regime cambial para conter a subida das importações e os déficits no balanço de pagamentos, em uma conjuntura de poucas divisas
Voltou o monopólio cambial pelo Banco do Brasil (BB): bancos deveriam vender suas divisas originadas pelas exportações ao BB
A paridade oficial foi mantida Cr$ 19,50, mas foram criadas taxas múltiplas de câmbio: 1) câmbio para exportações, que recebiam bonificações; 2) câmbio para importações, acrescida de sobretaxa definidas nos leilões; e 3) câmbio oficial para operações financeiras e importações especiais (trigo).
Leilão Cambial: para cada categoria de importação, o Banco do Brasil colocava um montante de didisas a ser leiloado, com um ágio mínimo que aumentava de acordo com a essencialidade do bem, sendo a taxa de câmbio efetiva determinada pela competição entre os importadores
 
5 - A Crise Estrutural Permanece
O alívio no setor externo da economia foi temporários (concentrado em 1953)
A partir de 1954, os Estados Unidos passaram a fazer campanha contra o consumo de café
Em seu Segundo Governo (1951-1954), Vargas não conseguiu conciliar a grande demanda por importações ao processo de industrialização à escassez de divisas, sobretudo devido à fuga dos capitais norte-americanos
Este passivo cambial, que poderia inviabilizar os projetos de infraestrutura fundamentais à manutenção do crescimento industrial, teria que ser resolvido por JK.

Outros materiais